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CAPÍTULO I UM PANORAMA DA HISTÓRIA DO PARTIDO DOS

2.2. A fundação do PT em Pernambuco e suas tendências

2.2.1. Tendência Articulação de Esquerda

A Articulação de Esquerda (AE) foi fundada em setembro de 1993, de acordo com um de seus coordenadores nacionais, Múcio Magalhães. Ele afirma que AE é uma das tendências que não vem de grupos militantes formados antes da fundação do PT. “Ela surgiu da dinâmica

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Depoimento de Túlio Velho Barreto foi coletado, por meio de entrevista exclusiva, em Recife, no dia 20/03/2006. Túlio Velho Barreto é cientista político.

interna do PT, então nós temos entre nós, comunistas, gente que vem do trotskismo32, da Igreja, nós somos uma tendência que agrupa, da mesma forma que o PT, uma base plural.” (MAGALHÃES)(informação verbal)33. É a tendência de maior sustentação da gestão de João Paulo na Prefeitura do Recife, durante os dois governos.

Para se ter uma idéia, dos três integrantes do chamado “núcleo duro da Prefeitura”, dois são da AE – o próprio Múcio, que é secretário da Secretaria de Coordenação Política do Governo, e o recém-eleito deputado estadual João da Costa, secretário do Orçamento Participativo, duas funções importantes na Prefeitura. Junto com a secretária de Gestão Estratégica e Comunicação, Lygia Falcão, que é Independente, os três são os assessores que estão ligados mais diretamente a João Paulo. Como se sabe, a Articulação de Esquerda nasceu do racha que houve na antiga Articulação, que se desmembrou em Articulação Unidade na Luta e Articulação de Esquerda.

[...]Gerou-se uma diferença que agrupou, de um lado, os que defendiam as concepções originais do PT, que não tinha uma doutrina oficial, mas tinham uma noção clara de luta de classes, defesa do socialismo, de partidos sem patrões, de construção de um modelo alternativo de propriedade, baseado no poder dos de baixo, do poder dos trabalhadores... Esse setor é o que virou a Articulação de Esquerda. (MAGALHÃES)

Múcio defende a tese de que “a velha” Articulação acabou porque um setor dela passou a adotar conceitos como o fim da luta de classes, a não a acreditar mais na possibilidade de produzir o socialismo e colocar como o único caminho que restava para a esquerda o voltado para a institucionalização. “Então passaram a lutar para transformar o PT em máquina eleitoral e daí surgiu o Campo Majoritário, em 1995, dois anos depois da culminância desse processo. Hegemonizaram o PT durante dez anos, de 1995 a 2005. Essa hegemonia acabou com a crise do Mensalão.” Ele acredita que com essa crise o Campo Majoritário implodiu. “Ruiu o Campo Majoritário, primeiro não é mais majoritário e não é mais hegemônico.” (MAGALHÃES). Para explicar, ele recorre aos números:

A Articulação Unidade na Luta e seus aliados têm um pouco mais de 42% do Diretório Nacional, então eles perderam maioria política e numérica. A

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“O Trotskismo não constitui nem jamais constituiu uma doutrina codificada nem um movimento organizado. O termo, que por diversas vezes foi repudiado por Trotski, sempre foi usado por seus detratores e em particular pela classe dirigente soviética, que deteve o poder de 1924 em diante, para indicar um conjunto de princípios relativos à análise e à práxis da revolução permanente.[...]No Trotskismo[...], podemos distinguir pelo menos outras quatro temáticas centrais: a lei do desenvolvimento combinado e desigual, a crítica à degeneração do Estado soviético e em particular à sua burocratização, a elaboração das características constitutivas da sociedade socialista e o internacionalismo. (BOBBIOa, 2004, p. 1260-1261)

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Depoimentos de Múcio Magalhães foram coletados exclusivamente para esta entrevista, realizada, em Recife, no dia 29/12/2006.

partir daí o PT mudou completamente, basta ver o método de composição de Lula, em 2005, quando o Campo Majoritário tinha mais de 50% no Diretório Nacional. Ele não ouvia o partido, foi votado um governo em Brasília a partir de José Dirceu e seus assessores, como Silvinho [Sílvio Pereira], Marcos Sereno e Delúbio Soares. Agora o partido tem uma comissão política que é formada por pessoas de várias forças, inclusive da Articulação de Esquerda, da Democracia Socialista e do Movimento PT. Isso pode mudar o perfil do segundo governo Lula, porque o governo vai ser definido por Lula, fundamentalmente, não mais pelo Campo Majoritário, a quem ele confiou na outra montagem do governo.(MAGALHÃES)

Em relação à vinculação da Articulação de Esquerda às gestões de João Paulo, Múcio Magalhães explica que o grupo da tendência que está mais ligado ao prefeito tem essa proximidade bem antes de a AE existir. “Não estamos aqui porque somos da Articulação de Esquerda, mas porque, historicamente, todos nós estamos com João Paulo há cerca de 18, 20 anos.” (MAGALHÃES).

Agora, a Articulação de Esquerda, enquanto corrente política, antes de João Paulo ser prefeito, compreendeu que era preciso uma mudança no perfil dos candidatos do PT, que era preciso mudar o perfil majoritário de ‘classe média’. Aí nós passamos a advogar dentro do PT que era preciso ter um quadro de massa, voltado para a luta do povo, que tivesse empatia e proximidade com as massas populares. Nós dizíamos, naquela época, que só assim quebraria a dinâmica da política e começaria a disputar a capital e o Estado. Essa tese foi derrotada na prévia interna do PT (para as eleições municipais de 1996), que convenceu João Paulo a sair da disputa, mesmo contra a vontade dele. Na prévia interna o vencedor foi Humberto Costa (ex-ministro da Saúde) e o segundo lugar foi de Paulo Rubem (atual deputado federal). Humberto retirou a candidatura, Paulo Rubem seria indicado e não topou porque o PT estava dividido. João Paulo foi votado na última hora, do último encontro. Teve 17% dos votos (na eleição para prefeito do Recife) e comprovou nossa tese. Nós perdemos no PT e a história nos deu vitória. Na eleição seguinte (2000) nós elegemos João Paulo. (MAGALHÃES)

Para o secretário de Coordenação Política, João Paulo teria vencido as eleições para o Governo do Estado, em 2006, se fosse o candidato do PT no lugar Humberto Costa, da Articulação Unidade na Luta, que não chegou a ir para o segundo turno da disputa. “A própria eleição mostrou isso, hoje é uma opinião de quase todo mundo que conheço, de direita e esquerda. Se João Paulo fosse candidato era governador hoje, porque, quando ele venceu em 2004, reeleito em primeiro turno, criou impacto no Estado inteiro.”(MAGALHÃES).

Sobre a gestão da Prefeitura do Recife e sua fidelidade ou não aos princípios de uma administração de esquerda, Múcio Magalhães acredita que a postura e ação de esquerda se devem ao próprio perfil de João Paulo. “A grande causa da administração de esquerda é João

Paulo, que é um cara que tem uma postura política que nós consideramos avançada.” (MAGALHÃES). Segundo conta, João Paulo publicamente, em inaugurações e em vários momentos com a população, sempre pontuava os limites de uma administração dentro do capitalismo. “Ele coloca que os verdadeiros avanços vieram com o socialismo, que o máximo que pode é melhorar um pouco o sofrimento do povo dentro do capitalismo, que é possível fazer muito com uma administração dentro do capitalismo, mas jamais será suficiente.” (MAGALHÃES). Falando enquanto tendência política, Múcio afirma que, independente de cargos, a Articulação de Esquerda dá força a essa postura. “É uma cultura avançada, que deve ser apoiada, que deve ser reforçada, inclusive, então a contribuição que a gente dá é apoiar a atitude dele e também ajudar nessa construção.” (MAGALHÃES)

Nosso governo é mais à esquerda que o de Lula, porque nós nos elegemos com a frente mais restrita e, fundamentalmente, nós governamos de uma forma onde a prioridade absoluta é a maioria do povo, apesar de governar para toda a cidade. Havia publicamente um compromisso assumido com a maioria. O governo Lula é um governo de coalizão, desde o primeiro foi assim. E optou por seguir caminhos e convivência com alguns aspectos da política econômica, da política agrícola e outras questões que levou para um governo de centro. Agora de novo está construindo um governo de coalizão e acenando que será mais à esquerda.(MAGALHÃES)

A posição da tendência de sustentação das gestões de João Paulo sobre a perda de identidade do socialismo no mundo, com repercussões no Brasil, é a de que depois da crise do chamado socialismo real (Queda do Muro de Berlim e esfacelamento da União Soviética) muita gente acha que não se deveria mais discutir sobre o socialismo. “Falava-se que o estigma do Leste Europeu iria derrotar todo mundo, a vida está mostrando que não é bem assim. Várias pesquisas foram feitas no Brasil e existe uma simpatia muito grande pelo conceito de revolução e socialismo.” (MAGALHÃES). De acordo com ele, deve-se esclarecer que o que o povo entende por revolução não tem nada a ver com o pensamento clássico e que socialismo está associado à mudança, “melhoria na qualidade de vida e derrota da direita.”(MAGALHÃES)

O socialismo é um regime que ele só vai existir como obra de milhões, alguém já disse isso, que nenhuma liderança carismática vai implantar o socialismo, como nunca implantou. Em Cuba existe um outro tipo de democracia, democracia como a gente conhece de fato lá não existe, mas lá existe outro tipo de democracia que é a social, em que existe um controle social em cima de um governo fortíssimo. Eu acredito que o socialismo é muito possível, porque é a idéia de uma vida melhor, de quebrar com as

correntes, com as cadeias de quem explora, de quem oprime. Enquanto existir exploração, opressão, vai existir quem resista, quem lute. (MAGALHÃES)

2.2.2. Tendência Articulação Unidade na Luta

Como se sabe, da divisão na antiga Articulação é que surgiram as tendências Articulação de Esquerda e a Articulação Unidade na Luta, que é a tendência que elegeu o presidente nacional do PT na última eleição do Processo de Eleições Diretas (PED), em 2005, Ricardo Berzoini, bem como o presidente estadual, Dílson Peixoto. É também a corrente hegemônica do Campo Majoritário, que foi responsabilizado, por diversas facções petistas, pela chamada crise do Mensalão. No entanto, quase todas as demais tendências preconizam que o Campo Majoritário implodiu depois da crise. Um dos representantes da tendência é o atual presidente do PT pernambucano, Dílson Peixoto34(informação verbal)35, eleito também no último pleito interno do Partido, além de ser vereador do Recife. Ele concorda que o Campo Majoritário não existe mais e explica a posição político-ideológica do Campo Majoritário dentro do Partido:

Existem no PT pensamentos políticos que, digamos, são mais à esquerda, são pensamentos políticos que têm uma certa dificuldade de conviver com a realidade, porque se preocupam muito com a questão meramente teórica, sem tentar fazer a junção do pensamento com a realidade. E existem pensamentos com um certo grau de pragmatismo maior. Que inclusive é o que predomina no PT. Essa força política, ou esse conjunto de forças políticas, foi crescendo com o passar do tempo, foi responsável pela decisão do PT de entrar pesado na luta por ocupação de espaços, o que a gente chama da luta institucional. Esse campo é mais de centro, que se convencionou chamar de Campo Majoritário, que hoje passa por uma crise e tal, mas que tem muitas lideranças do PT que passaram a assumir esse discurso, pela prática.(PEIXOTO)

Dílson avalia que as tendências antes eram muito autônomas dentro do PT, “muito encorpadas”. “Cada uma tinha um meio de comunicação próprio, tinha jornal próprio, inclusive jornal que era vendido ou distribuído fora do PT. Cada uma podia fazer sua própria campanha de finanças. Então havia, na verdade, partidos dentro do partido.”(PEIXOTO). Para ele, isso era prejudicial. “O primeiro passo foi acabar com isso. Daí houve, por exemplo, a

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Na época da entrevista, Dílson Peixoto era secretário de Serviços Públicos da Prefeitura do Recife. Posteriormente ele deixou o cargo para disputar a eleição para deputado estadual, mas não venceu. Também não voltou para a Secretaria de Serviços Públicos, reassumiu o seu mandato de vereador do Recife e em fevereiro de 2007 estava na condição de presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos do Governo do Estado.

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Os depoimentos de Dílson Peixoto foram coletados por meio de entrevista exclusiva, em Recife, no dia 14/03/2006.

ruptura com algumas forças em destaque, como a Convergência Socialista, que terminou criando o PSTU. A partir daí houve uma certa evolução.”(PEIXOTO).

Então, com a ocupação de espaços, a gente, quer dizer, o PT, passou a adotar um discurso mais pragmático.[...] Por exemplo, no começo, você pegava os programas de governo dos candidatos do PT, que falavam do não pagamento da dívida externa, da Revolução Socialista, mundial, não sei o que e tal, então você passou a discutir o seguinte: você estavaconcorrendo a um cargo de vereador, de um município do interior... Essas mudanças foram mais fortes a partir das mudanças da eleição de 1989, o PT passou a ir alterando o discurso. Na eleição de 90, se a gente analisa o discurso dos nossos candidatos a governador, senador e tal, já começa a alterar. E a partir da eleição municipal de 92 mais ainda. Houve uma preocupação muito grande em apresentar as candidaturas nossas de prefeito com discursos, claro que não perdia o vínculo com nosso discurso socialista, mas tentando responder a problemas da cidade, o que fazer com transporte, com o crescimento desordenado da cidade, com as políticas urbanas, com a saúde municipal, com a educação do município.(PEIXOTO)

Dilson Peixoto entende essa mudança de discurso e de prática como algo positivo para o partido. “Esse abrir de olhos para essa realidade foi consolidando aos poucos um grupo que hoje tem uma hegemonia no PT, que diminuiu um pouco do seu tamanho, mas que consegue ter esse pensamento majoritário, exatamente por formular uma política com condições de se adequar à realidade.”(PEIXOTO). De acordo com ele, a Unidade na Luta é centro-esquerda. “Tem forças que se alinham, digamos assim, mais à esquerda e a gente significaria aquele centro que garante uma interlocução com as propostas de esquerda e a realidade, que a gente tem que fazer política.”(PEIXOTO)

Nosso discurso é mais ou menos marxista. Não dá para caracterizar. A gente guarda algumas coisas, na nossa formulação tem algumas referências econômicas, políticas que Marx sintetizou. Elas ainda existem, mas você não pode caracterizar, na verdade, a Unidade na Luta. Ela tem um pensamento mais atualizado. Eu acho que a Unidade na Luta se aproxima mais de um discurso social-democrata do que um discurso socialista. Agora o problema é que no Brasil falar de social-democracia é complicado, porque você confunde com o PSDB, que não tem nada a ver. Nós acreditamos que a implantação de um regime socialista não somente pela luta armada. Nós acreditamos nos espaços que são dados na conquista de prefeituras, governos de estado, presidente da República, maioria no parlamento, isso vai, no processo fazendo as mudanças, e não necessariamente apostar no discurso revolucionário. Isso não existe mais na nossa força política. (PEIXOTO)

Dílson Peixoto avalia que a administração de João Paulo na Prefeitura do Recife tem um perfil consolidado de esquerda. “Fundamentalmente, se você fizer comparações com os

últimos governos da cidade, você vai identificar grande diferença. A primeira delas é o exercício da democracia, a participação popular. Então a marca da gestão de João é essa.”(PEIXOTO). O presidente do PT pernambucano destaca, ainda, o investimento nas áreas pobres do Recife. “Os investimentos pesadíssimos, por exemplo, na política de contenção de encostas nos morros. O que a gente via na cidade era a preocupação apenas na época de inverno, então foi criado um programa com recursos de mais de 50 milhões.”(PEIXOTO)

Então hoje se tem totalmente monitorados todos os pontos de risco nos morros, várias famílias que moravam penduradas no barranco hoje têm uma casa para morar, mais de mil famílias que moravam em palafitas hoje moram no apartamento, com um mínimo de conforto, então isso mostra claramente uma opção, e uma opção pela esquerda, uma opção por melhorar as condições de vida da maioria. (PEIXOTO)

2.2.3. Tendência Brasil Socialista

A Tendência Brasil Socialista tem representação nacional e foi criada em 1989. Parte de seus integrantes é originária do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), que atuava na clandestinidade na época da Ditadura Militar e teve em seus quadros participantes da luta armada. De acordo com um dos líderes e fundadores da Brasil Socialista, Bruno Maranhão, como o próprio nome da tendência diz, ela tem proposta socialista, marxista. “A base socialista tem uma matriz de pensamento formada no campo do marxismo36.[...] É muito difícil uma pessoa se sustentar numa esquerda, hoje, com solidez, se não tiver uma formação marxista.”(MARANHÃO)(informação verbal)37. De acordo com o líder, o PCBR participava da esquerda revolucionária. “Eu mesmo participei da luta armada, de ações de guerrilha urbana, em 1969, 1970, 1971, em vários estados, pelo PCBR. Isso foi antes do PT, antes do exílio. Quando eu falo de luta armada, é expropriação de dinheiro para comprar arma, e era banco, ataque a quartel.[...]”(MARANHÃO)

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“Entende-se por Marxismo o conjunto das idéias, dos conceitos, das teses, das teorias, das propostas de metodologia científica e de estratégia política e, em geral, a concepção de mundo, da vida social e política, consideradas como um corpo homogêneo de proposições até constituir uma verdadeira e autêntica ‘doutrina’, que se podem deduzir das obras de Karl Marx e de Friedrich Engels.[...]Identificam-se diversas formas de Marxismo, que com base nas diferentes interpretações do pensamento dos dois fundadores quer com base nos juízos de valor com que se pretende se distinguir o Marxismo que se aceita o Marxismo que se rejeita do Marxismo.[...]” (BOBBIO, 2004b, p. 738).

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A Brasil Socialista foi constituída por militantes que tinham muita aproximação com a visão política de um novo momento histórico, que era importante para o Partido dos Trabalhadores defender o socialismo, era importante que os trabalhadores tivessem um ligação forte com o movimento sindical, com o Movimento dos Sem-Terra, com o movimento popular. Sobretudo, a gente cavou muito o foco nas cidades, no movimento organizado, na mobilização popular, e também no Parlamento e nas institucionalidades. É um projeto socialista para o País, que não está separado do projeto mundial e regional, no caso, da América Latina. Mas o peso maior da força do PT vem dos movimentos sociais, essa é deve ser a grande marca. (MARANHÃO)

Vale aqui registrar que Bruno Maranhão é um dos coordenadores do Movimento para a Libertação dos Sem-Terra (MLST), fundado em agosto de 1997, que tem atuação no Maranhão, Tocantins, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Goiás. Em julho de 2006, Maranhão foi acusado de liderar a ocupação e quebra-quebra no Congresso Nacional, tendo sido preso por 69 dias. Na época, ele era membro do Diretório Nacional do PT e foi afastado por conta desse episódio. Também foi pedida a sua expulsão do Partido por alguns dirigentes, o que não ocorreu.

A Brasil Socialista é a fórmula de decretar, enquanto brasileiro, enquanto militante socialista, enquanto militante do PT, que o PT não pode ser um partido puramente para disputar eleição, para eleger prefeitos, governadores e presidentes. Isso faz parte da visão política. É muito importante eleger Lula, por exemplo, no lugar de Alckmin, o povo sabe disso.[...]Outra coisa é o processo de construção para empoderar os trabalhadores, a luta nossa pela Reforma Agrária, as empresas comunitárias... Faz parte do processo da Brasil Socialista também ver qual é a forma de produção que você vai desenvolver para poder organizar o povo, econômica, social e politicamente. Você pega um assentamento, organiza bem um assentamento, se você consegue criar uma comunidade, consegue organizar as mulheres, a juventude, você tem uma política cultural, você tem uma base econômica importante...Você só pode ser fiel por essa agregação de valor... A via eleitoral é importante enquanto a gente puder utilizar, e muitas vezes a gente não pode. (MARANHÃO)

Sobre se há um exemplo de país socialista no Mundo, que possa servir de modelo para o Brasil, Bruno Maranhão avalia que não, “até porque um processo de construção do socialismo vai se dando através de teses centrais, com base importante.”(MARANHÃO). De acordo com ele, o marxismo surgiu como um instrumento de análise e mudança da realidade. “Eu acho que modelo são várias experiências, eu acho que adotar um modelo vai na lógica do doutrinarismo, do dogmatismo.”(MARANHÃO)

Eu acredito muito no processo da luta política social, eu acho que é