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4.1. Área 1 – Organização e gestão do ensino e da aprendizagem

4.1.4. Avaliação do ensino

4.1.4.7. Técnicas e Instrumentos de Avaliação

Cada professor deve utilizar a metodologia que achar mais indicada mas, qualquer uma delas, deve-se basear numa avaliação formal e objetiva e, para isso, os professores devem recorrer aos instrumentos de avaliação que lhes permitam retirar as informações sobre as aprendizagens dos alunos. Durante a minha PES, a escolha por um ou mais instrumentos, prendeu-se com o facto de ter de deixar de avaliar pelo «olhómetro» acima mencionado e passar a assentar a avaliação em instrumentos precisos e rigorosos que me permitiram a tão reclamada objetividade. Se, no início do ano letivo, a escolha residiu em grelhas muito detalhadas, repletas de critérios pormenorizados, a experiência mostrou-me que esse instrumento não era o mais indicado, pelo tempo de aulas disponível e pelo número de alunos que constituía a turma, como referem os seguintes excertos:

“No entanto, 90 minutos não são suficientes para recolher essas informações de 23 alunos e, por isso, com a autorização de todos os encarregados de educação e em consenso com o professor cooperante, a aula foi filmada para que, posteriormente, possa analisar as imagens e focar-me em cada aluno durante o tempo que achar necessário.”

Reflexão nº21 e 22 de voleibol. Espaço G3. Duração 90’. 14/11/2014

“Pela experiência que tenho aquando a realização de avaliações diagnósticas há um ponto merecedor de reflexão: numa aula de um tempo letivo não é possível realizar uma avaliação individual e pormenorizada a todos os alunos, por isso, e tendo em conta a realidade com que me deparo, optei por não seguir nenhuma grelha com muitos critérios de êxito (tal como aconteceu no 1º período) mas sim observar os discentes e registar alguns pontos importantes, conseguindo, no fim, dividi-los por níveis. Este ponto é o que mais me interessa, uma vez que o modelo de ensino que vai ser usado na UD é o Modelo de Educação Desportiva e os alunos irão trabalhar em grupos e por níveis de aptidão.”

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Dependendo das modalidades, o instrumento escolhido também não foi o mesmo. Por exemplo: em Atletismo (salto em altura), todas as sessões de ensino foram filmadas32, de modo a que, posteriormente, pudesse analisar as imagens de forma rigorosa, tal como o tecnicismo da modalidade exige; Na corrida de velocidade, selecionei exercícios critério, do conhecimento da turma, dando oportunidade, durante as aulas, para que os alunos as aprimorassem e, posteriormente, as desempenhassem de forma satisfatória. Cada um desses exercícios tinha pontos fulcrais que os discentes tinham que cumprir, pontos que constavam numa grelha simplificada e me permitiu realizar a avaliação dos discentes de forma facilitada; em Ginástica Acrobática, não utilizei apenas um instrumento de avaliação, tal como se pode constatar através do seguinte excerto:

“De modo a ser mais justa, a avaliação foi filmada, para que agora possa avaliar todos os aspetos e no momento pudesse desfrutar das apresentações, fazendo algumas anotações que no momento fazem mais sentido: apreciação global do grupo, fator surpresa, coordenação entre os elementos, destaque de algum elemento ou, pelo contrário, coesão entre todos e inteligência no aproveitamento das capacidades e dificuldades de cada um. Esta avaliação não se baseia num único momento, muito pelo contrário. É certo que irá ser atribuída uma classificação ao trabalho apresentado mas, a classificação final da modalidade, baseia-se também em todo o trabalho desenvolvido ao longo da unidade didática. Exemplo disso é que o grupo mais organizado e coeso de todos não conseguiu realizar uma figura obrigatória, eu tinha a certeza que o grupo a conseguia fazer e, após a apresentação, pedi que repetissem esta figura isoladamente e tiveram sucesso.”

Reflexão nº14 e 15 de ginástica. Espaço G5. Duração 90’. 30/1/2015 Nas modalidades desportivas coletivas (voleibol, andebol e futebol), a avaliação ocorreu em situações de jogo e não em situações de aprendizagem isoladas, onde tanto a técnica e a tática eram avaliadas. “Simultaneamente, a importância do jogo é considerada não só no período instrucional como também na avaliação inicial e final, o que confere validade ecológica às

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No início do ano letivo foi entregue uma autorização aos Encarregados de Educação para que, durante as aulas, pudesse proceder à captação e gravação de imagens – autorização assinada por todos os EE.

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aprendizagens conquistadas, fruto do alinhamento do processo de instrução com a avaliação. A aplicação de instrumentos de avaliação que integram a componente táctica afasta-se claramente dos modelos de avaliação tradicionais, nos quais a técnica é o critério balizador da aquisição de competências no jogo. A avaliação decorre sempre em contextos reais, sendo por isso designada de autêntica, pretendendo-se obter indicadores da performance em jogo, em que os relativos à tomada de decisão, às acções sem bola e à execução técnica são equacionados” (Mesquita & Graça, 2011, p. 159). Um último exemplo que visa diferenciar a escolha dos instrumentos de avaliação utilizados reside no badminton, modalidade cuja unidade didática era constituída por vários movimentos técnicos e comportamentos táticos que foram observados durante as sessões de ensino (observações espontâneas) e, por vezes, preferencialmente em situações de jogo e torneio, eram feitos registos individuais de cada aluno, tendo por base os critérios definidos na grelha de avaliação sumativa e as observações (sistemáticas). Segundo Barreira (2001), um dos maiores desafios com que a profissão docente se defronta, no que se refere à avaliação, é o facto de ter de existir um equilíbrio entre as observações espontâneas e as sistemáticas, uma vez que se complementam. O professor, de modo a recolher informações sobre a forma como os alunos desempenham as tarefas propostas, as atitudes que adotam e as e competências que desenvolvem no decorrer do processo de ensino- aprendizagem, tem de fazer registos estruturados de observação.

Independentemente da escolha do instrumento de avaliação a utilizar, existem, segundo Rosado e Colaço (2002), qualidades que o mesmo deve possuir, sendo eles: validade, fidelidade/garantia, sensibilidade, economia, objetividade, estandardização e aferição.

No decorrer deste ponto, foi possível constatar a importância do ato de avaliar e de como o mesmo me permitiu procurar tomar melhores decisões que promovessem o desenvolvimento dos alunos e o cumprimento dos objetivos definidos. Para isso, foi necessário avaliar de forma consciente, com o intuito de ser o mais justa possível, apesar destes momentos, principalmente o da atribuição de classificações, acarretarem alguma ansiedade. Ainda assim, a

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avaliação permitiu-me comparar as metas inicialmente definidas e se as mesmas foram ou não alcançadas, o que foi feito e o que ficou por fazer e, acima de tudo, possibilitou-me desfazer alguns enganos e corrigir erros que se poderiam tornar irreparáveis se a mesma não tivesse sido feita de forma sistemática.

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