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Recurso Dinâmico e Inovador

1.ª PARTE: CATEGORIAS DE ANÁLISE E QUADRO TEÓRICO

4.4 A Potencialidade das Imagens de Satélite como Recurso

4.4.3 Recurso Dinâmico e Inovador

Estudos de Drapeau (1996) referem que a taxa de retenção de uma informação e a facilidade em fazer a sua evocação é diretamente proporcional à atenção desenvolvida no momento em que essa informação é recebida. Logo, consideramos que as imagens têm a capacidade de cativar a atenção, e sabemos que têm, elas devem constituir os primeiros documentos sobre os quais devem ser exercidas as faculdades de observação e memória, de sensibilidade e imaginação. As imagens deverão servir não de distração para os olhos, mas de meios para uma observação atenta (Duborgel, 1992), ser a base que permita um maior apelo à observação. Para que tal aconteça, diminuindo os riscos de más interpretações por parte dos alunos, o professor deve alfabetizá-los visualmente.

As imagens de satélite como recurso no processo de alfabetização visual desenvolvem as capacidades perceptivo-visuais mediante atividades como a leitura analítica de imagens. O alfabeto visual constitui uma ferramenta básica da educação perceptiva desde dois pontos: educar para analisar criticamente as mensagens visuais, educar para compor mensagens icónicas ou combiná-las com outras linguagens (Ortega e Carrillo, 1997).

Da mesma opinião são Rodríguez Diéguez; Barrio, et al. (1995), para quem o ensino com as imagens leva os alunos a aprender o seu conteúdo e ser capaz de traduzi- lo em linguagem verbal; codificá-las, isto é, ser capaz de expressar-se visualmente para comunicar com os demais.

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As imagens de satélite como recurso forma o olho exigente para que perceba com exatidão e minúcia (Vallet, 1977). Tendo presente duas vertentes:

- A leitura denotativa (ou objetiva), consiste na descrição dos objetos, coisas e/ou pessoas no contexto e localização espacial em que se encontram;

- A leitura conotativa (ou subjetiva), que consiste em interpretar a imagem de acordo o marco de referência de cada um, logo permite uma leitura própria.

Para um correto uso das imagens como recurso Aparici & García-Matilla (1998), propõem diferenciar uma fase objetiva, dedicada à análise dos elementos básicos da imagem (linha, ponto, forma, luz, cor, tom, enquadramento…), uma descrição conceptual da mesma (objetos, pessoas, localizações, ambientes…) e um estudo descritivo global das imagens em função das suas características elementares (iconicidade ou abstração, simplicidade ou complexidade, monossemia ou polissemia, originalidade ou redundância). Esta análise global permite compreender os elementos presentes e as relações que se estabelecem. Posteriormente, é necessário realizar uma leitura subjetiva da imagem baseada nas conotações e nas suas potencialidades interpretativas.

Fonseca e Oliva (2007) destacam que as imagens de satélite podem oferecer muito, já que o produto que elas apresentam ultrapassa de longe o que o olho humano pode ver. Tanto horizontalmente – que seria o planeta todo em sua simultaneidade quanto verticalmente – aprofundando-se numa área, num lugar.

Da mesma forma, Saussen e Machado (2004):

Salientam que o uso de imagens de satélite como recurso em sala de aula contribui para uma didática mais significativa na educação escolar, porque promove a realização de aulas mais diversificadas e atrativas, nas quais o aluno poderá se sentir mais motivado, pois é possível estudar o espaço geográfico da própria região com imagens de satélite que permitem identificar o uso e cobertura do solo, o desenho urbano, os impactos ambientais, entre outros aspectos e, a partir disso, propor possíveis soluções, dando ao aluno maior compreensão dos processos atuantes na sociedade em que vive. (p.1486).

108 5 Parâmetros Curriculares Nacionais

No Brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais são diretrizes elaboradas pelo Governo Federal com o objetivo principal de orientar os educadores por meio da normatização de alguns fatores fundamentais concernentes a cada disciplina. Esses parâmetros abrangem tanto a rede pública, como a rede privada de ensino, conforme o nível de escolaridade dos alunos. Sua meta é garantir aos educandos o direito de usufruir dos conhecimentos necessários para o exercício da cidadania. Embora não sejam obrigatórios, servem como norteadores para professores, coordenadores e diretores, que podem adaptá-los às peculiaridades locais (Brasil,1998).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais são a referência básica para a elaboração das matrizes curriculares, foram elaborados para difundir os princípios da reforma curricular e orientar os professores na busca de novas abordagens e metodologias. Eles traçam um novo perfil para o currículo, apoiado em competências básicas para a inserção dos jovens na vida adulta; orientam os professores quanto ao significado do conhecimento escolar quando contextualizado e quanto à interdisciplinaridade, incentivando o raciocínio e a capacidade de aprender.

Segundo as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais o currículo está sempre em construção e deve ser compreendido como um processo contínuo que influencia positivamente a prática do professor. Com base nessa prática e no processo de aprendizagem dos alunos os currículos devem ser revistos e sempre aperfeiçoados (Brasil,1998).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério de Educação e Cultura do Brasil destaca como fundamental que a sociedade deve impor regras ao crescimento, à exploração e à distribuição dos recursos de modo a garantir a qualidade de vida daqueles que deles dependam e dos que vivem no espaço do entorno em que são extraídos ou processados.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais destacam que cabe à escola possibilitar a educação continuada, oriunda de um planejamento sistemático, para os educandos do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano). Além disso, não se pode

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visualizar a educação como algo simplista, mas sim como algo que envolva os alunos no meio social, político e histórico do país. Tudo isso, sempre buscando a cidadania, o entendimento dos direitos e deveres de cada um (Brasil,1998:52).

Tendo como característica principal a abrangência nacional, os Parâmetros Curriculares Nacionais passam a garantir a todo aluno do 6º ao 9º ano (nosso campo de pesquisa) o acesso ao conhecimento elaborado para que ela possa usufruir do exercício da cidadania. Da mesma forma, possibilita que um aluno de qualquer lugar do Brasil, do interior ou do litoral, de uma grande cidade ou da zona rural tenha o direito de aprender, assegurado pelo Estado.

Embora a educação básica seja assegurada por lei, torna-se necessário garantir a todos o acesso ao conjunto dos bens públicos, entre os quais se insere o dos conhecimentos socialmente relevantes. Além disso, é preciso que se valorize a utilização crítica e criativa dos conhecimentos e não somente um acúmulo de informações e conteúdo. Mesmo porque os Parâmetros Curriculares Nacionais não se apresentam como um currículo mínimo comum ou um conjunto de conteúdos obrigatórios de ensino.

O Ministério de Educação e Cultura organizou os Parâmetros Curriculares Nacionais em dez volumes – referentes a cada área de conhecimento definidas por ciclos –, incluindo um documento introdutório e um volume referente aos temas transversais (os quais envolvem assuntos relativos a ética, meio ambiente, saúde, orientação sexual, pluralidade cultural e trabalho e consumo).

Os temas transversais dizem respeito às grandes questões sociais que afligem a humanidade na era contemporânea, não devendo ser abordados como mais uma disciplina escolar, e sim como um conjunto de temas que aparecem transversalizados, permeando a concepção das diferentes áreas, seus objetivos, conteúdos e orientações didáticas (Brasil 1998:65).