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COLÉGIO NETWORK

No documento 1 CAPA - NETWORK EDUCATIONAL (páginas 136-142)

Ricardo Haruo Fukunishi 1 Thiago Augusto Costa de Oliveira 2

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de coordenação motora de crianças do 3º ano do ensino Fundamental. Participaram do estudo 11 crianças com idade entre 8 e 9 anos, sendo que 7 crianças do sexo masculino e 4 do sexo feminino. Foi aplicado uma bateria composta por 4 testes (KTK) que apresentam em sua somatória um score que aponta o nível de coordenação motora do sujeito. A análise dos dados foi feita de modo descritivo. Após análise dos resultados, verificamos que o nível de coordenação motora da maioria dos participantes esta dentro dos níveis normais para a faixa etária. O nível de desempenho motor dos participantes da amostra mostrou-se incluso nos padrões de normalidade creditados para idade, o que demonstra que o grupo analisado possui a prontidão motora para realizar as tarefas exigidas.

Palavras-chave: Educação Física escolar, Ensino fundamental, Habilidades motora, KTK.

ABSTRACT

This study aimed to assess the level of coordination of children of the 3rd grade of elementary school. The study included 11 children aged 8 and 9 years old, and 7 children males and 4 females. a battery was applied consisting of 4 tests (KTK) they present in their sum one score that indicates the level of coordination of the subject.

Data analysis was performed descriptively. After analyzing the results, we found that the level of coordination of most participants is within the normal range for age. The level of the sample participants of motor performance was shown to be included in the normal range for age credited, which shows that the group has examined motor readiness to perform the require tasks.

Keywords: Physical Education, Elementary School, Motor Skills, KTK.

(1) Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: ligthcrawler@gmail.com).

(2) Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: tacooliveira@yahoo.com.br)

1 Introdução

A coordenação motora, sob uma perspectiva pedagógica e clínica, é a interação harmoniosa e econômica dos sistemas musculoesquelético, nervoso e sensorial para produzir ações cinéticas precisas e equilibradas (Kiphard, 1976).

A denominação utilizada para a condição de debilidade ou insuficiência no desempenho coordenativo é Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC), reconhecida pela Associação Americana de Psiquiatria.

A literatura apresenta diferentes métodos para avaliar o desempenho motor de crianças, incluindo o seu desempenho coordenativo.

Dentre eles estão, Movement Assessment Battery for Children (M-ABC), o Teste de Proficiência Motora Bruininks-Oseretsky, o Developmental Test of Visual- Motor Integration (VMI) e o Teste de Coordenação Corporal para Crianças (Körperkoordinationstest Für Kinder - KTK). Dentre estes o KTK além de ser de baixo custo e simples execução.

O Teste de Coordenação Corporal para Crianças (Körperkoordinationstest Für Kinder - KTK), desenvolvido pelos pesquisadores alemães Kiphard e Schilling (1974), foi construído com o propósito de diagnosticar mais sutilmente as deficiências motoras em crianças com lesões cerebrais e/ou desvios comportamentais (GORLA; ARAÚJO;

RODRIGUES, 2009).

O Teste de Coordenação Corporal para Crianças (KTK) foi estruturado com 1228 crianças alemães. Pode ser utilizado com crianças entre os cinco anos e os 14 anos e 11 meses e a sua aplicação tem duração de aproximadamente 10 - 15 minutos por criança. Como citado, o teste foi constituído de quatro tarefas: trave de equilíbrio, saltos monopedais, saltos laterais e transferência sobre plataformas. Na primeira tarefa, verifica-se principalmente o equilíbrio dinâmico; na segunda, a força dos membros inferiores; na terceira, velocidade; e na quarta, lateralidade e estruturação espaço- temporal (GORLA et al., 2009).

Os testes propostos pelo KTK podem ser aplicados individualmente, apresentando confiabilidade de 0.65 a 0.87, mas ao se realizara bateria completa, há confiabilidade de 0.90, o que demonstra credibilidade para a sua aplicação (GORLA et al., 2009).

O teste KTK foi realizado em varias populações, em diversos países com várias finalidades, entre elas estão: estudos do teste KTK com crianças saudáveis, teste KTK entre os sexos, teste KTK com crianças portadoras de deficiência sensorial, estudo com crianças com características peculiares, estudo avaliando a influencia do sobrepeso/

obesidade na coordenação motora, entre outros. E em todos eles o teste KTK se mostrou muito preciso e sensível na detecção de problemas motores.

2 Revisão bibliográfica

O objetivo dos estudos se difundem apontando a importância da coordenação motora e a influência do índice de massa corporal (IMC) em diferentes idades, Melo, Lopes (2013), Pelozin et al. (2009), Silva et al. (2013), Graf et al. (2004), Catenassi et al.

(2007), em todos esses estudos mostraram o quanto o sobrepeso e a obesidade influenciaram negativamente no quoeficiente motor.

O teste de coordenação motora para crianças [Körperkoordinationstest für Kinder (KTK)] foi o instrumento utilizado para a avaliar a coordenação motora e o

método utilizado para medição foi o Índice de Massa Corporal (IMC) foi obtido a partir da razão do peso corporal (Kg) pelo quadrado da estatura (m2).

A literatura mostra que o IMC influencia significativamente o nível de coordenação motora de escolares, as crianças com sobrepeso e obesas de ambos os sexos apresentam menores níveis de coordenação motora do que as crianças normoponderais.

Lopes, et al., (2003) os propósitos da presente investigação são: (1) caracterizar o estado de desenvolvimento da coordenação motora ao longo dos quatro anos do 1ciclo do ensino básico, das crianças da Região Autónoma dos Açores; (2) mapear as diferenças entre as crianças dos dois sexos; e (3) identificar a presença de insuficiência de desenvolvimento coordenativo. A amostra foi constituída por 3742 crianças de ambos os sexos dos 6 aos 10 anos de idade a frequentar o 1ciclo do ensino básico, na Região Autónoma dos Açores. Para a avaliação da coordenação motora foi utilizada a bateria KTK (Körperkoordinationstest für Kinder — KTK). Os resultados apontam que 63,1% das meninas aos 6 anos são bem classificadas. A partir desta idade (6 anos), a porcentagem diminui, aos 7 anos 28,3%, aos 8 anos 26,6%, aos 9 anos 23,9%, aos 10 anos 54%. Nas meninas foi possível verificar que 46,3% são classificadas como possuindo perturbações de coordenação e 40,7% como possuindo insuficiência coordenativa. Já para os resultados mostram que 67% dos meninos aos 6 anos são bem classificado se o mesmo acontece com as idades subsequentes quando comparado com as meninas. Aos 7 anos 29,2%, aos 8 anos 24%, aos 9 anos 21% e aos 10 anos 65,8%.

Nos meninos constata-se que 24,8% são classificadas como possuindo perturbações de coordenação e 46,6% como possuindo insuficiência coordenativa. Os valores médios do desempenho nas quatro provas do KTK das crianças são inferiores aos verificados na literatura. Em suma verifica-se uma tendência generalizada para as meninas de uma dada idade mostrarem perfis de coordenação motora inferiores aqueles que são esperados para a sua idade. Tal circunstância revela uma forte insuficiência em aspectos do desenvolvimento coordenativo nas diferentes idades.

Smits-Engelsman et al. (1998) os objetivos deste estudo são três: O primeiro objetivo era revisar preliminarmente as normas publicadas do Movimento ABC e do KTK para crianças holandesas. O segundo objetivo era examinar a relação entre as constituintes dos dois testes. E o terceiro objetivo era examinar a concordância entre os testes para detectar os casos de déficit de coordenação motora entre crianças que tiveram uma vivencia motora pobre coordenada pelos pais ou professores. Duzentas e oito crianças holandesas participaram dos testes, que foram divididos em dois grupos, um grupo não refere constituído por 134 crianças foram escolhidos aleatoriamente em escolas normais em toda a Holanda, onde nenhuma dessas crianças tinham qualquer deficiência física ou neurológica conhecida, as crianças tinham de 5 à 13 anos de idade e 55% eram meninos, o outro grupo chamado de grupo refere, constituído por 74 crianças, onde as crianças tinham de 5 à 12 anos de idade e 62% eram meninos, todas essas crianças foram referidas à u fisioterapeuta, por causa da suspeita de terem problemas motores. Os métodos de avaliação para coordenação motora foram o Movimento ABC e o KTK para ambos os grupos e sexos. Os resultados do grupo não referido no teste de Movimento ABC foram de 50% das crianças com menos de 50 pontos percentuais, 16% com menos de 15 pontos percentuais, no teste KTK 68% das crianças ficaram com menos 50 pontos percentuais e 29% com menos de 15 pontos percentuais. No grupo referido no teste de Movimento ABC foram 84% das crianças com menos de 50 pontos percentuais, 59% com menos de 15 pontos percentuais, no teste KTK 85% das crianças com menos de 50 pontos percentuais, 68% com menos de 15 pontos percentuais. Cento e seis crianças passaram em ambos os testes e apenas 57

foram reprovados nos dois testes, e 45 crianças passaram em um dos testes e reprovaram em outro. Os autores concluíram que o teste de Movimento ABC está melhor adaptado para crianças holandesas, já o teste KTK se mostrou sensível demais e considerado com um padrão excessivamente alto, que seria necessário adapta-lo melhor para o padrão das crianças holandesas.

Lopes, Maia (1997) o objetivo desta investigação é analisar o desenvolvimento da capacidade de coordenação corporal em crianças de idade escolar, sujeitas a atividade física organizada, com dois programas de atividades distintos e a duas frequências semanais.

A amostra foi constituída por 80 crianças de ambos os sexos com 8,354 ± 0,409 de idade decimal, divididas em quatro grupos com o mesmo número de elementos: G1 - programa oficial / duas horas; G2 - programa oficial / três horas; G3 - programa alternativo / duas horas; G4 - programa alternativo / três horas. A avaliação da capacidade de coordenação corporal foi feita através da bateria de testes de coordenação corporal para crianças (KTK - 1974). A bateria é constituída por quatro itens (Equilíbrio à Retaguarda - ER; Saltos Monopedais - SM; Saltos Laterais - SL; Transposição Lateral - TL). Através do método de correlação teste-reteste numa amostra de 1 228 crianças em idade escolar (SCHILLING; KIPHARD, 1974) foi encontrado um índice de fiabilidade de 0,90. Para analisar as condições iniciais recorreu-se à MANOVA testando as diferenças existentes entre os quatro grupos. Verificou-se que havia diferenças significativas entre os grupos (L = 0,641; F(12;193,43) = 2,94 p < 0,05). Os testes univariados posteriores revelaram que as diferenças ocorreram no item Transposição Lateral (F(3;76) = 6,243; p = 0,001). A análise à posteriori (procedimento Tukey-HSD) revelou que as diferenças existiam entre o grupo G4 e os grupos G3 e G2. A melhoria mais acentuada dos resultados dos grupos do programa oficial pode dever-se ao fato deste programa ser constituído por uma maior variedade de atividades, pois mostrasse como pressuposto essencial para o treino das capacidades coordenativas. Na generalidade dos itens da capacidade de coordenação corporal verificaram-se melhorias em todos os grupos. O programa oficial teve um maior efeito do que o programa alternativo, embora apenas sobre a melhoria do item SL. Relativamente à frequência semanal não se podem tirar quaisquer conclusões uma vez que os efeitos dos dois níveis de frequência são distintos nos dois itens (SL e TL) onde este fator teve influência significativa. Este estudo não traz conclusões definitivas no que diz respeito ao efeito relativo dos dois programas e das duas frequências semanais, em virtude, sobretudo, da sua curta duração, tornando-se necessário a realização de estudos com uma duração de, pelo menos, um ano letivo.

3 Objetivo

O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de coordenação motora de crianças do 3º ano do ensino Fundamental

4 Método

Participaram do estudo 11 crianças com idade entre 8 e 9 anos, sendo que 7 crianças do sexo masculino e 4 do sexo feminino. Foi aplicado uma bateria composta por 4 testes (KTK): trave de equilíbrio, saltos monopedais, saltos laterais e transferência sobre plataformas.

4.1 Tarefa 1 – Trave de Equilíbrio

Objetivo: estabilidade do equilíbrio em marcha para trás sobre a trave.

Material: Foram utilizadas três traves de 3 metros de comprimento e 3 cm de altura, com larguras de 6 cm, 4,5cm e 3 cm. Na parte inferior são presos pequenos travessões de 15x1,5x5cm, espaçados de 50 em 50 cm. Com isso, as traves alcançam uma altura total de 5cm. Como superfície de apoio para saída, coloca-se à frente da trave, uma plataforma medindo 25x25x5cm. As três traves de equilíbrio são colocadas paralelamente.

4.2 Tarefa 2 – Salto Monopedal

Objetivo: Coordenação dos membros inferiores; energia dinâmica/força.

Material: São usados 12 blocos de espuma, medindo cada um 50cm x 20cm x 5cm.

Execução: tarefa consiste em saltar um ou mais blocos de espuma colocados uns sobre os outros, com uma das pernas.

4.3 Tarefa 3 – Salto Lateral

Objetivo: Velocidade em saltos alternados.

Material: Uma plataforma de madeira (compensado) de 60 x 50 x 0,8cm, com um sarrafo divisório de 60 x 4 x 2 cm e um Cronômetro.

Execução: A tarefa consiste em saltitar de um lado a outro, com os dois pés ao mesmo tempo, o mais rápido possível, durante 15 segundos.

4.4 Tarefa 4 – Transferência Sobre Plataforma Objetivo: lateralidade; estruturação espaço-temporal.

Material: São usados para o teste, 2 plataformas de 25 x 25 x 5 cm e um cronômetro.

Execução: As plataformas são colocadas lado a lado com uma distância entre elas de 5 cm. Na direção de deslocar é necessário uma área livre de 5 a 6 metros.

1- Trave de equilíbrio 2- salto monopedal 3- salto lateral 4- transposição lateral

1 2 3 4

5 Resultados

Tabela 1 - Classificação de quoeficiente motor (QM) e nível de coordenação motora (GORLA; ARAÚJO; RODRIGUES, 2009).

Q M

Classificação Desvio

Padrão

Porcentag em

13 1 – 145

Muito boa coordenação + 3 99 – 100

11 6 – 130

Boa coordenação + 2 85 – 98

86 – 115

Coordenação normal + 1 17 – 84

71 – 85

Perturbação na coordenação - 2 3 – 16

56 – 70

Insuficiência na

coordenação

- 3 0 – 2

Tabela 2 – Analise final de QM

Após análise dos resultados, verificamos que o nível de coordenação motora (QM) de 84% (n=10) dos participantes foi classificada com score acima de 131 (QM) ou seja, muito boa coordenação e 16% (n=2) dos sujeitos obtiveram score abaixo de 70 (QM) o que os classifica com insuficiência de coordenação, o que nos mostra que este grupo tem um nível de coordenação motora que consegue atender as atividades impostas nas aulas de Educação Física.

6 Considerações finais

Como vimos na literatura muitos alunos do ensino fundamental I estão com um nível de quoeficiente motor muito baixo, mas no caso do Colégio Network apenas dois sujeitos estão com um QM muito baixo, onde foi constatado insuficiência de coordenação, que no final da década de 80, a Associação Americana de Psiquiatria (American Psychiatric Association [APA], 2002) reconheceu essa condição, que passou a ser denominada de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC). Esse transtorno caracteriza-se por um comprometimento do desempenho de atividades diárias, tendo como base a idade cronológica e a inteligência, sem associação com uma condição médica (SANTOS et al., 2004). Refere-se às crianças com inteligência normal, que não apresentam sinais de lesão cerebral ou de outras doenças conhecidas, mas que exibem coordenação motora abaixo do esperado para a sua idade (APA, 2002).

Presume-se que há tal transtorno porque o comportamento esperado da criança fica muito aquém do esperado para a sua idade, isto é, usa-se de uma lógica normativa para dizer que o que não se encaixa na norma é “anormal”, ou seja, com “transtorno”.

Isto pode acarretar sérias consequências para o aluno, segundo Smits-Engelsman et al. (1998), déficit de coordenação motora pode excluir a criança de brincadeiras de parque, levando ao isolamento social, solidão e até depressão.

Assim como encontrado na literatura onde crianças que tem um menor nível de coordenação motora eram crianças com sobrepeso ou obesas, através dos estudos do Melo, Lopes; (2013), Pelozin et al. (2009), Silva et al. (2013), Graf et al. (2004), Catenassi et al. (2007), isso nos leva a pensar em possibilidades para uma intervenção onde possamos fazer com que esses alunos melhorem esse QM para que fiquem dentro da normalidade.

Sugerimos que deve ser aplicada uma boa intervenção, que seria tentar a implementação da variabilidade da prática, onde o profissional de Educação Física planeje aulas que trabalhem as habilidades motoras onde os alunos venham aprender as habilidades desejadas para que no futuro ele consiga transferir para a situação de teste de avaliação, segundo Magill (2000) uma quantidade crescente de variabilidade de prática, normalmente está associada a uma quantidade crescente de erros de desempenho durante a prática. No entanto evidências experimentais mostram que, na aprendizagem de habilidades, é preferível uma quantidade maior de erros de desempenho do que uma quantidade menor, se eles ocorrem na etapa inicial.

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