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Representações de limitações ao modo de vida agrícola em Ubua Budo e Pinheira

3.2 Considerações acerca das roças Ubua Budo e Pinheira roça e os processos de

3.2.2 Representações de limitações ao modo de vida agrícola em Ubua Budo e Pinheira

Pontuei acima que, segundo o IPCC, 2012, os impactos associados às mudanças climáticas, e os seus concomitantes eventos de riscos, inevitavelmente, precisam ser compreendidos e respondidos, principalmente, na escala do indivíduo, família e comunidade. O fato de optar pela técnica de entrevista semiestruturada para descrever e analisar as representações sociais, de comunidades agrícolas, sobre as implicações dos eventos extremos do clima que têm afetado as suas práticas cotidianas e sobre a implementação de projetos de adaptação às mudanças climáticas nas comunidades de Ubua Budo e Pinheira roça, estaria a seguir as diretrizes formulada pelo IPCC no que se refere à de escala micro de compreensão e respostas aos impactos associados com as mudanças climáticas. Por outras palavras, elucidar as estruturas que configuram a vulnerabilidade a partir da escala “espaço-temporal” (MARANDOLA JR; HOGAN, 2006). Do mesmo modo que uma base espacial sólida para a compreensão de onde, como e por que determinados grupos populacionais encontram-se vulneráveis às mudanças climáticas (O’BRIEN, SYGNA E HAUGEN, 2003).

Almejei saber, em Ubua Budo, quais as representações produzidas, cotidianamente, em relação aos fenômenos que é ligado ao clima, que pode estar a afetar a comunidade a praticar, exercer a agricultura? No processo de sistematização das representações, após a transcrição na integra, tive o cuidado de identificar falas que não expressaram ideias corporificadas em experiências coletivas a respeito dos eventos relacionados com o clima que tem afetado a prática agrícola.

Os resultados da pesquisa empírica nos leva a argumentar que as incertezas que caracterizam o cenário climático local fazem com que os agricultores, não obstante seus repertórios de práticas acumuladas ao longo dos anos, já não conseguem saber em que mês contar com a chuva para o plantio, do mesmo modo, quando há chuva, a intensidade é tanta que passa a ser prejudicial ao cultivo. Fenômenos que se estendem a realidade agrícola de todo o país e, é de conhecimento das autoridades nacionais ligadas a agricultura, também, dos parceiros de

desenvolvimento como PNUD. Perante tais eventos, e na ausência de um serviço meteorológico voltado a agricultura, só resta aos agricultores um constante plantar e replantar. Quer isto dizer, apesar do cenário climático de imprevisibilidade, os agricultores ainda têm como referência seus conhecimentos acumulado sobre o clima. Decerto, plantam ou lançam as sementes acreditando que vai chover. Entretanto, não chove. A exemplo da plantação do milho, há desperdiço físico, psicológico e financeiro para voltar escavar e plantar. Assim, os agricultores ressalvam que:

Hoje eu não vou saber quando vai chover, chuva não cai como antes mais. No mês que gente conta com chuva, ele passa cai noutro mês que ninguém vai pra roça. Ninguém conta em dizer que plantar uma coisa hoje que vai dar certo (entrevistado de Ubua Budo, idade 46 anos, mais de 40 anos na agricultura, março de 2017).

Nosso problema mais é chuva, quando há chuva torrencial, quando há muita chuva, planta não consegui aguentar, como é caso de cacaueiro, porque o fruto queima todo. E quando fruto queima todo traz prejuízo ao agricultor. No mês de Outubro a Novembro se não preparar o terreno não colhe nada, tem que usar sulfato cobri três mãos. A chuva joga com tempo, com clima, há ano que chove muito, há ano que chove pouco (entrevistado de Ubua Budo, idade 46 anos, mais de 38 anos na agricultura, março de 2017).

Geralmente nós agricultores costuma-se a fazer colheita duas vezes num ano. De janeiro começa a vir cacau até mês de maio e junho, saí a primeira fase da produção de cacau. Mas infelizmente com qua de mudanças climáticas chuva caiu bastante, então cacau não produziu. Tava a produzir mas com muita chuva na fase de floração brinco todo caiu e queimou outros. Então, agora nós estamos noutra fase, que é o segundo semestre de cacau. O cacaueiro tá começar produzir agora, o cacau vai aumentar, a produção vai acelerar muito mais no fim do junho pra julho. Já no final de julho onde tem problema de humidade, então nós temos de dar sulfato no final de julho. Então julho agosto e setembro são meses que preparamos o cacaueiro. Tá aqui nós estamos a contar com gravana pá facilitar produção até aqui a chuva tá cair. E se a chuva prolongar assim, a zonas como zonas alta gêm já tem que aplicar sulfato assim cacau não queima (entrevistado de Ubua Budo, idade 32 anos, mais de 17 anos na agricultura, março de 2017).

As previsões meteorológicas a curto, médio prazo são fundamentais para a agricultura. Informações sobre quais os dias uma determinada localidade contará com a chuva, a intensidade dos ventos, períodos de secas e alerta de ocorrência de

eventos extremos ajuda os agricultores a se precaverem de modo a evitar perdas. Em São Tomé e Príncipe, segundo as informações a que tive acesso, só existe um engenheiro meteorologista. O conjunto de quadros do Instituto Nacional de Meteorologia (INSTP) é composto por técnico médio. Quero com isso frisar a ausência de recursos humanos com formações a nível superior com as suas devidas especializações. Essa ausência, constitui obstáculo ao país em face as resposta aos desafios do cenário climático atual. Pois, o quadro de nível superior existente direcionou-se às negociações internacionais e regionais enquanto ponto focal das Nações Unidas para as mudanças climáticas. Ou seja, distanciou-se da área técnica e científica das previsões e análise meteorológicas. Como ator, representante de um Pequeno Estado insular, articula projetos de interesses local, financiamentos, equipamentos de última geração para o INM. No entanto, não há técnicos qualificados para fazer leitura e tratamentos das informações aferidas por esses equipamentos. Para suprir a lacuna apontada, a instituição buscou financiamento e está a formar mais engenheiros meteorológico que após o termino do curso, se regressarem, poderão auxiliar o país nesse desafio. Até lá, talvez, os agricultores poderão vir a ter auxílio de especialistas em agrometeorologia. Para Organização Meteorológica Mundial (OMM, 2005), a capacidade institucional em estratégias de adaptação agrometeorológica para lidar com as consequências das mudanças climáticas em África é fraca ou inexistente em muitos países. Sendo assim, a valorização e o fortalecimento dos serviços meteorológicos e agrometeorológico local e nacional é sem dúvida uma das necessidades relevante e urgente como argumenta Challinor, et al., (2007, p. 399):

Given the strategic dependence of livelihoods on natural resources in Africa, efforts will be required to implement effective and longer-term agrometeorological programmes to adapt production systems to climatic resources; to adequately monitor climatic variability and extreme events and in collaboration with other stakeholders to support the generation of other data such as costbenefit assessments required to characterise their impact and formulate adaptation strategies.

A intensidade, isto é, “quando há chuva torrencial”; a imprevisibilidade, “nós estamos

representações dos entrevistados, são elementos que caracterizam as mudanças climáticas, segundo o relatório da CQNUMC de 2011. Pois, são a cima de tudo, os efeitos deletérios desses elementos, no caso da comunidade de Ubua Budo, como maior concentração de humidade e pragas, que danificam a floração do cacauzal. Isto é, representações de limitações concernentes com eventos extremos do clima à prática agrícola:

Na época de chuva, humidade afeta a cápsula de cacau. Quando há humidade gente tem que aplicar sulfato bem antes, mas, as vezes também não há a vender. Se deixar humidade afetar depois dar sulfato queima mais rápido. No caso de cacaueiro está a produzir quando completar um mês a dois meses toda essa flor e brinco de cacaueiro tá formar cápsula é que você tem que aplicar sulfato antes que chega chuva assim já não queima mais (entrevistado de Ubua Budo, idade 28 anos, mais de 16 anos na agricultura, março de 2017).

Aqui a humidade queima muito cacau. Humidade sempre existiu, mas antigamente os colonos tinha produto para colocar. Os produtos que os brancos tinham nós não temos, nós tratamos cacau cortando os filhos (entrevistado de Ubua Budo, idade 51 anos, mais de 20 anos na agricultura, março de 2017).

Hoje em dia as dificuldades que temos aqui e mão de obra também como praga aqui nós temos problema de muita pragas como selelé58 (entrevistado de Ubua Budo, idade 32 anos, mais de 17 anos na agricultura, março de 2017).

Praga cu tem mania um bocadinho lá é selelé, pega alguns cacaueiros (entrevistada de Ubua Budo, idade 48 anos, mais de 20 anos na agricultura, março de 2017).

Se tomarmos em consideração o cenário de previsões do corpo técnico para cultura do cacau, essas limitações tendem a ser mais severas a longo prazo:

As áreas actualmente cultivadas com cacau e localizadas em zonas cuja precipitação anual actual seja inferior a 1800 mm, para o horizonte 2040-

2060, poderão tornar-se inviáveis para a cultura, considerando que os valores de precipitação poderão ser inferiores a 1500 mm, com a agravante dos períodos de seca poderem ser muito longos. Isto poderia provocar a redução da produtividade das plantações e dos pastos existentes, diminuir a produção e em virtude disto, as receitas dos agricultores e criadores dos animais também poderão ser inferiores. Por outro lado, as parcelas que se localizam fora dos limites mínimos de precipitação admissível para as culturas, (1.500 mm de chuva para o cacau) poderão tornar-se inviáveis para a exploração. Se tomarmos em consideração a tendência de evolução da precipitação que poderá diminuir em cerca de 1,7 mm por ano e que o período seco poderá ser mais prolongado, poderá surgir como consequência a redução da exportação de cacau que é o produto com maior percentagem de exportação (SEGUNDA COMUNICAÇÃO NACIONAL, 2011, p. 68)

As representações acima, dos sujeitos da pesquisa, apontam o encontro entre risco, suscetibilidade, exposição, vulnerabilidade existente a partir de um olhar micro (LAVELL, 2003; MASKREY, 1989, 2011). Nesta medida, é imperativo analisar a vulnerabilidade a partir da perspectiva do ponto de partida, em que o foco converge-se à análise da vulnerabilidade enquanto predicado ou estado gerado por vários processos ambientais, sócio históricos, políticos exacerbados pelas mudanças climáticas (O'BRIEN et al., 2004). Desse modo, as variáveis para a avaliação da vulnerabilidade dos sujeitos da pesquisa face as limitações relacionadas com o climas representadas podem ser: a sensibilidade, a exposição e a capacidade de resposta. A capacidade ou incapacidade dos indivíduos e grupos sociais responderem, adaptarem, ou enfrentarem qualquer estresse colocado nos seus sistemas ambientais e sociais, revela quão vulneráveis ou não são esses sistemas (KELLY; ADGER, 2000).

Se, de acordo com Douglas e Wildasky (1982), diferentes princípios guiam determinado comportamento social no julgamento dos eventos de riscos, de igual modo, podem ajudar a definir as alternativas de enfrentamento e de prioridades, como por exemplo “de dar uma força à associação para terem um transporte aqui,

duas motosserras para quem quiser, ter que pagar uma cota e, ir buscar para desbravar mato. Isso seria interessante. Estufa é boa sim. Pocilga é boa sim, mas tem, também, outras coisas importante”.

Essas representações nos remete à questão de estruturação de ações voltada à adaptação as mudanças climáticas que, ao meu ver, não ultrapassam os discursos e idealizações que, no âmbito da escrita, apregoam o envolvimento da comunidade. Como representaram, a estufa e a pocilga são relevantes sim, mas podem não corresponderem as medidas catalizadores de enfrentamento (MASKREY, 2011) para reduzir as vulnerabilidades e aumentar as capacidades das famílias e das comunidades para resistir aos efeitos nocivos de catástrofes (BOLLIN; HIDAJAT 2006, p. 272).

Quanto às representações de alternativas de enfrentamento, em Ubua Budo, os sujeitos recorriam a DEUS como o única alternativa face ao contexto de ameaças e vulnerabilidade existente. Mas, colhemos representações que ponderaram a prevenção e a diversificação agrícola enquanto meio de enfrentamento:

Alternativa é prevenção. Tem que prever antes de acontecer. Não trabalhar e perder todo, objetivo de tudo é prevenção. Prevenção na agricultura é, se eu sei que eu tenho que plantar no mês de Setembro e não plantei, eu não posso plantar no mês de Outubro. Eu tenho minha roça tem duas partes, uma parte cacauzal, ponta a ponta, meio é terreno pra fazer cultivo de mandioca milho, batata doce. Se tivesse agua, eu já fazia rotação de cultivo, punha, mandioca, milho, horticultura também, mas como não tem água eu aposto na mandioca e milho porque controlo a chuva. Eu aposto mais na mandioca, esse ano eu pus um cadinho de milho e pássaro começa a rasgar, rasgar, como sabe é coisa da natureza (entrevistado de Ubua Budo, idade 46 anos, mais de 38 anos na agricultura, março de 2017).

A oportunidade de ter áreas que facultam entremear o cultivo do cacau associados ao do milho, mandioca, batata doce, cana de açúcar e oferecer condições para a prática hortícola, não obstante os impactos dos eventos climáticos locais, certamente, pode ser considerada uma das alternativas de enfrentamento, como é o caso dos agricultores da roça Pinheira roça:

[…] alternativa é seguinte, nós somos duplo horticultores, porquê agente tem ai, tomate e pimentão, mas nós temos aí também cacaueiro. Portanto alternativa, quando aqui não tem, nós temos que assegurar lá para poder sobreviver” (Entrevistado de Pinheira roça, idade 66 anos, mais de 27 anos na agricultura, março de 2017).

Aqui nós jogamos assim, lote não tá produzir cacau, eu tô virado pra horticultura e eu tô a fazer limpeza baixo de mandioqueira, mandioqueira já tá na fase de pá pôde começar a fazer colheita, mais é pá comer, pá fazer farinha, tem que deixar pelo menos mais um ano, Outubro, Novembro (Entrevistado de Pinheira roça, idade 66 anos, mais de 27 anos na agricultura, março de 2017).

Agricultor tem que procurar cultura que faculta você ter produção mais cedo. Por exemplo, você vai planta feijão, é um produto que você começa vender cedo, e ajuda você a economizar dinheiro pra comprar produto (Entrevistado de Pinheira roça, idade 49 anos, mais de 30 anos na agricultura, março de 2017).

É inegável quanto é relevante agricultor reinventar alternativas de enfrentamento às mudanças climáticas. Porém, é oportuno frisar que “os esforços de “cidadão ativos”59

na adaptação a mudanças climáticas só terão êxito se contarem com o apoio de “Estados efetivos60”. Os Estados efetivos, após avaliar as suas vulnerabilidades às

mudanças climáticas e identificarem as ações de adaptação, possivelmente, podem planear respostas que produzem melhorias tanto, em médio como em longo prazo. Se assim o fizer, estaria “integrar riscos climáticos a seus planos de desenvolvimento” (GREEN, 2009, p. 280).

A roça Pinheira roça como uma das filiais da antiga empresa sede Ubua Budo, as condições ligada ao modo de vida local e das infraestruturas não se diferem muito. Entretanto, a proximidade com a capital (7km), a diversificação61 da produção

agrícola, incubadora de vários projetos agrícolas, boa estrada, moradias, denominadas de senzalas, em melhor condições em função da reabilitação das mesmas, a existência de um posto de saúde que atende a população local e de arredores, com marcação de consulta previamente agendada, maior número de casas construídas pelos moradores locais, água para irrigação dentre outras melhorias, que do meu ponto de vista, constituem os fatores que fazem com que as

59 Se refere a uma combinação de direitos e de obrigações que vincula o indivíduos ao Estado.

Cidadãos ativos exercitam esses direitos para melhorar a qualidade de sua vida (GREEN, 2009, p. 13).

60 Estados capazes de garantir a segurança de seus cidadãos e o estado de direito (GREEN, 2009, p.

13).

condições de vida na roça Pinheira roça sejam menos precárias em relação a Ubua Budo.

Na roça Pinheira roça, a entrevista decorreu nos talhões de cada agricultor e centrou em questões como: quais os eventos ligados ao clima, que pode estar a afetar os agricultores a praticar, exercerem a agricultura? Quais são as alternativas encontradas para enfrentar essas dificuldades?

Se outrora os conhecimentos herdados e adquiridos dos agricultores da roça Pinheira roça, a exemplo dos da roça Ubua Budo, acerca do clima lhes permitiam saber em que mês do ano a chuva começaria a cair para, em seguida, planearem o período de lançar as sementes e em seguida fazer o plantio dos diversos cultivo. No presente, identificam alterações no clima que inviabiliza a aplicação desses conhecimentos. Além disso, como já foi demonstrado, a luz das representações dos sujeitos da roça Ubua Budo, as afetações decorrentes dos eventos climáticos extremos têm implicação imaterial quando, por exemplo, os agricultores deixam de acreditar na agricultura como alternativa de sobrevivência. Implicações materiais e financeiras como, desgaste físico, custos com plantação que ocorre mais de uma vez, compra de inseticidas, de sementes dentre outras implicações. As representações que seguem a baixo expressam esse quadro de preocupações:

[…] é certo que as vez gêm nota diferença no clima, mas o quê que gente faz? Por exemplo, a dois meses atrás aqui, nós tivemos grande prejuízo porque, horticultura ela não precisa de muita chuva, tomate, pimentão, feijão verde. Quando é pouca chuva é melhor, ultimamente aqui havia muita chuva, e não havia quase produto, e muitos agricultores foram pá falência, porque houve alteração no clima. Mês de maio entrou, nós vimos o tempo, e pensamos agora vale a pena gêm lançar semente, porque forma que o tempo está chuva não vai cair. Porque se a chuva apanha você com uma semente na fase de germinação ela não germina mais. Eu pensei em vir lançar aqui, porque eu achei que chuva não ia cair, mas depois vê o que aconteceu, no dia 23, dia 27 de maio choveu (entrevistado de Pinheira roça, idade 49 anos, mais de 30 anos na agricultura, maio de 2017).

O clima tá alterando, antigamente havia muita seca, esse um ano atrás é que choveu um pouco que eu estou a ver. Tem chovido mais, e está a nos prejudicar algumas plantas, porque nós plantamos muita chuva também faz mal. Em termos de milho não dá uma boa espiga devido muita chuva. A

Natureza mudou porque eu plantava no mês de outubro, agora nós não temos momento próprio pá plantar. Isso nos prejudica, porque se você plantar isso atrasado, há momento que a clima não favorece, chuva vai parar e depois planta não vai reagir. E como também, há momento que sol fica muito intenso e prejudica a planta, a planta não vai reagir, mesmo em termo de milho e hortaliça (entrevistado de Pinheira roça, idade 37 anos, mais de 15 anos na agricultura, maio de 2017).

Aqui dificuldade é fator tempo. Tempo porque agora clima mudô. Ha momento que agricultores faz limpeza do campo, contando com a chuva, na época de setembro, nós sabemos que setembro é a primeira chuva, as vezes a chuva cai em Outubro, Novembro, Dezembro, isso também é um fator. Outro fator, é que também, quando plantamos atrasados e não temos poder de remonda, porque é muita capim e nós não temos dinheiro pra poder pagar, e aqui produção baixa. Sabemos que num ano plantamos duas vezes, mas acontece que com essa alteração de mudança de chuva, chuva que devia cair em Setembro, agora cai já em Outubro, Novembro, Dezembro nós só fazemos uma vez de plantação, é o outro fator que também está a prejudicar agricultura aqui (entrevistado de Pinheira roça, idade 37 anos, mais de 15 anos na agricultura, maio de 2017).

Já ouvi falar em mudanças climáticas, isso aconteceu conosco agora. Vivemos, gravana, gravana, gravana, gravana, depois caiu essa chuva quer dizer que clima mudou. Aquilo que nós tamos contando com ele que vai que gravana vai trazer pra nós, destruiu agora, por que nós tamos aplicar produto nos tomateiros e pimentão agora tem que reforçar, porque clima mudou (entrevistado de Pinheira roça, idade 66 anos, mais de 27 anos na agricultura, maio de 2017).

Agora não se consegue fazer previsão do cultivo, porque isso oscila. Chuva havia em Fevereiro, Maio, parou, 15 a 20 de Maio já não caí. Mas agora hoje chuva oscila só. Há momento que Setembro caí chuva, este ano chuva iniciou até Novembro pá Dezembro até Janeiro. Normalmente, Janeiro é momento de colheita. Mudança de clima, por acaso há essa mudança. Prejudica produção, porque normalmente os cacaueiros, também joga, momento de floração cai chuva de novo. E muita praga, mesmo na horticultura, mesmo no milho, mandioqueira. (Entrevistado de Pinheira roça, idade 68 anos, mais de 40 anos na agricultura, maio de 2017).

No tempo chuvoso, é um tempo que sol arde com muita intensidade, flor de tomateiro, pimentão, tanto também como feijão-verde, torna difícil pegar, flor