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A escola onde se desenvolveu esta investigação é da rede pública estadual de ensino e oferece o EMP. O Instituto Estadual de Educação Professor Osmar Poppe, encontra-se localizado na região noroeste do estado, em São Luiz Gonzaga, na região das Missões, e tem como entidade mantenedora o Estado do Rio Grande do Sul – Secretaria Estadual da Educação - 32ª CRE, localizada na Rua Júlio de Castilhos, nº 2245. Foi criada em nove de abril de 1964 e recebeu o nome de Escola Prof. Leovegildo Paiva, pelo Decreto nº 32.125 de 24 de dezembro de 1985. A Escola de 1º Grau Professor Leovegildo Paiva, foi transformada em Escola Estadual de 1º e 2º Graus Professor Leovegildo Paiva, com base no Parecer nº 580/85 - CEE. Mas em 2000, através da Portaria de designação nº 244 de dezoito de setembro, a Escola passou a designar-se Instituto Estadual de Educação Professor Osmar Poppe (PPP, 2013, p.14).

O Instituto Estadual de Educação Professor Osmar Poppe tem por base uma educação e proposta pedagógica democráticas e humanísticas, que favorecem a construção de aprendizagens significativas, para que o educando adquira espírito crítico e participativo, capaz de interagir e exercer a cidadania na sociedade e no mundo do trabalho (REGIMENTO ESCOLAR, 2013, p. 3).

A referida instituição é a única escola em São Luiz Gonzaga que mantém o Curso Normal Magistério e, desde 2005 também realiza o curso Pós Médio, para alunos formados em outras modalidades. Possui atualmente 686 alunos, distribuídos em três turnos: manhã, tarde e noite. Para atender esta clientela o Instituto conta com um diretor com carga horária de 40 horas semanais, três vices - diretores e equipe pedagógica formada por três coordenadores pedagógicos e três orientadores educacionais. Ao todo são 56 docentes, sendo que 36 são nomeados e 20 são contratos emergenciais. Dispõe de 13 servidores para a manutenção de infraestrutura que possibilita, a toda comunidade escolar, condições de usufruir de um espaço adequado ao seu desenvolvimento pedagógico, contribuindo para que o ambiente ofereça condições de higiene e conservação, e pela ação educativa favoreça a construção de hábitos saudáveis no espaço de convivência.

O prédio escolar é amplo e oferece um grande pátio arborizado; parquinho infantil; duas quadras de esportes; pista de atletismo; quadra de areia; campo de futebol; pátio

coberto; 14 salas de aula; sala de diretoria; sala de professores; sala das supervisoras e vice- diretoras; sala da orientação e coordenação; laboratório de informática; laboratório de ciências; quadra de esportes descoberta; cozinha e refeitório; biblioteca; salão de eventos; banheiros; sala da secretaria; almoxarifado; data show em um 1/3 das salas de aula, atendimento educacional especializado – AEE; sala do curso normal.

Enfim, a instituição oferece uma infraestrutura que possibilita desenvolver um excelente trabalho escolar, permitindo formar cidadãos participativos, responsáveis, criativos e críticos, pois partimos do princípio de que ela atua como um local de socialização cultural, valorizando e estimulando os saberes, com vistas ao desenvolvimento pleno do educando. É um local que proporciona a socialização dos alunos, e um ambiente que torna possível a criticidade, desenvolvendo novas visões de mundo, conscientizando sobre direitos e deveres, favorecendo a participação ativa e consciente do indivíduo em sociedade e ainda estimulando a vivência da cidadania plena.

A comunidade escolar é caracterizada, em sua maioria, por famílias cuja renda oscila de um a cinco salários mínimos, residindo na sua grande maioria na zona urbana de São Luiz Gonzaga e também oriunda de outros municípios. A participação dos pais na escola é ainda meta a ser aprimorada pela instituição, embora a maioria participe das reuniões destinadas a discussões sobre interesse geral ou quando se trata exclusivamente de questões pedagógicas, ou seja, sobre o rendimento escolar dos filhos, dentre outros assuntos. A faixa etária dos alunos atendidos por este estabelecimento de ensino varia de 6 a 60 anos de idade.

A escola disponibiliza vários espaços e recursos aos alunos e professores. Embora ainda precise melhorar em alguns aspectos como a sala dos professores. Este espaço é amplo, possui computadores disponíveis e acesso à internet, TV, sofás, é utilizada para as formações e planejamentos dos professores nas suas horas atividades e para estudo por áreas do conhecimento durante a semana com a coordenação. Contudo, a sala também é um local para a descontração e descanso entre uma aula e outra, de movimento constante, portanto não é um ambiente adequado para concentrar-se em uma atividade que exige estudo, leitura e concentração.

Nosso educandário possui alunos no Atendimento Educacional Especializado em uma faixa etária que varia dos 6 (seis) aos 16 (dezesseis) anos de idade, todos advindos do meio urbano. Algumas questões precisam ser aperfeiçoadas para este fim, como a acessibilidade para a aluna cadeirante (do 2º Ano do EMP) deslocar-se até o segundo piso do educandário que dá acesso ao Laboratório de Informática, de Ciências da Natureza e ao salão de eventos da escola. Tem sido um desafio à estudante participar das atividades que

ocorrem nesses lugares, pois ela necessita do auxílio dos outros alunos para ser levada até os referidos ambientes (PPP, 2013, p.16).

Este educandário, até junho do ano de 2015, oferecia o Programa Mais Educação a cento e dez alunos (110) que participavam de oficinas de Educação Física (xadrez, tênis de mesa, capoeira); canto coral; oficina de artesanato; rádio escola; acompanhamento pedagógico - letramento e matemática. Oferecia 7 horas de efetivo trabalho escolar aos educandos do ensino fundamental.

A escola também participava do Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI). Programa ofertado pelo Ministério da Educação, com o objetivo de proporcionar a melhoria da qualidade do Ensino Médio nas escolas públicas estaduais, além de colaborar na consolidação das políticas de fortalecimento do Ensino Médio e de promover inovações pedagógicas nas escolas públicas, fomentando as mudanças necessárias na organização curricular desta etapa educacional e o reconhecimento da singularidade dos sujeitos que atende. O ProEMI foi apresentado pelo Ministério da Educação, aos estados, em setembro de 2009, mas em 2011 foi reestruturado com o propósito de reorientar os currículos da Educação Básica, e induzir a implementação das novas DCNEM. Nesse sentido, o ProEMI passou a ser,

uma das estratégias de discussão na perspectiva de integrar os componentes curriculares de cada área do conhecimento e entre áreas, pois o problema principal não se apresenta pela quantidade de disciplinas, mas pelo excesso e pela sobreposição de conteúdos desarticulados no currículo da escola (GARCIA, 2013, p. 60)

Este educandário participava desde 2014, do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, ofertado no país por meio da Portaria Ministerial nº 1.140, de 22 de novembro de 2013. Contemplava, dentre outras, a ação de formação continuada dos professores e coordenadores pedagógicos de Ensino Médio por meio da colaboração entre Ministério da Educação, Secretarias Estaduais de Educação e Universidades. O objetivo central era contribuir para o aperfeiçoamento da formação continuada de professores a partir da discussão das práticas docentes à luz das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – DCNEM (Resolução CNE/CEB n° 2, de 31 de janeiro de 2012).

Para a realização da primeira e segunda etapa da Formação Continuada, foram usados Cadernos Temáticos. A primeira etapa da Formação Continuada trouxe como eixo condutor “Os Sujeitos do Ensino Médio e a Formação Humana Integral” e a segunda etapa, “A organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio e Áreas de Conhecimento do Ensino Médio” em consonância com as proposições das DCNEM. Foram realizados vários encontros de estudo, realizada a leitura e a reflexão dos cadernos de todas as áreas por todos

os professores que participavam da formação do Pacto, considerando o objetivo de aprofundar as discussões sobre a articulação entre conhecimentos das diferentes disciplinas e áreas, a partir da realidade escolar. Cada professor participante recebia uma bolsa de incentivo no valor de duzentos reais mensais (R$ 200,00). Foram momentos de muita aprendizagem, trocas de experiências, e a oportunidade do diálogo, comunicação e estudo.

Também marcou o cotidiano da escola e professores no ano de 2013 e 2014 a Formação Continuada dos Trabalhadores em Educação da Região Macromissioneira8 do Rio Grande do Sul, no qual foram organizados Grupos de Trabalho (GTs), Gestão, de Alfabetização e Letramento, Linguagens, Seminário Integrado, Matemática, Educação de Jovens e Adultos, Educação do Campo, Ciências Humanas, Funcionários de Escola, Educação Profissional e Curso Normal. Os GTs eram assessorados por instituições de ensino superior, com encontros mensais e com a participação de representantes das escolas estaduais e municipais da região. O programa foi coordenado pela Universidade Federal Fronteira Sul, campus Cerro Largo, RS.

Os encontros possibilitaram realizar a interlocução entre diferentes atores, “a socialização e sistematização de práticas e pesquisa-ação, [...] buscando a superação das situações problemáticas, e promovendo o protagonismo dos educadores neste processo, incluindo a produção escrita de artigos e relatos de experiência”, os quais posteriormente foram organizados e publicados em um livro, o qual teve o lançamento no ano de 2015 (AZEVEDO, 2015, p. 6). O propósito do programa confirma o potencial intelectual, crítico- reflexivo, e o protagonismo vivenciado pelos profissionais e trabalhadores em educação, conforme argumentos de Gastaldo e Arenhart (2015, p.7), “quando os profissionais da educação têm perspectivas de publicação de suas ideias, propostas e ações, eles são capazes e estão dispostos a teorizar e produzir escritas a partir de e em função de suas práticas pedagógicas”.

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O programa de Formação Continuada dos Trabalhadores em Educação da Região Macromissioneira foi pensado de forma coletiva desde março de 2011 sob a coordenação da UFFS – Campus de Cerro Largo. A Região Macromissioneira compreende os Municípios da 9ª CRE de Cruz Alta, 14ª CRE – Santo Ângelo, 17ª CRE – Santa Rosa, 21ª CRE – Três Passos, 32ª CRE – São Luiz Gonzaga e 36ª CRE – Ijuí. Participaram da proposta as universidades comunitárias da região como: UNIJUÍ, UNICRUZ, SETREM, URI e IESA, bem como o Instituto Federal Farroupilha Campus de Panambi, Santo Augusto e Santa Rosa. Participaram efetivamente as Secretarias Municipais de Educação, a promotoria de Justiça Regional e oito núcleos do CPERS sindicato. A proposta visava à formação dos trabalhadores e trabalhadoras em educação de forma continuada a partir de suas demandas surgidas no chão da escola e contribuição da academia local. Para isso foram organizados vários Grupos de Trabalho onde todos e todas foram inseridos em um grande processo de formação que aproximou os educadores dos pesquisadores do poder público, da justiça e do movimento sindical, chegando ao interesse fim que é um professor mais qualificado e um estudante que aprende com mais facilidade.

Neste sentido, em sua formatação privilegiou-se a promoção de espaços de troca, de diálogo e de reconhecimento dos pares, objetivo alcançado através da criação de Grupos de Trabalho que se constituíram a partir das áreas epistêmicas, sob a regência de um professor universitário. Os professores coordenadores de SI das escolas, que participaram do GT de Seminário Integrado da 32ª Coordenadoria Regional da Educação, por exemplo, tiveram a oportunidade de encontrar-se quatro dias, por dois turnos de atividades.

No entanto, com as eleições de 2014, para governador do Estado do Rio Grande Sul, tivemos novamente mudanças administrativas no Estado e consequentemente na Secretaria de Educação. Esse processo gerou de certa forma uma desmobilização e descontinuidade do processo de reforma curricular que vinha sendo implantado nas escolas, ou seja, muitos projetos políticos não tiveram continuidade e incentivo, evidenciando que a qualificação da educação, do ensino na realidade local e regional, não é considerada. Também, não foi apresentado outro projeto educacional para continuar ou melhorar os que estavam em vigência na área da educação, assim como os projetos do SI, que estavam sendo desenvolvidos nas escolas estaduais e incentivando a pesquisa científica escolar, não foram revogados pelo atual governo. Na prática, os projetos de SI foram abandonados e as horas aulas foram reduzidas. Nesse processo inovador, só precisávamos de incentivo para a continuidade do mesmo, pois parece que os gestores desconhecem que existem conhecimentos e experiências de professores e estudantes, sujeitos de direitos e não apenas consumidores de políticas governamentais.

O EMP na escola foi estruturado, em 2016, com cinco períodos diários, com duração de 50 minutos cada e carga horária semanal de 30 horas, total anual 1000h e total do curso de 3000 h. Devido à implantação do Ensino Médio Politécnico em 2012, algumas disciplinas perderam um período de hora aula. O Ensino Religioso oferecido passou fazer parte do 1º ano, apenas aos alunos optantes (04 horas mensalmente), e foi acrescentado na grade curricular o SI, que ficou assim definido, conforme dados informados pela secretaria da escola, de acordo com o Quadro 1 abaixo:

Quadro 1: Grade Curricular do SI no EMP (Vigência no ano de 2012 e 2013). CONTEÚDOS CURRÍCULARES 1º ANO (2012) 2º ANO (2013) PERÍODOS SEMANAIS TOTAL DE PERÍODOS CH TOTAL PERÍODOS SEMANAIS TOTAL DE PERÍODOS CARGA HORÁRIA TOTAL SEMINÁRIO INTEGRADO 3 120 100 7 280 233 CIENCIAS HUMANAS FILOSOFIA 1 40 33 1 40 33 GEOGRAFIA 2 80 67 2 80 67 HISTÓRIA 2 80 67 2 80 67 SOCIOLOGIA 1 40 33 1 40 33 ENSINO RELIGIOSO 1 40 33 - - - CIÊNCIAS DA NATUREZA BIOLOGIA 2 80 67 2 80 67 FÍSICA 2 80 67 2 80 67 QUÍMICA 2 80 67 2 80 67 LINGUAGENS ARTE 1 40 33 - - - EDUCAÇÃO FISICA 2 80 67 2 80 67 LITERATURA 2 80 67 1 40 33 LINGUA ESPANHOLA 1 40 33 1 40 33 LINGUA INGLESA 1 40 33 1 40 33 LINGUA PORTUGUESA 3 120 100 3 120 100 MATEMÁTICA MATEMÁTICA 4 160 133 3 120 1100

Fonte: Instituto Estadual de Educação Professor Osmar Poppe - 09/09/16. Base Curricular: E.M. P. Formação Geral- 2012 e 2013.

Conforme a grade curricular da escola, no ano de 2012, quando teve início a nova proposta curricular, o primeiro ano do EMP tinha 3 períodos semanais para trabalhar o SI (Seminário Geral - 3 horas semanal). Os componentes curriculares da área das Ciências da Natureza (Química, Física e Biologia), que anteriormente tinham 3 períodos semanais, perderam 1 período cada um. Já no segundo ano (2013) do EMP, as turmas de 2º Ano foram contempladas com 7 períodos semanais para o SI, assim distribuídos: Seminário Geral - 3 horas aulas semanais e 1 hora aula na Área de Linguagens, 1 hora aula para Ciências Humanas, 1 hora aula na Área de Ciências da Natureza e 1 hora na Área de Matemática. Já no ano de 2014, tivemos a primeira turma concluinte de 3º ano do EMP, e o SI estava assim organizado, conforme Quadro 2 abaixo.

Quadro 2: Grade Curricular do SI no EMP (Vigência a partir de 2014).

CONTEÚDOS CURRICULARE

S

1º ANO 2º ANO 3º ANO

Períodos Semanais Total De Períodos CH Total Períodos Semanais Total de Períodos CH Total Períodos Semanais Total de Períodos Carga Horária Total SEMINÁRIO IINTEGRADO 4 160 133 7 280 233 8 320 267 CIENCIAS HUMANAS FILOSOFIA 1 40 33 1 40 33 1 40 33 GEOGRAFIA 2 80 67 2 80 67 2 80 67 HISTÓRIA 2 80 67 2 80 67 2 80 67 SOCIOLOGIA 1 40 33 1 40 33 1 40 33 CIÊNCIAS DA NATUREZA BIOLOGIA 2 80 67 2 80 67 2 80 67 FÍSICA 2 80 67 2 80 67 2 80 67 QUÍMICA 2 80 67 2 80 67 2 80 67 LINGUAGENS ARTE 1 40 33 EDUCAÇÃO FISICA 2 80 67 2 80 67 2 80 67 LITERATURA 2 80 67 1 40 33 1 40 33 LINGUA ESPANHOLA 1 40 33 1 40 33 1 40 33 LINGUA INGLESA 1 40 33 1 40 33 1 40 33 LINGUA PORTUGUESA 3 120 100 3 120 100 2 80 67 MATEMÁTICA MATEMÁTICA 4 160 133 3 120 100 3 120 100

Fonte: Instituto Estadual de Educação Professor Osmar Poppe- 09/09/16. Base Curricular: EMP Formação Geral- 2014.

Esta organização para o SI na escola possibilitou que realmente fosse trabalhado o SI, articulando-o com as áreas do conhecimento. Pela tabela, verifica-se que semanalmente tinha-se um tempo significativo para a investigação acontecer. No primeiro ano de SI, as aulas foram organizadas no turno da tarde e nos anos seguintes no turno da manhã e da noite. A área das linguagens tinha um período no primeiro ano e segundo ano, e dois no terceiro ano do EMP, para se trabalhar produção textual com os alunos. Todos os períodos de aula de SI são presencias, salvo os alunos que apresentam justificativa por motivos da realização de algum curso ou por trabalho. A eles são oferecidas atividades complementares à distância.

No ano de 2016, tivemos mudanças novamente na grade curricular do EMP, e o SI ficou apenas com dois períodos na carga horária semanal, para cada ano do Ensino Médio e o professor coordenador ficou sozinho para desenvolver a pesquisa. Assim, aumentou um período semanal em alguns componentes curriculares como: Química, Física, Língua Portuguesa, Ensino Religioso.

Quadro 3: Grade Curricular do SI no EMP (Vigência no ano de 2016).

CONTEÚDOS CURRÍCULARES

1º ANO 2º ANO 3º ANO

Períodos Semanais Total de Períodos CH Tota l Períodos Semanais Total de Períodos CH Total Períodos Semanais Total de Períodos CH Total SEMINÁRIO INTEGRADO 2 80 67 2 80 67 2 80 67 CIENCIAS HUMANAS FILOSOFIA 1 40 33 1 40 33 1 40 33 GEOGRAFIA 2 80 67 2 80 67 1 40 33 HISTÓRIA 2 80 67 2 80 67 1 40 33 SOCIOLOGIA 1 40 33 1 40 33 1 40 33 ENSINO RELIGIOSO 1 40 33 1 40 33 1 40 33 CIÊNCIAS DA NATUREZA BIOLOGIA 2 80 67 2 80 67 2 80 67 FÍSICA 2 80 67 3 120 100 3 120 100 QUÍMICA 2 80 67 3 120 100 3 120 100 LINGUAGENS ARTE 1 40 33 - - - - EDUCAÇÃO FISICA 3 120 100 2 80 67 2 80 67 LITERATURA 1 40 33 1 40 33 1 40 33 LINGUA ESPANHOLA 1 40 33 1 40 33 2 80 67 LINGUA INGLESA 1 40 33 1 40 33 2 80 67 LINGUA PORTUGUESA 4 160 133 4 160 133 4 160 133 MATEMÁTICA MATEMÁTICA 4 160 133 4 160 133 4 160 133

Fonte: Instituto Estadual de Educação Professor Osmar Poppe- 09/09/16. Base Curricular: E.M. P. Formação Gera- 2016.

Neste contexto, a contribuição da escola como um todo e da comunidade escolar são fundamentais nesse processo de pesquisa escolar. A comunidade escolar precisa estar aberta às inovações e modificações que a proposta traz, pois, não é somente educador e estudantes que fazem parte do processo de aprendizagem. Por isso, as ações desenvolvidas pela escola, ancoradas em seu PPP, precisam ser coerentes com a proposta em desenvolvimento, considerando os alunos sujeitos participantes e construtores do seu conhecimento, para que a pesquisa possa fazer parte do fazer pedagógico do professor e também da vida do aluno.

Conforme aponta o PPP da instituição, o grande desafio da escola, para viver na sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem, enfrentando às necessidades contemporâneas, é não dispensar o planejamento cuidadoso, o fazer educativo, a imaginação criadora e o espírito de equipe, pois o compromisso do professor e de todos os atores sociais envolvidos é bastante amplo. É necessário que se contribua em todos os momentos para que a escola seja um lugar de crescimento e humanização, comprometida com a melhoria da qualidade do ensino e dos sujeitos imbricados, por isso, é preciso “acolher, oferecer e

proporcionar todo tipo de condição para que quem nela entre, sinta prazer e possa nela permanecer” (PPP, 2013, p.35). Segundo o PPP (2013, p. 8), isso pressupõe:

oportunizar uma educação de qualidade que prepare o educando numa perspectiva histórico-cultural emancipatória, permitindo melhor compreensão da realidade pela construção e reconstrução compartilhada do conhecimento, da investigação científica, da integração aos avanços tecnológicos a fim de que seja capaz de transpor seus conhecimentos a novas situações, promovendo a inserção social e a cidadania articulando áreas do conhecimento e suas tecnologias, numa constante relação entre teoria e prática.

Como todo documento, o PPP de uma escola tem a finalidade de nortear as ações pedagógicas, a organização e execução do planejamento pedagógico da instituição, assegurando a gestão democrática, caracterizada pela elaboração coletiva e participativa da comunidade escolar, onde todos os personagens direta ou indiretamente, são responsáveis pelo seu êxito. É um documento norteador importante, é antes de tudo, a expressão da autonomia da escola no sentido de formular e executar sua proposta de trabalho, identificar e solucionar problemas que interferem no processo de ensino e de aprendizagem, fruto do cotidiano escolar e das implicações individuais e coletivas, e que reflete a expressão de uma ou outra concepção educacional.

Cada escola registra sua história por meio do PPP, o qual é um processo contínuo, inacabado que vai sendo construído ao longo de cada instituição de ensino. Esta caminhada permite à escola a construção de sua identidade. Abrange visões e posições num processo educativo de construção coletiva e emancipatória, ou seja, um movimento de reflexão e discussão, sobre os problemas escolares, o trabalho pedagógico, o processo de ensino e aprendizagem, a avaliação escolar e sobre a formação continuada dos professores. Enfim, buscam-se soluções e alternativas, por meio de ações colaborativas da equipe pedagógica e do corpo docente comprometido com a ação pedagógica e, com os objetivos que pretende seguir no processo de formação de cidadãos críticos e participativos.

Portanto, não basta à escola ter uma PPP e um RE, é preciso que estas sejam condizentes com a realidade da comunidade escolar e com as exigências do mundo contemporâneo. É importante à escola ter claro e bem explicitado os rumos e caminhos que pretende seguir, visando alcançar os objetivos e compromissos com uma educação comprometida, cooperativa e ética no processo educativo. Além disso, é preciso “ter como meta o desejo de construir uma escola que assuma o diálogo, a participação e a solidariedade como princípios básicos de sua proposta de trabalho, que tenha ousadia de assumir a utopia da transformação” (PPP, 2013, p.21). Nesse sentido, concordo com a pesquisadora argentina

Patricia Sadovski 9 (2015), quando ela afirma, em uma entrevista, que “a escola deve ser encarada como um espaço de trabalho e de reflexão. Trata-se de uma sugestão concreta para as políticas públicas de Educação: precisamos programar espaços de reflexão nas escolas”.

O Instituto Estadual de Educação Professor Osmar Poppe busca definir um currículo que procura resgatar o sentido da escola como espaço de desenvolvimento e aprendizagem, organizar os conteúdos a partir da realidade e do entendimento do mundo, contemplar ações necessárias para a inclusão de todos os alunos no processo de ensino e aprendizagem e na organização da escola. Busca a construção de uma educação mais inclusiva, sustentável e humana, ao contemplar a realidade e o contexto no qual se insere, seguindo as