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4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 99 !

5.4.1 Seleção do Software de Simulação 109 !

A seleção do software de simulação foi realizada entre outubro de 2005 e perdurou até o mês de maio de 2006, quando a aquisição do referido software foi efetivada. O processo de seleção seguiu as etapas propostas por Law e Haider (1989) e Hlupic, Irani e Paul (1999): (a) necessidade de adquirir um software de simulação, com base nos propósitos da simulação, restrições para aquisição (financeiras e organizacionais), principais tipos de problemas que serão abordados; (b) pesquisa de softwares disponíveis; (c) avaliação dos softwares; (d) seleção do software; (e) negociação do contrato; e (f) aquisição do software.

Quatro softwares foram avaliados no processo de escolha: STROBOSCOPE (MARTINEZ, 1996) ProModel (ProModel Corporation), Arena (Rockwell Automation Inc.) e Extend (Imagine That Inc.). O STROBOSCOPE foi avaliado em função de seu uso por vários pesquisadores da área de gestão da produção na construção civil. Já os demais softwares foram avaliados em função de suas larga utilização por pesquisadores em diversos setores industriais, principalmente com base na consulta a artigos publicados na Winter Simulation Conference.

A fim de proceder a escolha do software foram utilizados os critérios facilidade de uso, adequação ao contexto da pesquisa, qualidade dos recursos de animação; capacidades estatísticas e custo de aquisição. Estes critérios basearam-se nos critérios originalmente propostos por Law e Haider (1989) e Davis e Williams (1994), que apontam uma série de características desejáveis dos softwares de simulação utilizados na análise de sistemas de produção.

Desta forma, com relação ao critério facilidade de uso, tanto o Arena como o Extend foram considerados mais amigáveis do que o Promodel e o STROBOSCOPE. Por modelarem um sistema de produção através de um fluxograma, o processo de modelagem é de mais fácil aprendizagem do que o processo de modelagem do Promodel, que utiliza uma técnica de modelagem baseada na representação dos processos diretamente e unicamente através de seu

layout, com a definição de seus postos de trabalho, caminhos, recursos e entidades. Já o Stroboscope, embora possuindo uma interface gráfica através de um add-on do MS-Visio (EZStrobe), exige que o usuário domine uma linguagem de simulação.

Com relação ao critério adequação ao contexto, também tanto o Arena quanto o Extend foram considerados mais adequados, por representarem um sistema de produção através de um fluxograma e permitir que todo o sistema ou parte dele possa ser animado com base no seu layout. Nesse caso, a representação de um sistema de produção é mais adequada se um fluxograma for utilizado, enquanto a representação de processos ou operações específicas pode, em alguns casos, tomar partido da modelagem de seu layout.

No critério qualidade dos recursos de animação, tanto o STROBOSCOPE quanto o Extend apresentam a limitação de necessitar um outro software para gerar as animações. Assim, as mudanças de estado na simulação são primeiramente salvas em um arquivo e utilizadas para gerar gráficos após a simulação ter acabado, utilizando o pós-processador Proof Animation (Wolverine Software Corporation). Esta limitação foi considerada importante, fazendo com que tanto o STROBOSCOPE quanto o Extend fossem descartados do processo de seleção.

Todos os softwares analisados possuíam as características desejáveis quanto ao critério capacidades estatísticas. O custo de aquisição do software, por sua vez, representava uma restrição importante, visto que havia uma limitação dos recursos destinados à aquisição do pacote de simulação, limitado aos recursos concedidos pelo órgão de fomento para o projeto de pesquisa38. Desta forma, foram feitos contatos com os desenvolvedores dos softwares

Arena e ProModel que indicaram seus representantes no Brasil para o processo de cotação. Já o STROBOSCOPE poderia ser utilizado de forma gratuita, uma vez que seu uso seria acadêmico.

A partir da análise das propostas de aquisição dos softwares e de negociações na busca de adequação do custo de aquisição aos recursos financeiros disponíveis, somente a proposta de compra do Arena foi considerada exeqüível. A figura 16, a seguir, resume as ponderações realizadas com relação a cada um dos softwares analisados frente aos critérios considerados.

38 A aquisição do software, bem como do hardware necessários ao desenvolvimento da pesquisa foram

Software Critério

Stroboscope ProModel® Arena® Extend®

Facilidade de uso ! " # #

Adequação ao contexto " ! # #

Qualidade dos recursos de animação " # # "

Capacidades estatísticas # # # #

Custo de aquisição # ! #

Seleção final ! ! " !

Figura 16: avaliação dos softwares pré-selecionados vs critérios de seleção

Assim, com base na ponderação dos critérios acima expostos, optou-se pela utilização do software Arena para o desenvolvimento dos estudos desta pesquisa. O Arena é um pacote de simulação de propósito geral comercializados pela Rockwell Automation Inc., que utiliza construtos de modelagem, chamados módulos, agrupados em uma série de templates, tais como Processo Básico, Processo Avançado e Transferência Avançada. O template “Processo Básico” contém os módulos que são utilizados na maioria dos modelos. O painel “Processo Avançado” contém os módulos que são utilizados para desenvolver funções lógicas muito específicas, tais como escolher uma fila quando várias estão disponíveis ou coordenar o avanço de múltiplas entidades em diferentes áreas de um sistema. Já o painel “Transferência Avançada” contém os módulos que são utilizados para descrever a transferência de entidades de uma parte do sistema para outra (LAW; KELTON, 2000; KELTON; SADOWSKI; STURROCK, 2004). A figura 17 mostra os principais módulos do painel “Processo Básico” e suas principais funções no processo de modelagem.

Figura 17: módulos do painel “processos básicos” do Arena Permite a criação de

entidades que “fluem” pelo modelo.

Representa os processos produtivos sendo modelados.

Permite a separação de uma determinada entidade ou grupo de entidades do todo.

Agrupa as entidades em lotes permanentes ou temporários.

Separa as entidades que foram previamente agrupadas em lotes.

Atribui características diferenciadoras às entidades.

Registra dados característicos das entidade que passam pelo módulo.

Representa o último módulo do modelo, no qual as entidades cessam seu fluxo.

Um modelo é construído através de um processo de “arrastar e soltar” módulos na janela do modelo, conectando-as para indicar o fluxo de entidades através do sistema simulado. Então, os módulos são detalhados utilizando caixas de diálogo ou planilhas incorporadas no software. Um modelo pode ter um número ilimitado de níveis hierárquicos. O Arena possibilita uma animação bidimensional e também permite apresentar gráficos dinâmicos (KELTON; SADOWSKI; STURROCK, 2004).

É possível ler e escrever dados em arquivos de outros aplicativos, tais como MS-Excel, criando interfaces de ingresso de dados mais amigáveis, por exemplo. Para tanto, o Arena utiliza o Microsoft Visual Basic for Applications (VBA), o que permite também uma interface com o MS-Visio, possibilitando a construção de modelos básicos nesse aplicativo (LAW; KELTON, 2000, KELTON; SADOWSKI; STURROCK, 2004). Na versão profissional, utilizada neste trabalho, é possível criar módulos customizados e guardá-los em um novo template (LAW; KELTON, 2000, KELTON; SADOWSKI; STURROCK, 2004).