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TORNEIO CENTENÁRIO DE CAMPINA GRANDE 1964 TABELA DO TORNEIO

08.03.1964 - TREZE 3 x 0 BOTAFOGO 08.03.1964 - FORTALEZA 5 x 1 CRB 10.03.1964 - CAMPINENSE 0 x 1 FORTALEZA 10.03.1964 - NÁUTICO 4 x 0 CONFIANÇA 13.03.1964 (SEMI – FINAIS) TREZE 0 x 1 FORTALEZA

NÁUTICO 2 x 2 OLARIA63 (nos pênaltis: Náutico 3 x 1)

15.03.1964 (DECISÃO DO 3º LUGAR)

TREZE 0 x 2 OLARIA

68 15.03.1964 (FINAL)

NÁUTICO 2 x 2 FORTALEZA (nos pênaltis: Náutico 7 x 6)

CAMPEÃO: NÁUTICO Fonte: http://cgretalhos.blogspot.com.br.

Apesar dos resultados negativos dos times paraibanos, exceto o Treze Futebol Clube, que ficou com a quarta posição, o público compareceu aos estádios, mesmo com a chuva, que teimava em cair na hora dos jogos. O campeão foi o Clube Náutico Capibaribe, de Pernambuco, que derrotou o Fortaleza na final, na decisão por pênaltis.

Contrariando o regimento da COMCENT, que previa a rotatividade na cadeira presidencial, os seus membros decidem eleger Vital do Rêgo por tempo indeterminado (Diário da Borborema, 03 abr. 1964, p. 03) – poderia soar como um reconhecimento pelos trabalhos prestados e/ou pela capacidade de liderança do deputado federal, mas, nas entrelinhas da notícia, notam-se duas estratégias dos demais membros da comissão: primeiro, Vital do Rêgo era o veículo que trazia as verbas do governo do Estado aos cofres da COMCENT, sem ele, talvez, estas verbas não chegassem; segundo, os próprios membros, seguindo algumas pistas deixadas pelo Diário da Borborema, não tinham total conhecimento das transações financeiras realizadas por Vital do Rêgo, enquanto presidente do órgão.

Queremos exemplificar nossas conclusões seguindo alguns indícios apontados na documentação: um dia após a retificação do nome de Vital do Rêgo, o governador liberou uma verba suplementar para a realização das festividades do centenário (Ibidem, 04 abr. 1964, p. 03), fato que aponta na deliberação de recursos, apenas enquanto Vital do Rêgo estava na presidência. Continuando nesta tese, observamos à recusa de Severino Cabral em presidenciar a comissão (Ibidem, 20 mar. 1964, p. 01), como uma prova veemente, assim como a recusa de Lopes de Andrade (Ibidem, 23 set. 1964, p. 05), da incógnita situação financeira do órgão.

Em março de 1964, época da recusa de Cabral, o periódico anuncia um déficit orçamentário da COMCENT em torno de 39 milhões de Cruzeiros; em setembro, ocorrerá a segunda recusa à presidência, desta vez feita por Lopes de Andrade. O mesmo afirma pelas páginas do Diário da Borborema que “se caso assumisse, iria se

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dirigir, por ofício, ao governador Pedro Gondim, propondo a extinção imediata do órgão” (Diário da Borborema, 23 set. 1964, p. 05). Conclui dizendo que a comissão “se encontra sem mais recursos financeiros para atuar e que não tem mais razão de ser” (Ibidem).

Ainda em março, as críticas começam a gotejar com mais força e rapidez sobre a cabeça da comissão: a paralisia das obras por falta de verba, com poucas perspectivas de serem concluídas antes do dia 11 de outubro de 1964 produz alguns questionamentos sobre os altos gastos da comissão, o custo das obras, bem como, sobre a competência de seus membros na execução do programa do centenário. Na coluna Rosa dos Ventos (Ibidem, 16 maio, 1964, p. 07), o jornalista Stênio Lopes64 produz uma análise da atuação da COMCENT na efetivação do programa do centenário, presente no calendário.

Já no primeiro dia do ano, primeiro do calendário, houve a primeira falha: seria a “abertura do ano do centenário” no PARQUE DO CENTENÁRIO. Mas não havia (nem há) Parque do centenário (...). No dia dois de janeiro, deveria ter sido inaugurada a feira da Indústria e Comércio, não se realizou. No mês de fevereiro, houve os bailes de carnaval “do centenário”. As chuvas haveriam de impedir as exibições de blocos de carnaval do Recife, nas ruas de nossa cidade: mesmo assim, foram trazidos e exibidos nos clubes.

Em março houve o torneio de futebol. Apesar de sua má organização, teve êxito. Aliás, futebol e carnaval, com ou sem centenário, podem alcançar o êxito.

Mas já em março, o calendário que começou mal, deu sinal de evidente fracasso: não vimos o “auto da paixão de Cristo”, nem houve a festa de confraternização.

O mês de abril marcou definitivamente o comêço do malogro total. Não se realizou o “encontro do Teatro Brasileiro” nem se realizou o “encontro dos Escritores do Nordeste”

Maio chegou, o calendário continua falhando. De 1° a 15, deveria estar se realizando o encontro dos trabalhadores nordestinos. E a 17 deveria começar a “semana do cinema brasileiro”.

Em junho estariam previstas duas boas programações: de 1° a 31 o festival folclórico nordestino e de 20 a 26 o V Congresso de Viajantes, Vendedores e representantes Comerciais. Em julho de 1° a 5 deveria se realizar o congresso de professoras primárias do Estado e de 2 a 27 o festival de música.

Quanto aos meses mais próximos da data centenária, setembro e outubro, não se podem fazer prognósticos muito animadores (...)

64 Stênio Lopes foi nomeado para a Assessoria de Relações Públicas da CONCEMT, mas pelo tom das

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O tom crítico do colunista deixa transparecer o descontentamento com as falhas da COMCENT, apontando o desastre que as festividades terão se a COMCENT continuar neste rumo. Salientando que as críticas são direcionadas para a comissão e não para a festa do centenário.

Os adjetivos negativos, paulatinamente, ganham sentido hiperbólico: falha, má

organização, fracasso, malogro total. As críticas são pelas lacunas ocorridas na

efetivação do calendário, assim como, na execução. Por fim, Stênio Lopes, em tom catastrófico põe a COMCENT em descrédito diante do público.

As críticas no Diário da Borborema continuam – dez dias após a coluna de Stênio Lopes o jornal estampa a seguinte manchete: “Falta de verbas resultou na inércia da COMCENT: O CALENDÁRIO “PIFOU”” (Diário da Borborema, 26 maio, 1964, p. 04). Neste momento cai uma tempestade de críticas, escândalos, brigas e denúncias contra a comissão, contra Vital do Rêgo e contra o governador Pedro Gondim.

A crise se agrava. No dia 22 de maio, Noaldo Dantas, um dos idealizadores da comissão, pede sua renúncia. Neste momento recrudescem os desentendimentos políticos entre o governo do Estado, representado pela figura de Vital do Rêgo e o atual prefeito Newton Rique, a quem Noaldo Dantas apoiava.

A tempestade se transforma em furacão quando o deputado federal Luiz Bronzeado, pertencente a UDN, partido que compõe a base do governo do estado, declara em entrevista ao jornal Correio da Paraíba que “A PARAÍBA AFUNDA NO