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Na era da informação, reaprende-se a conhecer, comunicar e ensinar, integrar o humano e o tecnológico, o individual, grupal e social (MORAN, 2006). No contexto do século XXI, as informações trafegam em alta velocidade e com múltiplas conexões simultâneas em virtude das redes distribuídas, não hierárquicas e descentralizadas onde todos os usuários possuem as mesmas permissões de acesso e fazem papel de cliente e servidor ao mesmo tempo (PRETTO, 2010).

As tecnologias estão unindo o mundo em redes globais através da comunicação intermediada por computadores e pela internet que criam diversas comunidades virtuais que contribuem com a disseminação de informações e na construção de saberes (CASTELLS, 2005). A incorporação das TICs no contexto educacional precisa ser planejada, observando os pontos fores e fracos de sua implementação (VIVANCO, 2015).

6 Documentos de área têm por objetivo apresentar conceitos, critérios e diretrizes que norteiam o processo de

As tecnologias evoluíram nas duas últimas décadas do século XX, como por exemplo, o início de sua aplicação na medicina e o uso em sistemas de transporte. As tecnologias influenciaram diretamente as maiores transformações enfrentadas pela humanidade. Hoje em dia, determina como podemos ser e estar no mundo, transformando nossos referenciais de percepção e projeção no mundo (TEIXEIRA, 2012). A revolução tecnológica não é caracterizada por conhecimentos e informação, mas pela aplicação destes na criação de dispositivos de processamento e comunicação. Nas duas primeiras etapas da revolução tecnológica, o homem aprendeu a utilizar as inovações tecnológicas simplesmente através da sua manipulação, enquanto que no terceiro estágio, aprendeu a tecnologia fazendo os equipamentos e isso proporcionou a descoberta de diversas aplicações (CASTELLS, 2005). Tal como a globalização, as TICs unem ou separam as pessoas. É necessário encontrar um ponto de equilíbrio entre o uso de TICs para aprendizagem (dentro da igualdade democrática) e para fins particulares (VIVANCO, 2015).

As tecnologias também revolucionaram a economia tendo em vista que a partir do final do século XX a produtividade e competitividade das organizações passaram a depender da sua capacidade de manipulação, processamento e armazenamento das informações. Dessa maneira, as tecnologias também passaram a determinar a capacidade produtiva, os padrões de vida, a formação de classes sociais e a organização econômica (CASTELLS, 2005).

Na sociedade atual, pelas ações cada vez mais rápidas que as mais diversas situações exigem do homem, aumentamos gradativamente o uso de recursos tecnológicos em nosso dia a dia. A comunidade contemporânea tem sido beneficiada por novas formas de relações, aprendizagens e vivências produzidos pela entrada de TICs na vida dessas pessoas. As tecnologias multiplicam as possibilidades cognitivas do ser humano e permitem o acesso a nova cultura da aprendizagem, sendo muito importante pensar na aproximação delas com os processos educativos formais (MARCON; TEIXEIRA, 2011).

As TICs modificaram a forma de comunicação das pessoas bem como a formação de laços sociais. Elas transformam diariamente a nossa linguagem, formas de pensar, aprender e trabalhar. Se caracterizam por sua capacidade de modificar o funcionamento das relações e atividades humanas. Por esta última característica complexa é que as TICs estão sendo contempladas nas práticas educacionais (MORAN, 2006; VIVANCO, 2015), nas escolas públicas brasileiras.

As tecnologias da informação (recursos de hardware, software e redes de computadores) podem auxiliar os professores a acessarem as políticas educacionais dos países que têm projetos pedagógicos em escolas dos mais diversos níveis. Além disso, facilitam a

busca por aplicativos, ferramentas e técnicas que podem ser postos a disposição dos alunos (BEHRENS, 2006).

As TICs que mais se destacam pela sua possibilidade de uso educacional são:

 Programas tutoriais compostos por informações pedagogicamente organizadas como se fossem um vídeo ou manual eletrônico;

 Aplicativos, ou seja, programas voltados para funções específicas de fim educacional;

 Editores de texto que permitem escrever, ajustar, transferir e imprimir textos;

 Editor de planilhas eletrônicas que realizam o cálculo de fórmulas, criação de gráficos, entre outros;

 Criação de apresentação que podem ser exploradas com fins didáticos para tornar as aulas mais dinâmicas;

 Internet que possibilita a pesquisa além da conexão e transmissão de dados entre pessoas de várias partes do mundo.

A incorporação de TICs na educação pode representar uma revolução, ruptura de paradigmas de ensino que mantem distantes os professores e estudantes. A internet é uma ferramenta muito poderosa, que pode ampliar e modificar muitas formas atuais de ensinar e aprender (MORAN, 2006). A inserção de TICs na educação é realizada a partir das abordagens pedagógicas, de inclusão social e aspectos culturais (VIVANCO, 2015).

A produtividade também sofreu mudanças a partir das novas tecnologias. Equipamentos modernos que automatizam tarefas, como robôs, mainframes que processam informações muito mais rapidamente que a racionalidade humana, aceleraram processos que no passado eram demorados. Por conseguinte, eles são um dos responsáveis pelo aumento da produtividade (CASTELLS, 2005).

Freire (1996) narra que o uso de tecnologia em sala de aula estimula e desafia os alunos a serem mais curiosos. Entretanto, precisa ser proporcionado para todos os estudantes não apenas para as classes sociais mais ricas, mas também para os alunos menos favorecidos (FREIRE, 1996). Tal afirmação deve-se ao fato de que as TICs trabalham com o sensível, o concreto e a imagem em movimento que integrados em um sistema comunicacional causam um forte impacto emocional o que facilita o entendimento das pessoas (MORAN, 2006).

Existem diversos estudos que tentam provar os benefícios ou malefícios do uso de TICs na educação (LIMA FILHO, GARCIA 2010; REAL, ROSA, 2015; ABEGG et al, 2014; BEDIN, GRAZIOLI, 2013), porém os resultados não são conclusivos, o que representa

necessidade de novas investigações científicas. Preliminarmente, os resultados desses estudos demonstram que os resultados da inserção de TICs na educação estão aquém das expectativas. Existem dificuldades com infraestrutura (Internet), falta de metodologias para aplicar as TICs em sala de aula (formação para professores) e as características dos estudantes que não utilizam essas ferramentas para fins educacionais (BRANDÃO, 1995; VIVANCO 2015).

De acordo com Vivanco (2015), alguns estudos apontam experiências de implementação de TICs na educação onde os professores e as instituições foram resistentes a esta iniciativa. Talvez a resistência seja consequência do entendimento sobre o que são as TICs no contexto atual. A respeito, o mesmo autor afirma que elas deixaram de ser um meio para tornar-se um sistema de comunicação que favorece a geração de novas formas de relacionamento entre as pessoas de várias partes do mundo.

As transformações tecnológicas provocaram alterações sobre o papel do Estado assim como do professor. O desafio que se apresenta é articular um novo modelo de desenvolvimento, que traga à sociedade perspectivas de relações Estado-cidadão mais equilibradas, administração pública menos burocrática, com vistas a proporcionar gestão pública mais próxima do cidadão.