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Rede de Comunicação e Acesso a Recursos Estratégicos

4.6 CONSIDERAÇÕES GEOPOLÍTICAS DO EQUADOR EM 1941

5.2.4 Rede de Comunicação e Acesso a Recursos Estratégicos

As rotas de comunicação se desenvolveram principalmente nas regiões costeira

e montanhosa. Em 1941, foi concluída com asfalto a rodovia Pan-Americana, o que

permitiu que a região Norte fosse ligada à região Sul, e daí se impulsionou a

construção de estradas na região amazônica e no interior do país. As estradas

chegavam aos principais rios, ligando a selva ao país.

O Leste é banhado por grandes rios como o Marañón, Amazonas, Ucayali,

Huayagalla e Rio Ene, os quais constituíam os principais meios de comunicação. As

aldeias eram estabelecidas às margens dos rios, e o comércio e o intercâmbio eram

realizados por esse meio. A rede ferroviária peruana iniciou seu desenvolvimento no

ano de 1851 e chegou a ter 4.500 quilômetros de extensão, o que ligava as principais

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cidades. Seus principais trechos eram o norte, central e sul e esse meio permitiu o

desenvolvimento do comércio e, principalmente, da produção mineira no sul.

Grandes obras de infraestrutura foram executadas entre as décadas de 1930 e

1940 no Peru, como os projetos de irrigação e barragens. A indústria siderúrgica

também foi criada, impulsionando o desenvolvimento e o progresso do país.

5.3 FATOR ECONÔMICO

Em 1940, a economia internacional continuo a enfrentar os déficits da recessão

e sofria com o impacto da guerra na Europa. Na América Latina, o impacto foi sentido

na redução do intercâmbio comercial e na compra de matérias-primas. Surge, então,

um excedente de produção que procura realizar suas vendas através de acordos

comerciais.

Para o Peru, a situação econômica foi bastante satisfatória devido à relação

existente entre os custos dos produtos que subiram e a moeda em baixa. A extração

do ouro, o crescimento da industrialização e a construção de estradas permitiram a

abertura de novos mercados para o consumo interno e para as exportações.

Os principais centros de desenvolvimento do Peru estão localizados nas cidades

costeiras de Piura, Chiclayo, Trujillo e Lima. Na região Inter andina, Huancayo,

Arequipa e Cusco. Enquanto na Amazônia, os polos de desenvolvimento são as

cidades de Iquitos, Moyobamba, Tarapoto e Puerto Maldonado.

5.3.1 PIB em Dólares

O produto interno bruto do Peru em 1941 era de 12.224.875. O país dispunha de

grandes recursos agrícolas e minerais, propiciando sua expansão industrial e

comercial. A cotação do dólar era de US $ 1 a 6,50 soles peruanos.

5.3.2 Produção

No Peru, como em grande parte dos países latino-americanos, estabeleceu-se

o modelo agroindustrial – produção e exportação de matérias-primas e alimentos, e

sua produção industrial. Os governos, na era republicana, fortaleceram esse setor,

tomando medidas que promoviam o desenvolvimento econômico, como a proteção

industrial, a exploração do látex e do aço. Em 1940 foi impulsionado o setor de

mineração, e buscou-se melhorar o controle desse setor com a criação de instituições

de mineração nacionais.

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Os principais portos marítimos do Peru foram: Callao, Paita, Salaverry,

Chimbote, San Martin e Matarani. O comércio marítimo impulsionou o intercâmbio de

produtos e o comércio exterior de diferentes setores, sendo um deles o

desenvolvimento do setor pesqueiro. As diferentes zonas climáticas permitem uma

grande variedade de produtos para apoiar o sistema agrícola especializado e no litoral

foi destaque a produção de algodão, cana-de-açúcar, arroz e frutas. Nas montanhas

são produzidos milho, trigo, quinoa e batatas, enquanto na floresta tropical produz-se

café, chá e cacau.

Quanto à pecuária peruana, há produção nacional e exportação dos

remanescentes. As alpacas são camelos muito ligados à cultura indígena, dos quais

se aproveitam sua carne e sua lã para industrialização. De acordo com o banco de

reservas do Peru, a relação de importações e exportações em 1940 e o intercâmbio

comercial do país com o exterior foi muito favorável para o desenvolvimento das

relações comerciais. De acordo com o relatório da Superintendência Geral da

Alfândega do Peru en 1941, o valor total do comércio especial do Peru no ano 1941

foi de 725 milhões de soles de ouro, produto de 2.243.946 toneladas de produtos.

5.3.3 Geração de Energia

Em 1884 foi criada a primeira Usina Hidrelétrica peruana, no assentamento de

mineiro de Tarija, em Ancash. Em seis de agosto de 1895, foi ativada a transmissão

de energia da usina de Santa Rosa pelo rio Rimac, que em 1902 já atendia à demanda

dos 115.000 habitantes da cidade de Lima. Em 1938, a usina de Callhuanca foi

inaugurada com uma potência de 36.750 KW, sendo o Peru um dos países com maior

cobertura de energia na região.

5.3.4 Recursos Naturais

O Peru possuía grandes recursos naturais, os quais eram utilizados no

desenvolvimento do país, sobretudo a região costeira, que dispõe de muitos frutos do

mar, uma vez que a produção marítima é favorecida pelas correntes marítimas de

Humboldt. Dessa forma, a produção de pescados e de produtos derivados, como a

farinha de peixe, são altamente comercializados e sustentam o desenvolvimento de

diversas áreas.

Quanto à biodiversidade, há uma grande riqueza. O país possui espécies

tradicionais, como tarouca e vicunha, que estão intimamente ligadas à cultura da

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região Inter andina. Quanto aos minerais metálicos, são majoritariamente encontrados

no subsolo peruano o cobre, ouro, zinco e chumbo; ao passo que os principais

minerais não metálicos são o petróleo e o carvão. A produção mineira permite que o

Peru seja reconhecido como um país com grande capacidade operacional e suas

principais áreas produtivas são Tumbes e Ucayali, as quais constituem polos de

desenvolvimento.

As florestas Amazônicas permitem o desenvolvimento da grande biodiversidade,

dos ecossistemas, da vegetação e dos animais. A colonização e o crescimento

populacional exigem maior consumo de recursos naturais, mas o Peru tem uma

grande vantagem por ter longas extensões de terra com matérias-primas, minerais e

hidrocarbonetos, os quais projetaram seu desenvolvimento (MENDOZA, 2017).

5.4 FATOR PSICOSSOCIAL