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3 PERCURSO METODOLÓGICO EM DESCRIÇÃO

3.3 Coleta dos dados

3.3.2 Questionário eletrônico

O questionário, segunda técnica para coleta de dados, é conceituado como um instrumento que contém indagações a determinados sujeitos, grupo delimitado nas pesquisas científicas, buscando informações relacionadas a conhecimentos, crenças, comportamentos, valores, entre outras possibilidades (GIL, 2019). Desta forma, tal técnica se destaca na vertente de inserir e de conduzir os sujeitos da pesquisa (público-alvo e pesquisadores) em diversos contextos e experiências formativas.

Para a aplicação do questionário, Marconi e Lakatos (2017) ressaltam que não deve haver a presença do pesquisador. Este requisito é um dos principais que distingue o questionário de um formulário, sendo o último efetuado diretamente pelo investigador ao investigado, face a face, bem como as anotações são feitas por quem idealizou a pesquisa (PRODANOV; FREITAS, 2013). As divergências citadas auxiliam na delimitação e conhecimento das formas de efetuação do questionário, além dos requisitos necessários para a sua produção.

Ainda sobre a ausência do investigador na aplicabilidade do questionário, isso é fundamental para assegurar o anonimato dos membros, bem como a não intervenção do pesquisador no processo de execução da técnica metodológica, seja com explicações ou esclarecimentos de dúvidas. Essa circunstância intensifica a confiabilidade dos integrantes com as suas respostas, adquirindo-as de forma mais precisa.

Segundo Marconi e Lakatos (2017), os demais benefícios propiciados pelos questionários são: 1 – obtenção de vários dados, visto a possibilidade de envio para diversas pessoas, inclusive atingindo-as em variados espaços geográficos; 2 – adquirição de resultados mais rápidos; e 3 – os respondentes possuem tempo hábil para resolução, entre outras conjunturas. Desta forma, com a peculiaridade citada e outras, o questionário tem sido muito utilizado em pesquisas educacionais por ser “[...] um modelo de fácil aplicação, simples, barato, e plenamente hábil a possibilitar ao aluno desenvolver suas pesquisas [...]” (CHAER; DINIZ; RIBEIRO, 2011, p. 263). Neste sentido, como é possível visualizar, os postulados estruturam- se ao ponto de vista dos objetivos e da abordagem da presente proposta investigativa.

Não obstante, Marconi e Lakatos (2017) citaram também as limitações ocasionadas por este método, tais como: 1 – a possibilidade do retorno de indagações sem respostas; 2 – as perguntas ficam a critério de interpretação dos pesquisados; e 3 – a devolutiva atrasada compromete o cronograma da pesquisa, dentre demais situações. Tais traços limitantes foram refletidos na presente proposta, com o intuito de amenizar/superar a realidade descrita e manter a confiabilidade dos dados produzidos.

Em se tratando da produção do questionário, este seguiu a maioria das recomendações de Gil (2019). Portanto, na sua confecção realizou-se uma escrita adequada aos sujeitos desta averiguação científica, sendo direta, objetiva, simples, autoexplicativa, sem ambiguidade e alinhada aos objetivos da pesquisa. Com isso, os sujeitos podem compreender de forma coerente as indagações, sem a necessidade de intervenção ou esclarecimento de dúvidas pelo pesquisador.

Atentando-se aos postulados, o questionário foi elaborado. A partir da determinação dos professores formadores participantes da presente pesquisa, ao analisar as matrizes curriculares e as ementas das disciplinas, houve a aplicação do questionário, com dez perguntas objetivas e/ou subjetivas. Tal método de coleta de dados foi produzido com base e adaptação do aplicado por Scarparo (2017), em sua tese.

Em períodos de tempo distintos, os questionários eram enviados por correios ou entregues pessoalmente aos sujeitos. Contudo, Prodanov e Freitas (2013) destacam que na atualidade, os meios eletrônicos contribuem na disseminação dos questionários, onde se têm as respostas de forma mais rápida, fácil e com redução de custos. Desta forma, realizou-se a reprodução deste documento em meio eletrônico, assim como feito por Scarparo (2017).

Dentre as diversas plataformas para a realização deste processo foi utilizado o formulário online do Google Drive, visto a facilidade da ferramenta e a experiência do pesquisador com ela. A plataforma possibilita a criação de perguntas em diversos formatos (abertas, fechadas, com o uso de imagens etc.), facilitando o entendimento das indagações pelos participantes. Na elaboração do questionário, utilizando essa ferramenta, é igualmente possível dividi-lo em seções, as quais foram adaptadas para cada etapa deste instrumento de coleta de dados. Após a sua construção, ele foi enviado aos docentes via E-mail, os quais foram obtidos com os coordenadores dos cursos de Pedagogia.

É interessante destacar que o meio utilizado para disseminação do questionário contribui na amenização/superação de algumas das limitações postas em parágrafos anteriores, além de outros entraves a serem precavidos pelo investigador. Nesse contexto, ocorreu a seleção de perguntas obrigatórias no questionário, onde os respondentes só finalizaram ao atender tais

indagações. As perguntas foram construídas com muita cautela, baseadas e adaptadas de outras produções científicas, e o seu envio aconteceu com três meses para resolução – dezembro a fevereiro, sendo acompanhado pelo pesquisador.

Relacionada a organização do questionário13, este foi estruturado, na plataforma, em três etapas. Na primeira, os partícipes leram a proposta de pesquisa, os benefícios e os riscos ao participarem do presente estudo, entre as demais informações fornecidas pelo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (apêndice A), que acompanhava o questionário, e, no final, consentiram as suas participações, assegurando respaldo aos termos éticos desta pesquisa. A utilização do TCLE também é fundamental como carta-explicativa, proposta por Prodanov e Freitas (2013), ao relatarem tal relevância na apresentação da pesquisa, nas instruções do método investigativo, no anonimato, dentre outros informes.

A segunda etapa incidiu no preenchimento de informações para a construção de um perfil dos professores formadores– apêndice B. As inquirições consistiram em tópicos de informações pessoais (idade e sexo), acadêmicos (cursos de graduação e pós-graduação realizados) e profissionais (regime de trabalho na instituição em que atua, tempo de exercício no ensino superior, disciplinas que ministra voltadas a alimentação saudável e etc.).

Na terceira e última etapa, os participantes responderam às indagações do questionário, organizado nas seguintes proposituras: formação (inicial e/ou continuada) relacionada a EAN; experiências de ensino à promoção do tema; os processos de planejamento das atividades, com subsídios de documentos governamentais que fomentam a EAN na educação básica; dificuldades para promoção da alimentação saudável; e outros questionamentos, como é possível observar no apêndice C. Na tentativa de complementar o questionário, realizou-se uma entrevista com os respondentes que deixaram lacunas no documento, como é explicado na subseção a seguir.