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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.5. D EFINIÇÕES OPERACIONAIS DAS VARIÁVEIS

3.5.3. V ARIÁVEIS DE CONTROLE

Neste tópico serão apresentadas as formas de cálculo de cada uma das variáveis de controle propostas neste trabalho.

3.5.3.1.Lucratividade

A lucratividade será representada pela sigla LUCRit. A lucratividade da empresa é uma variável contínua e é calculada conforme Equação 6 :

Equação 6. Lucratividade

0;<=, =&'%>,

, (Equação 6)

Sendo:

LUCR(i,t) = Lucratividade da empresa i, no ano t.

LO(i,t) = Lucro operacional da empresa i, apurado no ano t.

AT(i,t) = Ativo total da empresa i, no ano t.

3.5.3.2.Tamanho da empresa

O tamanho da empresa foi identificado por três variáveis: LNAT, LNPL e LNREC.

São variáveis contínuas, pois foram feitas da relação entre os valores retirados dos demonstrativos contábeis da empresa, conforme se identificam a seguir:

Equação 7. Tamanho

LNAT(i,t) = o logaritmo neperiano do Ativo Total da empresa i, no ano t.

LNPL(i,t) = Logaritmo neperiano do Patrimônio Líquido, da empresa i, no ano t.

LNREC(i,t) = Logaritmo neperiano das Receitas Brutas de Vendas da empresa i, no ano t.

3.5.3.3.Desempenho

A variável de desempenho será denominada como DESEMPit . Essa variável é contínua e será calculada pelo Q de Tobin conforme Equação 8 (NOGUEIRA et al., 2007, p.

6):

Equação 8. Q de Tobin

? @9 AB ! =CD&CDECF& (Equação 8)

Onde:

VMA = Valor de Mercado das ações VMD = Valor de Mercado das dívidas VRA = Valor de reposição dos ativos

No entanto, pela dificuldade de se encontrar ao dados de valor de mercado das dívidas das empresas brasileiras e também o valor de reposição dos ativos, um modelo aproximado foi definido por Chung e Pruitt (1994, Apud Nogueira et al., 2007), conforme Equação 9:

Equação 9. Q de Tobin aproximado

? @9 AB ! =CD&E&' (Equação 9)

Sendo:

VMA = Valor de mercado das ações preferenciais e ações ordinárias D = valor contábil das dívidas

AT = Valor contábil dos ativos totais

E para o cálculo das dívidas da empresa foi utilizado por Chung e Pruitt (1994, Apud Nogueira et al., 2007), conforme Equação 10:

Equação 10. Cálculo das dívidas da empresa

G = H<GIJ− H<=IJ+ H<LM+ H<GNJ (Equação 10)

Sendo:

VCDcp = Valor contábil das dívidas de curto prazo VCRcp = Valor contábil dos recursos de curto prazo VCest = Valor contábil dos estoques

VCDlp = Valor contábil das dívidas de longo prazo

Portanto, o cálculo do desempenho será feito conforme Equação 11:

Equação 11. Desempenho

G9O9PQ= RST RUVWXYRUZT_WXRU[\]RUV^X (Equação 11)

3.5.3.4.Risco

O risco será determinado pela nomenclatura Riskit . O risco também é denominado volatilidade da empresa. Esta variável é também contínua e será determinada conforme Equação 12:

Equação 12. Risco

= O`, = @9Oa A Qb@cãA %>&',

, (Equação 12) Sendo:

Risk(i,t) = risco da empresa i, no ano t.

LO(i,t) = Lucro operacional da empresa i, no ano t.

AT(i,t) = Ativo total da empresa i, no ano t.

Desvio Padrão = cálculo do desvio padrão das variáveis LO nos últimos 5 anos e AT nos últimos 5 anos.

3.5.3.5.Tangibilidade

A tangibilidade da empresa é determinada pela nomenclatura Tangit. A tangiblidade é uma variável contínua que pode ser calculada conforme Equação 13:

Equação 13. Tangibilidade

b!e = &'f,

, (Equação 13) Sendo:

Tang(i,t) = Tangibilidade da empresa i, no ano t.

I(i,t) = Imobilizado líquido da empresa i, no ano t.

AT(i,t) = Ativo total da empresa i, no ano t.

3.5.3.6.Oportunidade de crescimento

A oportunidade de crescimento será determinada pela nomenclatura OPCRit. É uma variável contínua que pode ser calculada conforme Equação 14:

Equação 14. Oportunidade de crescimento

g1<=, =CDC$,

, (Equação 14)

Sendo:

OPCR(i,t) = Oportunidade de crescimento da empresa i, no ano t.

VM(i,t) = Valor de mercado das ações da empresa i, no ano t.

VP(i,t) = Valor do patrimônio líquido contábil da empresa i, o ano t.

Também foi levantada como proxy alternativa para oportunidade de crescimento a variação do ativo total VAT, conforme cálculo demonstrado na Equação 15:

Equação 15. Variação do Ativo Total (VAT)

H2, = 2,/2,Y (Equação 15)

Sendo:

VAT(i,t) = Variação do Ativo Total da empresa i, no ano t.

AT(i,t) = Ativo Total da empresa i no ano t.

AT(i,t-1) = Ativo Total da empresa i, no ano t-1.

3.5.3.7.Fluxo de caixa livre

O fluxo de caixa livre será denominado por FLCL(i,t). Também é uma variável contínua e será calculada conforme Equação 16:

Equação 16. Fluxo de caixa livre

hi0, = LL+,, − AumentoCGL+,, + Depr+,, – Invest+,, (Equação 16) Onde:

FLCL(i,t)= Fluxo de Caixa Livre da empresa i, no ano t.

LL(i,t) = Lucro líquido da empresa i, no ano t.

AumentoCGL(i,t) = Aumento do capital de giro líquido da empresa i, calculado pela diferença do CCL (capital circulante líquido) do ano t-1 e o ano t.

Depr(i,t) = Depreciação da empresa i, no ano t.

Invest(i,t) – Investimentos da empresa i, no ano t.

3.5.3.8. Outros benefícios fiscais

Os benefícios fiscais extra-dívida serão representados por OBENit. O benefício fiscal extra-dívida também será uma variável contínua, calculada conforme Equação 17:

Equação 17. Benefícios fiscais da dívida

gyz = ELJ{LI,&'&|}{, , (Equação 17)

Onde:

OBEN(i,t) = Outros benefícios fiscais da empresa i, no ano t.

Deprec(i,t) = Despesa de Depreciação da empresa i, no ano t.

Amort(i,t) = Despesa de amortização da empresa i, no ano t.

AT(i,t-1) = Ativo Total da empresa i, no ano t-1.

3.5.3.9. Singularidade

A singularidade será representada por SING(i,t). A singularidade é uma variável contínua e será calculada conforme Equação 18:

Equação 18. Singularidade

~z€, = F%CEC,

, (Equação 18) Onde:

SING(i,t) = singularidade da empresa i, no ano t.

DV(i,t) = Despesa de Vendas da empresa i, no ano t.

RLV(i,t) = Receita Líquida de Vendas da empresa i, no ano t.

3.5.3.10. Incentivos Fiscais

A representação se a empresa possui ou não benefícios fiscais será feita por IFit. Os incentivos fiscais serão identificados por uma variável binária através de 1, caso possua incentivos fiscais e 2, caso não possua incentivos fiscais. O incentivo fiscal foi identificado através da listagem de empresas incentivadas na BM&FBovespa.

3.5.3.11. Crescimento de vendas

O crescimento das vendas será determinado por CVEN(i,t). Esta variável será contínua e calculada conforme Equação 19:

Equação 19. Crescimento de vendas

<Hz,= F%CF%C,

,‚ ƒ 100 (Equação 19) CVEN(i,t) = Crescimento de vendas da empresa i, no ano t.

RLV(i,t) = Receita Líquida de Vendas da empresa i, no ano t.

RLV(i,t-1) = Receita Líquida de Vendas da empresa i, no ano t-1.

3.5.3.12. Governança

A variável Gov é uma dummy para identificação do nível de governança estabelecido pela BM&FBovespa. Considerou-se que empresas com maior nível de governança corporativa seriam aquelas que estivessem classificadas apenas como as de Nível 2 ou Novo Mercado pela BM&FBovespa. (Nível 2 e Novo Mercado =1, outros níveis =0).

A variável GovI é uma dummy para identificação das empresas internacionais com níveis BDR3. Considerou-se que empresas com maior nível de governança corporativa internacional são aquelas com nível BDR3 (BDR3=1; outros níveis = 0).

Para também complementar os níveis de governança foi criada a variável dummy GovA. Esta variável foi determinada para identificar empresas brasileiras com ações na NYSE (New York Security Exchange) e que também estão classificadas nos níveis II ou III, que neste caso foram consideradas de maior nível de governança. (Nível II ou III = 1; Outros níveis =0)

3.5.3.13. Volatilidade Comparada (ou Risco Sistêmico)

A volatilidade da empresa foi controlada pela utilização do Beta da empresa, já calculado pelo banco de dados Economática nos últimos 60 meses, para cada uma das empresas no final de cada ano observado. Desta forma, a variável volatilidade, contínua, foi representada por BETA(i,t), ou seja, o Beta da empresa i, no ano t.

3.5.3.14. Liquidez (em bolsa) das ações

A liquidez das ações foi levantada pelo banco de dados Economática e é calculada da de acordo com a Equação 20:

Equação 20. Liquidez das ações

0~…`= Q1 †‡!zˆ ‡aHˆ (Equação 20)

Sendo:

LStk(i,t) = Liquidez das ações da empresa i, no ano t.

p(i,t) = número de dias em que houve pelo menos uma negociação com a ação (seja ela preferencial ou ordinária) da empresa i, no ano t.

P(i,t) = Número de dias do ano observado para a empresa i, no ano t.

n(i,t) = Número de negócios com a ação para a empresa i, no ano t.

N(t) = numero de negócios com todas as ações da empresa i, no ano t.

v(i,t) = Volume de dinheiro dos negócios com todas as ações das ações da empresa i, no ano t.

V(t) = Volume de dinheiro dos negócios com todas as ações no mesmo período analisado.

3.5.3.15. Distribuição de dividendos

Várias formas de distribuição de dividendos foram encontradas na literatura e utilizadas como proxy para identificar as formas e valores distribuídos pelas empresas pesquisadas.

a) Índice de payout:

A variável payout foi definida como POUT(i,t) e é trazida pelo banco de dados Economática como a razão entre o valor de dividendos propostos e o lucro líquido da empresa i, no ano t.

b) Dividend Yield:

A variável que indica o Dividend Yield é a DYld(i,t) e foi calculada pela razão entra a soma dos dividendos por ação em cada ano t e o preço de mercado das ações de cada empresa i.

c) Dividendo por ação:

A variável que define a distribuição dos dividendos por ação é a DStk(i,t) e indica o valor dos dividendos distribuídos no ano t sobre o número de ações da empresa i.

d) Emissão de dividendos:

A emissão de dividendos foi elaborada por uma dummy representada por Div(i,t) que indica se houve dividendos distribuídos pela empresa i no exercício observado, t . Div=1; a

empresa distribuiu dividendos; caso contrário Div=0. Esta definição foi utilizada por Barros (2005) no Brasil e por Murray e Goyal (2004) nos EUA, calculando determinantes de estrutura de capital.

3.5.3.16. Debêntures

O valor das debêntures emitidas pela empresa i no ano t está representado por Deb(i,t). Esta variável representa o exato valor constante na conta debêntures de longo prazo da empresa analisada.

3.5.3.17. Retorno das ações

O valor dos retornos das ações da empresa i, no ano t, foi calculado como a média anual de retorno das ações e retirado do banco de dados Economática e representado por RStk(i,t).

3.5.3.18. Dummies de ano

As dummies de ano foram relacionadas para identificar choques macroeconômicos entre os anos observados (2004 a 2009). Essas variáveis foram levantadas para observar efeitos agregados que podem afetar todas as empresas observadas.

São variáveis binárias representadas por 0, 1, sendo ano_t=1 no ano observado para a empresa i, e, caso contrário, ano_t=0.

3.5.3.19. Dummies de Setor

A atividade da empresa foi identificada por uma dummy de acordo com o setor em que atua (1=sim, atua neste setor, 0= não, não atua neste setor). A classificação de setores foi feita pela base de dados Economática e contemplou as seguintes variáveis: AFS (Financeira e de Seguros), APG (Petróleo e Gás), AEE (Energia Elétrica), ATR (Transportes), ACT

(Construção), AAG (Agropecuária), AMR (Mineração), AAB (Alimentos e Bebidas), ATX (Têxtil), ACM (Comércio), AMI (Máquinas Industriais), AFU (Fundos de Investimento), ATC (Telecomunicações), AEL (Eletroeletrônicos), AVE (Veículos e Peças), ANM (Minerais Não Metálicos), AOT (Outras atividades), APC (Papel e Celulose), AQQ (Indústria Química), ASM (Siderúrgica e Metalúrgica) e ASD (Software e Dados).

Desta forma, foram levantadas: 3 variáveis dependentes como proxies para endividamento, 10 variáveis binárias para o teste das hipóteses de controle e gestão familiar e 23 variáveis entre contínuas e binárias para serem utilizadas como controle. A seguir foi elaborado um quadro com a representação do resumo das variáveis para melhor entendimento.