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Tempo de chegada do time de resposta rápida na unidade

2 REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.2 Identificação e análise das situações

5.2.3 Tempo de chegada do time de resposta rápida na unidade

Nesta categoria foi considerado o tempo de chegada dos profissionais que atuam no TRR para o atendimento do código azul nas unidades assistenciais. Essa categoria apresentou 24 (27%) referências, tanto positivas quanto negativas.

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realizar uma tomografia; a princípio ao chegar no setor de imagem ela estava bem, porém creio que piorou em virtude do contraste que havia sido injetado e evoluiu para PCR. Fomos acionados em código azul e quando cheguei os profissionais da unidade já tinham iniciado as compressões torácicas e logo assumimos o atendimento. Cada profissional do time sabe o que tem para fazer, nós levamos nossa mochila onde dispomos nossos materiais, a gente já sabe o que tem que abrir, o que tem que fazer, o que tem que instalar. Então já começamos todos os procedimentos e o que me marcou foi que a equipe não demorou nem um minuto para chegar no setor de imagem. Então considero que o fator tempo de chegada dos profissionais do time nesse dia tornou-se muito importante para o paciente que foi beneficiado com um atendimento ágil e de qualidade...” (E8)

“Eu me lembrei de um atendimento que realizamos no setor de endoscopia, era um senhor que havia sido transferido da unidade para realizar um exame e necessitou do atendimento em código azul...Nós atendemos o paciente, estabilizamos e transferimos à UTI...Pelo que me recordo nunca tivemos problemas de atraso no tempo de chegada, sempre conseguimos chegar rápido, nós convivemos no dia a dia de trabalho com situações de urgência e emergência e de intercorrências, então creio que nossa abordagem se dá de forma muito rápida...” (E9)

Nota-se que o tempo de resposta do time nos dois exemplos anteriores foi adequado para promover o restabelecimento dos pacientes que se encontram em situação de emergência, de acordo com os entrevistados.

Esse aspecto essencial para a sobrevida do paciente também é evidenciado em pesquisa realizada em um hospital escola de alta complexidade, localizado na cidade de São Paulo, que avaliou 88 atendimentos do TRR em código azul, sendo que o tempo de chegada da equipe até o local de acionamento variou entre um a quatro minutos, aproximadamente. (SANTANA-SANTOS, et al., 2017).

Já estudo realizado em um hospital escola nos EUA, que incluiu 213 pacientes atendidos pelo código azul, identificou que o tempo médio de resposta ao acionamento foi de 3,1 minutos (SEGON et al., 2014).

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De acordo com a American Heart Association (2015) a rapidez quanto as condutas adotadas são essenciais e relacionam-se diretamente com o melhor prognóstico do paciente. O atendimento imediato realizado por profissionais capacitados melhora a sobrevida do paciente, além de reduzir a probabilidade da ocorrência de lesão cerebral irreversível.

Apesar dos aspectos positivos expostos relacionados ao tempo de chegada do TRR para a realização dos atendimentos emergenciais nas unidades, exemplos negativos também foram relatados pelos entrevistados:

“Como exemplo negativo, considero uma vez que fomos acionados em outro bloco, no bloco novo. Fomos atender um código azul e o médico hospitalista demorou muito para chegar; a gente já havia monitorizado o paciente, iniciado as compressões torácicas e as ventilações com a bolsa-válvula-máscara e o paciente estava em fibrilação ventricular pelo que mostrava o traçado no monitor. Então a gente estava com esse problema, houve uma certa demora para a aplicação do choque e reverter o quadro o mais rápido possível...” (E13)

“Acho que atendimento negativo fica mais fácil de lembrar e dar exemplo, porque o atendimento de PCR por si só gera muito estresse. O hospital investe bastante em treinamentos, ainda mais agora que a instituição está crescendo e aumentado o número de leitos, só que nós da equipe temos um tempo muito reduzido para chegar a qualquer unidade, entre dois ou três minutos. Então, me lembro que no último código azul, cheguei a atender no 18º andar do bloco X. A enfermeira e eu chegamos no quarto praticamente juntas, era realmente um código azul, mas o médico demorou para chegar. O paciente era difícil de ventilar, não expandia o tórax mesmo aplicando a técnica de ventilação de maneira correta, não conseguíamos melhorar a saturação de oxigênio do paciente e isso foi gerando em nós um estresse ainda maior...Dificilmente ocorre desentendimento entre os profissionais aqui, mas o atraso de um profissional acaba gerando um estresse maior ainda na equipe, pois você depende de um outro profissional para conseguir estabelecer uma via área artificial definitiva...” (F21)

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Como exemplificado na primeira fala (E13), o profissional ao monitorar os dados vitais do paciente, constatou a presença de um ritmo chocável, porém ficou limitada a reversão do quadro, uma vez que o diagnóstico do ritmo cardíaco e a administração do choque é considerado ato médico. Vale a pena ressaltar que em virtude do evento ocorrido na instituição, foi disponibilizado, posteriormente, um aparelho de Desfibrilador Externo Automático (DEA) que compõe os materiais que são levados pelos profissionais do TRR aos locais onde são acionados, para o uso imediato durante os atendimentos em código azul.

A administração do choque, naquela ocasião, foi postergada até a chegada do médico conforme relatou o entrevistado. De acordo com a American Heart Association (2015), destaca-se a ênfase na desfibrilação precoce (administração de choques em igual ou menor tempo de três minutos do colapso), integrada à reanimação cardiopulmonar de qualidade, como elementos essenciais de sobrevivência à PCR.

Ressalta-se que na outra instituição que foi cenário de estudo, não houve relato de atraso médico do TRR superior ao padronizado para o atendimento em código azul e verificou-se que o aparelho de DEA ficava disponível no ambulatório de especialidades da instituição (prédio anexo a instituição) por não dispor de médico plantonista, durante o atendimento realizado em horário comercial.

Pesquisa desenvolvida em um hospital escola de alta complexidade no Sul do Brasil avaliou o serviço de resposta rápida, na visão dos profissionais da enfermagem, que acionavam o TRR e constataram que a maioria dos profissionais chegava em menos de três minutos nas unidades de internação para a realização do atendimento em código azul (DIAS, 2013).

Corrobora estudo realizado em hospital asiático, o qual apontou que o tempo médio de chegada dos profissionais do TRR para atendimento do código azul foi 1,6 minutos, sendo que o primeiro choque administrado para ritmo chocável foi realizado em até dois minutos e a primeira dose de adrenalina dentro de 2,7 minutos (EFTYCHIOU et al., 2009).

O tempo para o atendimento das vítimas que evoluem a um evento de PCR (código azul) é uma variável crucial e determinante. Estima-se que para cada minuto em que o paciente não tenha uma assistência dos profissionais de saúde para a realização de RCP, a sobrevida diminui em 10%. Torna-se, então, importante a detecção e o atendimento rápido a fim de possibilidade a vítima uma ressuscitação

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de alta qualidade (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015).

Nesse sentido, há que serem revistos os motivos que impossibilitam a chegada, a tempo, dos profissionais do TRR nas instituições estudadas, em especial, dos médicos que compõem as equipes para desencadear o SAVC, de acordo com o protocolo estabelecido pela American Heart Association (2015), para que se efetive um atendimento seguro e de qualidade aos pacientes hospitalizados.

5.2.4 Desempenho técnico assistencial inicial dos profissionais da unidade