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1.2 Iniciação e despertar do curador interno: aprendendo a reconhecer a energia Reiki Para além da compreensão dos fundamentos do Reiki a partir apenas de uma análise

1.2.7 Simbolos Sagrados

Antes de iniciar o aprendizado da prática de imposição de mãos a mestra apresenta ao neófito a “sabedoria dos símbolos sagrados do Reiki”. Os símbolos variam conforme a iniciação. No decorrer das três etapas alguns grupos apresentam 7 símbolos em consonância com o número de centros vitais ou chacras enquanto outros apresentam 5. Mas, os mais tradicionalmente utilizados nos três níveis são o Chokurei, o Se-Rei-Ki, o Hon Sa Ge Sho Nen, o Daí Ko Mio e o Raku em ordem ascendente com diferentes qualidades e significados. Esses símbolos podem ser encontrados nas “Sutras budistas mahayana”. Seus usos a mais de 2500 anos afirma a mestra, “foram, sobretudo, para fins espirituais e para auxiliar na tarefa de iluminação do meditante”. No caso dos sete comumente utilizados, Mikao Usui descobriu neles as chaves para a canalização da energia Reiki e para o despertar dos chakras. Dos usos religiosos e espirituais eles foram direcionados para a terapia o que permitiu torná-los públicos e acessíveis a todos quebrando seu sigilo e mistério. São considerados extremamente poderosos e sagrados. Sua utilização terapêutica envolve uma atitude mística de devoção e respeito.

Pelo que se pôde perceber, para muitos Reikianos os símbolos sintetizam a essência espiritual da prática. Envoltos por uma mística hermética não deslocada do real, os símbolos, segundo a fala de alguns mestres, são um dínamo, um catalizador, carregam uma força motriz, um poder capaz de “agregar energia”, “abrir portas dimensionais”, “curar”, unir. Vale lembrar o significado de símbolo a partir de Durand (1988, 2011). O sim-bolos ou, o que une, geralmente contribui para superar o dia-bolos, ou o que separa.

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Tradicionalmente no oriente muitos símbolos do Reiki são associados aos yantras11,

desenhos energéticos que comumente associam-se aos mantras quando utilizados. No Reiki acredita-se que a aplicação dos símbolos como yantras favorecem a disciplina e o controle da mente. Uma mente concentrada e orientada pelo símbolo estaria mais apta a acessar diferentes níveis de energia, compreender a dinâmica interna dos chacras e se conduzir de modo consciente a outros estados ou dimensões da realidade. Alguns Reikianos presentes afirmam ainda que, o uso correto do símbolo permite “um maior vislumbre das capacidades físicas e extrasensoriais do praticante”. Acredita-se que meditando nos símbolos o Reikiano pode passar do plano mais grosseiro para o mais sutil da realidade, aumentando sua capacidade psíquica e mediúnica, intensificando seu poder de cura e sua capacidade de doação de energia.

Todavia, cabe acrescentar uma colocação importante de Adilson Marques, que está em consonância com o papel dos símbolos na iniciação dada por R.C. Para o autor e a mestra, não é o símbolo em si, o ato mecânico de traçá-lo que cura ou amplia poderes mediúnicos, psíquicos e energéticos, mas sim a capacidade de interiorizar conscientemente a dimensão simbólica que ele resguarda. A concentração no mesmo “permite que a pessoa se abra às realidades mais sublimes e, dessa forma, ative energias antes estagnadas ou adormecidas em seu corpo energético”. A partir de então é possível “irradiar” sua energia. Como diz Marques,

o papel dos símbolos é o de estimular a meditação. No oriente os símbolos são muito disseminados com esse objetivo. Trata-se de uma forma de concentrar o pensamento em uma realidade maior, transcendental. O mais importante é o conteúdo que o símbolo tenta nos transmitir e não sua forma exterior, como costuma se enfatizar nos cursos modernos de Reiki (MARQUES, 2012, 25).

Em consonância com essa afirmativa pode-se dizer que a dimensão simbólica dos símbolos do Reiki ou yantras carrega, portanto, um ensinamento de ordem transcendental que por sua vez foi traduzido em verdades éticas e morais e conhecimentos práticos. O ancoramento da energia para fins terapêuticos geralmente é dependente das qualidades morais a que eles são associados. O uso ritualístico, não formal ou formal do símbolo, seja traçando ele nas mãos, no ar, ou mesmo utilizando-se do recurso da imaginação, orienta a mente em certas qualidades de pensamento, sentimento, estado de espírito.

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No nível 1 a iniciação detém-se sobre o aprendizado do símbolo Choku-Rei, considerado o símbolo do despertar espiritual, à raiz, à “saída da caverna”, ao “batismo”, “renascimento”, ao encontro da luz que busca por ascensão. Por isso é considerado um símbolo de alto poder, pois, nele reside uma grande concentração de energia vital. Segundo R.C. “é o símbolo que permite uma rápida conexão com a energia cósmica por seu poder de enraizamento e ascendência”. Analisando seus traços pode-se extrair daí um significado claramente perceptível. O símbolo começa com uma parte plana simbolizando o platô da criação, o equilíbrio energético da vida, a estabilização. Na sequência existe um caminho descendente no qual acontece a interiorização da energia cósmica dada a partir de um longo e profundo movimento em espiral, em sentido anti-horário, ou seja, um movimento de interiorização que termina na base, na raiz do ser que reside no primeiro chakra ou centro vital.

Chokurei é um símbolo de uso universal. É o símbolo de maior concentração de poder. Um amplificador de energia. O chokurei aumenta o fluxo de energia Reiki canalizada. Diminui o tempo mínimo de aplicação em cada posição. Esse símbolo traz luz para o local. Ele permite a conexão imediata com a Energia Primordial Cósmica; traz a energia de outros planos dimensionais para o mundo físico. Liga-nos ao magnetismo do planeta terra.

Em referência à sua dimensão terapêutica o símbolo Choku Rei atuaria principalmente no corpo físico e no duplo etérico. Ele teria o poder de limpar energeticamente os chakras das pessoas, de “resíduos negativos, emanações na forma etérica de doenças físicas e mentais, e energias psíquicas negativas provenientes de emoções como raiva, ódio, mágoa que saturam determinados locais”. Também atuaria no sentido de purificar lugares, objetos, águas e alimentos.

Comumente como afirma R.C. os símbolos precisam ser memorizados na sua forma correta. Cada traço tem seu significado e deve ser desenhado mentalmente ou na palma da mão com o dedo indicador na ordem exata. Cite-se um exemplo de seu uso como encontrado na apostila utilizada pela mestra.

Traçamos o Choku Rei nas palmas das mãos e em frente o corpo. Em seguida desenhamos novamente o símbolo, trazendo a mão para cada chakra e repetindo o mantra sempre três vezes. Você estará selando seu corpo contra possíveis energias maléficas. Se por acaso desejarmos utilizar esse símbolo numa área de nosso corpo de difícil acesso, como as costas, ele poderá ser

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desenhado na nossa frente. Devemos então pega-lo com a mão e coloca-lo na área desejada. (DE’CARLI, 2001)

1.2.8 Criação do espaço sagrado para a técnica imposição de mãos e a técnica