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TRABALHO PARA A SAÚDE E A SORTE

No documento Tratado dos 256 Odus de Ifá Brasil (páginas 161-167)

Um pombo branco, duas panelas de barro grandes, uma toalha branca e doze diferentes folhas (álamo (Ficus religiosa - Lin.), irosun (Baphia nitida - Lin.), ewe karodo (erva de São

(Eupatorium odoratum - Lin.), ewe ibajó (Melia azederath. Lin.), ewe nijé (Partenium hysteroforus, Lin.), ewe xaworô (Cardiospermum), ewe dubué (malva), ewe agbê (Echinops longifolius), ewe oro (algodão) (Gossipium arborum, Lin) e ewe kikan (árvore da família das terebintáceas, muito semelhante à ameixeira).

Prepara-se 12 omierós, sendo um de cada folha. Todos os dias toma-se banho com o omieró de uma folha diferente e, depois de cada banho, enxuga-se o corpo com a toalha pondo- a em seguida, para secar sem ser lavada. Recolhe-se as folhas que sobrarem de cada banho e vai-se juntando numa das panelas misturando tudo. No décimo segundo dia faz-se sarayeye com o pombo, sacrifica-se sobre as folhas que sobraram, já misturadas, e despacha-se no local determinado pelo jogo.

I I I I I I I I I I I I I ODIKÁ REZA DE ODIKÁ

Odiká Okoloiu Opuá adifafun Orixaye tinxeme Aiyalorun. Obá nifá tinxemo Olofin Obá Orixaye adifafun Egun Oiyba Orun. Maferefun Xangô Orixaye, Obaye. Adifafun Oduduwa.

Este Odu ensinou o costume de apresentar os iyawos aos atabaques e a razão pele qual devem vestir-se de branco.

É resultado da interação de Odi e Iká.

Signo de disfarces. A pessoa entra na sepultura e torna a sair.

Por este caminho os Orixás pedem comida. Tem-se que dar duas galinhas a Orunmilá.

É preciso ter muito cuidado para não sofrer acidentes com eletricidade. Tem que fazer orô para Yemanjá.

Este Odu é muito destrutivo e não possui cabeça.

Quando este Odu surge num itá, o Awo não deve marcá-lo, devendo substituí-lo, no opon, por Ogbetua ou Ejiogbe.

Quando surge num atefá, é substituído porque, na verdade, significa um aprisionamento.

Foi este Odu - ao dar borí, primeiro em Ejiogbe e em Ogbetuá e depois, em Ogundafun e em Osalogbe - quem ensinou aos homens os segredos desta cerimônia, assim como sua importância e necessidade.

As pessoas deste Odu tomam borí com água do mar e peixe seco. Depois, com as barbatanas secas do peixe do borí, faz-se um amuleto para segurança.

7 - Ogbetua : * * - Ejiogbe: * * * * * * * * * * * * * * *

É um signo de imoralidades.

Seus filhos têm que fazer ebó constantemente para livrar-se de sua permanente influência negativa.

Determina que os morcegos, não importando onde vivam, têm que dormir de cabeça para baixo.

Quando o Awo encontra este Odu para si mesmo tem que pegar um bastão de madeira e, às seis da tarde, levá-lo à beira do mar e, atirando-o às águas, suplicar a proteção e a ajuda de Olokun.

Um dia Odiká banhava-se no mar quando viu surgir uma cabeça das águas. No mesmo instante ouviu uma voz que dizia: "Eu sou Oduduwa e meu caminho está representado nesta outra cabeça!" Neste momento surgiu das águas outra cabeça, que era Odu. É por este motivo que Odiká é o único que tem o poder de ver as cabeças de Oduduwa e de Odu.

Quando surge este Odu numa feitura de Ifá, a pessoa tem que assentar Oduduwa antes mesmo de sair do Igbodun de Ifá.

Assinala atos premeditados.

A pessoa não tem pudor, pratica atos criminosos e é perseguida por sua própria consciência.

Assinala perda da razão, o que pode levar à indigência.

Disse Ifá: "O coelho é o rei das covas, por isto deve ser respeitado por todos, até mesmo por Ikú."

I I I I I I I I I I I ODISÁ REZA DE ODISÁ

Odisá, Odi Mayere Mániania le yeré Iyalode mama wa ameiyá, wá yeré omó Oxunguere Iyá iedé babinú Omó Oxunguere fun mi xeré.

Este é o Odu das falsidades e dos enganos. É filho de Odi e de Osá.

A pessoa é vitima de feitiçarias e da ambição desmedida de outrem.

Um homem apaixonado faz trabalhos para amarrar a mulher amada, fazendo com que ela, mesmo contra a vontade, viva em sua companhia.

Um homem perdeu a mulher que queria e passou a viver com uma outra que é sua prima, enteada ou afilhada. Para livrar-se do problema, fez um trabalho para que esta mulher encontrasse outro e que, mesmo sem amor, fosse morar com ele.

Uma mulher vive com um homem de quem não gosta, visando apenas o seu dinheiro ou posição social.

Para solucionar grandes problemas, oferece-se carneiro capado à Yemanjá. Este é o signo do enforcado.

Assinala impotência sexual no homem.

Deve-se tomar banho de água com pó de efun e limpar a casa com beldroega e ewe agbe (echinops longifolius).

As pessoas deste Odu têm que acender lamparinas para Yemanjá, para que ela possa solucionar seus problemas.

Cuida-se dos espíritos de parentes mortos.

Assinala maldição lançada pela própria mãe, por um mal-feito qualquer. Tem que assentar Olokun.

As mulheres são o caminho da sepultura.

A pessoa tem que tomar, sempre, banhos de mar. É protegida por Yemanjá e por Olokun.

Não se pode comer manga, quiabo e feijão de casca vermelha. A sorte está no local de trabalho.

A pessoa gosta de roubar, é teimosa e persistente.

Este Odu exige que seus filhos respeitem e reverenciem todos os filhos de Yemanjá. A pessoa vive brigando com o cônjuge e, se ainda está em sua companhia, é por causa dos filhos.

Tem que assentar Elegbara e Orunmilá.

Deve evitar caluniar ou roubar, para não ter que sair fugido de alguém, ou ver-se impedido de freqüentar algum lugar.

Deve oferecer, à Yemanjá, uma galinha com farinha de milho bem fina. O bem chega pelo mar.

Odisá não tem direito de receber Olofin.

O awo deste Odu não procria em Ifá. Não pode fazer afilhados e, se os faz, Orunmilá não os reconhece como iniciados, a iniciação é uma farsa.

As pessoas deste Odu são farsantes e gostam de usar os outros para atingirem seus objetivos.

Aqui nasceu a megalomania. A pessoa tem mania de grandeza, quer ser a maior em tudo, suas coisas têm que ser maiores e melhores que a dos outros, mas tudo isto é fruto de seu desequilíbrio mental.

Está a um passo da loucura e não sabe reconhecer qualidades nos outros.

São exibicionistas e falam demais, não exitando em mentir para exaltar seus poderes. Têm que retratar-se para não terminarem sozinhos e abandonados na velhice.

EBÓS DE ODISÁ

1 - Um galo, água do mar, flor-d’água, ewe eran (Cleusine índica, L. Gaartah.), vários tipos de cereais, batata (Edulys, Choisi.) e diversos panos.

2 - Dois galos, água do mar, folhas, mel, contas, panos, dois pombos, água de lagoa, um tamborzinho, terra de casa, ewe odundun, ewe ewe (Mirabilis jalapa, Lin.), ewe imo (imo de Oxun), romerillo (espécie de planta silvestre, excelente para pasto e para uso medicinal) e moedas.

3 - Um galo, uma galinha, um pombo, quatro pintos, uma gaiola, penas de gavião e moedas. Sacrificam-se os bichos para Elegbara, colocam-se as penas e tudo o mais na gaiola e despacha-se no lugar determinado pelo jogo.

No documento Tratado dos 256 Odus de Ifá Brasil (páginas 161-167)