• Nenhum resultado encontrado

Regulações das dimensões visuais: modos não-representativos cores e layout

No documento Avaliação formativa em educação online (páginas 136-138)

6.5 Quinta produção de Apolo

6.5.1 Regulações das dimensões visuais: modos não-representativos cores e layout

As regulações das dimensões visuais da quinta produção de Apolo (Apêndice A – Texto 5) ocorreram no estudo do módulo “cores em um pôster” e “topicalização em um pôster”. Basicamente, as regulações encontradas dizem respeito ao estudo do uso do modo não-representativo cor: combinação de cores – complementares, análogas ou triádicas – do círculo cromático e da divisão das cores (matriz, valor e croma).

Nessa quinta reformulação, observamos que a disposição (layout – forma composicional) do modo “espaço” texto é totalmente alterada. Em vez de três colunas, há apenas duas, tornando o texto escrito menos comprimido. A reordenação do modo “espaço” e da sintaxe visual (DONDIS, 2015) do texto possibilita aumentar o tamanho do tipo (fonte). Essas modificações, a nosso ver, são positivas.

Além dessas regulações, Apolo troca o modo não-representativo cor de fundo do pôster. Em vez do contraste adotado anteriormente, o aprendente escolhe um azul degradê. A parte de baixo, por estar mais escura e, portanto, mais próxima ao preto, pode ser confundida com a cor do tipo escolhido, que também é preta, dificultando a recepção do gênero. O logotipo do Skoob é trocado por outro, que ocupa menos espaço. Observa-se que a cor, na homepage da rede, é quase toda azul, que é significativamente a mesma escolhida pelo aluno como pano de fundo do pôster.

Vale destacar que, para sintetizar melhor os seus primeiros dados, Apolo trouxe um quadro, uma forma não-representativa, no qual distingue os operadores argumentativos encontrados em resenhas positivas ou negativas. Segundo os autores estudados, é um bom recurso que Apolo utiliza para sumarizar os dados destacados. Mozzaquatro (2014) afirma que, na Análise de Dados, os produtores podem se valer de semioses tanto verbais quanto de visuais (gráfico, imagem, tabelas, figuras, esquemas, etc) para trazerem a análise e os resultados de sua pesquisa. A escolha do quadro também segue a recomendação de Rodriguez (2014, p. 145), para a qual “as tabelas e figuras devem ser complementares ao texto, ou seja, se você já descreveu algo, não é necessário usar uma tabela ou figura para repetir a mesma ideia, porém, os dados expostos podem ser aprofundados na descrição dos resultados”.

137

O referido quadro é da cor verde, o que caracteriza uma relação de analogia com o azul degradê do fundo do pôster, de acordo com o círculo cromático. Além dessas combinações, o aprendente altera a cor das caixas de títulos, para o laranja, que fica em relação complementar com o azul do pano de fundo. Outra alteração ocorre na cor dos títulos das seções, que passam a ser de cor azul escuro, para marcar a complementariedade em relação ao laranja das caixas de títulos. Novamente, observamos que as escolhas do aluno não são incorretas, e produzem certa melhoria em relação à versão anterior. Porém, elas não ficam boas na produção final.

Descritas as alterações ocorridas na versão cinco, vamos às duas interações relacionadas com as regulações executadas: a) o laboratório de avaliação sobre as cores e b) uma postagem corregulatória e autorregulatória na ferramenta Tarefa do Moodle.

Depois de produzir a versão anterior do pôster (Apêndice A – Texto 3), Apolo inseriu o pôster no “Laboratório de Avaliação” que propunha avaliações mútuas sobre o uso de cores em um pôster. Nessa ferramenta, dois alunos escolhidos de forma aleatória pelo sistema – Hefesto e Atena – e o professor, Zeus, responderam a algumas perguntas.

Como não houve, nessa postagem, participação de Apolo na ferramenta diário, vamos verificar se as avaliações e recomendações feitas nessa atividade influenciaram a produção posterior de Apolo.

Os posicionamentos de Zeus e de Hefesto são mais sugestivos, enquanto os de Atena são apenas descritivos. Em resposta à primeira pergunta (“O uso de cores quentes ou frias está adequado com o que o autor do pôster quer transmitir? As cores escolhidas tendem a afastar ou a atrair o leitor?”), Zeus e Hefesto pontuam o efeito indesejável obtido com a separação em duas categorias de cores e sugerem que o aprendente utilize apenas uma cor como pano de fundo de todo o texto. As estratégias utilizadas, porém, são diferentes: Zeus é menos direto (“Falta, além do contraste, uma certa repetição dos elementos que você considera serem principais em seu texto, por exemplo, o uso de uma mesma cor em cada parte de seu pôster”), ao passo que Hefesto é mais enfático (“mas talvez seria interessante usar apenas uma cor, não?/Acredito que as quentes nos 3 primeiros textos poderiam ser substituídas/ Acredito que deveria haver uma troca da cor quente”). Atena limita-se a descrever o uso de cores, sem avaliar (“observei que no pôster do colega a cor quente está dando ênfase a introdução, objetivos e algumas hipóteses e a cor fria utilizada nos outros tópicos”). Percebemos que essas observações surtem efeito na quinta versão de Apolo que acabamos de analisar.

138

Merecem destaque, por último, as três respostas discordantes de Zeus, Hefesto e Atena sobre a adequação dos modos não-representativos tipografia e o layout e o alinhamento do pôster (“Há outros aspectos (layout, tipografia) que precisam ser melhorados no pôster? Quais?”). Apesar de Hefesto e Atena fazerem uma avaliação positiva (respectivamente: “Acredito que o Layout está correto, as caixas de textos estão bem alinhadas e organizadas” e “Não”) e terem, assim, um posicionamento contrário ao de Zeus (“Sim, principalmente no que tange à tipografia, que é quase uniforme em torno do texto. O layout também pode ser melhorado”), Apolo autorregula a sua produção conforme o docente sugere. Como observamos na versão 5 (Apêndice A – Texto 5), o layout do gênero tem uma forma composicional que se parece bem mais com o pôster e o conteúdo é bem mais hierarquizado em relação à versão anterior. Apolo segue o que o docente Zeus sugeriu.

Essa última mudança não foi relatada em nenhum Diário de Apolo. Não obstante, como podemos ver, houve a concretização direta das corregulações em autorregulações, todas visíveis na quinta versão (Apêndice A – Texto 5).

No documento Avaliação formativa em educação online (páginas 136-138)