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TECNOLOGIA EDUCATIVA

26 Resolução do Conselho de Ministros nº 8/86 de 22 de Janeiro de 1986 (Criação da Comissão de Reforma do Sistema Educativo).

2.2.5.1. A Tecnologia Educativa na L.B.S.E

A Lei nº 46/86 mais conhecida como Lei de Bases do Sistema Educativo é um autêntico marco na história do ensino em Portugal. Para além da reorganização do sistema educativo, que institui, estabelece como objectivo no seu artigo 7º alínea b) “ Assegurar que nesta formação sejam equilibradamente inter-relacionados o saber e o saber fazer, a teoria e a pratica, a cultura escolar e a cultura do quotidiano”.

O espaço aqui concebido é alargado a outros agentes educativos que são exteriores à escola, o que denota afastamento da perspectiva desta instituição como detentora da exclusividade educativa o que é comprovado pelo artigo 2º da Lei citada (46/86) que no seu número 4 afirma como princípio geral

“O sistema educativo responde às necessidades resultantes da realidade social, contribuindo para o desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos indivíduos, incentivando a formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos e solidário, valorizando a dimensão humana do trabalho”.

A autonomia é determinante para o sucesso educativo porque viabiliza a auto- formação e o ser “estudante vitalício” condições essenciais à cidadania moderna. Educaré um conceito muito abrangente que integra múltiplas vertentes e que cada vez mais se distancia da mera instrução da escola tradicional.

As sociedades modernas vivem inovações constantes que exigem progressivas adaptações e conhecimentos.

Para que a sociedade da informação possa contribuir de forma inequívoca para a melhoria da qualidade de vida e bem-estar torna-se necessário que se tire todo o partido das oportunidades que dela advêm e se minimizem as ameaças que dela possam resultar. A escola não pode esquecer

“o domínio das tecnologias de informação numa óptica de utilizador esclarecido deve fazer parte integrante da politica de emprego e ser objecto de apoio às empresas, às instituições de solidariedade social e às organizações locais que desenvolvam iniciativas com esse fim.” (Livro Verde da Sociedade da Informação em Portugal, 1997:75)

Esta quase omnipresença das tecnologias de informação e comunicação no universo social em que nos inserimos levanta a questão da necessidade de as implementar e aplicar na educação. Diversas são as razões que justificam a sua introdução no ensino.

“De uma maneira geral isto pode ser entendido de duas formas como “táctico” e “desenvolvente”, o primeiro como forma de aptidão, convivência, o segundo como o genuíno desejo de melhorar a aprendizagem dos alunos, dos estudantes” (Fowell, 1996: 63).

Desde o recente interesse pelo computador como suporte de aprendizagem o potencial das redes de trabalho, tal como a Internet, tem sido explorado a nível de contributo à aprendizagem.

“De qualquer maneira a agitação que rodeia as duas tecnologias de informação e educação e a Internet em particular, reflecte-se muitas vezes e sob o ponto de vista tecnológico, no seu custo de funcionamento como suporte educativo” (Fowell, 1996: 64).

É da responsabilidade dos educadores avaliar o potencial das novas tecnologias em termos da sua influência na qualidade das aprendizagens e garantir que a sua aplicação efectiva seja feita pelo recurso às tecnologias apropriadas. Como é óbvio as escolhas a realizar, pressupõem uma mudança na cultura educativa e a introdução de novas pedagogias.

O Decreto-Lei nº 6 /2001 reconhece claramente estas novas necessidades e no seu preâmbulo assegura que

“O Programa do governo assume como objectivo estratégico a garantia de uma educação de base para todos, entendendo-a como início de um processo de educação e formação ao longo da vida, objectivo que implica conceder uma particular atenção às situações de exclusão e desenvolver um trabalho de clarificação de exigências quanto às aprendizagens sociais e aos modos como as mesmas se processam”.

A democraticidade do ensino, subjacente à asserção desta explícita vontade governamental exige preparação e conhecimento para aceder à sociedade da informação e domínio das tecnologias que a caracterizam.

“A Sociedade da Informação é uma sociedade para todos. As tecnologias de informação influenciam os mais variados domínios da vida em sociedade. As suas aplicações percorrem o espectro dos grupos sociais. Há barreiras a transpor, oportunidades a explorar e benefícios a colher. O carácter democrático da sociedade de informação deve ser reforçado, por isso não é legitimo abandonar os mais desprotegidos e deixar uma classe de info-excluídos. É e imprescindível promover o acesso universal à info-alfabetização e à info-competências (MSI, 1997: 9).

Deste documento se infere a premência da educação pelas e para as tecnologias de informação, facto reconhecido ainda no preâmbulo do Decreto-Lei nº6/2001:

“O diploma consagra a educação para a cidadania, o domínio da língua Portuguesa e a valorização humana do trabalho, bem como a utilização das tecnologias de informação e comunicação como formas transdisciplinares, no âmbito do ensino básico, abordando de forma integrada em consideração às necessidades dos alunos definido um quadro flexível para o desenvolvimento de actividades de enriquecimento do currículo”.

Este Diploma Legal é posteriormente regulamentado pelo Despacho Normativo nº 30/2001 que mais uma vez reforça, na sua introdução, a necessidade da escola se constituir como referência no processo educativo priorizando na sua acção “a promoção da confiança social na informação que a escola transmite”.

Este despacho estabelece ainda como objecto no seu número 5 “As aprendizagens ligadas a componentes do currículo de carácter transversal ou de natureza instrumental nomeadamente no âmbito da educação para a cidadania, da compreensão e expressão em língua Portuguesa ou da utilização das tecnologias de informação e comunicação, constituem objecto de avaliação em todas as áreas curriculares e disciplinares”.

É visível pela leitura da documentação citada o empenho dos responsáveis máximos pelo Sistema Educativo, na modernização da escola, que deve mais uma vez assumir a responsabilidade de uma eficaz resposta educativa às exigências de uma nova realidade social.