• Nenhum resultado encontrado

4. Percurso metodológico

4.2 Instrumentos para coleta de dados

4.2.1 Questionário

O questionário é uma técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc.

Os questionários, na maioria das vezes, são propostos por escrito aos respondentes. Costumam, nesse caso, ser designados como questionários auto-aplicados. Quando, porém, as questões são formuladas oralmente pelo pesquisador, podem ser designados como questionários aplicados com entrevista ou formulários. (Gil, 2008: 121).

Ao construir um questionário é necessário ter em mente objetivos da pesquisa para traduzi-los em questões específicas. As respostas a essas questões é que irão proporcionar os dados requeridos para descrever as características da população pesquisada ou testar as hipóteses que foram construídas durante o planejamento da pesquisa. (Gil, 2008).

Quanto à adoção do questionário como ferramenta de pesquisa, Lakatos e Marconi (2003) afirmam que se torna uma técnica apropriada para um universo que ultrapasse dez respondentes:

O questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador;

28 O plugin Awesome Screenshot está disponível apenas para alguns navegadores, no nosso caso, usamos a versão para o Chrome. Com ele

150

depois de preenchido, o pesquisado devolve-o do mesmo modo. (Lakatos e Marconi, 2003: 201).

As autoras também orientam que junto com o questionário deve-se enviar uma nota ou carta explicando a natureza da pesquisa, sua importância e a necessidade de obter respostas sobre uma dada realidade. Esta ação tem como objetivo “despertar o interesse do recebedor, no sentido de que ele preencha e devolva o questionário dentro de um prazo razoável”. (Lakatos e Marconi, 2003: 201).

Kauark et al (2010: 58) afirmam que “a linguagem utilizada no questionário deve ser simples e direta para que o interrogado compreenda com clareza o que está sendo perguntado”. Sobre a extensão do instrumento Marconi e Lakatos (2003) sugerem que:

O questionário deve ser limitado em extensão e em finalidade. Se for muito longo, causa fadiga e desinteresse; se curto demais, corre o risco de não oferecer suficientes informações. Deve conter de 20 a 30 perguntas e demorar cerca de 30 minutos para ser respondido. É claro que este número não é fixo: varia de acordo com o tipo de pesquisa e dos informantes. (Marconi e Lakatos, 2003: 201).

No início da pesquisa, nossa intenção era aplicar apenas dois questionários, sendo um com os docentes dos cursos de Jornalismo da UEPB e UFPB, e outro com uma das turmas dos respectivos professores. A intenção era ir até os professores, apresentar a pesquisa e aplicar o instrumento para, em seguida, após o levantamento das respostas dos docentes, pleitear o acesso a sua turma. Porém, esta prática se mostrou ineficaz junto aos professores da UFPB, justamente por congregar professores de vários cursos e ser extremamente difícil conseguir e manter contato presencial com todos em tempo hábil para o trabalho, assim como não ter previsto reunião departamental onde se pudesse solicitar participação para aplicação da ferramenta. Diante desta situação, mudamos a estratégia para aplicação do questionário, desmembrando um questionário em dois, onde, no primeiro – Questionário 01 para docente29

– seria feito um levantamento dos professores que possuem perfil no Facebook, dos que estavam com disciplinas sendo ministradas no curso de Jornalismo no semestre letivo 2015.1, dos que possuem contato de alunos e dos que realizam interação com os discentes via Facebook. Após o levantamento das respostas ao primeiro questionário, seria solicitado respostas ao segundo questionário – Questionário 02 para docente30 – este mais extenso, com questões que abordassem as relações de sociabilidade e aprendizagem a partir das experiências do Facebook. O primeiro questionário seria encaminhado via Google Docs31 e,

29 Ver anexo 01. 30 Ver anexo 02.

31 Ferramenta do Google Drive que permite criar planilha de pesquisa, enviar e organizar suas respostas usando os Formulários Go ogle. A

151

com a consequente diminuição da amostra, o segundo questionário seria realizado pessoalmente, onde, na oportunidade, seria pleiteado o acesso às turmas.

Sobre o uso da internet como ferramenta de auxílio à pesquisa, Kauark et al afirmam que:

A internet não chega a ser uma técnica de pesquisa. É um recurso, uma ferramenta para coleta de dados, com a qual podemos levantar dados. Necessário é o cuidado com a fidedignidade da fonte. Para trabalhos científicos é preciso utilizar sites especializados, oficiais e com comprovação acadêmico-científica. (Kauark et al, 2010: 57).

Célio Gonçalo Marques (2008) assinala que o Google Docs permite a união, em uma única ferramenta, de um processador de texto, uma folha de cálculo e um criador de apresentações. Atualmente o Google Docs é um dos serviços gratuitos de geração de formulários de pesquisa online mais populares. O seu aspecto simples torna muito fácil a navegação e a utilização das diversas funcionalidades. Para acessar esta ferramenta o utilizador necessita apenas possuir uma conta no Gmail. (Marques, 2008).

Após a finalização e validação dos questionários, foi feito contato com o Chefe do Departamento de Comunicação Social da UFPB, professor Dinarte Varela Bezerra, que nos encaminhou os e-mails dos professores e, a partir disso, o primeiro questionário foi enviado. Com relação aos docentes da UEPB, o processo de obtenção dos e-mails foi mais fácil, justamente por esta pesquisadora já possuir os e-mails de todos os docentes do Departamento de Comunicação Social, confirmados através de lista encaminhada pelo Departamento.

Assim, o questionário 01 para docente foi encaminhado a todos os 63 professores dos respectivos cursos. Todos os professores receberam o questionário, uma vez que todos os e-

mails foram atualizados juntos aos respectivos cursos, e nenhuma mensagem foi recebida

atestando erro ou algum outro problema com os endereços eletrônicos. Junto ao questionário, foi enviado uma mensagem contendo, nome da pesquisadora e instituição na qual está vinculada no doutorado, natureza da pesquisa e informações sobre a importância da participação dos professores junto ao trabalho. Ao todo, foram encaminhadas seis perguntas elaboradas de forma direta, que exigiam as respostas sim ou não, e duas que pediam a identificação do respondente. O formulário levantou as seguintes questões:

1. Qual o seu nome?

2. É professor do quadro efetivo?

um formulário a partir do Docs ou de qualquer planilha já existente, enviar às pessoas de interesse e registrar as respostas a esse formulário.

152

3. Está ministrando uma ou mais disciplinas, no curso de Jornalismo, no semestre letivo 2015.1?

4. Possui perfil em alguma (s) rede social online? 5. Possui perfil na rede social Facebook?

6. Possui contato de alunos na sua rede social do Facebook? 7. Realiza algum tipo de interação com seus alunos via Facebook? 8. Qual o seu e-mail?

Após o processo de envio do primeiro questionário, ainda no final do mês de abril, ocorreu no dia 28 de maio do corrente ano, uma assembleia dos professores da UFPB que decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado. Posteriormente, no dia 19 de junho de 2015, também foi decretada a greve por tempo indeterminado dos docentes da UEPB. Ou seja, as duas instituições na qual estávamos trabalhando, entraram em greve sem perspectiva de retorno. Esperamos alguns dias para acompanharmos o desenrolar dos movimentos grevistas e quando percebemos que não havia perspectiva de retorno em um curto espaço de tempo, tanto por parte da UFPB, quanto da UEPB, decidimos mudar mais uma vez a estratégia para recolha dos dados, uma vez que, por mais que conseguíssemos as respostas dos professores, não teríamos como inquirir os alunos.

Diante desta situação optamos que o percurso mais adequado aos nossos objetivos, seria inquirir os professores por entrevista e fazer análise dos grupos de Facebook que esses professores mantinham com informações e conteúdos das disciplinas ou de algum projeto que eles possuíssem com fins acadêmicos. A escolha destes professores se deu, em primeiro momento, a partir das respostas ao primeiro questionário enviado e respondido e em seguida por contato via telefone, e-mail ou Facebook, onde também perguntamos sobre a existência de grupo no Facebook para as disciplinas ou projetos encabeçados por eles.