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O QUE É A INFORMAÇÃO DE PATENTES E QUAL A SUA ORIGEM

4. A INFORMAÇÃO DE PATENTES

4.2 O QUE É A INFORMAÇÃO DE PATENTES E QUAL A SUA ORIGEM

Para obter a proteção por patente, o requerente deve formalizar um pedido junto do INPI ou outro gabinete supranacional como o EPO ou a OMPI, juntamente com a revelação e descrição total dos detalhes da sua invenção, acompanhado de uma série de reivindicações (claims)109 que, no fundo, constituem o cerne da própria invenção e a matéria para a qual se visa obter a proteção legal (Ulrich & Eppinger, 2012).

Salvo raras exceções, a que se dá o nome de Prazo Gracioso110, esta informação não pode nem deve ser tornada pública antes de formalizado o referido pedido de proteção,correndo o requerente o risco de ver o seu pedido recusado pelo facto de a matéria do invento ser já do conhecimento público.

No decurso do processo de registo e concessão da patente, os gabinetes oficiais como o INPI, EPO ou OMPI (no caso de se requerer proteção via PCT), irão gerar um ou mais documentos de índole legal que se designam por literatura de patentes (patent literature).

A informação que estes documentos contêm designa-se por informação de patentes (patent information).

Após a publicação do pedido de patente, normalmente 18 meses depois de ter dado entrada no respetivo gabinete - a concessão da proteção só é atribuída, normalmente, três anos após o pedido -, essa informação passa a ser de acesso público para quem a desejar consultar111.

109 “As reivindicações são as especificidades da invenção para as quais a proteção é requerida (…)

os aspetos particulares que os inventores consideram como novidade em relação ao estado da técnica existente até aquele momento. Enfim, as reivindicações são de facto a invenção. (…) Delimitam e estabelecem os direitos do titular da patente sobre a matéria objeto da proteção sendo apenas aquelas matérias constantes das reivindicações aceites pela autoridade governamental as protegidas pela patente após a concessão. (…) Definem todos os elementos essenciais da invenção dentro dos limites em que esta funciona.” (M. Macedo & Barbosa, 2000, pp. 42, 43)

110

De acordo com o ponto 1. do Art.º 57.º do CPI (2009, p. 87), “Não prejudicam a novidade da invenção: a) As divulgações em exposições oficiais ou oficialmente reconhecidas nos termos da Convenção Relativa às Exposições Internacionais, se o requerimento a pedir a respetiva patente for apresentado em Portugal dentro do prazo de seis meses.” A esta exceção dá-se o nome de Prazo Gracioso. No anterior CPI este prazo era de 12 meses e foi reduzido a seis.

111 “Compared to the USPTO data, EPO data allow us to disentangle patent applications and patent

grants. Indeed, in the U.S. systems, patents are only listed in the USPTO databases once they have been granted to the applicant. In the European system, this is not the case. Eighteen months after filing for the patent, the full document is disclosed, regardless whether it has been granted or not. This difference in procedure is embedded in a different emphasis in patent philosophy. In the U.S. system, patent protection aims at safeguarding the rights of the inventor. The European

Em suma, em troca da proteção por patente concedida para o seu invento por 20 anos (excetuam-se os medicamentos e os produtos fitofarmacêuticos cujo Certificado Complementar de Proteção – CCP – amplia esse prazo por mais 5 anos112), a informação referente à invenção passará a ser de domínio público113, podendo essas invenções ser realizadas por terceiros para fins de investigação. A finalidade desta divulgação visa catalisar a atividade inventiva de outros, tornando possível o avanço da tecnologia que, de outra forma, continuaria a ser mantida em segredo114. Recorde-se que ainda hoje não se conhece o segredo da fórmula do refrigerante mais vendido em todo o mundo, system targets the timely diffusion of new technological information so as to stimulate the rate of technological progress” (Debackere, Luwel, & Veugelers, 1999, p. 5).

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Certificado Complementar de Proteção (CCP). No caso dos produtos farmacêuticos ou fitofarmacêuticos, em virtude do tempo que demora a obter a aprovação para colocação dos medicamentos no mercado, visa o aumento num máximo de cinco anos da duração da validade das patentes para além dos 20 anos, passando a produzir efeitos na data do termo legal da validade da patente a que respeita (CPI, 2009, pp. 121-124 Art.º 115.º e 116.º). “De facto, o período que decorre entre a apresentação de um pedido de patente para um novo produto, medicamento ou fitofarmacêutico e emissão da autorização de introdução no mercado (AIM) do referido produto, pode reduzir a proteção efetiva conferida pela patente a um período insuficiente para amortizar os investimentos efetuados na investigação. Atenção: O requerente que apresente um pedido de certificado complementar de proteção e cujo medicamento tenha sido alvo de estudos de acordo com um plano de investigação pediátrico, pode requerer a chamada prorrogação da validade do certificado complementar de proteção que permite expandir a proteção do CCP por um período extra de seis meses” (http://www.marcasepatentes.pt/index.php?section=102 – 14-04-2010). “(…) [A] batalha pelo aumento do tempo de proteção, que até ao presente é de vinte anos a contar do depósito da patente; ora este espaço de tempo, como se viu, não permite mais do que uma dezena de anos de exploração comercial protegida, devido ao tempo gasto na preparação de um novo medicamento antes da sua colocação no mercado. Para a indústria trata-se, pois, de conseguir que o período de vinte anos de proteção não comece no momento do depósito da patente, mas a partir da data da colocação no mercado. Deste modo, a duração da proteção quase duplicaria.” (Pignarre, 2004, p. 137). Sobre o modo e tempo de preparação dos medicamentos, Cf. (A. Macedo & Reis, 2010).

113 “Published patents are public documents” (Idris, 2003, p. 86).

114 “Todas as patentes nascem como segredos técnicos de negócios, mas esse sigilo desaparece

eventualmente quando da publicação da patente” (Miller & Business Intelligence Braintrust, 2002, p. 199).

“In 1969, Ford came out with a new, electronic intermittent windshield wiper, the first in the industry. It used a transistor, a resistor, and a capacitor in the same configuration that Kearns had designed. It cost Ford about ten dollars to make, and it sold for thirty-seven dollars. (…) In 1974, General Motors began putting the intermittent wiper on its cars, and in 1977 it appeared on Chryslers, Saab, Honda, Volvo, Rolls-Royce, and Mercedes, among others, soon followed. By 1989, Ford alone had sold 20.6 million cars with the intermittent wiper, and made a profit that has been calculated at five hundred and fifty-seven million dollars. Altogether, about thirty million intermittent wipers are sold around the world each year. Kearns tried to get an explanation from Ford, but he soon discovered that "there's a diode in the line when you talk to Ford--the information only goes one way." His lawyers wrote letters to Ford's legal department, informing it that Ford was infringing Kearns' patents. Eventually, they received a letter back saying that Ford was not infringing Kearns' patents and that, in any case, Kearns' patents were invalid.” (Seabrook, 1993, pp. 7, 8). Este artigo de John Seabrook, The Flash of Genius, originalmente escrito para a revista The New Yorker, posteriormente publicada em livro (Seabrook, 2008), deu origem a um filme que relata esta história real (Flash of Genius, realizado por Marc Abraham em 2008 para a Universal Pictures).

a Coca-Cola, sendo mantido como Segredo de Negócio e guardado como se da fórmula para a vida eterna se tratasse.

Os documentos de patente são completamente: estruturados (códigos INID115); codificados (códigos IPC116 e ECLA117) e classificados por mão humana (maior qualidade de indexação e catalogação).

Além disso, são iguais em todo o mundo, as normas de classificação e publicação são aceites e usadas por todos os países (têm os mesmos campos com os mesmos conteúdos), o que facilita a sua pesquisa e compreensão.

A organização de um sistema de informação do conhecimento técnico- produtivo teve a sua origem em “França, no início do século XX” pois parece ter sido “o primeiro país a se empenhar em organizar a informação de suas patentes para prover, aprimorar e desenvolver a capacidade tecno-produtiva de seu parque industrial” (M. Macedo & Barbosa, 2000, p. 20).

Assim, nos documentos de patente podemos encontrar as seguintes informações: i) o estado-da-arte, os conhecimentos técnicos disponíveis até à data na área em que se insere o invento realizado; ii) tipo e natureza dos problemas técnicos que o invento irá solucionar ou resolver; iii) descrição detalhada do invento e da forma como funciona; iv) ilustrações, esquemas e desenhos das partes constituintes do invento para mais fácil entendimento do mesmo, sempre que necessário e apropriado e v) “Além disso, as informações patentárias podem esclarecer e complementar artigos divulgados pelo inventor” (M. Macedo & Barbosa, 2000, p. 58).

Não é objetivo deste trabalho abordar o aspeto legal dos documentos de patente. No entanto, Ojala (1989) recorda-nos que, para o podermos fazer convenientemente e daí retirarmos o máximo proveito, será necessário conhecer

115“INID Codes - Internationally agreed numbers that are used to identify bibliographic data and

usually shown in brackets or circles. These numbers are consistent in every country and enables reading of important information on a patent document, even if one does not understand the language in which it is printed”. (http://www.freepatentsonline.com/help/item/INID-Codes.html - 09-10-2010)

116 “The International Patent Classification (IPC), established by the Strasbourg Agreement 1971,

provides for a hierarchical system of language independent symbols for the classification of patents and utility models according to the different areas of technology to which they pertain”. (http://www.wipo.int/classifications/ipc/en/ - 09-10-2010)

117 “O sistema de Classificação Europeia é uma extensão do sistema de Classificação Internacional

de Patentes. Contém 132 200 subdivisões, i.e. cerca de mais 62 000 que a CIP e é, consequentemente, mais preciso. É, também, mais homogéneo e mais sistemático. As classificações ECLA são atribuídas aos documentos de patente pelos Examinadores da OPE/EPO,

para simplificar as pesquisas do estado da técnica”

os seus fundamentos e propósitos118. Suhr (1985) alerta-nos para esta dupla119 função dos documentos de patente que, por um lado, descrevem uma invenção industrial e, por outro, definem o âmbito de proteção requerido, ou já devidamente concedido pelo gabinete responsável, e que tornam a literatura de patentes um caso especial dentro da literatura técnica, não havendo outro exemplo semelhante de documentos técnicos desempenharem também esta função legal. Dupla função, também ressalvada por Butler120.

Uma das prerrogativas para que a patente possa ser atribuída, é a de que a informação constante do pedido de patente seja de tal forma detalhada que uma pessoa versada na área seja capaz ela própria de executar o invento (produto ou processo).

O documento de patente não só descreve a invenção, obrigatoriamente passível de aplicação industrial, como também define o âmbito de proteção pretendido, caso a respetiva patente seja obtida, concedido pelo gabinete (Office) responsável.

A maior parte da informação contida nos documentos de patente não está publicada em nenhum outro lugar, tornando as patentes uma fonte de informação única e essencial para conhecer novas informações técnicas (Bregonje, 2005; Greif, 1987; Marcovitch, 1983).

Segundo dados da WIPO (ou OMPI),121 existem atualmente mais de 70 milhões de patentes publicadas em todo o mundo sendo em média efetuados um milhão de novos pedidos todos os anos. Tal quantidade de documentos torna a literatura de patentes a maior fonte de informação tecnológica disponível em todo o mundo, constituindo, assim, o maior repositório de conhecimento técnico possuidor de um valor incalculável.

A revelação (disclosure) dos segredos técnicos contidos na documentação resultante de um pedido de patente divulga informação valiosa ao público acerca do estado-da-arte numa dada área fomentando, através desse conhecimento, o

118 “To approach patent literature intelligently, it is important to know the basics of what patents

are and what purpose they serve” (Ojala, 1989, p. 43).

119 Para alguns autores os documentos de patente têm uma tripla função: jurídica, técnica e

económica (M. Macedo & Barbosa, 2000, p. 60).

120

“Like technical articles or reports, patents communicate new technical information. Unlike these other literature types, however, patents also must function as legal instruments” (Butler, 1995, p. 37).

121 Organização intergovernamental sedeada em Genebra pertencente à Organização das Nações

desenvolvimento tecnológico. Como resultado dessa divulgação, partes constituintes dessa invenção podem mesmo ser utilizadas, desde que não incorram em nenhuma infração das reivindicações contidas e descritas na patente.

Partindo do conhecimento da existência dessa invenção, as partes interessadas podem encetar contratos de licenciamento dessas tecnologias para exploração própria em determinadas zonas geográficas ou mercados onde detêm melhor capacidade de penetração do que o detentor da patente.

Como exemplo, podemos citar casos de empresas produtoras de artigos de higiene pessoal, que licenciam a exploração desses produtos a empresas da indústria farmacêutica, uma vez que estas dispõem dos meios para penetrar num mercado mais rentável que são as farmácias e os hospitais, setor que um vulgar produtor de sabonetes tem, à partida, vedado (Porter, 1980, 1985).

Em termos de análise de mercado e da concorrência, se desenvolvermos atividades de vigilância tecnológica e/ou de inteligência competitiva, a informação de patentes pode proporcionar várias surpresas (Ashton & Klavans, 1997; Ojala, 1989; Wilson, 1987a, 1987b), provenientes de pistas que possa originar relativamente a tendências da concorrência, produtos novos ou melhorias tecnológicas introduzidas em produtos já existentes122, permitindo aferir a posição de mercado ocupada pela empresa que realiza a pesquisa e a análise dessa informação (Greif, 1987, p. 197).

Ainda que a informação obtida através da análise de patentes não seja a mais atual, esta pode ser a única forma de ter acesso aos resultados dos trabalhos de pesquisa da concorrência123, uma vez que de outra forma só pode ser conhecido aquilo que queiram dar a conhecer publicamente, o que normalmente é sempre muito pouco e pode ser manipulado para disfarçar

122

“Access to online patents database and simple analytical software allows the information specialist to obtain measures of technological and competitive activity which, if not always statistically verifiable, may help focus attention on underlying trends” (Wilson, 1987a, p. 18). “Patent analysis (…) it can nevertheless be a valuable aid to decision-making in such areas as acquisitions and divestitures, R&D planning and new product development. (…) patent analyses have a certain value in helping to build a profile of a company about which you know next to nothing. Such profiles are also a potential aid in acquisition and licensing decisions. Fortuitous discoveries are not inconceivable: an early warning of a company’s diversification into new technologies may be obtained” (Wilson, 1987b, p. 73).

123 “(…) to ignore totally the patent files is to overlook a potentially valuable source of competitor

information. (…) As one step in competitor tracking, however, patent databases have much to offer” (Ojala, 1989, p. 43).

alguma atividade relevante que estejam a executar124. Também, ter a possibilidade de saber que outra empresa ou organização, como um centro de investigação, conseguiu com sucesso resolver e ultrapassar um determinado problema técnico pode ser o suficiente para despoletar ulteriores investigações na área em concreto ou em áreas circundantes, como tem acontecido com o exponencial número de descobertas recentes nas áreas da Engenharia Genética e da Biotecnologia (Jegorov et al., 2003; Sherwood, 1992; Tachinardi, 1993). Tal procedimento pode conduzir à tentativa de desenvolver produtos concorrentes àqueles descobertos, inventando alternativas mais lucrativas ou mais eficazes125. Existem inúmeros exemplos que sugerem que, por vezes, decorrem alguns anos desde que a invenção é patenteada até que seja divulgada publicamente por outros meios sendo, por isso, a documentação de patentes o único lugar onde esta pode ser encontrada antes de ser dada a conhecer pelo seu detentor. No quadro a seguir são apresentados alguns exemplos de casos conhecidos, em que a invenção foi divulgada pelas patentes com anos de antecedência em relação a outras fontes:

Quadro 2 – Atualidade da informação patentária

Inventor Invenção Patente Ano de publicação

Outras fontes Ano de publicação

Hollerith Cartão perfurado 1889 1914

Baird Televisão 1923 1928

Whittle Turboreactor 1936 1946

Morrogh Ferro fundido dúctil 1939 1947

Ziegler, N. Catalisadores de polimerização

1953 1960

Fonte: OMPI, 1982 (Apud M. Macedo & Barbosa, 2000, p. 58)

124 “In analyses of competitor activity, the time lapse between patent application and publication

becomes a critical factor. (…) the average time lapse between a product idea and its marketing is around 18 months. This is also the time lapse between a patent application and its publication (…) A product is often already on the market by the time the patent application is published. The result is: at best, patent information can tell you what your competitors were working on two to three years ago. Trade literature and conferences/exhibitions are the most immediate sources of information on competitor activity, but from these you will only learn what they are prepared to disclose.” (Wilson, 1987b, p. 73)

125 “In theory, a patent serves the public good because the disclosure of the invention brings new

ideas and technologies to the public and induces inventive activity. But while these roles inherently depend on the ability of the patent to disseminate technical knowledge, the teaching function of patents has received very little attention. Indeed, when the document publishes, it can serve as a form of technical literature. Because patents can, at times, communicate knowledge as well as, or better than, other information sources, patents could become a competitive source of technical information. Presently, however, patents are rarely viewed in this manner.” (Seymore, 2010, p. 621)

Acrescente-se a esta lista o caso do motor a jato que foi descrito na literatura de patentes cerca de 10 anos antes de ter sido conhecido através de outras fontes.

Por estes exemplos, podemos facilmente verificar que o período que decorre entre a data em que é publicado o pedido de patente de uma invenção e a data em que esta é publicada numa revista ou outro meio de divulgação técnico-científico, varia entre os cinco e os 25 anos. Verificamos que o período mais longo de tomada de conhecimento, 25 anos, ocorreu precisamente numa época em que a informação de patentes ainda não se encontrava organizada para consulta.

Não sendo tão fácil ao público interessado poder consultar essa informação, só muitos anos depois de terem sido patenteadas essas invenções foram divulgadas por outros meios, tendo na altura dessa divulgação já ultrapassado largamente o seu período de proteção jurídico-legal (que à época era entre 15 e 20 anos).

Ao descrever o papel da informação de patentes para a indústria, Suhr (1985) realça a importância desta fonte de informação para a tomada de consciência (current awareness) e obtenção de conhecimento útil acerca de novos desenvolvimentos em determinadas áreas do saber. Este tipo de informação, segundo Suhr, deve servir para informar os cientistas do departamento de I&D dos novos desenvolvimentos da técnica e deve ser–lhes entregue regular e atempadamente, de acordo com um perfil devidamente delineado, de forma a evitar perdas de tempo com informação supérflua, mantendo as quantidades recebidas dentro de um número cuja consulta seja praticável.

A informação, relativa a documentos de patente dizendo respeito às áreas onde esses técnicos se encontram a desenvolver trabalhos de pesquisa, deve ser, preferencialmente, de dois tipos: i) resumos de patentes (abstracts) e ii) documentos de patente.

A estas pesquisas que permitem conhecer as novas tecnologias e as movimentações das empresas, as áreas onde estão a investigar e patentear, bem como novos players, através das patentes nas diversas áreas do saber dá- se o nome de Novelty Search. Por outro lado, ao contrário das pesquisas de

tomada de consciência acerca de novos desenvolvimentos, outros tipos de necessidades conduzem a diferentes tipos de pesquisas de informação.

Pode tornar-se necessário realizar pesquisas retrospetivas, dependendo do problema a solucionar, sempre que um investigador se depara com um trabalho de investigação numa área nova ou na qual não se sente familiarizado permitindo-lhe, por exemplo, obter uma primeira perspetiva sobre o problema a enfrentar e as formas já utilizadas de o abordar, ficando a conhecer de que forma alguém já o solucionou ou, pelo menos, o abordou.

Eventualmente pode servir, também, para realizar um documento de pedido de patente, contornando as reivindicações das patentes já existentes e para referir o estado-da-arte na área científica em apreço.

Sempre que é encetado um programa de pesquisa num novo campo de estudo, é aconselhável realizar uma pesquisa que dê a conhecer todos os trabalhos já realizados na área, permitindo obter um conhecimento acerca do estado-da-arte nessa mesma área (Naetebusch, Schoeppel, & Fichtner, 1994; Schoeppel & Naetebusch, 1995). Além disso, vale sempre a pena recuar alguns anos na pesquisa a efetuar pois, muitas ideias contidas em documentos de patente cuja validade legal já expirou, podem conter inventos ou informações técnicas valiosas que na altura estavam bastante à frente do seu tempo, sem meios de serem efetivamente realizadas em termos técnico-industriais, ou