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SISTEMA DE GESTÃO PARA RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS 

RESÍDUOS VOLUMOSOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

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Figura 6: Alternativa de layout para ponto de entrega

O mais recomendado é que a definição da localização dos pontos de entrega e do layout sejam dadas pelo Consórcio em interlocução direta com as secretarias municipais envolvidas com os resíduos sólidos e obras. O Comitê Gestor de Resíduos Sólidos (COGERES), que dispõe de sub comitê para RCC, poderá contribuir para a melhor definição destes aspectos operacionais.

A título de exemplificação, a quantidade de pontos de entrega estimada para toda a RMGV seria de aproximadamente 70 unidades4. Este quantitativo considera a geração

de RCC em cinco dos sete Municípios (1.620,14t/1000hab/dia) com suas respectivas populações (894.472 habitantes), pressupondo uma quantidade média de 60t/dia5 de RCC processadas.

O projeto de cada ponto de entrega deve buscar incorporar os seguintes aspectos: • prever a colocação de uma cerca viva, nos limites do terreno de maneira a

aprimorar o paisagismo da área;

• aproveitar o desnível existente, ou criar um platô, para que a descarga dos RCC seja feita diretamente no interior de caçambas metálicas estacionárias;

4 Memória de cálculo:1.620,14t/1000hab/ano x 1000habitantes = 1,62014t/hab/ano.

1,62014t/hab/ano x 894.472 habitantes = 1.449.170t/ano. 1.449.170t/ano / 365dias = 3.970,328t/dia.

3.970,328t/dia / 60t/dia = 66,17 pontos de entrega

5 Em uma unidade de recebimento para pequenos volumes localizada em Belo Horizonte / MG,

são processadas 120t/dia. Como neste Município são recebidos, no máximo, 2m³ por pequeno gerador e o valor que propomos para recebimento dos pontos de entrega na RMGV é de 1m³, utilizamos a metade deste valor para ser processado por dia em cada ponto de entrega (60t/dia).

Box recicláveis

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• garantir os espaços corretos para as manobras dos veículos que utilizarão a instalação, como pequenos veículos de geradores e coletores, além dos veículos de carga que farão a remoção posterior dos resíduos acumulados;

• preparar placa de sinalização que informe à população do entorno sobre a finalidade dessa instalação pública, como local correto para o descarte de RCC e de resíduos volumosos;

• diferenciar os espaços para a recepção dos resíduos que tenham de ser triados (resíduos da construção, resíduos volumosos, resíduos secos da coleta seletiva etc.), para que a remoção seja realizada por circuitos de coleta, com equipamentos adequados a cada tipo de resíduos.

O equipamento para remoção de RCC dos pontos de entrega deve ser um veículo de transporte de elevada tonelagem, sendo a melhor forma de transporte o caminhão poliguindaste. Esta remoção poderá ficar a cargo da própria Prefeitura, por se tratar de pequenos geradores. Os resíduos volumosos, como, por exemplo, podas, móveis, madeira, metálicos etc., devem ser removidos por veículos para transporte de elevado volume, sendo a melhor opção o caminhão carroceria com laterais altas.

É essencial que se instale no ponto de entrega uma guarita, com sanitário, para facilitar a presença contínua de um funcionário. Este funcionário é o representante da ação direta da administração pública na solução de problemas que podem vir a ocorrer. Ele poderá ser contratado por meio do Consórcio Público ou designado por cada uma das administrações municipais. Este funcionário deverá ser treinado para responder de forma correta às suas obrigações de recepção, controle e apoio à remoção dos materiais.

A seguir são listados os aspectos operacionais importantes para a abordagem nesse treinamento:

• o volume máximo das cargas individuais de resíduos que possam ser recebidos gratuitamente na unidade, sendo limitadas a 1m3 ou 50 sacos de 20 litros;

• impedimento do descarte de resíduos orgânicos domiciliares, de resíduos industriais e de resíduos de serviços de saúde;

• a distribuição dos resíduos recebidos, para possibilitar a organização de fluxos internos de coleta que devem ser executados com o auxílio de equipamentos e meios de transporte adequados.

Os circuitos de coleta destinados a cobrir a rede de pontos de entrega permitirão a concentração de cargas de mesma natureza e, por conseguinte, o encaminhamento desse material para o manejo nas instalações específicas da rede para gestão de grandes volumes que, em conjunto, irá compor o sistema regional de manejo e gestão sustentável dos resíduos da construção civil e resíduos volumosos. A frequência de coleta dos resíduos dos pontos de entrega deverá atender às demandas específicas de cada um dos pontos, assegurando o bom funcionamento do local e a maximização dos recursos.

39 Rede para Gestão de Grande Volumes

Essa rede deverá ser constituída por empresas privadas, em interlocução com os grandes geradores e a participação do Consórcio Público nas etapas de planejamento e fiscalização. O Consórcio, juntamente com o COGERES, a SINDUSCON, o IEMA e demais atores implicados, deverá definir a localização de cada área e a quantidade necessária desses pontos para suprir a demanda de grandes volumes de RCC na RMGV. Sendo definidos os locais, agentes privados devem implantá-los e operá-los. Essas áreas devem ser submetidas às diretrizes do novo sistema e à ação fiscalizadora do Consórcio Público.

A definição da localização das instalações dessas áreas deve ser precedida da análise aprofundada de diversos fatores, com destaque para:

• regulamentação do uso do solo no Município;

• localização de regiões com maior concentração de geradores de grandes volumes de resíduos (áreas residenciais ou comerciais que estejam em processo de implantação ou expansão);

• existência de eixos viários, para agilizar o deslocamento de veículos de carga de maior porte.

Essa análise também deve considerar a distância e acesso destes pontos a áreas de disposição final ou temporária dos resíduos. A área necessária para o manejo dos diferentes tipos de RCC é apresentada na tabela 6.

Tabela 6: Área básica para o manejo dos resíduos de grandes geradores

CAPACIDADE ÁREA DEMANDADA