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CRIANÇAS E ADOLESCENTES

No documento 1 CAPA - NETWORK EDUCATIONAL (páginas 192-198)

Marcelo Penacio Domingos¹ Marcus Gomides²

RESUMO

Tentando encontrar uma alternativa de baixo custo e mais segura para ajudar crianças e adolescentes a tratarem patologias psíquicas como depressão, fobia social, ansiedade generalizada e até mesmo Toc. Tivemos a iniciativa de elaborar este trabalho para encontrar nas artes marciais um caminho que pudesse desviar o oprimido do caminho da destruição e levá-lo até o caminho do guerreiro. Várias pesquisas foram utilizadas para identificar o problema e até mesmo a solução para esse mal, em que por fim realizamos nosso próprio estudo de caso onde podemos concluir baseado em dados científicos que a Arte Marcial pode trazer benefícios psicológicos aos seus praticantes.

Palavras chave: Artes Marciais. Lutas. Depressão. Educação. Violência. Psicologia.

ABSTRACT

Trying to find a low-cost alternative and safer to help children and adolescents treated mental disorders such as depression, social phobia, generalized anxiety and even toc.

We had the initiative to draw up this work to find the martial arts a path that could divert the oppressed from the path of destruction and lead you to the path of the warrior. Several research form used to identify the problem and even the solution to this evil, which finally realize our own case study where we can conclude based on scientific data that the martial art can bring psychological beneficial to its practitioners.

1-Graduando (licenciatura) em Educação Física das Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: Marcelompd_comercial@hotmail.com).

2-Professor especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:

marcusgomides@hotmail.com)

Introdução

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a OMS, publicados entre 1980 e 2012, Estima-se que o suicídio seja uma das principais causas de mortalidade durante a adolescência, especialmente entre 15 e 19 anos, Sendo o Brasil o 63º país em taxa de suicídios pelo mundo e classificado como oitavo na América Latina.

(VENANCIO, 2014)

Levantamentos mais recentes (OMS, 2014) apontam que uma das possíveis causas do suicídio entre crianças e adolescentes esta associado a algum quadro de patologia ou perturbação mental, incluindo neste quadro fatores sociais como desemprego ou perda de status e fatores socioambientais como problemas interpessoais e influencias externas.

A constante evolução na tecnologia e as diversas áreas de conhecimento trazem consigo a necessidade de melhor qualificação profissional. Fatores como estes obrigam as pessoas a adotar um ritmo de vida mais acelerado e confrontante. Crianças desde cedo já possuem tabelas de horários pré-estabelecidos sobre o que deve fazer durante o dia: escola, cursinho, aulas de reforço etc.

Os pais e às vezes até a própria escola, estão mais preocupados em uma preparação de mão de obra infantil para o futuro mercado de trabalho do que com o próprio desenvolvimento humano dos estudantes. (SOUSA; VAGO, 1997). O resultado ao longo prazo é o inicio de uma forte carga de Stress que consequentemente pode acarretar diversas doenças como: depressão, fobias sociais e TOC, tendo em sua grande maioria, origem no período escolar.

O ser humano caminha em fases de evolução constante no decorrer do tempo, estágios de aprendizagem e formação cognitiva que evoluem durante períodos específicos da vida, sendo a infância o período mais rico para a sua formação.

(PIAGET, 1992). Em certos períodos, a formação afetiva e o processo de influência dos ciclos sociais (escola, amigos, parentes etc), constroem personalidade e posturas que podem influenciar toda a sua formação humana até a fase adulta, sendo assim, Tudo aquilo que o indivíduo recebe do meio externo pode ter consequências tanto positivas como negativas em sua formação humana.

O estresse pode ser o motor propulsor para diversas patologias como a Depressão, fobias sociais, transtorno do pânico, ansiedade generalizada e transtorno bipolar. O tratamento recomendado é em muitas vezes farmacológico, sendo realizado em longos períodos de acompanhamento psiquiátrico e psicológico para um estudo completo do caso. Não é de hoje que os médicos adicionam no tratamento além dos métodos citados acima, a inclusão de atividades físicas sistematizadas e a inclusão social do indivíduo em terapias em grupo. Pesquisas comprovam que a prática de atividades físicas podem diminuir os escores de depressão, agressividade e ansiedade.

(CHEICK ET AL.2003; BATISTA 2013; PACHENCO 2012; ANDRADE ET AL 2.014)

Neste artigo usaremos as Artes Marciais como sugestão de atividade benéfica para os escolares. A mesma se trata de uma atividade física sistematizada, proporcionando ao praticante a inclusão em um meio social novo, e em sua verdadeira essência, é uma atividade de cunho pedagógico, pois o praticante esta em fase de aprendizagem constante, desde quando iniciante até depois de se tornar mestre. As Artes Marciais também trabalham com os componentes éticos ao colocar numa posição central o respeito ás pessoas e aos locais de prática ( dojo, academias, etc).

(DELL'AGLIO; TRUSZ 2010).

O intuito deste trabalho é mostrar quais os benefícios psicológicos que a arte marcial pode causar em escolares e o porquê ela, dentre tantas outras atividades, seria uma alternativa para promover uma saúde mental estável.

Revisão bibliográfica - Violência e agressividade

No ano de 2000, uma pesquisa foi realizada em Três municípios brasileiros de diferentes estados, Iguatu ( CE), Campinas ( SP) e Juiz de fora ( Mg) onde alunos e professores de diferentes escolas da rede pública e privada foram entrevistados. Foi possível verificar que muitos dos alunos que apresentavam comportamento violento dentro da sala de aula como agressão física e verbal, uso de drogas, roubo e até conflitos armados, tiveram influencia direta dos familiares e amigos, o que levou posteriormente os mesmos a reproduzir tais atos:

Em relação ao comportamento violento, muitos dos alunos que se queixaram de ser humilhados na família, na escola e na comunidade, também disseram agir da mesma forma com seus semelhantes, reproduzindo o comportamento censurado. ( NJAINE; MINAYO. 2003.Pag.121)

Com o passar dos anos, surge mais pesquisas e propostas para a melhoria de qualidade de ensino dos estudantes, o que nos da a impressão de que o progresso científico trará melhorias significativas até a próxima geração. Infelizmente ao comparar levantamentos feitos 14 anos depois da pesquisa realizada por Njaine, é possível observar que a violência entre escolares se mostra ainda um fator estagnado no Brasil.

Dados apresentados pelo Sistema de informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da saúde apontam o homicídio, acidentes de trânsitos e suicídios como as principais causas de morte entre Crianças e adolescentes no Brasil. Os dados mostram que a partir dos 13 anos, o risco de homicídio aumenta até os 20 anos de idade, caindo gradativamente depois. (VENANCIO, 2014).

A falta da presença de um adulto na vida da criança compromete cada vez mais sua noção de civilidade e companheirismo, oque pode acarretar em comportamento agressivo, intolerante e baixa autoestima. (NJAINE; MINAYO. 2003). Pesquisas indicam que a falta de atividades extras curriculares geram grande desinteresse dos alunos nas aulas, oque pode acarretar baixo desempenho, desanimo de continuar na escola e ate comportamento agressivo com o tempo (NJAINE; MINAYO. 2003)

Transtorno do pânico

Segundo a CID – 10, classificação internacional de doenças da organização mundial de saúde – O transtorno do pânico (ou ansiedade paroxística episódica) é definido como “ataques recorrentes da ansiedade grave (pânico), os quais não estão restritos a qualquer situação ou conjunto de circunstancias em particular e que são, portanto, imprevisíveis.

Como característica da patologia, o indivíduo pode apresentar desde Palpitação, sudorese, tremores ou abalos a desconforto abdominal. Quase sempre o ataque do pânico é seguido pelo medo de vir uma nova crise.

Pessoas que passaram por situações traumáticas (abandono, morte, separação, ausências por parte dos pais) ou comportamentos repressivos por parte dos responsáveis, desenvolvem uma instabilidade á sentimentos negativos como ansiedade, culpa, vergonha e raiva, fazendo com que os vejam como sentimentos ameaçadores, o

que gera um novo ciclo de maior ansiedade, oque seria um facilitador para a síndrome.

(CAREZZATO, 2008)

A melhora do transtorno é possível, quando a pessoa se reconecta com os conflitos iniciais traumáticos que a induziram a patologia, compreendendo o fator causador e acima disso, criando novas atividades e experiências que induzam uma nova estrutura interna. A esse sistema de ordem e desordem, o indivíduo cria novas experiências e as contempla com mais intensidade do que as anteriores. Para isso a nova fase deve ser positivamente mais marcante do que a originária a crise, e vivenciada regularmente pelo indivíduo. (CAREZZATO, 2008).

Em resumo, é crucial que a pessoa com T.P não se isole do mundo nem se

“feche” em relação as pessoas. Ela deve buscar sempre novas experiências, atividades que lhe ocupem a cabeça trazendo lembranças positivas mais fortes que as traumáticas.

Fobia Social

Segundo a Diagnostic and Statistical Manual - DSM – V, a fobia social se caracteriza por um medo persistente e acentuado de uma ou mais situações sociais onde a pessoa é exposta a outros indivíduos, a exposição ao estímulo fóbico, provoca uma resposta de intenso sofrimento e ansiedade e pode causar a pessoa um ataque de pânico. Normalmente indivíduos com a síndrome tem medo e evitam falar para grandes grupos ou confrontar ideias.

Rey (2001) recomenda em sua revisão de literatura, que o indivíduo que apresenta a fobia social, além dos medicamentos farmacológicos e tratamento cognitivo – comportamental, pratique atividades realizadas em grupo, como dança e atividades esportivas pois constitui-se como um meio para o desenvolvimento das habilidades sociais.

Depressão

A depressão, do ponto de vista fisiológico, é uma possível disfunção neurotransmissora, como a baixa produção de hormônios importantes como a serotonina e noradrenalina, podendo ser transmitida hereditariamente ou desenvolvida por alterações funcionais em áreas específicas do cérebro. Sendo responsável por morte prematura.

Devido ao alto custo de medicamentos, os indivíduos com a patologia buscam meios mais acessíveis e compatíveis a sua condição para tratar a depressão. O exercício físico representa um dos mais recentes achados por exercer efeito positivo nos processos de prevenção e tratamento da depressão. ( BATISTA; ORNELLAS. 2013)

Pesquisas mostram que o exercício físico sistematizado, realizado em dois grupos de idosos contendo idades de 40 a 70 anos de idade, apresentou índices muito mais baixos nos escores de depressão do grupo submetido ao treinamento quando comparado ao grupo que não praticaram nenhuma atividade física durante o mesmo período de pesquisa. (BATISTA, 2013).

Ao recorrer a literatura, podemos observar que a pratica de exercícios físicos promovem o aumento da produção de hormônios como a noradrenalina ( hormônio que influencia os batimentos cardíacos, ansiedade e sono ) e serotonina ( popularmente conhecido como hormônio da felicidade, responsável pelas sensações de prazer e relaxamento). (ANDRADE AT ALL, 2014).

Fica evidente que a prática de atividades físicas, desportivas ou recreativas, trazem melhoras significativas para os aspectos psicológicos de seus praticantes. Porem buscou agora em especial na nossa pesquisa, apontar o que a literatura nos traz sobre os

efeitos da prática das Artes Marciais na vida de escolares. Neste primeiro momento recorremos a literatura para apontar oque a produção cientifica tem para contribuir com a problemática. Em segundo momento será realizado uma pesquisa de campo de caráter quantitativa para verificar em escolares praticantes, quais as influencias cognitivas e comportamentais que a mesma lhe proporcionou em relação ao antes e depois da prática das AM.

Arte Marcial e saúde mental

Em 2013 foi realizada em Portugal uma pesquisa, em que os responsáveis pretendiam relacionar a prática do judô na formação do autoconceito, a autoestima e autoconhecimento dos praticantes. Uma amostra de 531 alunos foi selecionada (295 masculino e 236 feminino), sendo que 96 destes alunos praticavam judô regularmente.

Os pesquisadores verificaram que os alunos que praticavam judô juntamente com outra modalidade desportiva de caráter formal, apresentavam os critérios acima (autoestima, autoconceito e autoconhecimento) mais elevados do que o grupo que apenas praticava a Educação física nos horários de aula e do grupo que não praticava nenhuma atividade extracurricular. (BATISTA; DELGADO.2013).

Também foi possível observar que os praticantes da arte, possuíam melhor rendimento escolar ( 84,15%) do que o grupo de alunos que não possuíam atividades extracurriculares ( 77,45%) sendo que os alunos mais graduados apresentavam um nível de autoconhecimento significativamente superior do que os menos graduados (BATISTA; DELGADO.2013).

Uma possível explicação para a melhora no rendimento escolar, se encontra no fato de, ao pertencer a um Dojo ( local de treinamento) e ao desenvolver o prazer pela prática. O aluno inserido naquele meio deve obedecer as regras impostas pelo mestre, e sendo sempre encorajado pelo sensei/sifu/treinador etc, e colegas de treino, o aluno adquire respeito mutuo pelos demais e em muitos dos casos admiração pelo professor.

Segunda a teoria de Piaget sobre psicologia evolutiva, a moral no sujeito, vem do respeito adquirido pelas regras. Porem a mesma começa no respeito e afinidade pelas pessoas que nos impoem estas regras. (DELL'AGLIO; TRUSZ. 2010).

Segundo Paim e Pereira (2004), verificando quais os fatores que levavam um grupo de jovens a praticar à capoeira na escola, pode-se registrar que 55,56% buscam a arte marcial para melhoria na própria saúde e que 54,63% visavam fazer novas amizades ou estar inseridos em um grupo. Os resultados da pesquisa acima corroboram com Gallahue ( 2003) quando afirma que a necessidade de pertencer a um grupo é muito forte na adolescência, fator importante que leva o indivíduo a buscar a prática de esportes.

Um estudo realizado na cidade de Cascavel - PR, com alunos praticantes de Taekwondo teve como objetivo verificar mudanças positivas no comportamento dos escolares. Professores e pais foram entrevistados a respeito dos praticantes da arte em relação à vida pessoal e escolar, os resultados foram significativamente positivos.

71,42% dos professores afirmam melhora no comportamento e desempenho dos alunos com mais de 6 meses de prática da arte, 57,14% ainda no requisito escolar, afirmam que os praticantes desenvolveram maior respeito pelos professores. Entre os 59 pais entrevistados, 79% afirmam que seus filhos tiveram mudanças positivas no comportamento após a prática do Taekwondo. ( VIEIRA ; MOREIRA .2008).

A arte marcial estimula a criança a desenvolver um melhor comportamento humano. Quando estimulada a um reforço positivo, o indivíduo recebe um estímulo de recompensa. Já no reforço negativo a resposta leva à remoção do estímulo. Seguindo esta lógica, ao recorrer a pesquisas que mostram a conduta de alguns mestres para com seus alunos, podemos observas que os mesmos, colocam como requisito mínimo para a prática das Artes Marciais, condutas que os praticantes devem seguir para se graduar ou continuar treinando, como respeito, disciplina e boa conduta para com a sociedade.

Recorrendo novamente ao trabalho de Vieira; Moreira (2008), apontamos um exemplo para a prática do Taekwondo, os mestres e responsáveis cobram dos alunos maior respeito com os pais e professores, melhor dedicação nos estudos e frequência escolar, sendo que antes de qualquer exame de graduação, os pais dos alunos são questionados do andamento dos mesmos fora do Dojo. Ao analisar os estudos de Vygotsky sobre o comportamento humano, tamanha quantidade de estímulos positivos exigidos pelos Senseis dos praticantes, pode gerar uma influencia externa significativa para a formação do carácter da criança durante seu desenvolvimento piscosocial.

Como dito anteriormente a falta de atividades extracurriculares na escola pode além de causar desinteresse nas aulas, gerar com o tempo agressividade e baixo desempenho. Buscando soluções que possam estar ao alcance do educador, fazemos um comparativo entre estudantes e professores sobre metodologias que conseguem reverter este quadro. Para isso, analisamos atividades que vão além da matéria do quadro negro, atividades extracurriculares de cunho pedagógico que possam servir de alternativa para a educação e formação do carácter da criança.

Destacamos uma pesquisa realizada em 2008 feita com 20 professores de artes marciais para saber qual influencia que a prática da mesma teria no comportamento dos seus alunos. 9 dos professores entrevistados apontaram problemas de comportamento nos seus alunos antes da prática da arte, 6 apontaram problemas de agressividade e 7 dos 20 professores afirmam que os pais matriculam os filhos buscando disciplina e melhora no comportamento. (ANTONIO ET AL, 2008)

Ao serem questionados sobre o comportamento dos alunos depois de os mesmos já estarem a um tempo praticando a arte, os resultados demonstram-se satisfatórios. Os professores relatam que os próprios pais afirmam melhorais no comportamento dos filhos em relação a escola : “ […] Sim, claro ele começou a interagir com outras pessoas, começou a participar de outros espaços, trocar informações [...]”

“[...] Como eu falei anteriormente, ele está se relacionando muito melhor até aonde ele pratica a arte marcial, na escola, no bairro, no trabalho e com os seus familiares [...]”.

Os próprios professores afirmam que os alunos se apresentavam evidentemente mais calmos e menos agressivos, estavam mais sociáveis, apresentavam maior interesse no treino e autoconfiança no dia a dia. Um fato interessante para se apontar no estudo é que os professores sempre verificam o rendimento social e escolar dos alunos para saber como caminha a evolução do mesmo. ( ANTONIO ET AL,, 2008)

Em termos de competições, apesar do contato extremo durante as lutas, é possível observar um maior autocontrole dos competidores e suas equipes em termos de violência quando comparado com outros esportes. Segundo Pacheco (2012) As caracterizadas como nobreza, autocontrole, respeito mutuo e obediência às regras se destaca em competições de Jiu-jitsu, Judô e Karatê.

É importante ressaltar que a arte marcial em nível competitivo possui como fator positivo o fato de incentivar o participante a superar suas próprias expectativas e desenvolver um melhor autoconceito e autoestima (BATISTA; DELGADO. 2013), principalmente em relação a troca de experiências vivenciadas em torneios, ao conhecer neles novos mestres, praticantes e estilos. Quanto ao aspecto negativo da arte marcial

como competição, é necessário ter cautela para não transforma-la em uma “fabrica de atletas” em qur é mais importante um cartel de lutas do que a formação humana.

Muitos bons alunos são perdidos em academias que priorizam nas lutas apenas os campeonatos, a competição é consequência da luta e não a prioridade.

Metodologia

Para corroborar com as pesquisas anteriores, decidimos realizar uma pesquisa de campo de caráter investigativo, com praticantes de Kung fu de um projeto social realizado no interior de São Paulo, na cidade de Sumaré. O grupo foi selecionado devido ao fato de possuírem um público heterogênico envolvendo crianças e adultos dentro das escolas estaduais da região. Foram selecionadas duas equipes desse mesmo grupo, um na escola EE Dom Jayme Barros Câmara e um na escola EE Vereador Euclides Miranda, ambas localizadas nas proximidades do centro da cidade. Para a pesquisa recebemos a autorização de ambos os professores e mestre responsável pelo projeto, garantindo anonimato dos participantes.

O questionário é composto de seis perguntas, sendo cinco alternativas de múltipla escolha e uma dissertativa, onde o entrevistado deverá constar: 1-O tempo de prática da arte marcial. 2-Se apresentava algum problema antes da mesma. 3- Os motivos que o levaram á treinar. 4-Como avalia seu comportamento antes da arte. 5- Como avalia seu comportamento depois da arte. 6- Se a arte marcial lhe trouxe algum beneficio a vida.

As Questões Um, dois e três serão representadas de forma quantitativa em forma de gráficos enquanto as questões quatro, cinco e seis serão apresentadas de forma descritiva para melhor discussão a seguir.

Resultados e Discussões

A pesquisa foi realizada com um total de 34 participantes sem separação de idade ou gênero, apenas ressaltamos o tempo de prática dos entrevistados. Para verificar se os resultados das pesquisas citadas anteriormente tem concordância entre si, elaboramos sete alternativas de múltipla escolha para analisar se os indivíduos possuíam algum problema antes da prática das artes marciais que batem com as discussões anteriores.

50%

3%

23%

11%

14%

32%

3%

6%

17 1

8 4

5

11 1

2

Ansiedade Depressão Dificuldade P/Concentração Fobia Social Insonia Irritabilidade Toc Não apresentava problemas

No documento 1 CAPA - NETWORK EDUCATIONAL (páginas 192-198)