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Residência Ateliê Fátima Penna (1989)

No documento Casas de Sylvio de Podestá : 1979-1989 (páginas 112-141)

Figura 48–Perspectiva axonométrica da Residência Ateliê Fátima Penna

Figura 49 – Planta cobertura da Residência Ateliê Fátima Penna

Figura 50 – Plantas térreo, 1º pavimento, 2º pavimento da Residência Ateliê Fátima Penna

Figura 51 – Cortes da Residência Ateliê Fátima Penna

Figura 52 – Elevação frontal da Residência Ateliê Fátima Penna

Quadro 12 – Diagramas analíticos da Residência Ateliê Fátima Penna

Itens de Análise Residência Ateliê Fátima Penna (1989)

Implantação Perímetro Acessos Circulação Setorização Composição formal

Apresentação, análise e interpretação

O projeto não construído da Residência Ateliê Fátima Penna foi projetado para a artista plástica Fátima Penna, em um terreno situado na cidade de Belo Horizonte-MG, em 1989. A própria topografia sugeriu a implantação, devido a existência de dois elementos presentes no lote: o acentuado aclive e um platô na parte baixa.

No pavimento térreo encontram-se os dois acessos da edificação. A entrada para pedestres é recuada no volume do cilindro, enquanto a de veículo encontra-se sob a laje do prisma triangular. Não há nenhum elemento arquitetônico que anuncie o acesso, como nos projetos anteriores. Porém, a própria relação de escala com o restante do edifício, e o formato da entrada, acompanhando o volume cilíndrico, indicam o acesso.

No projeto Residência Ateliê Fátima Penna, a circulação apresenta uma evidente relação com a forma da edificação. Nesse caso, o movimento circular acompanha a forma do cilindro, conduzindo o usuário ao primeiro pavimento, a partir do qual é possível acessar os demais ambientes da edificação. No segundo pavimento, uma passarela reproduz o movimento circular que conduz à área externa, onde está presente uma grande escadaria que conduz a um espaço de contemplação nos fundos do lote.

Com perímetro mais fragmentado, a edificação acompanha as formas elementares utilizadas pelo arquiteto Sylvio de Podestá compor seu edifício. Se em planta o círculo e o triângulo constituem-se como figuras independentes, em elevação a pirâmide junta-se a essas outras formas.

Inspirada na Casa Rotonda do arquiteto suíço Mario Botta, esse edifício se destaca pela multiplicidade de formas e elementos arquetípicos. A condição atípica do lote enfatiza seu caráter excepcional, que parecer ter sido concebido como um objeto autônomo, disposto a se destacar na paisagem. De acordo com Podestá (2000):

Se Mario Botta fez sua “casa rotonda”, aqui fizemos nosso atelier “rotondo”. Um grande cilindro, encimado por uma cobertura metálica de forte inclinação, com águas furtadas servindo de iluminação zenital; um exaustor eólico renova o ar e funciona como dinâmica cumeeira, substituindo o tradicional galo (PODESTÁ, 2000, p. 228).

Assim, o arquiteto enfatiza a verticalidade ao estabelecer um eixo que se estende do corpo cilíndrico, transpassa a cobertura em forma de pirâmide, e se estende até o exaustor de

ar. Porém, Sylvio de Podestá interrompe deliberadamente a simetria decorrente desse eixo, introduzindo um prisma no volume cilíndrico do edifício. Como afirma o arquiteto:

Essa paz cilíndrica é interrompida por um violento traspasse “modernista”, amarelo, com detalhes tipo brises horizontais e pilares tubulares inclinados, como nas antigas varandas modernas. A interferência gera uma grande varanda no cilindro, cobre a garagem e tem como função principal a criação do escritório, permitindo uma atividade a mais no prédio. Se em elevação é modernista, em planta o anexo é como uma seta e aí realmente se caracteriza a ruptura. (PODESTÁ, 2000, p. 228)

O apelo figurativo deste projeto decorre da intenção de realizar uma crítica as edificações vizinhas que “além de má forma de ocupação topográfica, apresentam um ‘fachadismo’ desproporcional e saudosista o que, no mínimo, desabilita seus autores e torna justo e correto pensar em sua eliminação, pura e simples, da história arquitetônica da cidade.” (PODESTÁ, 2000, p. 228). Além do forte apelo figurativo, o elemento convencional preconizado por Robert Venturi em seu livro também encontra-se presente. Nesse projeto, o exaustor de ar, ao ser disposto sobre a axialidade da elevação, assume importância na composição do edifício, ao mesmo tempo em que funciona como um elemento simbólico de duplo sentido.

5 DISCUSSÃO

Os produtos desta pesquisa foram sendo apresentados parcialmente ao longo das análises individuais. Neste tópico pretende-se realizar uma análise do conjunto, identificando e verificando questões presentes nos projetos, correlacionando com a revisão realizada da literatura.

Os projetos residenciais elaborados pelo arquiteto Sylvio de Podestá na década de 1980 apresentam características singulares dentro do contexto da Pós-modernidade, que a investigação realizada a respeito de sua arquitetura e acabou por verificar. A análise da arquitetura de Sylvio de Podestá verificou que as condicionantes do lugar, do programa e do usuário, concorreram para a criação de obras diversificadas na década de 1980. Porém, a análise permitiu observar algumas recorrências de estratégias que permitem compreendê-los a partir do âmbito da Pós-modernidade.

A partir da análise dos projetos das residências selecionadas, algumas possíveis discussões podem ser levantadas para as questões colocadas no início desta pesquisa, envolvendo a análise das estratégias projetuais e compositivas da arquitetura de Sylvio de Podestá, a partir de ensinamentos da arquitetura pós-moderna. A arquitetura de Sylvio de Podestá apresenta elementos arquetípicos da História da Arquitetura provenientes do repertório clássico, como triângulos que remetem aos antigos frontões, os arcos, as janelas quadradas de tamanho reduzido, pilares de seções circulares e cúpulas.

Nos projetos analisados, nota-se que nas residências Rosinha, Karla e Sidney e Rubens, o arquiteto projeta essas figuras no volume do edifício. Nesses casos, a elevação frontal funciona como uma espécie de “muralha”, que além de atuar como um anteparo, enfatiza o aspecto de frontalidade do edifício que pouco revela seu interior, e, ao mesmo tempo, contrapondo-se ao conceito de negação da fachada e aos grandes planos envidraçados presentes na arquitetura moderna.

Já nas residências Hélio e Joana, Lauro e Gisela e Residência Ateliê Fátima Penna, as figuras geométricas deixam de ser projetadas, constituindo-se como figuras tridimensionais, configurando partes do edifício. O triângulo transforma-se em pirâmide, o círculo em cilindro, o quadrado ora em prisma ora em grelha.

A recorrência com que essas figuras geométricas são empregadas nesses projetos pressupõem que Sylvio de Podestá utiliza esses elementos como tipos clássicos que estabelecem uma livre associação com formas elementares presentes tanto na Arquitetura Clássica quanto na Arquitetura Colonial de cidades históricas de mineiras, como Mariana, Ouro Preto e Sabará. Com isso, em certo sentido, foi possível constatar a premissa de Segawa (1999) e Segre (2002) a respeito da influência da cultura mineira no trabalho do arquiteto.

Esta estratégia alinha-se, portanto, com o debate sobre o potencial comunicativo da arquitetura, que tanto Robert Venturi quanto Aldo Rossi, cada qual a seu modo, utilizaram em seus projetos. Essas figuras geométricas remetem às formas derivadas do repertório clássico da arquitetura, utilizadas seja através de citações livres, conforme apontou a pesquisa realizada Santa Cecília (2004) a respeito do colega de profissão Éolo Maia, seja como tipos que remetem às formas clássicas, dentro de um esquema compositivo similar aos projetos de arquitetos como o italiano Aldo Rossi e o suíço Mario Botta, como demonstrou Colin (2004) e Marques (2002).

Através desses recursos, a análise revela que foi possível restabelecer o vínculo com a História da Arquitetura, a favor de uma arquitetura com viés comunicativo, assim como fazia o arquiteto pós-moderno Robert Venturi em suas obras, teorizado em seu livro Complexidade e Contradição em Arquitetura.

Nota-se também que Sylvio de Podestá, em vários momentos, subverte princípios compositivos clássicos, assim como o faz o arquiteto norte-americano. O arquiteto contradiz a simetria decorrente da organização dos volumes nas elevação frontal, seja através da organização interna dos ambientes, seja no modo como dispõe as aberturas, revelando uma afinidade com os conceitos estabelecidos pelo arquiteto norte-americano, em favor de uma arquitetura que preza pela complexidade, ambiguidade e contradição.

Além disso, a circulação, como elemento estruturador do projeto, com ambientes bem configurados e delimitados por planos e fechamentos, e a importância de demarcar o acesso principal da edificação, são estratégias que contrariam, de certa maneira, a lógica moderna de apreensão total do espaço desobstruído visualmente, alinhando-se, portanto, com o O Modelo quadro a quadro, das sequencias e das surpresas, proposto por Tagliari (2018), a partir da análise dos edifícios com características pós-modernas.

Elaboramos um quadro comparativo que permite visualizar as estratégias projetuais analisadas nesta pesquisa, nos projetos selecionados. Com isso, buscamos caracterizar, compreender e verificar como Sylvio de Podestá operou na elaboração desses exemplares de sua arquitetura.

Também elaboramos uma síntese em forma de textos, a respeito das principais estratégias projetuais encontradas, a partir da análise do conjunto de projetos selecionados, e que permitem compreender a arquitetura de Sylvio de Podestá, especialmente a elaborada na década de 1980, dentro do contexto de experimentações da linguagem pós-moderna da arquitetura.

Implantação Perímetro Acessos Circulação Setorização Composição Formal Rosinha (1980) Karla e Sydney (1981) Rubens (1982) Hélio e Joana (1981/1982) Lauro e Gisela (1985) Fátima Penna (1989)

Quadro 13 – Quadro síntese a partir da análise dos projetos selecionados (continua...)

Item analisado

Síntese a partir da análise dos projetos selecionados

Implantação

A análise da implantação revelou que nos projetos selecionados o arquiteto partiu das condicionantes do naturais do terreno, como a topografia, vegetação, visuais e insolação para implantar seus edifícios nos terrenos, configurando o partido arquitetônico e a relação entre o edifício e a rua. Na Residência Rosinha, em um terreno estreito e comprido, o arquiteto não adotou recuos laterais, geralmente utilizados como acessos secundários às áreas de serviços e lazer. Essa estratégia revelou a intenção do arquiteto em criar duas fachadas hierarquicamente principais, uma frontal e a outra posterior, assim como resguardar a privacidade necessária ao programa da arquitetura residencial.

Essa análise revelou a preocupação de Sylvio de Podestá com relação à rua. Mesmos nos casos em que a fachada forma uma espécie de “muralha”, a presença do recuos frontais, geraram espaços semipúblicos, valorizando o edifício na paisagem.

Outro ponto importante observado foi a localização da garagem. A análise dos projetos revelou que o arquiteto posicionou-as na parte frontal do terreno, próximo à rua, e não comumente na parte posterior, reservada para o lazer da família.

Cabe destacar ainda que, dos seis projetos estudados, apenas a Residência Rubens apresentou uma pequena edificação, destinada aos momentos de contemplação, destacada da volumetria principal do edifício.

Perímetro

A análise do perímetro das seis edificações revelou que as residências Rosinha, Karla e Sidney e Rubens possuem ambientes organizados dentro de uma geometria compacta. As residências Hélio e Joana, Lauro e Gisela e

Residência Ateliê Fátima Penna, o perímetro encontrou-se mais fragmentado, revelando um maior aproveitamento e distribuição do programa no terreno.

Esta análise revelou ainda que o arquiteto Sylvio de Podestá utilizou de figuras geométrica, como o quadrado, o círculo e o triângulo na organização do partido arquitetônico. Os projetos iniciais partiram de uma geometria de base quadrada ou retangular, enquanto, nos últimos projetos, estas figuras se individualizam, tornando-se maiores e formando partes do edifício, em um perímetro fragmentado.

Acessos

A análise dos acessos das edificações revelou que prevaleceram acessos frontais, perpendiculares à elevação frontal dos edifícios, contribuindo para a apreensão visual de seus elementos formais. A exceção ocorreu na Residência Lauro e Gisela, cujo acesso ao interior do edifício ocorre através de uma marquise que conecta a edificação à via pública.

Nos projetos analisados, Sylvio de Podestá demarcou a entrada, anunciando o acesso principal, seja através do eixo axial que rege a composição da elevação frontal, ou através de elementos arquitetônicos como escadarias, corredores, arcos e triângulos que são plugados ou projetados no edifício. Quanto aos acessos social e de serviços, observamos que nos casos em que a edificação possuía dimensões maiores, o arquiteto utilizou dois acessos independentes, otimizando a realização dos serviços domésticos. No entanto, cabe ressaltar que, mesmos nestes casos, estes localizam-se na elevação frontal, subvertendo a ideia de que o acesso de serviços deve estar localizado na parte posterior do terreno.

Circulação

A circulação foi utilizada como um elemento estruturador do espaço, através de eixos que direcionam o usuário e organizam o programa. Este recurso pode ser verificado, de maneira mais clara, nos projetos das residências Rosinha, Karla e Sidney, Rubens e Hélio e Joana. Na residência Lauro e

Gisela, o setor social configurou um núcleo de distribuição, através do qual é possível acessar os diversos setores da edificação. Na Residência Ateliê Fátima Penna, a circulação configurou um movimento circular, acompanhando a forma cilíndrica do edifício.

Cabe ressaltar que o arquiteto elaborou o sistema de circulação de modo a configurar um percurso que promove descobertas e surpresas. Neste sentido, seus projetos vão sendo revelados à medida que o usuário caminha pelo espaço.

Setorização

A análise da setorização e da organização espacial dos projetos revelou que Sylvio de Podestá adotou diferentes formas de organizar o programa. Os setores social, íntimo e de serviços das edificações foram organizados ora em níveis ora em alas funcionais, ou em ambos ao mesmo tempo. Notou-se que nos em casos em que a edificação apresenta mais de um nível, o setor íntimo encontra-se nos pavimentos superiores, enquanto as funções reservadas ao estar e serviços, no pavimento térreo.

Destacamos ainda que o setor social apresentou maior nível de integração com os demais setores, menor compartimentação e proporcionalmente maior em dimensão. Na maior parte dos edifícios analisados, os ambientes de convívio estão localizados na parte posterior do terreno com acesso à área de lazer, enquanto as áreas destinadas serviços domésticos estão localizas na parte frontal, subvertendo a configuração convencional de um casa.

Assim, pode-se afirmar que o arquiteto priorizou os espaços de convívio social, tornando-os convidativos e integrados. Já os setores íntimo e de serviços possuem núcleos de circulação independentes, propiciando privacidade aos usuários dos edifícios.

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Composição formal

A análise da composição formal dos edifícios revelou que as obras apresentaram similaridades nas estratégias compositivas empregadas pelo arquiteto Sylvio de Podestá.

Nas três primeiras residências, Rosinha, Karla e Sidney e Rubens, as partes dos edifícios estão subordinadas a uma forma hierarquicamente mais importante, através de procedimentos de “plugar” as partes no edifício. Já nas demais, as residências Hélio e Joana, Lauro e Gisela e Residência Ateliê- Fátima Penna, as partes individualizam-se não se relacionando de forma hierárquica entre si, compondo partes do edifício. Cabe ressaltar que, em ambos os casos, o arquiteto utilizou de elementos do repertório clássico para compor seus projetos, como o triângulo, o círculo e o quadrado, e suas formas tridimensionais, como a pirâmide, os prismas, e o cilindro.

Além disso, Sylvio de Podestá resgatou nos projetos princípios compositivos advindos da linguagem clássica, como a simetria e a centralidade nas elevações, reforçando o aspecto de frontalidade, porém contradizendo-os através da organização espacial, em uma atitude tipicamente pós-moderna.

Fonte: O autor.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para esta pesquisa foram analisados pormenorizadamente seis projetos residenciais do arquiteto Sylvio de Podestá, elaborados na década de 1980. Nesse período, o arquiteto esteve associado com Éolo Maia e Josefina Vasconcellos, produzindo uma arquitetura com características pós-modernas, influenciada pelas práticas realizadas no contexto internacional.

Assim, por meio da análise dos projetos do arquiteto Sylvio de Podestá, foi possível estabelecer reflexões a respeito das estratégias utilizadas por esse arquiteto, nos projetos residenciais que elaborou nesse período. Por meio desta pesquisa, contribuímos para a compreensão dos reflexos deste movimento no contexto brasileiro.

A análise desses exemplares de sua arquitetura relevou a existência de projetos com características peculiares. De imediato surgiu a pergunta: que estratégias projetuais e compositivas o arquiteto adotou na realização destes trabalhos? Para respondê-la, partimos do pressuposto de que o arquiteto, por estar inserido no contexto da Pós-modernidade, utilizou de figuras geométricas como o círculo, o triângulo e o quadrado como estratégias projetuais e compositivas.

A literatura apontou que esses elementos foram empregados pelos arquitetos no intuito de restabelecer o vínculo comunicacional da arquitetura, em contraposição às formas geométricas abstratas utilizadas pelos arquitetos modernos. Neste sentido, arquitetos pós- modernos como Robert Venturi, Aldo Rossi e Mario Botta realizam diversos projetos utilizando-se desses elementos, no intuito de restabelecer um vínculo com a arquitetura do passado ou, mais precisamente, com formas presentes na Arquitetura Clássica.

Para esta pesquisa, a metodologia adotada foi pautada por instrumentos gráficos que envolveu o redesenho dos projetos, confecção de modelos tridimensionais virtuais e análise gráfica. Assim, foi possível visualizar tais estratégias, recorrendo aos próprios instrumentos utilizados pelos arquitetos em seu oficio.

A partir dos estudos realizados, pode-se constatar o potencial do redesenho como um primeiro contato mais aprofundado com o objeto de estudo. Algumas estratégias foram evidenciando-se à medida em que o processo de redesenho foi sendo realizado.

Já a elaboração de diagramas sintéticos a partir do material do redesenho trouxe resultados mais precisos ao possibilitar a visualização, comparação, recorrências e similares entre os projetos analisados.

Cabe ressaltar ainda que a utilização da perspectiva axonométrica, como linguagem de representação, permitiu uma análise mais acurada em decorrência da inserção da tridimensionalidade à análise projetual, já que a complexidade dos projetos elaborados por Sylvio de Podestá na década de 1980, em seus aspectos formais e funcionais, exigiam que o estudo fosse realizado por tal meio de representação.

Sylvio de Podestá construiu uma produção arquitetônica diversificada, sempre acompanhando as transformações e demandas que surgiram desde o início de sua atuação profissional. Na década de 1980, experimentou a linguagem pós-moderna, utilizando o triângulo, o círculo e o quadrado, assim como as formas tridimensionais como a pirâmide, o cilindro, o prisma e derivações.

Além disso, esta pesquisa também revelou a importância atribuída pelo arquiteto Sylvio de Podestá à elevação frontal, com viés comunicativo, além do esquema de percurso “quadro a quadro” e subversão dos princípios compositivos da arquitetura clássica, alinhando-se, portanto, com as estratégias observadas na linguagem pós-moderna da arquitetura internacional.

Vislumbra-se com as análises pormenorizadas das estratégias projetuais e compositivas que compõem cada projeto selecionado contribuir para o conhecimento da arquitetura de Sylvio de Podestá, especialmente aquela produzida na década de 1980, sob influência da linguagem pós-moderna.

Em pesquisas futuras, consideramos pertinente dar prosseguimento às análises das demais residências desse período, incrementando itens de análise projetual. Também acreditamos que seria importante o desenvolvimento de pesquisas a respeito de outras tipologias de edifícios, como edifícios institucionais e habitações coletivas, além de concursos realizados pelo arquiteto Sylvio Emrich de Podestá.

REFERÊNCIAS

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No documento Casas de Sylvio de Podestá : 1979-1989 (páginas 112-141)