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Regulações das dimensões verbais: uso de vozes e marcas de pessoa

No documento Avaliação formativa em educação online (páginas 121-128)

6.3 Terceira produção de Apolo

6.3.2 Regulações das dimensões verbais: uso de vozes e marcas de pessoa

Nesta subseção, vamos relatar as mudanças realizadas em relação às dimensões verbais da terceira versão do pôster de Apolo (Apêndice A – Texto 3) e, em seguida, vamos observar quais interações ocasionaram essas regulações, que ocorreram no módulo “Uso de Vozes em um Pôster” e foram sobre duas dimensões: a) uso de vozes e b) a marca de pessoas.

Quanto à estrutura composicional do pôster, verificamos que, na seção de introdução, Apolo insere informações sobre o quadro teórico, a pergunta de pesquisa e a teoria sob os quais os seus dados serão analisados. Na seção de operadores argumentativos, adiciona mais um trecho, definindo, com base na sua voz e na voz do teórico, a noção de operador, que substitui a explicação sobre a rede social. Na seção metodologia, observamos mais modificações: o aluno a define como “bibliográfica” e “descritiva” e, na sequência, escreve todas as etapas metodológicas de forma extensa, diferentemente da produção anterior. Merece destaque uma nova seção, a das Hipóteses, que parece se substituir à dos Resultados. O resto do texto escrito não sofreu alterações.

As interações a seguir mostram que várias dessas mudanças foram precedidas de corregulações, como a que vemos a seguir, que é a tarefa do docente, Zeus, no fórum sobre o posicionamento em um pôster:

ZEUS [FÓRUM 9: POSICIONAMENTOS EM UM PÔSTER (09/08/2016)] Olá, alunos.

Leiam, aqui, os seus pôsteres e aqui os de referência. Depois, vocês vão responder à seguinte pergunta:

a) Até que ponto um autor de um pôster pode se “posicionar” em relação às outras vozes trazidas por ele próprio em cada parte do pôster (introdução, metodologia, análise de dados)?

b) Nos pôsteres de referência e nos que seus colegas produziram, de que forma é feito esse posicionamento? Ele poderia ser feito de outra maneira nos pôsteres de seus colegas?

Nessa tarefa corregulatória, Zeus pede para os alunos analisarem aspectos referentes ao posicionamento nos pôsteres produzidos e nos de referência. Embora essa atividade não

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seja especificamente uma atividade de corregulação no produto, surgiu, ali, um fenômeno que consideramos bastante interessante. Vamos primeiro analisá-lo para depois investigarmos os demais fenômenos: T U R N O MENSAGEM 3

APOLO [FÓRUM 9: POSICIONAMENTOS (09/08/2016)]: Boa noite,

Essa resposta, não será bem uma resposta na verdade, pois fiquei um pouco em dúvida no que diz respeito a este se "posicionar". No caso, por exemplo, do autor diante da voz do teórico, se posicionar seria sua avaliação crítica em torno da teoria dele, seja de forma positiva ou negativa, com o intuito de refutar ou defendê-la?

Não sei se consegui expressar minha dúvida. 4

ZEUS [FÓRUM 9: POSICIONAMENTOS (09/08/2016)]: Oi, Apolo.

É. Na verdade, é saber até que ponto o autor do pôster pode indicar, por meio de seu enunciado, que adere ou não ao teórico citado no próprio texto. A pergunta é um pouco difícil, eu sei, mas vai ajudar vocês a terem um olhar da produção. Se você ainda não compreendeu, avise-me.

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APOLO [FÓRUM 9: POSICIONAMENTOS (10/08/2016)]: Acredito que o autor pode se posicionar diante de uma determinada afirmação de um autor por ele trazido, na medida que ele apresente fatos por meio da sua análise que possibilidade a refutação ou a confirmação daquela teoria. O autor no caso em ambos os casos deve citar no texto, ou seja, desde a introdução, o teórico e o que ele diz de forma precisa e clara.

Por exemplo, no caso do Poster da colega Hera:

na introdução ela apresenta a informação de o objeto de estudo é a forma nole como um sufixo formador de adverbios, como foi proposto por Pachêco, é algo bem especifico, que é tratado ao longo de todo o texto, e nas conclusões ela diz.

"A ocorrência dos dados acima apontam que nole não é um sufixo em Ikpeng como afirmou pachêco, uma vez que pode ocorrer livremente na língua."

Desta forma, ela apresenta uma afirmação com base nos dados. E o seu posicionamento é em cima dos dados. Acredito que no geral esse é o parâmetro que nos possa fazer pensar nos limites que um autor pode se posicionar.

Espero ver a opinião dos outros colegas até para que eu possa melhorar minha visão.

Diante da dúvida de Apolo a respeito de “posicionar-se”, Zeus (4) elucida o significado ao aluno, encorajando-o a elaborar a sua resposta e contribuir com os demais aprendentes no fórum. Deste modo, Zeus corregula a atividade de Apolo e regula socialmente a de todo o grupo, pois todos podem ler o que está escrito nessa postagem. Nas postagens seguintes, vemos que a turma segue, mais ou menos, as orientações do professor.

Apolo (5) faz a nova postagem no Fórum expressando sua compreensão da tarefa. Para ele, o autor do pôster pode se posicionar, no texto, acerca dos teóricos utilizados. Utiliza, como exemplo, o produto de sua colega, Hera, e, no fim da postagem, pede aos colegas auxiliarem a sua visão, valendo-se do trabalho colaborativo.

Essa postagem pode ser analisada do ponto de vista do trabalho colaborativo e das regulações da aprendizagem socialmente compartilhadas. De fato, podemos observar que, até

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Apolo (3) expressar sua dúvida, não há participação dos outros alunos no fórum, possivelmente porque eles também tinham a mesma dúvida. Porém Zeus, por meio de sua postagem (4), oferece apoio/scaffolding a Apolo para que ele prossiga a atividade, e este, por sua vez, encoraja a manifestação de seus colegas. Há, portanto, aqui, um caso claro de corregulação, apesar de esta não ser realizada no âmbito do produto (o pôster), e sim do desenvolvimento da tarefa.

Esse é um caso típico de avaliação formativa interativa, em que o docente intervém durante uma fase de ensino/aprendizagem, oferecendo novas oportunidades para o aluno. Ele, no fim, se ajusta (autorregula), atendendo ao que foi solicitado pelo professor, revelando que, de fato, compreendeu o que se pedia.

Essa corregulação, no entanto, pouco ajudou o aprendente no avanço de seu pôster. A única tarefa que tem esse objetivo é a que surgiu no Laboratório de Avaliação, depois de todos terem discutido as características do pôster. No fim de várias atividades sobre o uso de vozes em um pôster, o aluno insere a sua nova versão (Apêndice A – Texto 3) e dois alunos, Perséfone e Hera (escolhidos pelo sistema), juntamente com o professor, tiveram de analisar o uso das vozes em seu pôster. Para isso, deviam usar as categorias trabalhadas no módulo – “voz do autor”, “vozes dos teóricos” e “vozes imbricadas” – e tomar por referência um quadro elaborado colaborativamente pelos alunos, divididos em dois grupos. O referido quadro descreve sinteticamente como cada uma dessas categorias se manifesta nas diferentes partes de um pôster (Introdução, Objetivos etc.).

Depois de ter lido os comentários de Perséfone, de Hera e do professor, Apolo volta ao diário e, lá, escreve duas mensagens. Vamos analisá-las, comparando a avaliação mútua acima com as mensagens recebidas:

APOLO [DIÁRIO 5: VOZES EM UM PÔSTER (26/08/2016)]:

Primeiramente, algo que chamou mais minha atenção foi a questão do uso dos teóricos no texto [...] ao menos citar os nomes dos autores na metodologia por exemplo, já que muitos colegas sentiram falta disto [...].

No que tange a metodologia, desde o início digo que estava com dificuldade em escrevê-la, contudo na última semana acredito que consegui chegar em algo melhor para colocar no poster. Ela será completamente modificada.

Não apresento os resultados, pois ainda não analisei os dados. Essa é uma seção que ficará faltando, mas pretendo colocar as hipóteses do trabalho. Pretendo modificar um pouco a introdução e as considerações finais.

APOLO [DIÁRIO 5: VOZES EM UM PÔSTER (26/08/2016)]:

Eu acrescentei na introdução a pergunta/problema de pesquisa e os teóricos que fundamentaram o texto. Reestruturei a metodologia e acrescentei a aba "Algumas hipóteses".

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As avaliações dos seus pares e do professor levam Apolo a relatar, no Diário 5, os processos de autorregulação da aprendizagem por quais passou. Primeiramente, ao postar que o uso de teóricos no texto foi algo que lhe chamou mais a atenção, o aprendente se predispõe a autoavaliar, o que é feito ao longo de todo texto, quando cita a ausência do nome dos autores na metodologia, fenômeno que tem origem na avaliação mútua de Zeus (“Na metodologia, falta indicar o tipo de pesquisa que vai ser feita e os procedimentos de armazenamento e de análise de dados. É aqui que se indicam quais referências serão usadas para a análise”). Desse modo, observamos, de forma concreta, como o aprendente internaliza as avaliações mútuas em autoavaliações e as respectivas corregulações em autorregulações.

Ao comentar que “muitos colegas sentiram falta disto”, Apolo mostra que suas autoavaliações e inferências adaptativas não ocorreram sozinhas, mas foram promovidas por interações, em ferramentas do AVA que possibilitaram tanto formas dialógicas quanto monológicas de construção de conhecimento.

Outras avaliações ocorreram quando Apolo relatou que estava com dificuldades em escrever a metodologia. Diante desse problema, o aluno efetuou autorreações e inferências adaptativas (“Ela [a metodologia] será completamente modificada”) e autoavaliações (“acredito que consegui chegar em algo melhor para colocar no poster”). Essas autorregulações foram sugeridas pelo professor Zeus e por Perséfone, que, no Laboratório de Avaliação, solicitaram, respectivamente, a inclusão de informações sobre os procedimentos metodológicos:

[LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO 2: POSICIONAMENTOS]

PERSÉFONE ZEUS

3ª) Na metodologia talvez um texto corrido com uso de algumas referências e o tipo de pesquisa.

3ª) Na metodologia, falta indicar o tipo de pesquisa que vai ser feita e os procedimentos de armazenamento e de análise de dados. É aqui que se indica quais referências serão usadas para a análise.

Vale ressaltar que, para avaliarem Apolo, Perséfone e Zeus tiveram de responder a um quadro sobre o uso de vozes (do autor, do teórico e a combinação delas) em várias seções (introdução, objetivos etc.), que foi coconstruído pelos alunos. Por ter sido construído colaborativamente, ele necessitou de regulações compartilhadas. Essas regulações ocasionaram corregulações, com as respostas dos aprendentes, que originaram autorregulações, como vemos no diário. O Diário 5 revela as inferências adaptativas realizadas na metodologia.

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Além desses fenômenos, é interessante a inferência defensiva do aprendente de que a análise de dados é uma seção que faltará no trabalho (“Não apresento os resultados/ Essa é uma seção que ficará faltando”). Porém, ele realiza uma inferência adaptativa ao anunciar que vai inserir as hipóteses do trabalho (“mas pretendo colocar as hipóteses do trabalho”). Ele atribui a causa dessa ausência ao fato de que não analisou os dados (“pois ainda não analisei os dados”). Essa autorregulação é descrita no Diário 5. Novamente, a origem da descrição dessas autorregulações está nas corregulações, conforme podemos ver nas interações de Zeus e de Hera, como podemos ver a seguir.

[LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO 2: POSICIONAMENTOS]

PERSÉFONE ZEUS

[...] 3ª) Não foi alcançado o que o autor do pôster propôs nos OBJETIVOS.[...]

7ª) Faltou analisar os dados (resenhas e, consequentemente, os operadores argumentativos).

[...] 3ª) - Falta a análise de dados ou, ao menos, a hipótese da pesquisa [...]

7ª) O autor precisa [...] fazer a análise de dados.

Como observamos, a postagem de Hera, um meio de avaliação mútua, ajuda o aprendente a se autoavaliar quanto à ausência da seção análise de dados, enquanto a postagem de Zeus é uma corregulação que se transforma na descrição da inferência adaptativa de Apolo. As hipóteses acrescentadas ao pôster por Apolo são, na realidade, prévias dos resultados, o que pode nos levar a crer que a produção do pôster está ajudando o aluno a avançar, de alguma forma, em sua pesquisa. Essa constatação mostra que, em textos como o pôster, o conteúdo é importante para que haja boas regulações no âmbito da estrutura composicional do gênero, ocasionando um progresso do aluno.

Finalmente, Apolo relata que quer fazer mais duas inferências adaptativas na introdução e nas considerações finais. No Diário 5, ele descreveu as inferências executadas: acrescentou, na introdução, o problema/pergunta de pesquisa e os teóricos que fundamentavam o texto.

Além dessa autorregulação do uso ou não de vozes em um pôster, Apolo escreve, no diário, outra mensagem, no fim do módulo sobre “Uso de Vozes em um Pôster”:

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APOLO [DIÁRIO 5: VOZES EM UM PÔSTER (26/08/2016)]:

Realizei as modificações no poster levando em consideração as sugestões dos colegas, apesar de achar que a metodologia ficou melhor fundamentada e que apareceu mais a voz dos teóricos, acredito que com o intuito de seguir as sugestões o meu poster voltou a ficar com muito texto.

Comecei retirando uma das áreas em que eu só falava da rede social e [...] não pude acrescentar ainda os teóricos relacionados a rede social, pois achei que ia tomar ainda mais espaço e ficar ainda mais denso. Assim como acrescentei o entendimento do que seria "Orientação argumentativa", levando em consideração os teóricos.

Acredito que as sugestões conseguiram me fazer observar principalmente os aspectos da voz teórica, mas acredito que agora vou precisar utilizar com mais profundidade, novamente, mais para frente, as operações de síntese.

Acredito que o poster deu um bom avanço.

Nessa outra postagem de Apolo, observamos que ele transforma as corregulações, com as sugestões dos colegas, em relatos de autorregulações (“Realizei as modificações no poster levando em consideração as sugestões dos colegas”). Ele considera que, com as inferências adaptativas efetuadas, a metodologia melhorou, expressando autossatisfação (“a metodologia ficou melhor fundamentada”) e uma autoavaliação positiva da presença da voz de teóricos (“apareceu mais a voz dos teóricos”). Porém, fazer todas essas operações e ouvir todos os outros deuses custou caro: o pôster voltou a ficar com muito texto, contrariando o que exigem as condições de produção do gênero. Esse problema, inclusive, é autoavaliado pelo próprio aluno (“acredito que com o intuito de seguir as sugestões o meu poster voltou a ficar com muito texto”).

Depois, Apolo relata as inferências adaptativas/autorregulações executadas (“Comecei retirando uma das áreas em que eu só falava da rede social e [...]. Assim como acrescentei o entendimento do que seria ‘Orientação argumentativa’, levando em consideração os teóricos”) e defensivas (“não pude acrescentar ainda os teóricos relacionados a rede social, pois achei que ia tomar ainda mais espaço e ficar ainda mais denso”). Porém, analisando as interações, verificamos que as autorregulações se originam da seguinte postagem de Zeus:

[LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO 2: POSICIONAMENTOS] ZEUS

Faltou, ademais, indicar a área em que a investigação está situada (pragmática/análise de redes sociais).

Contrastando essa postagem com a de Zeus, no Laboratório de Avaliação, verificamos que o aprendente transformou parcialmente as corregulações do professor em autorregulações, pois relatou apenas a autorregulação referente ao uso de autores da pragmática.

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Quando o aprendente afirma: “Acredito que as sugestões conseguiram me fazer observar principalmente os aspectos da voz teórica”, ele está se referindo ao fato de que as corregulações de Zeus, Perséfone e Hera o ajudaram a ter uma auto-observação e um autocontrole melhor em relação ao seu produto. Porém, ele reconhece e autoavalia o excesso de texto em seu pôster (“mas acredito que agora vou precisar utilizar com mais profundidade, novamente, mais para frente, as operações de síntese”), o que vai de encontro às condições de produção do gênero, uma vez que, como diz Rodriguez (2014, p. 148-149-150), “um pôster é um exercício de síntese, no qual os autores precisam resumir todo o trabalho de pesquisa, deixar de lado alguns de seus resultados para incluir somente os mais relevantes, que permitam aos seus leitores entender a proposta do estudo e colocar em pauta novos achados”.

Mesmo que tenha esse problema, Apolo relata que está satisfeito com o pôster produzido (“o pôster deu um bom avanço”).

Além dessas regulações sobre o uso de vozes em um pôster, as outras que ocorreram foram realizadas sobre a dimensão ensinável “marcas de pessoa em um pôster”, estudadas no módulo “Uso de Vozes em um Pôster”:

APOLO [DIÁRIO 5: VOZES EM UM PÔSTER (26/08/2016)]:

[...] Apesar de observar e entender a possibilidade do uso [de verbos na primeira pessoa] no texto, para que eu possa estar mais presente no texto, digo que a não utilização deste recursofoi proposital. A fim de explaná-los, eu prefiro utilizar apenas uma marca de pessoa que não me coloque explicitamente no texto. Acredito que eu não me retiro completamente do texto, principalmente na introdução e considerações finais. E também por uma questão de estética, vou colocar assim, acho mais elegante dizer "analisar" do que "analisaremos". Acho que acaba sendo uma preferência.

Nessa postagem, Apolo autoavalia o não-uso de marcas de pessoa em seu pôster: embora compreenda seu interesse (“Apesar de observar e entender a possibilidade do uso”), o aprendente prefere não usá-los, fazendo uma inferência defensiva, ao indicar que a não- utilização tem um propósito (“para que eu possa estar mais presente no texto, digo que a não utilização deste recurso foi proposital”).

Sabemos, ao contrário do que Apolo afirma, que adotar uma marca de pessoa que não o demarque no texto não é uma mera questão “de estética/estilística” que faz com que o produtor escreva o texto dessa forma (“eu prefiro utilizar apenas uma marca de pessoa que não me coloque explicitamente no texto”), mas é uma relacionada à forma composicional do texto. Essa postagem nos permite afirmar que o aprendente efetuou uma prática de análise linguística, o que é autoavaliado pela presença indireta de sua voz na introdução e nas considerações (“Acredito que eu não me retiro completamente do texto, principalmente na

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introdução e considerações finais”). O mesmo ocorre em “objetivos”, em que se utilizam verbos no infinitivo para indicar as metas do trabalho (“E também por uma questão de estética, vou colocar assim, acho mais elegante dizer "analisar" do que ‘analisaremos’. Acho que acaba sendo uma preferência”) (MOZZAQUATRO, 2014). Esses momentos de análise linguística, certamente, devem ter sido originados pelos contatos com os pôsteres externos. A avaliação formativa e a prática de análise sobre a língua andam juntas nessa postagem.

Contrastando as autorregulações e as corregulações de Apolo com o pôster (Apêndice A – Texto 3), muitas modificações sugeridas pelos pares são inseridas na terceira versão do produto. Observamos que a metodologia foi completamente modificada. Há a descrição dos procedimentos, das técnicas, do tipo de pesquisa e da teoria utilizada para analisar os dados, com a “necessidade deixar claro ao interlocutor todo o contexto que delineou o desenvolvimento da pesquisa e que ajudou a alcançar os resultados (iniciais ou finais) reportados no momento da participação no gênero pôster” (MOZZAQUATRO, 2014, p. 81). Outra modificação é a presença de hipóteses iniciais da pesquisa que, na verdade, não são hipóteses, mas três resultados preliminares, todos topicalizados e que estão, de fato, em relação com o que a pesquisa almeja em seus objetivos. Estes, por sua vez, são mantidos com verbos no infinitivo e a introdução é apresentada com uma pergunta de pesquisa e com objetivos.

Após o término do módulo, no entanto, percebemos que os problemas presentes aumentaram. O que observamos é que o pôster do aluno se tornou, cada vez mais, um grande resumo expandido. Porém, as alterações não ficaram boas dentro do produto final, da produção complexa do pôster, o que não quer dizer que não tenham sido realizadas com propósito adequado. O aprendente conseguiu dominar o micro, mas não o macro.

No documento Avaliação formativa em educação online (páginas 121-128)