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Todos temos uma história, uma lembrança para contar, e muitas são as histórias, experiências, sujeitos e os cenários que compõem a minha trajetória como docente. Neste tópico, descrevo sobre minha trajetória como docente pesquisadora, as experiências, inquietações e preocupações que surgiram ao longo da minha formação acadêmica e profissional, na qual me constituí professora de Química. Escrever sobre nossas próprias experiências e formação é um exercício significativo de resgate de algumas memórias, dentre tantos outros momentos vividos com alunos e colegas professores de trabalho.

Durante esta caminhada, tenho procurado estudar e entender a complexidade do processo de ensino e aprendizagem nessa nova proposta curricular do EMP e os desafios de ser professora em tempos contemporâneos, na busca do entendimento do papel do professor na ação pedagógica, dos alunos que temos e queremos, pela reflexão e interpretação entendê-las, pois na proposta que se deseja o professor deve ser o autor e ator durante o

processo de ensino e aprendizagem. A atuação do professor como pesquisador em sua ação docente no cotidiano é fundamental, pois remete aos novos olhares, reflexões e compreensão de que nada está pronto e acabado, mas que o ensinar, o aprender e a caminhada de constituição do ser professor/educador exigem processos de construção e reconstrução. Essas e outras inquietudes permitiram que eu continuasse minha constituição como aprendiz pesquisadora de minha prática.

Revisitando minha trajetória (de vida e de formação profissional), percebo que ser professora é reflexo de minha trajetória como aluna, tímida por vezes, curiosa por outras, estudiosa, de boas notas, dedicada e persistente naquilo que acredita. Por isso, contar a minha história e trajetória, dando forma, cor e texto às lembranças das experiências de vida, profissionais e acadêmicas, exige reflexão e significado ao vivido. Relembrar, embora eu não possa reviver as lembranças na íntegra, e poder reconstruir, a partir das concepções de hoje, as experiências de outrora. Falar sobre nós parece ser fácil, mas embarcar nessa viagem é reconhecer-se como viajante, tomar consciência dos encontros e desencontros, das marcas deixadas pelo caminho, das aprendizagens, das dificuldades, das lacunas, das escolhas e daquilo que deixamos de fazer e aprender.

Percebo que poucas vezes em nossa vida, paramos para refletir ou mesmo relembrar o que já vivemos. Assim, muitas coisas passam despercebidas ou são esquecidas com o passar do tempo. A nossa vida nada mais é do que um livro por escrever e, o registro escrito do que fazemos e vivenciamos é parte fundamental do ato de sermos docentes. Assim, a cada dia, escrevemos uma página deste livro e são algumas destas páginas que desejo compartilhar, relembrar aspectos da minha história que possam ilustrar um pouco da trajetória, com destaque para o processo de minha formação pessoal e experiência profissional enquanto educadora. Complementa Kaercher (2013, p.18), “escrever é existenciar o que fazemos no cotidiano da sala de aula. Escrever é parte importante para divulgar o que fazemos e, a partir da leitura criteriosa, continuar a pensar no que fazemos. A reflexão da ação, com a ação e em ação”.

Acredito que é durante o percurso da vida que a gente vai, aos poucos, se constituindo como ser humano, com nossa singularidade, a partir das e nas interações sociais que vivenciamos e estabelecemos em diferentes tempos e contextos da nossa viagem. Na lembrança estão as brincadeiras de infância de domingo à tarde coma vizinhança. Recordo- me que o reconhecimento das boas práticas dos meus professores era espelhado nas brincadeiras, ou seja, eu dava sentido a elas ao reproduzir, embaixo da sombra de grandes pés de laranjeira, uma sala de aula, com professora, alunos e o que mais a criatividade e a

imaginação permitiam. Queria ser sempre a professora, procurava imitar os professores que mais admirava, explicava e inventava coisas diferentes. Foram momentos de alegria e muita diversão.

Minha escolha profissional começa a se delinear em 1989 quando concluí o ensino fundamental e consegui uma bolsa de estudos para estudar e cursar o Magistério no Instituto Nossa Senhora Auxiliadora (INSA), colégio de Freiras no município vizinho em São Luiz Gonzaga, educandário bastante reconhecida na região e onde atualmente, em suas dependências, funciona a Educação Básica e Universidade Regional Integrada (URI). Via o meu sonho de infância sendo realizado. A educação era bastante rígida, carregada de espiritualidade e valores. Esta fase foi muito importante na minha formação como educadora, pois vivenciei uma mudança de paradigmas com relação ao processo de ensino e de aprendizagem em que fui escolarizada, baseado em uma educação positivista. O curso de magistério tinha como base a proposta construtivista, que se encontrava no auge de sua difusão e tinha a aplicação pedagógica dos estudos e pesquisas do suíço Jean Piaget. Realizei meu estágio supervisionado de 360 horas com uma turma de 1ª série de uma escola municipal. Foi um desafio e uma responsabilidade muito grande, alfabetizar crianças de acordo com os aportes teóricos da metodologia Construtivista, segundo Piaget5 e Emília Ferreiro6.

Esta experiência permitiu sentir como é, de fato, uma organização escolar, as necessidades reais das crianças, o currículo e suas implicações no dia a dia da escola e dos sujeitos ali presentes, os primeiros contatos com os documentos escolares: planos de aula, ficha de aluno, relatórios, projeto político pedagógico, planejamento de atividades, projetos etc.

Ingressei no Curso de Licenciatura Plena: Habilitação Ciências no Ensino Fundamental e Química no Ensino Médio, no ano de 1996, regime de férias na UNIJUÍ, em Ijuí, RS, concluindo em 2003. As aulas estavam concentradas nos meses de janeiro, fevereiro e julho, período de férias escolares. Foram anos de muito estudo, dedicação, noites mal dormidas, preocupações, idas e vindas, muitas experiências, aprendizagens, descobertas, dúvidas e questionamentos que aos poucos foram sendo respondidos, e outras lacunas que

5JEAN PIAGET (1896-1980), biólogo, filósofo, psicólogo e epistemólogo suíço, ganhou renome mundial pelos estudos sobre os processos de construção do pensamento nas crianças (assimilação e acomodação) e sobre os períodos de desenvolvimento mental.

6EMILIA FERREIRA (1967), psicóloga e pesquisadora argentina, colaboradora de Jean Piaget. Suas contribuições para a Educação são sobre o Construtivismo e os processos de alfabetização, resultados das pesquisas sobre a psicogênese da linguagem escrita e oral. Livro: FERREIRO, Emilia e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

surgiram ao longo da caminhada devido a esse movimento intensivo de estudo, mas que fizeram parte da caminhada e da constituição da profissão docente escolhida. Percebo que a minha formação inicial realizada desta forma deixou muitas lacunas na aprendizagem do Ensino de Química, pois este sistema de estudo, tornava- se muito desgastante e intenso, com aulas no turno da manhã, tarde e às vezes, noite, não possibilitando, por vezes, uma melhor compreensão, aproveitamento e acompanhamento significativo das aulas. Visto que durante todo esse período não se teve férias escolares, era preciso muita determinação, força de vontade e foco no que realmente se almejava para seguir em frente. Pois, como argumenta Freire, “estudar é um que-fazer exigente em cujo processo se dá uma sucessão de dor, de prazer, de sensação de vitórias, de derrotas, de dúvidas e de alegrias” (2005, p. 41), o que implica assumir o estudo como necessidade e prazer. Ao longo da graduação, o contato direto com a escola e a realidade, as leituras de artigos e o debate com professores qualificados e colegas de curso, as disciplinas de ciências e em especial de Química, me cativaram e fizeram acreditar de fato que eu estava no lugar certo, preparando-me para educar pessoas e exercer a profissão de professora.

Logo que inicie a graduação, fui contratada em caráter emergencial e temporário em 20 horas semanais de trabalho em uma escola municipal, atuando como regente de classe nas disciplinas de Matemática, Ensino Religioso e Educação Física para o ensino fundamental, primeira experiência docente. Foi um grande desafio como aluna, já professora, ensinar e trabalhar com turmas grandes, quase sempre com trinta alunos, preparar as aulas com pouca formação ainda, mas, sobretudo, sabendo que precisava lidar com as inseguranças inerentes a profissão, estudar e pesquisar os conteúdos didáticos específicos das disciplinas a serem trabalhadas, e ainda saber organizar e administrar o espaço/tempo da sala de aula, com competência, considerando a aprendizagem dos alunos, as dificuldades e as capacidades de cada sujeito ali presente.

As grandes questões para mim, ou seja, para quem começa a ensinar e para quem está aprendendo eram: como ensinar essas disciplinas? O que me trazia para a educação? Qual o melhor planejamento? Como eu poderia ensiná-las? Como as crianças aprendem matemática, ciências...? Muitos questionamentos e dúvidas faziam parte da inicial caminhada como professora e que foram molas propulsoras para a busca de uma formação continuada, com o assumir-se professora e aprender a ser professora. Entender que a formação é um processo permanente de construção e reconstrução dos nossos saberes, das aprendizagens, de aprender a aprender, de significar e ressignificar os conhecimentos, na perspectiva de tentar responder as muitas indagações pelas e nas interações com outros

professores, pela mediação de quem ensina e de quem aprende junto, buscando sempre conhecer e entender como o processo de ensino e aprendizagem se desenvolve, em todos os seus aspectos e suas dimensões.

No ano seguinte, já em outro município vizinho, morando com a família, comecei a trabalhar como contratada em uma escola municipal com as disciplinas de Ciências e Educação Agro-ecológica nas turmas de 5ª série a 8º série. Sentia-me mais confiante, realizada, trabalhando com o que realmente gostava, pois estava colocando em prática os conhecimentos e o planejamento de aulas e atividades experimentais que estudava e aprendia na universidade, nas disciplinas específicas do curso. A relação entre teoria e prática começava a fazer sentido. Mas, ao mesmo tempo, me sentia desafiada a não seguir um conteúdo programático. Procurava, então, desenvolver atividades criativas e motivadoras que despertassem a curiosidade e que de alguma forma tivessem relação com a vivência e com o cotidiano daqueles alunos, com a sua comunidade e com questões socioambientais.

Assim que terminei os estágios da Licenciatura em Química, ingressei no curso de Pós- Graduação Lato Sensu em Química, Área: Educação Química7, pela Unijuí. Aprendi muitas coisas, conheci professores inspiradores e motivadores, descobri novas amizades e o quanto é bom e prazeroso a construção do conhecimento. A especialização oportunizou construir novos olhares sobre o ensino da Química, a construção dos conceitos, e proporcionou, também, ampliar as aprendizagens construídas na formação inicial na Licenciatura.

Na sequência, me inscrevi na 32ª CRE (Coordenadoria Regional de Educação) para dar aulas de Química através de contrato emergencial no município de São Luiz Gonzaga. Logo tive a oportunidade de iniciar como docente em Química no Ensino Médio, e a oportunidade de vincular a teoria do universo acadêmico com a prática da realidade escolar, pois, é nas relações sociais com os estudantes em sala de aula, com os outros professores, pela formação contínua e sistemática, que nos constituímos e somos desafiados a superar limites e aprender a lidar com as incertezas e dúvidas. Portanto, o caminho passa pela prática reflexiva da e na ação e pelo processo constante de atualização e o real compromisso com a educação.

Durante minha caminhada até aqui, tive muitos momentos marcantes em minha vida, mas alguns são especiais e gostaria de compartilhar. No ano de 1998 realizei o meu primeiro concurso do magistério para o município de Santo Antônio das Missões, e fiquei

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Título da Monografia: “Significação de conceitos químicos na contextualização ligados ao reaproveitamento de materiais: a mudança necessária no enfoque curricular”. Orientada pelo professor Otavio Aloísio Maldaner – UNIJUÍ.

em primeiro lugar, com direito a escolha de escola, uma emoção única. Em 2005 fui convidada e seguidamente eleita a assumir a direção de uma escola municipal de Santo Antônio das Missões, a mesma em que fui nomeada em meu primeiro concurso e também a escola em que trabalho como docente há 18 anos, nas disciplinas de ciências e matemática.

Desde então tenho trabalhado como professora e atuado em outras escolas também. Iniciei o meu trabalho docente com contrato emergencial no Instituto Osmar Poppe em 2001 e fiquei até 2004, quando me exonerei para assumir a direção da escola Deocleciano Rodrigues da Silva, em Santo Antônio das Missões. Retornei para a escola no ano de 2010 e estou até o presente momento dedicando-me ao Ensino da Química no Ensino Médio Politécnico. Também, durante dois anos, auxiliei os professores do turno da tarde nas atividades do Laboratório de Ciências da nossa escola.

A sala de aula constitui-se num espaço complexo, de interação de diferentes sujeitos. A experiência de sala de aula é muito significativa na vida de um professor, pois nela é possível, principalmente, enriquecer o conhecimento específico e pedagógico, aprimorar os nossos conhecimentos e saberes profissionais. Busco constantemente instrumentalizar minhas aulas, realizar e participar de cursos, encontros e seminários municipais, regionais, pois acredito que somente a formação que recebemos na Universidade não é suficiente para preparar o professor para o cotidiano escolar, mas:

a articulação entre a universidade e escola favorece a produção de formas de ensino e formação que tenham a primazia no coletivo, em detrimento do isolamento docente; na produção de saberes, em detrimento da transmissão de informações; na autonomia, em detrimento do poder externo ao meio escolar (BOFF & ZANON, 2014, p.136).

Nessa caminhada é fundamental estudar, participar de cursos de especialização, estar em constante movimento de busca e atualização. Embora possa não ter percebido muitas coisas fundamentais nessas experiências, aprendi algo essencial - que o ensinar deve ser um compromisso com as gerações futuras, que deve contribuir no sentido de que os alunos construam sua autonomia e emancipação cultural, política, afetiva, histórica, material. E como diz Alarcão (2011, p.25),

Para que os cidadãos possam assumir este papel de atores críticos, situados, têm de desenvolver a grande competência da compreensão que assenta na capacidade de escutar, de observar e de pensar, mas também na capacidade de utilizar as várias linguagens que permitem ao ser humano estabelecer com os outros e com o mundo mecanismos de interação e de intercompreensão.

Tenho a convicção que ensinamos muitas coisas além dos conhecimentos e da aprendizagem concretizada na sala de aula, ensinamos e transmitimos valores, atitudes, por meio de exemplos, que se projetam em nossas atitudes cotidianas e que são importantes para

a formação de crianças, adolescentes e jovens. Nesse contexto, fazem sentido as palavras de Alarcão (2011, p.17): “o conhecimento tornou-se e precisa ser um bem comum. A aprendizagem ao longo da vida, um direito e uma necessidade”. Por isso, nessa viagem não cabem conhecimentos prontos e acabados, frases e discursos, conteúdos e conceitos sem relação com a realidade cotidiana. É preciso ousar, criar, estudar, construir, pesquisar, inovar, reinventar, pois, ao mesmo tempo em que o docente ensina, torna-se aprendiz, ou seja, é na interação da prática docente da sala de aula que o professor constrói e recontextualiza a sua identidade e responsabilidades profissionais, bem como, observa Freire (2005, p.27), “o ato de ensinar exige a existência de quem ensina e de quem aprende” . Em qualquer etapa da formação inicial ou continuada, é possível descrever e refletir as nossas ações como professores, a fim de que possamos discutir e compartilhar nossas atividades dentro e fora das escolas.

O contexto atual da educação e o ensino de qualidade na contemporaneidade apontam para a formação de um professor pesquisador, com postura reflexiva na e sobre a ação. Uma formação que busca novas práticas condizentes com a realidade e as necessidades dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem para de fato promover a aprendizagem, pois hoje, não basta abrir um livro didático em sala de aula para que as crianças aprendam. A construção do conhecimento e o trabalho intelectual requerem e perpassam por tomadas de decisões particulares e coletivas, construídas em uma sólida bagagem conceitual resultante de muita leitura e estudo.

Além disso, o professor precisa ter consciência de que não basta fazer um curso superior, é preciso investir em aperfeiçoamento, o qual deve ser contínuo e efetivo, no sentido de qualificar sua práxis na direção de novos caminhos, na tentativa de superar o ensino fragmentado, tradicional e descontextualizado. Caracterizado como um dos paradigmas educativos mais enraizados na nossa cultura e muito presente ainda em alguns espaços escolares. O modelo de educação centrada no repasse dos conteúdos escolares não corresponde mais às necessidades da sociedade contemporânea, isso implica superar esse modo de educar, pois segundo Demo (2007, p.7) “[...] a aula que apenas repassa conhecimento, ou a escola que somente se define como socializadora de conhecimento, não sai do ponto de partida, e, na prática, atrapalha o aluno, porque o deixa como objeto de ensino e instrução ”. Por isso, concordo com o pensamento de Boff & Zanon (2014, p. 134- 135) quando as autoras sugerem que “a articulação entre formação inicial e continuada de professores pode ser um caminho que possibilite a constituição de sujeitos que

compartilham, criam e recriam o seu fazer cotidiano escolar em um processo contínuo de ação e reflexão”.

O tempo foi, aos poucos, construindo o meu fazer pedagógico em meio a essa multiplicidade de ações, interações, tensionamentos, mudanças, sujeitos e escolas, diálogos e comunicações, somando positivamente com o meu crescimento pessoal e profissional, impulsionando o constante fazer e refazer da prática docente. E aos poucos fui me constituindo, uma cidadã, mulher, mãe, professora, profissional que luta por uma vida com maiores possibilidades e um ensino de qualidade. Luto cada dia para ser útil aos meus semelhantes. Também luto na conquista de meus objetivos.

Do ensino fundamental à universidade, aprendi a apreciar e valorizar o estudo, o espaço da escola e a figura da docência. Respeito, determinação, dedicação, responsabilidade, autonomia, diálogo, estudo e solidariedade eram/são noções e valores fundamentais oriundos de minha família e vividos na relação com a escola. Assim, foram nos espaços da família e da escola pública que me fiz gente, que me tornei pessoa, professora, que me fiz curiosa de conhecer a mim, os outros e as coisas que me cercam. Foi no convívio social que a beleza do mundo se fez presente. Isso nos remete a pensar nas palavras de Freire (1993, p.88), experimentando a docência e o mundo que me fiz professora e gente: “vamo-nos fazendo aos poucos, na prática social de que tomamos parte”.

No processo de mudanças da Educação Básica e da interatividade em qual estamos mergulhados, percebo que a cada novo ano letivo, aumentam os desafios docentes e a necessidade de buscar novo saberes, experiências, pesquisas e leituras, recursos pedagógicos e técnicos, dialogar com outros professores de forma a contribuir para as aulas de Química. Para tanto, é preciso ousar para ensinar, para aprender, para conhecer, é preciso ousar, como argumenta Freire (2005), em permanecer ensinando, apesar das condições existentes, das angustias e medos, é preciso ousar para continuar resistindo e tentar melhorar a Educação através do Ensino de Química.

Dei um passo importante na minha formação continuada ao ingressar no Mestrado em Educação nas Ciências na Unijuí, o qual tem ampliado a visão sobre a importância do coletivo, da investigação-ação da prática pedagógica. O mestrado também tem oferecido condições teórico-práticas para um exercício reflexivo sobre a prática e o ato de pesquisar, ler, escrever, rever conceitos, significar outros saberes, à luz de teorias, interlocuções e ações, pois “a formação continuada é uma necessidade intrínseca à prática pedagógica, sempre mais complexa e de nível crescente de exigência de conhecimentos da qual a formação inicial não pode dar conta” (MALDANER, 2000, p.110).

Tenho a convicção de que a educação continuada é fundamental a todo educador, para o aprimoramento profissional e pessoal. Visto que, todos nós estamos sempre em processo de formação, seguindo as exigências do momento, de cada tempo, e do próprio desenvolvimento de cada um. Assim, a atividade docente exige uma formação, conhecimentos, competências, habilidades e técnicas apropriadas, que são construídas na formação inicial, continuada e na experiência profissional, visto que a atuação docente se modifica ao longo da nossa profissão. Esta escrita reflexiva auxiliou-me a perceber que sou responsável pela mediação do conhecimento científico dos meus alunos, por isso que estou buscando aprimorar minha prática pedagógica com o que considero formação continuada de professores, ou seja, a pós-graduação, a qual nunca é demasiado tarde para começar.

Com relação à formação continuada, Maldaner (2000, p. 391), corrobora quando