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CAPÍTULO III Mediação Vítima-Agressor e os Interesses envolvidos

3.1 Aplicabilidade

3.1.2 No sistema jurídico italiano

Diversamente da prática portuguesa, na Itália a mediação teve considerável desenvolvimento no âmbito da delinquência juvenil e só recentemente ela veio a ser aplicada na delinquência de adultos. Entretanto, foi no microssistema do juiz de paz que o país previu pela primeira vez a mediação penal, quando determinou que, sendo o crime processado mediante queixa, o juiz promove a conciliação entre as partes e, se entender útil, poderá valer- se da atividade de mediação de centros e estruturas públicas ou privadas presentes no território (art. 29, inciso 4, D.Lgs. 274/2000)152.

As primeiras atividades de mediação penal juvenil na Itália surgiram pela iniciativa dos magistrados da infância de Turim, em 1995, sob a forte influência da experiência francesa. Eles publicaram orientações e normas acerca da implementação da mediação penal juvenil e declararam a criação de uma Seção de Mediação dentro do Ministério Público juvenil. Apesar de não haver um suporte normativo a nível nacional, a experiência foi positiva e foi sucessivamente sendo aplicada em outras sedes, como Milão, Bari e Trento153.

Todos esses centros de mediação se localizavam dentro dos próprios tribunais, mas alguns anos depois se mudaram para novas sedes, pois o financiamento passou a ser realizado pelos governos locais, centros para a justiça juvenil, entidades ou associações privadas, não restando à vítima e ao infrator qualquer custo pela participação na mediação. O Ministério da Justiça exerce o papel de coordenação e monitoramento, oferecendo ainda um apoio financeiro indireto, pois fornece mediadores part-time para os centros de mediação, os quais representam 24% do total de mediadores154. Devido a essas alterações, os centros de mediação ganharam maior autonomia em relação ao passado, evitando ainda uma confusão entre os mediados sobre os papéis do juiz e do mediador.

As iniciativas no período cresceram rapidamente, entretanto atualmente nota-se certa estagnação. Há apenas 20 serviços de mediação em todo o país, ao contrário da França e da

152 “Il giudice, quando il reato e' perseguibile a querela, promuove la conciliazione tra le parti. In tal caso, qualora sia utile per favorire la

conciliazione, il giudice puo' rinviare l'udienza per un periodo non superiore a due mesi e, ove occorra, puo' avvalersi anche dell'attivita' di mediazione di centri e strutture pubbliche o private presenti sul territorio. In ogni caso, le dichiarazioni rese dalle parti nel corso dell'attivita' di conciliazione non possono essere in alcun modo utilizzate ai fini della deliberazione.”

153 Vide informação disponível on line em http://www.giustizia.it/giustizia/it/mg_2_5_11.wp. Acesso em 17/09/2015.

154 Nesse sentido vide ANNA MESTITZ e SIMONA GHETTI, Capítulo 5, ob. cit., pp. 326/332, e informação disponível on line em http://www.altrodiritto.unifi.it/ricerche/minori/imperial/cap4.htm. Acesso em 26/08/15.

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Alemanha, com cerca de 200 e 300 serviços, respetivamente155. Por outro lado, a maior parte das mediações realizadas tem a participação de pelo menos dois mediadores, o que se constitui em benefício às partes, entretanto limita evidentemente a ampliação do número de estruturas.

Atualmente, a mediação penal juvenil faz parte do sistema de justiça criminal juvenil, e está incluída entre as responsabilidades do Tribunal de Menores e do Ministério Público, e pode resultar do encaminhamento do jovem, feito pelo juiz ou pelo promotor de justiça, para o serviço social do tribunal ou para centros de mediação autorizados. O Ministério da Justiça é o órgão que coordena todas as atividades de mediação penal no âmbito juvenil, bem como o treinamento de mediadores. As queixas são muitas, seja a nível organizacional e de estrutura, seja a nível normativo, o que impede a maior consolidação da mediação no país.

Submetem-se ao procedimento jovens infratores de 14 a 18 anos de idade, pois os menores de 14 anos não podem ser acusados. O foco é quase exclusivo sobre o ofensor, e não sobre a vítima, porque o sistema é baseado no caráter educativo da medida e na desjudiciarização. MESTITZ e GHETTI aduzem que “a punição é considerada como um último recurso e o tratamento dos ofensores é inevitavelmente desigual nos Tribunais porque depende do que o magistrado (promotor ou juiz) considera seja o melhor interesse da criança” 156

(tradução nossa).

Ainda não há uma previsão legal expressa da mediação penal juvenil no país, tampouco regulamentação nacional, entretanto são criados “Protocolli d’Intesa” (Protocolos de Acordo) entre autoridades locais, centros para a justiça juvenil, tribunais e Procuradorias de Menores, com o Ministério da Justiça, através dos quais se autoriza e regula a atividade de mediação.

Apesar de o Código de Procedimento Penal Juvenil, D.P.R. nº 448/88, não dispor expressamente sobre a mediação penal juvenil, os magistrados costumam referir-se a alguns de seus dispositivos para encaminhar os casos aos centros de mediação, mais precisamente: no âmbito das investigações preliminares, no momento da avaliação de personalidade (art. 9) e na determinação de suspensão do processo e “messa alla prova” (art.28). Ou seja, distingue-se uma mediação em fase pre-processual, no âmbito das investigações preliminares, e uma mediação em fase processual.

A mediação penal juvenil pode ser realizada ainda em fase de execução da pena, no âmbito da medida alternativa à detenção, com base no artigo 47 da Lei nº 354/75. Esta é

155 Dados da Itália obtidos em ROBERTO FLOR e ELENA MATTEVI (report di), Giustizia Riparativa e Mediazione in Materie Penali in Europa, p. 11; e dos outros países em ANNA MESTITZ, ob. cit., p. 13.

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inclusive a recente orientação elaborada pelo Departamento para a Justiça Juvenil do Ministério da Justiça, na Itália, que, por meio do Protocolo nº 14095, de 30 de abril de 2008157, convida os operadores do sector a implementar experiências de mediação na fase de execução da pena para a ativação de processos reparadores em favor da vítima ou grupo de vítimas e da sociedade, cujo êxito positivo viria a constituir um dos elementos que o tribunal de vigilância ou o juiz de vigilância poderia avaliar para a concessão de benefícios penitenciários158.

Dentre as disposições do Código de Procedimento Penal Juvenil, a de maior relevo na introdução da mediação na Itália é o artigo 28, cujo inciso 2 dispõe que, com a decisão que suspende o processo e confia o menor aos serviços de administração da justiça de menores para um programa de “recuperação”, o juiz pode determinar medidas que visem a reparação das consequências do crime e a promoção de conciliação do infrator com a vítima do crime159. No dizer de LARIZZA, esta norma atende aos mais modernos orientamentos político-criminais, no sentido de “atenuar ou resolver o conflito entre autor e vítima e obter uma mais adequada reparação dos danos causados pelo delito”160 (tradução nossa).

A “messa alla prova” é o termo utilizado para a prática da suspensão do processo, quando o infrator tem sua liberdade concedida desde que, por um determinado período, apresente bom comportamento. “[…] Funciona como um jogo de confiança estratégica, no qual se dá confiança ao menor não o punindo, mas ‘colocando-o à prova’” (tradução nossa)161.

O plano de intervenção, por sua vez, deve ser construído e adaptado às peculiares necessidades do menor, de forma a contribuir para seu amadurecimento e responsabilização. Ainda com este fim, o procedimento é permeado por várias oportunidades de discricionariedade do juiz: ao decidir pela suspensão ou pela determinação do seu período, ao dirigir prescrições quanto à reparação e promoção da conciliação entre os envolvidos, ao decidir pela sua

157 O qual atualiza as linhas de orientação e coordenação em matéria de mediação penal juvenil, contidas no Protocolo 40494, de 09 de Abril

de 1996.

158 Para aprofundamento vide GRAZIA MANNOZZI, La Mediazione nell’Ordinamento Giuridico Italiano: Uno sguardo d’insieme, in

MANNOZZI, Grazia (a cura di), Mediazione e Diritto Penale: Dalla punizione del reo alla composizione con la vittima, pp. 27/29.

159 PIERPAOLO MARTUCCI, Gli Spazi della Mediazione Penale nel Processo Minorile: riflessioni su dieci anni di “sperimentazioni”, Diritto Penale e Processo, nº 11, 2006, p. 1413, aduz que os termos conciliação ou reconciliação muitas vezes são usados inapropriadamente, pois ou

se referem efetivamente à mediação, ou simplesmente são usados como seus sinónimos. Esta confusão tem sido percebida especialmente nos textos legislativos. GRAZIA MANNOZZI, La Giustizia senza Spada:Uno studio comparato su giustizia riparativa e mediazione penale, p. 135, explica que a reconciliação representa o êxito do encontro entre autor e vítima, enquanto o termo mediação refere-se ao processo mediante o qual se pode obter a reparação ou reconciliação.

160SILVIA LARIZZA, ob. cit., p. 275. 161ELIGIO RESTA, ob. cit., p. 90.

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revogação em caso de graves e repetidas transgressões às prescrições, e, enfim, quando terminado o período de prova, ao avaliar se o mesmo teve êxito positivo ou não.

A mediação penal juvenil pode ser incluída no projeto, já que o juiz pode remeter o caso aos centros de mediação dentro do período de prova, com o objetivo de conciliação, reparação ou mediação. No dizer de LARIZZA, quanto mais se persegue o fim especial-preventivo, mais é necessário dilatar o âmbito do poder discricionário do juiz162, e foi nesse sentido que o legislador italiano arquitetou o procedimento, ainda que muitas críticas sejam feitas a essa opção legislativa, pois o mesmo não dita critérios orientativos a essa discricionariedade.

O instituto da suspensão do processo tem limites muito amplos também em relação à tipologia de crimes que a ele podem se submeter. É que o legislador não previu limites objetivos à sua aplicação, podendo ser suspenso processo em que se apura ofensa leve ou mesmo ofensa grave.

Sendo uma das inúmeras prescrições possíveis de serem aplicadas, considera-se que a mediação ainda não obteve um papel relevante. Sua aplicação na justiça italiana surge em considerável atraso relativamente às experiências estrangeiras, devido à grande desconfiança e resistência cultural ao paradigma transacional no âmbito penal, especialmente por este ser contrário a alguns princípios de tradição romano-germânica, com o da obrigatoriedade da ação penal.

A discricionariedade presente no âmbito do sistema de justiça de menores foi essencial para o início da aplicação da mediação, ainda que esta seja desempenhada sempre relacionada ao processo penal, não como resposta autônoma. É que, mesmo sendo aplicada em fase das investigações preliminares, seu êxito negativo implica o início do processo para apuração da responsabilidade do menor. De qualquer forma, o êxito positivo da mediação permite a saída rápida do processo.

Um quadro estatístico do ano de 2002 representa bem os encaminhamentos feitos aos centros de mediação, referindo-se quer à autoridade promovente quer à norma usada163:

162SILVIA LARIZZA, Profili Sostanziali della Sospensione del Porcesso Minorile nella Prospettiva della Mediazione Penale, in PICOTTI,

Lorenzo (a cura di), La Mediazione nel Sistema Penale Minorile, p. 108.

90 Autoridades Investigação de Personalidade “Messa alla Prova” Outros Total Ministério Público 225 1 10 236 Juiz 22 32 9 63

Serviços Sociais do Tribunal 6 8 4 18

Outros 1 1 2 4

Total 254 42 25 321

As estatísticas demonstram que a grande maioria dos casos indicados para processo de mediação são encaminhados pelo Ministério Público, essencialmente na fase investigativa, onde a “avaliação de personalidade” (artigo 9º) requer a busca de informações sobre as condições e recursos pessoais, familiares, sociais e ambientais do menor, com o fim de verificar sua imputabilidade e o grau de responsabilidade, avaliar a relevância social do fato, bem como dispor sobre as adequadas medidas penais e adotar eventuais medidas civis. É no âmbito da “avaliação de personalidade”, efetuada pelos serviços competentes, que os operadores podem fazer uma análise das condições e dos recursos necessários para iniciar um percurso de mediação com a vítima. Assim, a disponibilidade do menor em reparar o dano cometido ou confrontar-se com a vítima pode ser avaliada como um aspeto positivo da sua personalidade. Nas palavras de RENZETTI, “a norma, dirigida a consentir o mais aprofundado conhecimento da personalidade do menor, se coloca como premissa para a atuação das finalidades reeducativas do processo e, portanto, para a operatividade daqueles instrumentos que representam sua imediata tradução”164

.

A promoção da reconciliação entre o agressor e a vítima pode tornar o fato socialmente irrelevante e consequentemente resultar em uma decisão de extinção do processo por irrelevância do fato (art. 27 do DPR 448/98). Inclusive pode fazer perder relevância social a um fato que não é propriamente tênue, ampliando assim o âmbito de aplicabilidade da norma que trata da sentença de extinção do processo por irrelevância do fato165.

Após o término do processo de mediação, o caso é reencaminhado ao promotor de justiça, que faz ao juiz o pedido de encerramento do processo, caso entenda estejam presentes três requisitos: a tenuidade do fato, a ocasionalidade do comportamento, e exigências educativas do menor. Caso contrário, o processo judicial segue seu percurso normal.

164 SILVIA RENZETTI, La Mediazione nel Microsistema Penale Minorile, Diritto Processuale, p. 647. 165 SILVIA LARIZZA, Il Diritto Penale dei Minori: Evoluzione e rischi di involuzione, p. 277.

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O juiz, por sua vez, pode ter em conta a mediação realizada ou pode não acolher o requerimento do Ministério Público, de cuja decisão podem recorrer o menor e o Procurador- Geral.

Além do encaminhamento aos Centros de Mediação ser feita por promotores ou juízes, também os Serviços Sociais do Tribunal têm legitimidade para tal, com base na interpretação da norma da “avaliação de personalidade”. Esta prática é corrente pelos Serviços Sociais do Tribunal de Menores de Veneza, que encaminha os casos aos serviços de mediação do Istituto Don Calabria, entretanto, trata-se de prática diminuta no panorama nacional geral. Os Serviços Sociais do Tribunal podem ainda autonomamente executar a investigação requerida pela norma. Relativamente aos casos de encaminhamento feitos pelos juízes, entretanto, a maioria deles se fundamenta na “messa alla prova”. Nesse período, o jovem pode participar de programas de reabilitação ou pode ser encaminhado aos Serviços Sociais do Tribunal ou aos Centros de Mediação, para o fim de reparação, conciliação ou mediação. No final do período de prova, o juiz fixa uma nova audiência na qual declara por sentença a extinção do processo se, considerando o comportamento do menor e a evolução da sua personalidade, entenda ter a prova sido concluída com êxito (art. 29 do DPR nº 448/98). Ou, de outro modo, o processo segue o curso normal. Destaque-se que o instituto da suspensão só pode ser aplicado nos casos em que o menor tenha a capacidade de compreender e de querer, em outras palavras, tenha um grau de maturidade adequado à sua idade, pois caso contrário se deve recorrer à absolvição por imaturidade166.

Há poucas estatísticas oficiais sobre mediação penal juvenil no país, exceto em temas restritos. Pelos dados do Ministério da Justiça167, entre ações penais iniciadas por denúncia contra menores e procedimentos de “messa alla prova”, a relação em 2004 foi de 10,6%, que cresceu para 15,1% em 2012. Quanto à “messa alla prova”, vê-se pelos dados que sua utilização tem sido crescente nos últimos anos, em que pese não poder-se verificar em quantos casos a mediação foi desenvolvida. Por outro lado, os resultados têm sido bastante satisfatórios, tendo em vista que em 2004 o êxito positivo, representado pela extinção do processo, foi no patamar de 81%, em 2012 foi de 84,6%, e em 2014 foi de 83,3%.

166 VideSILVIA LARIZZA, ob. cit., p. 295.

167 Disponíveis on line no site do Ministero della Giustizia, respetivamente:

https://www.giustizia.it/giustizia/it/mg_1_14_1.wp;jsessionid=522A48329DEFA9568561A5B88D42089D.ajpAL03?facetNode_1=3_1_7&p revisiousPage=mg_1_14&contentId=SST1164979, e

https://www.giustizia.it/giustizia/it/mg_1_14_1.wp;jsessionid=522A48329DEFA9568561A5B88D42089D.ajpAL03?facetNode_1=3_1_7&p revisiousPage=mg_1_14&contentId=SST1165016. Acesso em 09/10/2015.

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Relativamente à proporção entre a utilização da mediação em fase pré-processual e em fase processual, tem-se que há progressiva diminuição da utilização do artigo 28 em comparação com o artigo 9, o que evidencia maior benefício ao infrator. Ilustrativos são os dados fornecidos pelo Istituto Don Calabria, quanto aos procedimentos de mediação por ele desenvolvidos, no ano de 2014. De 39 procedimentos, 34 foram fundamentados no artigo 9º do DPR, portanto, foram desenvolvidos em momento pré-processual. Apenas cinco deles foram desenvolvidos no decorrer do processo, o que evidencia a utilidade da mediação na resolução célere do conflito, encurtando ou evitando o contato do menor com o meio judicial e, consequentemente, evitando sua estigmatização.

As experiências positivas no âmbito juvenil, ainda que a prática tenha ainda pouca expressão, serviram de espelho à mediação penal de adultos. É que recentemente houve uma importante alteração legislativa, que trouxe a expressa previsão da mediação penal para adultos. Trata-se do artigo 464-bis, inciso IV, do Código de Processo Penal Italiano, introduzido pela Lei nº 67, de 28 de Abril de 2014, que inseriu no processo penal a previsão da suspensão do processo com “messa alla prova”, requerível pelo imputado. Dentro do programa de tratamento, a norma estabelece que devem ser previstas condutas voltadas a promover, onde possível, a mediação com o ofendido. Ressaltamos que, quer na mediação penal quer na mediação penal juvenil o início do processo dar-se-á somente com o consentimento da vítima e do ofensor.

Para além da mediação penal juvenil e da mediação penal, a justiça restaurativa tem-se manifestado na Itália com o aumento de práticas restaurativas, como os serviços à comunidade e a reparação de danos, entretanto o país precisa empenhar-se mais no sentido de se adequar aos padrões internacionais e recomendações, tendo em vista, p. ex., que após a Decisão-Quadro 2001/220/JHA, o país não adotou as medidas legislativas a que se obrigou168.

Auguramos que a mediação tenha cada vez mais espaço na Itália, superando aos poucos os obstáculos que se apresentem, levando em consideração entretanto a importância de estar em compasso com a tendência internacional e de se submeter sempre às normas gerais estabelecidas na matéria, que são fruto da análise das melhores práticas.

168 Vide LORENZO PICOTTI, ROBERTO FLOR, ELENA MATTEVI e IVAN SALVADORI, Italy. In DÜNKEL, Frieder (ed.) et al. Restorative Justice and Mediation in Penal Matters: A stock-taking of legal issues, implementation strategies and outcomes in 36 European countries. Vol. 1, pp. 417/423.

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