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A qualidade da qualidade: uma perspectiva em saúde do trabalhador.

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Academic year: 2017

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A qualidade da qualidade:

uma perspect iva em saúde do t rabalhador

Q uality o f q uality:

a wo rke rs’ he alth p e rsp e ctive

1 Cen tro de Estu dos de Saú de d o Trabalh ad or e Ecologia Hu m an a, Escola N acion al d e Saú d e Pú blica, Fu n d ação Osw ald o Cru z .

Ru a Leop old o Bu lh ões 1480, Rio d e Jan eiro, RJ 21041-210, Brasil.

Sim on e Oliveira 1

Abst ract In Braz il, n ew form s of labor organ iz ation based on th e so-called Jap an ese m an age-m en t age-m od el are ch aracterized by th e iage-m p leage-m en tation of Total Qu ality Prograage-m s, h eavily alterin g relation s in th e labor force. Pressu res brou gh t to bear by m od ern ity, su ch as d em an d for qu ality, affect w ork ers an d resu lt in p h ysical an d m en tal d istu rban ces. A case stu d y focu sin g on a textile in d u stry in Nova Fribu rgo, Rio d e Jan eiro State, aim ed at elu cid atin g h ow su ch p rogram s are form u lated in su ch a w ay as to in crease p rod u ct qu ality w ith ou t ch an gin g qu ality of life for w ork -ers. We d etected p recariou s w ork con d ition s alon gsid e sop h isticated requ irem en ts, in clu d in g ab-st ra ct ion , in t ern a liz ed con t rol, d issem in a t ion of t h e su p p lier/clien t con cep t , et c., ru n n in g u p a ga in st a la b or force w it h lim it ed sch oolin g, t h u s crea t in g a t en se a t m osp h ere w it h a st ea d y sp eed -u p in th e w ork p ace, albeit w ith n o real gain s for w ork ers.

Key words Work ers’ Health ; Occu p ation al Health ; Qu ality of Life

Resumo As n ovas form as d e organ iz ação d o trabalh o, n o Brasil, basead as n o m od elo jap on ês d e gest ão, t rad u z em -se p ela im p lan t ação d e Program as d e Qu alid ad e Tot al qu e m od ificam as relações d e trabalh o. A p ressão d a m od ern id ad e rep resen tad a p ela bu sca d a qu alid ad e atin ge os trabalh ad ores, geran d o n o lim ite con seqü ên cias p ara su a saú d e física e m en tal. Nesse sen tid o, o estu d o d e caso em u m a in d ú stria têxtil, n o Mu n icíp io d e Nova Fribu rgo (Rio d e Jan eiro), p rocu -rou p erceber com o esses p rogram as são p en sad os p ara au m en tar a qu alid ad e d o p rod u to, sem , con tu d o, m od ificar a qu alid ad e d e vid a d os trabalh ad ores. Id en tificou a sim u ltan eid ad e tan to d e situ ações d iversas d e p recárias con d ições d e trabalh o ou d e seu p rocesso, qu an to d e ou tras d e sofisticad as exigên cias – abstração, in terioriz ação d o con trole, gen eraliz ação d o con ceito forn e-ced or/clien t e et c.–, qu e esbarra em u m a força d e t rabalh o com baix a escolarid ad e, resu lt an d o em u m am bien te ten so, com in ten sificação d o ritm o laboral sem , n o en tan to, h aver gan h os obje-tivos p ara os trabalh ad ores.

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Introdução

As in ova çõ es tecn o ló gica s e o rga n iza cio n a is vêm ca u sa n d o im p o rta n tes m u d a n ça s n o m u n d o d o tra b a lh o, seja n a p rod u çã o, seja n a so cied a d e co m o u m to d o, co m rep ercu ssõ es qu e p arecem ser b astan te p rofu n d as.

A in tro d u çã o d e n ova s tecn o lo gia s rep re -sen ta u m in crem en to sign ificativo d e p rod u ti-vid ad e n o trab alh o, com su p osta elim in ação d e tarefas p en osas ou p esad as, levan d o a u m a n o-va relação h om em / m áqu in a. Esta n oo-va relação faz su rgir n ovos riscos p ara a saú d e d os trab a-lh ad ores, aqu i en ten d id a em seu con ceito m ais am p lo, en volven d o seu s asp ectos físico, m en -tal e social. Dessa form a, estes riscos m ais su tis p a ra a sa ú d e n ã o p o d em ser co m p reen d id o s com b ase n a ótica estreita d a Med icin a d o Tra-b a lh o, q u e Tra-b u sca sem p re u m a co n exã o d ireta co m a cid en tes e d o en ça s p ro fissio n a is (Ep el-m an et al., 1991).

Na verd ad e, é u m ou tro tip o d e relação qu e tem p rofu n d a rep ercu ssão sob re a vid a e a saú -d e -d o s tra b a lh a -d o res, esp ecia lm en te em su a vid a p síq u ico -so cia l. A ca ra cterística d esta se liga à p ro d u çã o d e m eca n ism o s n ã o m u ito b em con h ecid os e m an ifestações sin tom áticas in esp ecífica s, q u e a feta m d iversa s p a rtes d o o rga n ism o e se exp ressa m m u ita s vezes n o cam p o d as ch am ad as en ferm id ad es p sicosso-m áticas, qu e afetasicosso-m n ão só a saú d e e a vid a in-d iviin-d u a l, m a s ta m b ém a viin-d a fa m ilia r e so cia l (Ep elm an et al., 1991).

No Bra sil, b a sea d a s n o m od elo ja p on ês d e gestã o, a s in ova çõ es tecn o ló gica s e o rga n iza -cion ais trad u ziram -se b asicam en te, n a ú ltim a d éca d a , p ela im p la n ta çã o d e Pro gra m a s d e Qu alid ad e Total, qu e trazem em su a con cep ção m u d an ças n a q u alificação d os trab alh ad ores e exigem u m a crescen te in terven ção d esses n os p rocessos p rod u tivos. Estas m u d an ças p ressu -p õem u m a m aior -p artici-p ação e en volvim en to d os trab alh ad ores, n ecessitan d o d a su a p róp ria id en tifica çã o co m o s o b jetivo s d a em p resa . A p re ssã o d a m o d e rn id a d e p e la q u a lid a d e q u e atin ge tod a a socied ad e p ression a, p or su a vez, ta m b ém o s tra b a lh a d o res, gera n d o n o lim ite con seq ü ên cias p ara su a saú d e física e m en tal. Estes d evem p a ssa r a en ten d er e a in flu ir n o p rocesso d e p rod u ção, ad q u irin d o m aior q u alifica çã o, a ssu m in d o a p o liva lên cia . O tra b a -lh a d o r, em to d o s o s m o m en to s d a vid a , d eve p a ssa r a viver e a p en sa r, essen cia lm en te, n a em p resa.

Tod as essas tran sform ações, ap esar d e eviden tes, são difíceis de serem cap tadas e ap reen -d i-d a s em to -d o s o s seu s sign ifica -d o s, p o r su a co m p lexid a d e e co n tem p o ra n eid a d e. Dia n te

d esse fa to, este estu d o – d e ca rá ter exp lora tó-rio – b u sca con trib u ir com as an álises qu e vêm sen d o d esen volvid as sob re esta tem ática, reco-n h ecereco-n d o tais d ificu ld ad es, q u e se refletem reco-n a form u lação d e m etod ologias.

Neste sen tid o, a o p çã o p ela rea liza çã o d e u m estu d o d e ca so d eu se n a ten ta tiva d e o b -servar a im p lan tação d o Program a d e Qu alid a-d e To ta l, p ro cu ra n a-d o p erceb er co m o a s n ova s form as d e organ ização d o trab alh o estão tran s-form an d o as relações n o u n iverso fab ril e qu ais o s in d ica tivo s d e m u d a n ça p a ra a sa ú d e d o s tra b a lh a d o res, b u sca n d o, b a sica m en te, d a r m aior visib ilid ad e a esse p rocesso d e tran sfor-m ação.

Est udo de caso

A p resen te p esq u isa, realizad a em u m a in d ú s-tria têxtil, u tilizou com o in stru m en tos p ara co-leta d e d ad os a ap licação d e qu estion ários, realização d e en trevistas com ob jetivo d e ap rofu n -d ar qu estões e visitas à fáb rica p ara ob servação d ireta d o p ro cesso d e tra b a lh o. O tra b a lh o d e cam p o se d eu d e m arço d e 1994 a fevereiro d e 1995.

A im p la n ta çã o d o Pro gra m a d e Qu a lid a d e To ta l n a em p resa estu d a d a n a sce co m o u m in stru m en to p a ra ga ra n tir a m eta d a q u a lid a -d e, p o is “as ex igên cias d o m ercad o gan h aram u m a velocid ad e qu e n ão p od em m ais ser ign o-radas; sem a qu alidade n ão podem os sobreviver, é a base de tu do”,d iz u m geren te. Essa sob revi-vên cia d a fá b rica d eve o rien ta r-se, en tã o, a p a rtir d e cin co d im en sõ es: q u a lid a d e d o p r o -d u to, cu sto, eficiên cia -d a en trega, satisfação e segu ra n ça d os em p rega d os, u su á rios e com u -n id ad e vizi-n h a (Neves, 1992).

Um a d as referên cias d a p rod u ção têxtil d o Estad o d o Rio d e Jan eiro, a cid ad e d e Nova Fri-b u rgo a ch a -se lo ca liza d a n o cen tro -n o rte d o Estad o. Su a p op u lação é d e 180 m il h ab itan tes e fica loca liza d a a 150 km d a cid a d e d o Rio d e Jan eiro. A fáb rica em q u e se realizou este estu -d o fo i fu n -d a -d a em 1953 e tem u m a á rea -d e 8.000 m etro s q u a d ra d o s. Pro d u z a n u a lm en te m ais d e 120 m ilh ões d e m etros d e aviam en tos, d os qu ais 30% são exp ortad os p ara os EUA, Eu -ro p a e Am érica La tin a . Os o u t-ro s 70% sã o co-m ercia liza d o s in tern a co-m en te, p rin cip a lco-m en te n o s m erca d o s d e Sã o Pa u lo e Rio d e Ja n eiro. Mas a p rin cip al com p rad ora d e seu s p rod u tos ta m b ém é u m a fá b rica d a cid a d e d e Nova Fri-b u rgo, a Fá Fri-b rica Filó , q u e p erten ce a o Gru p o Triu m p h .

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í-d o s en tre a a í-d m in istra çã o e a p ro í-d u çã o. Na p rod u ção, en con travam -se 212 trab alh ad ores – sen d o 132 h om en s e 80 m u lh eres – e n a ad m i-n istra çã o, 149 fu i-n cio i-n á rio s – 92 h o m ei-n s e 57 m u lh eres.

Nos ú ltim os an os, a em p resa vem se tran s-form an d o em fu n ção d a in corp oração d e n ovo m aqu in ário. Essa tran sform ação se caracteriza p ela in tro d u çã o d e tea res d e a gu lh a d e b a se m icroeletrôn ica qu e, p or su a vez, geram m od i-ficações n as lin h as d e p rod u ção d e algu n s arti-gos, ch egan d o ao en xu gam en to d as seções e à elim in ação d e ou tras. Atu alm en te fazem p arte d e seu p ro cesso d e p ro d u çã o tea res eletrô n i-co s, i-co m d esign d e seu s p ro d u to s rea liza d o s p elo sistem a CAD (Com pu ter Aided Design).

Os tra b a lh a d o res sã o p roven ien tes d a re-giã o o u d e lu ga rejo s p ró xim o s a o m u n icíp io, ten d o, m u itos d eles, n a su a form ação, estreita liga çã o co m o ca m p o. A m a io ria co m eço u a trab alh ar com 15 an os, e algu n s in iciaram ain -d a m ais ce-d o, n o trab alh o -d o roça-d o, ru ral.

No recru tam en to, an tes d a im p lan tação d o Program a d e Qu alid ad e, a em p resa op tava p ela co n tra ta çã o d e p esso a s a in d a m u ito joven s, sem qu alificação, qu e, em geral, seriam form a-d as in tern am en te p or u m trab alh aa-d or m ais ex-p erien te. Além d isso, ex-p rivilegia va u m a fo rm a d e co n tra ta çã o b a sea d a em u m a red e so cia l, on d e o fu n cion ário p od eria in d icar u m am igo o u u m p a ren te. Ao ga ra n tir o a cesso à fá b rica d e p essoas d e u m m esm o u n iverso, já con h ecid o, criava form as ecid e con trole e p ressão. Em ou -tras p alavras, d esen volvia-se u m a cu ltu ra on d e se esta b elecia u m u n iverso d e p esso a s in fo r-m alr-m en te forr-m ad as p ara a fáb rica.

Q ualidade é a base de t udo

Pro d u zir q u a lid a d e, u m d o s o b jetivo s p rin cip a is d essa s técn ica s, cip ressu cip õ e u m a tra n sfe -rên cia co n sid erá vel d a resp o n sa b ilid a d e d a q u a lid a d e p a ra o tra b a lh o d e p ro d u çã o, b u scan d o a in tegração d e fu n ções p rod u tivas, con -trole d e q u alid ad e e su a organ ização. Ap on ta-se, p ortan to, p ara u m a m aior d ep en d ên cia d as em p resa s co m rela çã o a seu s tra b a lh a d o res, p ois o acom p an h am en to d e sistem as au tom a-tiza d o s, q u e sem p re p o d em a p resen ta r fa lh a s in esp erad as, requ er u m a m ãod eob ra resp on -sável, aten ta e con h eced ora d os equ ip am en tos, im p ossib ilitan d o u m a ab ord agem taylorista rí-gid a , seja n a o rga n iza çã o d o tra b a lh o, seja n a gestão d o m esm o (Carvalh o, 1994).

Em 1991, in iciou se o p rocesso d e im p lan -tação d o p rogram a, e até en tão a em p resa n ão h avia tid o n en h u m a p rática n este tip o d e atu a

-çã o e, p a ra ta n to, m o n to u -se u m a p eq u en a equ ip e p ara d ar in ício às su as ativid ad es.

Estab elecer u m cron ogram a d as ativid ad es d e im p la n ta çã o fo i u m d o s p r im eiro s p a sso s p ara a efetivação d o p rogram a, q u e teve com o p rin cip al d isp ositivo p alestras d e con scien tiza-ção. Nestes sem in ários, colocava-se a n ecessi-d a ecessi-d e ecessi-d e q u e o tra b a lh a ecessi-d o r co n h ecesse to ecessi-d o o p ro ce sso fa b ril, d e co m o d e ve ria lo ca liza r-se d en tro d este p rocesso, e d e com o tom ar con s-ciên cia d a resp o n sa b ilid a d e d a a tivid a d e q u e d esen vo lvia p a ra to d a a o rga n iza çã o, a tra vés d a técn ica d o trab alh o d e clien tes in tern os, on -d e u m setor é sem p re o clien te -d e u m ou tro se-to r, o n d e u m tra b a lh a d o r é sem p re o clien te p róxim o d e u m ou tro trab alh ad or. Os trab alh a-d ores q u e freq ü en taram essas p alestras, q u ase q u e d iariam en te, eram selecion ad os p or área. Em su a s d in â m ica s, o s se m in á r io s t a m b é m u tiliza ra m víd eo s so b re Total Qu ality Con trol

(TQC), qu e divu lgavam a essên cia de seu s p rin -cíp ios: q u alid ad e in trín seca, p reço acessível e qu alid ad e n o aten d im en to; tod os com u m ú n i-co ob jetivo: a satisfação total d o clien te.

Para a ob ten ção d essa satisfação, reforça-se a id éia d a n ecessid ad e d o d esen volvim en to d e u m esp írito d e coop era çã o e p a rceria d os tra -b a lh a d o res p a ra co m a em p resa , p a rtin d o -se d o p rin cíp io d e q u e a d ep en d ên cia d e u m e d e ou tro são p ré-requ isitos p ara o crescim en to d e a m b o s. Po rta n to, co m o a firm a Leite (1993), o co n teú d o d essa s p a lestra s teria u m cu n h o m u ito m ais id eológico d o qu e técn ico.

Ou tra in icia tiva fo i a cria çã o d e gru p o s d e trab alh o – tim es w ork s–, ou Gru p o d e Prod u tvid ad e e Qu alid ad e (GPQ), form ad os p or equ i-p es h etero gên ea s i-p a ra d iscu tir u m i-p ro b lem a d eterm in ad o (gargalos), com p ostos p or seis ou sete p essoas q u e estavam d iretam en te ligad as a o p ro b lem a , va ria n d o d e a co rd o co m a d i-m en sã o d este, co i-m reu n iõ es sei-m a n a is. Ei-m 1993, p o r exem p lo, existia m 15 gru p o s em to d a s a s á rea s, p rin cip a lm en te p a ra o s p ro b le -m as relacion ad os à tecelage-m e à tin tu raria. No en tan to, em ju n h o d e 94, restavam ap en as qu a-tro gru p o s n a á rea d e p ro d u çã o : GPQ 19 – eli-m in a çã o d e d esp erd ício s; GPQ 21 – a u eli-m en to d a rotação d os teares; GPQ 22 – elim in ação d e p ro b le m a s d e tin gim e n to n a s fita s d e ce tim ; GPQ 25 – re d u çã o d e d ife re n ça s n o ta s versu s

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Ap esa r d o s resu lta d o s a p resen ta d o s e d e m u itos trab alh ad ores d esejarem estar en volvi-d os, o seu su cesso e a su a con tin u ivolvi-d avolvi-d e esb ar-ravam n a resistên cia d as ch efias em aceitar as su gestões, qu e in terferiam n o m od o d e organ i-zação e p rod u ção d e su a seção. Tal situ ação foi p erceb id a p elo geren te d e p ro d u tivid a d e e qu alid ad e, com o in d ica a su a fala: “Você diz pa-ra o cam apa-rad a qu e ele tem qu e ser resp on sável pela qu alidade do qu e está produ zin do, qu er dizer, dão a resp on sabilid ad e m ais n ão d ão a au -torid ad e p ara ele fazer aqu ilo. Qu an d o a gen te criou essa filosofia d en tro d a em p resa, d o fu n -cion ário ter m ais au ton om ia, de tom ar decisões com relação ao trabalh o dele, isso com eçou a ser en ten dido com o u m a su bversão. O ch efe dos su -pervisores foi procu rar a gen te e dizer qu e aqu i-lo ia virar u m a bagu n ça”.

O m esm o p ro ced im en to d e p rem ia çã o d o GPQ fo i u tiliza d o p a ra o Pro gra m a d e Su ges-tõ es, sen d o q u e, a o se co n figu ra r co m o u m a in iciativa in d ivid u al, o au tor d a su gestão in cor-p o ra d a receb eria 10% d o resu lta d o q u e essa id éia p u d esse gerar. Pelo seu fracasso im ed iato (a n ã o -p a rticip a çã o d o s tra b a lh a d o res), este p rogram a sofreu alterações, d eixan d o d e lad o a su gestão escrita p or aqu ela falad a em com itês. No en tan to, o p rob lem a d etectad o p elo geren -te d e p rod u tivid ad e e qu alid ad e iria m ostrar-se u m ob stácu lo m u ito m ais in tran sp on ível, n ão b a sto u a exp ressã o o ra l p a ra q u e se reso lvsem os lim ites im p ostos p elo b aixo grau d e es-colarid ad e d os trab alh ad ores. Além d isso, m ais u m a d ificu ld ad e im p ed ia o su cesso d o p rogra-m a d e su gestõ es, o rogra-m ed o d e se d izer o q u e se p en sa. Eram an os d e u m a gerên cia p au tad a n o au toritarism o, qu e, im p osta aos trab alh ad ores, resu lta va em su b m issã o : “Você tem reu n ião, p recisa qu e o p essoal fale. Fica tod o m u n d o qu ieto, ficam com m edo de falar. Com o é qu e vai resolver os p roblem as? Falta d e p alavras p ara falar, n ão tin h am com o se expressar”.Neste d e-p o im en to, u m a ex-o e-p era d o ra , in tegra n te d a eq u ip e d e q u alid ad e e p rod u tivid ad e, exp licita as d u as q u estões: a d ificu ld ad e e o m ed o d e se exp ressar. Baixa escolarid ad e e su b m issão.

Esta in icia tiva d en tro d a im p la n ta çã o d o p rogram a d e q u alid ad e foi a q u e m ais evid en -ciou a p ou ca qu alificação form al d os trab alh ad ores ad a em p resa, m ostran ad o o in evitável con -flito en tre a s n ova s n ecessid a d es técn ica s e a realid ad e d a m ão-d e-ob ra. A reflexão sob re es-te p o n to p o ssib ilito u a id en tifica çã o d a b a ixa esco la rid a d e co m o m a io r o b stá cu lo p a ra o avan ço d o p rogram a.

Um a d a s m a is im p o rta n tes m o d ifica çõ es d ecorren tes d esta reflexão foi aqu ela qu e levou à a ltera çã o d o s req u isito s d e recru ta m en to,

m esm o qu e isso sign ificasse u m em p ecilh o p a -ra a con t-ratação d e n ovos t-rab alh ad ores. Aq u i, esta b eleceu -se u m co n flito en tre a rea lid a d e ed u cacion al d a cid ad e e as n ovas n ecessid ad es d a em p resa. Atu alm en te, a exigên cia d a qu in ta série p a sso u a co n sta r d a s n o rm a s d e co n tra -tação.

Ou tra in icia tiva fo i a cria çã o d o p ro gra m a d e lim p eza , co n sid era d o co m o p ré-req u isito em tod a literatu ra sob re o assu n to e con h ecid o com o a im p lan tação d os cin co S,a sab er: Seiso lim p eza d o local d e trab alh o; Seik etsu – lim

-p eza d os em -p regad os, asseio;Seik i – u tilização ra cio n a l d e recu rso s p a ra evita r d esp erd ício, d escarte d e iten s d esn ecessários, lib eração d o esp aço; Seiton – organ ização d e form a d iscip li-n a d a e ra cio li-n a l d o s iteli-n s e ili-n stru m eli-n to s d e trab alh o, p ara serem localizad os rap id am en te, sem d esp erd ício d e tem p o; Sh itsu k e – é a d isci-p lin a e a o b ed iên cia à s n o rm a s, a o s isci-p a d rõ es d efin id os, p orq u e fora m con sid era d os os m e-lh ores; em ou tras p alavras, au to-d iscip lin a.

Essa foi a in iciativa q u e ap resen tou m elh o-res o-resu lta d o s, co m co m p reen sã o m a is cla ra p or p arte d as ch efias e com resp osta m ais im e-d ia ta p o r p a rte e-d o s tra b a lh a e-d o res, p rin cip a l-m en te n o ca so d a s l-m u lh eres, p o is já tin h a l-m co m o p rá tica m a n ter seu s lo ca is d e tra b a lh o lim p o s, e, sen d o u m a a tivid a d e a sso cia d a a o u n iverso fem in in o, fa zia p a rte d e su a ro tin a d o m éstica d iá ria . Pa ra a s ch efia s, p a rece q u e tam b ém h ou ve m aior in teresse em levar a cab o os p rin cíp ios d e lim p eza, já q u e estes n ão afeta m a s su a s rela çõ es d e p o d er e n ã o q u estio -n am o relacio-n am e-n to h ierárq u ico. Dessa for-m a, foi in corp orad o rap id afor-m en te.

Ta m b ém fo ra m m in istra d o s vá rio s cu rso s in tern o s e extern o s, eleva n d o a ca rga d e trei-n a m etrei-n to co m itrei-n crem etrei-n to d a h o ra / h o m em an u al. O trein am en to, u m a ferram en ta fu n d a-m en tal d os p rograa-m as d e qu alid ad e total, p as-sou a ter u m a sala. Foram in trod u zid as m od ifi-ca çõ es n a á rea d e p rep a ra çã o d e fio s, co m a in scriçã o d e tod os os fu n cion á rios n o p rogra -m a d e trein a-m en to, qu e p assara-m a ap ren d er o trab alh o d a en fiação d os teares n a tecelagem .

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su gestão d e u m tecelão (exen fiad or). Por cau -sa d estas m elh orias, foram in trod u zid os p lan os d e in cen tivos p ara p rom over o m aior en volvi-m en to e d a r volvi-m a is volvi-m o tiva çã o a o tra b a lh a d o r, sen d o o p rin cip al ob jetivo p erm itir qu e a ativi-d aativi-d e ativi-d a en fiação tivesse a flexib iliativi-d aativi-d e n eces-sária p ara aten d er às flu tu ações d e d em an d a e d e ta m a n h o s d e lo tes d o s clien tes, m a n ten d o a lto p a d rã o d e d esem p en h o e to r n a n d o -se u m a va n ta gem co m p etitiva n o s n egó cio s d a em p resa.

A tin tu raria, con sid erad a a área m ais com -p lexa d a fáb rica, a -p artir d e m ead os d e 1994, é a q u e está receb en d o m a io res in vestim en to s, com o au tom ação, criação d e lab oratório, con -tratação d e técn icos e oferecim en to d e cu rsos d e q u a lid a d e, p o r co rresp o n d ên cia , p a ra o s tra b a lh a d ores – cu rsos q u e d everã o esten d er-se a tod o o p essoal d a fáb rica. Isso p orqu e essa eta p a – a d e a ca b a m en to – é a q u e, p elo seu p ró p rio p ro cesso p ro d u tivo, tem a cu m u la d o n o m ercad o m u n d ial m aiores avan ços tecn ológico s e q u e, p o rta n to, a p resen ta m a io res d e -sen volvim en tos tam b ém n a ab sorção d as in o-vações tecn ológicas. Na tin tu raria, está sen d o im p lan tad o, sim u ltan eam en te, u m sistem a d e p re m ia çã o va lo riza n d o n ã o só o a u m e n to d e p ro d u çã o, co m o ta m b é m , p rin cip a lm e n te, a q u a lid a d e d o a rtigo (re d u çã o d e re p ro ce sso ), com o form a d e estím u lo à m ão-d e-ob ra.

O em p eçam en to – d e tod as as cin co seções, a ú n ica qu e p ossu i m u lh eres, 70 n o total, e qu e é co m p o sta exclu siva m en te p o r esta s – fo i aqu ela qu e n ão sofreu m od ificações em fu n ção d o p rogram a. Fica evid en te a d ivisão sexu al d o trab alh o, ao se p erceb er q u e a im p lan tação d o Pro gra m a d e Qu a lid a d e To ta l a tin ge, in icia l-m en te e p rin cip all-m en te, as ativid ad es on d e se con cen tra a m ão-d e-ob ra m ascu lin a.

Ap esar d e os p rogram as d e q u alid ad e in d i-ca re m a n e ce ssid a d e d e q u e e st e s e n glo b e m tod as as áreas d e u m a em p resa, n a fáb rica es-tu d ad a esse ob jetivo n ão se cu m p riu . A Ad m i-n istra çã o i-n ã o se ii-n co rp o ro u e fe tiva m e i-n te a o p rogram a, p articip an d o d e m an eira esp arsa e p on tu al, através d e algu n s GPQs.

Atu alm en te, o p rocesso d e con tin u id ad e d o p ro gra m a é a p o ia d o p o r co n su lto ria e xte rn a . Este foi revisto p elo con su ltor, q u e, d essa vez, estip u lou freqü en tes reu n iões com os geren tes, p rop ositalm en te sem a p resen ça d o d iretor, p ra d iscu ssão d e p rob lem as relativos a q u alid a-d e, flu xo a-d e in form ações, im p lan tação a-d e u m a lin gu agem m ais técn ica e m aior velocid ad e n as d ecisõ es. Ho u ve ta m b ém u m in crem en to d e reu n iõ es n a s seçõ es, m en sa is, d a ch efia co m tod os os trab alh ad ores, e, sem an ais, d a ch efia com os su p ervisores.

M udança de concepção: cult ura e relações de poder

O su cesso n a in trod u ção d esses p rogram as, segu n d o Fleu r y (1994:21), d ep en d e d a – o u im -p acta a – cu ltu ra d a em -p resa, -p ois “a cu ltu ra e as relações d e p od er n o in terior d as organ iz a -ções se en con tram in tim am en te im bricad as”; d essa form a , “a cu ltu ra, este con ju n to d e p ressu p ostos básicos, exp ressos em elem en tos sim -bólicos, em su a cap acidade de orden ar, atribu ir sign ificações, con stru ir a id en tid ad e organ iza-cion al, tan to age com o elem en to d e com u n ica-ção e con sen so com o ocu lta e in stru m en taliz a relações d e d om in ação”. Assim , n o m o m en to em q u e se b u sca in tro d u zir m u d a n ça s, o q u e n orm alm en te estava ocu lto p od e torn ar-se vi-sível, m an ifestad o com o p arte d e u m con flito. A d esestab ilização coloca em evid ên cia as rela-çõ es d e p o d er existen tes. Nesse co n texto d e m u d an ça, segu n d o Fleu ry (1994:24), as em p re-sa s p o d em ser cla ssifica d a s d e três m a n eira s: p rim eiro, h á aq u elas cu ja cu ltu ra está m ais fa-vorável à m u d an ça e, p or isso, an tecip am -se a esta, em q u e o p en sam en to in tegrativo p revalece em op osição ao segm en talism o, en volven -d o m u -d a n ça n os p a -d rões cu ltu ra is e re-d efin i-ção d as relações d e p od er; segu n d o, são aq u e-la s q u e “resp on d em d e form a p on tu al a essas d em an d as p or m u d an ças, in trod u zin d o in ova-ções n o sistem a p rod u tivo ou ad m in istrativo, qu e n ão alteram su bstan cialm en te o seu m od o d e in teragir com o am bien te e o seu p ad rão d e relações d e p od er in tern as”; terceiro, e p or fim , sã o a q u ela s em p resa s q u e se fech a m a essa s qu estões.

A fá b rica estu d a d a vem se co m p o rta n d o com o em p resa d o segu n d o tip o, qu e, ap esar d e exp ressa r a b u sca d e u m a m u d a n ça a m p la , con segu e ap en as resu ltad os p on tu ais. A orga-n iza çã o h ierá rq u ica , p a u ta d a em fo rte cu orga-n h o p atern alista, liga-se a u m a cu ltu ra d e em p resa b a sea d a n a in fo rm a lid a d e d o recru ta m en to, o n d e a s rela çõ es e a o rga n iza çã o d o tra b a lh o “p rivilegiam o recru tam en to através d e red es fam iliares e arran jos p essoais n a form ação d as seções e u m a im provisação gen eralizada, para a qu al con tribu i a au sên cia d e form ação p rofis-sion al en tre as ch efias” (Sou za-Lob o, 1991:79). A red e fa m ilia r d e co n tra ta çã o, q u e d esen vo l-via u m a ‘red e in form al d e situ ações’, foi d etectad a p elo geren te d e p rod u tivid ad e e q u alid a -d e com o u m em p ecilh o à im p lan tação -d o p ro-gram a d e qu alid ad e.

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Passou a ser p roib id a a con tratação d e p aren tes. Tal m ed id a até h oje n ão foi totalm en te ab -sorvid a p elos fu n cion ários, p ois a con tratação d e p a ren tes p a recia fu n cio n a r b em em to d o s os n íveis. Para os op erários, sign ificava u m b e-n efício sim b ólico, ie-n d ireto, ter a op ortu e-n id ad e d e in d ica r p esso a s p ró xim a s p a ra serem em -p regad as e, -p ara as ch efias, além d e b en efício, era m ais u m a form a d e se exercer o con trole e esta b elecer a s su a s rela çõ es h ierá rq u ica s d e p od er. Para estes, em ou tras p alavras, ‘p aren te deu m u ito certo’.O rom p im en to d a red e d esesta b iliza a s b a ses q u e fu n d a m en esesta va m a s rela -ções estab elecid as, tran sform an d o, d essa m a-n eira, a id ea-n tid ad e coa-n stru íd a aa-n teriorm ea-n te, isto é, a p róp ria cu ltu ra d e u m a em p resa, localiza d a n u m a cid a d e d e in ter io r, o n d e a s rela -ções fam iliares são m u ito im p ortan tes. Deter-m in a n tes, in clu sive, n a s p o ssib ilid a d es d e se co n segu ir u m em p rego, q u e ta m b ém co n sti-tu em as relações d e d om in ação e p od er.

A form a com o foi estab elecid a a m od ifica -çã o d o p ro ced im en to d e co n tra ta -çã o é u m exem p lo d e m ecan ism o d e d ecisão, au toritário, qu e im p ossib ilita a b u sca d e solu ções qu e n as-çam d a p articip ação e q u e se ad ap tem m elh or à rea lid a d e vivid a . Esse exem p lo reforça a n e-cessid ad e d e m aior con h ecim en to d a realid ad e d os locais d e trab alh o on d e as m u d an ças estão em cu rso e d e co m o a a p lica çã o d o s p ro gra -m as, n a -m aioria d as vezes, acab a p au tad a p elo im p roviso d as ações. Há u m a in com p atib ilid a-d e en tre m an eira a-d e agir e ob jetivo a se atin gir, p o is, n u m p ro gra m a d e q u a lid a d e, u m d o s p rin cíp ios seria o d a coop era çã o, q u e b u sca a m u d an ça d e atitu d es e d e com p ortam en tos n a relação ch efia/ su b altern o e en tre os trab alh a -d ores.

Em sín tese, a p róp ria am b igü id ad e d o p ro-cesso d e tra n sfo rm a çã o tra z em si o m ed o d a m u d a n ça em to d o s o s n íveis e resistên cia s d e to d o s o s tip o s, q u e leva m m u ita s vezes à m a -q u ia gem d e a n tigos p roced im en tos com o n o-vos.

O esboço da mudança

É co n sen su a l n a em p resa q u e o p ro cesso d e m u d a n ça é em b rio n á rio e q u e se está en ga tin h atin d o tin a b u sca d e solu ções, com seu s avatin -ços e retrocessos, p ara o estabelecim en to de n ovas diretrizes. Den tro desse p rocesso de m udan ça, h ou ve u m a ru p tu ra n o seu d esen volvim en -to qu e p od e ser rep resen tad o p ela saíd a d o ge-ren te resp on sável p elo Program a d e Qu alid ad e To tal (PQT), fican d o este p rocesso, p osterior-m en te, d e algu osterior-m a forosterior-m a estagn ad o – p eríod o

em qu e foi realizada esta p esqu isa. Atu alm en te, a em p resa vem reto m a n d o a co n tin u id a d e d o p rogra m a , a p a rtir d e a ssessoria extern a , com m aior in ten sid ad e e acu id ad e em su as ações.

Ap esa r d a s id a s e vin d a s d o p ro cesso, a lgu n s resu lta d o s p o d em ser a p o n ta d o s e a llgu -m as avaliações feitas.

Ain d a co m a gerên cia d e PQT, o p ro gra m a gero u 550 m il d ó la res d e lu cro em seu s d o is p rim eiros an os d e fu n cion am en to: 330 m il, em 1992, e 220 m il, em 1993. Alcan çou u m record e d e p rod u ção, u ltrap assan d o os d ez m ilh ões d e m etros/ m ês em m éd ia. Elim in ou a im en sa va-riâ n cia d o ín d ice d e q u a lid a d e com o u m tod o e, esp ecifica m en te n o ca so d a tecela gem , a u -m en tou a rotação d os teares, d e 1.600 rp -m p a-ra 2.000 rp m , em fu n çã o d a a tu a çã o d o s seu s Gru p os d e Prod u tivid ad e e Qu alid ad e.

Nesse sen tid o, o s tra b a lh a d o res co n sid e -ram o p rog-ram a im p ortan te, já q u e p ossib ilita o crescim en to p rofission al p or m eio d a p artici-p ação em trein am en tos e cu rsos. De u m a m a-n eira geral, taa-n to os h om ea-n s, com o as m u lh e-res co n sid era m a s m u d a n ça s p o sitiva s. Pela p ró p ria d in â m ica d a im p la n ta çã o d o p ro gra -m a, a -m aioria d os fu n cion ários (60%) con sid e-ro u a d eq u a d o o ritm o d a s m u d a n ça s. Qu a n to aos riscos relacion ad os ao am b ien te d e trab a-lh o, 75% d o s tra b a a-lh a d o res co n sid era m q u e h o u ve d im in u içã o d o s m esm o s, q u e fo i a trib u íd a à troca d e m áq u in as, à m aior con sciên -cia n a rea liza çã o d o tra b a lh o, a o trein a m en to e, tam b ém , ao fato d e terem sid o tran sm itid as aos trab alh ad ores m aiores in form ações. No ca-so esp ecífico d a s m u lh eres, é b o m o b ser va r qu e os 60% d e m u lh eres d o u n iverso p esqu isa-d o a va lia ra m q u e n ã o h o u ve isa-d im in u içã o isa-d o s riscos, relacion an d o este fato ao p rob lem a d os ferim en tos com ‘gram p os’, e, m ais im p ortan te, p or n ão ter h avid o m u d an ças n as tarefas p ara a rea liza çã o d o tra b a lh o e p o r n ã o p a r ticip a -rem d e trein am en tos técn icos.

No en ta n to, q u a n d o p ergu n ta d o s so b re a satisfação n o trab alh o, h á u m a n ítid a p revalên -cia d o sen tim en to d e in d iferen ça com relação às su as ativid ad es, con sid eran d o q u e o ín d ice d e in sa tisfeito s se co rrela cio n a o bvia m en te co m o s n em sa tisfeito s/ n em in sa tisfeito s (Fi-gu ra 1). Esta relação com a in satisfação se evid en cia, evid e m an eira m ais clara, qu an evid o p ergu n -ta d o s so b re a exp ec-ta tiva d e fu tu ro d o s filh o s n o q u e d iz resp eito a o tra b a lh o. A m a io ria (70%) esp era q u e seu s filh os n ão realizem tra-b a lh o s n a s m esm a s co n d içõ es q u e eles. Além d a in sa tisfa çã o, este ín d ice revela a b a ixa a u -toestim a d os trab alh ad ores (Figu ra 2).

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m a io ria d a s m u lh eres (56%) m a rco u o item ‘tran q ü ilid ad e’, em con trap on to à m aior p arte d os h om en s (45%), qu e in d icou o item ‘d esafio’. Essa situ a çã o p od e ser in terp reta d a p ela a p lica çã o m u ita s vezes seletiva d o PQT, p rivile -gian d o algu m as seções qu e, n a m aioria d as ve-zes e n este caso esp ecífico d a em p resa, caracterizam se p or tecn ologia m ais m od er n a e in -ten siva e q u e, p ela d ivisão sexu al d o trab alh o, tra d icio n a lm e n te se co n stitu e m p rio rita ria -m en te co-m o seções -m ascu lin as.

No en tan to, é p ossível ob servar q u e os tra-b a lh a d ores (85%), h om en s e m u lh eres, con si-d eram -se m ais en volvisi-d os com o trab alh o ap ós o in ício d o p rogram a, p ois acred itam qu e a “es

-tabilid ad e n o em p rego au m en tou”, se “sen tem m ais segu ros” e m ais estim u lad os a fazer “o m e-lh or p ossível” e a a p ren d er “coisas n ovas”, n a “esp eran ça d e u m cargo m elh or”. Os 15% res-tan tes d o u n iverso p esq u isad o resp on d em n e-ga tiva m en te a essa q u estã o p o r se sen tirem m ais p ression ad os d iariam en te.

Em con trap artid a à in ten sificação d o ritm o d e trab alh o, os trab alh ad ores sen tem -se p ou co recom p en sad os relativam en te às cob ran ças receb id as. Id en tificam u m a m aior con scien tiza -ção d o seu trab alh o e d e su a im p ortân cia p ara a q u a lid a d e d o p ro d u to, sem , co n tu d o, a ch a r qu e são recon h ecid os n o n ível d e su as op in iões e d e seu s gan h os salariais. Com o d izem os tra-b alh ad ores en trevistad os: “Vai piorar pra gen te cada vez m ais. Os h om en s estão exigin do m u ito. E o salário n osso é p ou co, e eles estão exigin d o m u ito em cim a da gen te”.Ou :“An tes a gen te dei-xava rolar e h oje tem a con sciên cia d o qu e está fazen d o. A gen te é cobrad o p ra caram ba, e o re-torn o...”.

Com relação às sen sações ligad as ao trab a-lh o, ressalta-se q u e 45% d as m u a-lh eres d a p ro-d u çã o ressen tem -se ro-d e ca n sa ço excessivo e 38%, d e d ores m u scu lares relativas, sem d ú vi-d a, à p ostu ra estática n ecessária p ara a realiza-çã o d e su a s ta refa s, so m a d a s m u ita s vezes à realização d o trab alh o d om éstico. En tretan to, o ín d ice d e d o res m u scu la res d a s m u lh eres igu ala-se ao d os h om en s (35%), e m ais u m a vez o trab alh o n otu rn o ap arece com o o m aior p ro-b lem a sen tid o p elos h om en s d a p rod u ção, ge-ra n d o p ertu rb a çõ es n o so n o (70%), ca n sa ço excessivo (30%) e tam b ém ten são e an sied ad e (30%) (Figu ra 3).

Nu m a em p resa co m o esta , q u e esta b elece rela çõ es tra d icio n a is d e ca rá ter a u to ritá rio e p a tern a lista , fru to d a o rga n iza çã o ta ylo rista -fo rd ista d e p ro d u çã o, p erceb e-se u m a m a io r resistên cia p o r p a rte d a s gerên cia s e ch efia s qu an d o h á n ecessid ad e d e m u d an ças n a estru -tu ra . Esta o rga n iza çã o, q u e tem co m o p rin

cí-p io a fragm en tação d as tarefas, acab a cí-p or cí-p ar-celar tam b ém as resp on sab ilid ad es e d ecisões, con cen tran d o-as n o top o d a h ierarq u ia. Situ a-çõ es sim p les co m o a u to r iza r sa íd a s e a ssin a r férias só atu alm en te estão a cargo d as ch efias. Gerên cia e ch efia , n a o rga n iza çã o ta ylo rista , sem p re p o ssu íra m u m a m a io r esta b ilid a d e e acú m u lo d e p od er, qu ase n u n ca ten d o su as ati-tu d es q u estio n a d a s o u d ecisõ es p a r tilh a d a s. Diferen te d o ch ão d a fáb rica q u e sem p re con -viveu co m a in sta b ilid a d e d o em p rego. Ta l situ a çã o ta m b ém fo i p erceb id a p elo s tra b a lh a -d o res -d a fá b rica : “N ão ad ian ta m u d ar o ch ão da fábrica se n ão m u dar a cabeça da gerên cia. É u m a con tradição. A gerên cia é au toritária e n ão está p ron ta p ara ou vir. N ão aceita op in ião d o op erário”.Este tip o d e estru tu ra favorece, ain -d a, a falta -d e form as -d efin i-d as -d e avaliação -d o trab alh o d esem p en h ad o.

Essa rela çã o ta ylo rista -fo rd ista d e o rga n i-za çã o d e tra b a lh o leva , p o r su a vez, a o p o u co co n h ecim en to d o p ro cesso p ro d u tivo, co m o u m to d o, p o r p a rte d o s tra b a lh a d o res, sen d o u m d os p on tos d os p rogra m a s d e q u a lid a d e a n ecessid a d e d e su a su p era çã o. Den tro d essa n ova p ersp ectiva d e organ ização d o trab alh o, é

Fig ura 1

Distrib uição d as re sp o stas d o s trab alhad o re s e m re lação a satisfação no trab alho .

insatisfeito 38%

nem satisfeito / nem insatisfeito

38% satisfeito

24%

Fig ura 2

Distrib uição d as re sp o stas d o s trab alhad o re s e m re lação à se g uinte p e rg unta: g o staria q ue o s se us filho s re alizasse m o trab alho atual e m ig uais co nd içõ e s?

não respo nderam 15%

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im p ortan te o con h ecim en to d e tod o o p roces-so p or p arte d o trab alh ad or p ara q u e este p os-sa exercer a p olivalên cia e in ter vir n os p on tos críticos com certa au ton om ia.

Considerações finais

Mesm o q u e seja p o sitiva a a va lia çã o d a s m e -lh orias d as con d ições d e trab a-lh o, essas, n a su a m aioria, restrin giram -se a qu estões d e h igien e, lim p eza e m aior organ ização n os locais d e trab a lh o, d eixa n d o d e a trab ra n ger p o n to s fu n d a -m en tais p ara a saú d e d os trab alh ad ores co-m o exp osição à p oeira, ru íd os, tem p eratu ra eleva-d a, p recária ilu m in ação e, esp ecialm en te, o ritm o a celera d o. Privilegia r a q u a lid a d e d o p ro -d u to n ão sign ifica p rivilegiar a saú -d e -d aq u eles qu e o p rod u zem .

Po rta n to, co m o a d ve rte Vo lko ff (1993), a m o d e rn iza çã o d a s té cn ica s e d a o rga n iza çã o d o tra b a lh o n ã o n e ce ssa ria m e n te é a co m p an h a d a d e u m a re d u çã o d a s im p o siçõ e s e ve an -tu alm en te n ocivas p ara a saú d e; a evolu ção d as im p o siçõ es d e h o rá rio e ritm o é igu a lm en te p ortad ora d e con seqü ên cias p atogên icas even -tu ais.

A n ova racion alização – sistêm ica –, qu e in -tegra as fu n ções e eleva a com p lexid ad e d as ta-refas p or m eio d a m icroeletrôn ica, torn a o trab alh o m ais tran sp aren te e con trolável. Por ou -tro la d o, n o m o m e n to e m q u e o tra b a lh a d o r p assa a ser resp on sável p ela q u alid ad e d o q u e p ro d u z, co m a u to n o m ia p a ra in tervir n o p ro -cesso, h á a in teriorização d o con trole. E, d essa form a, a in d ivid u alização d o con trole d e qu ali-d a ali-d e, q u e n ecessita ali-d a a m p lia çã o ali-d o en vo

lvi-m en to d e ca d a tra b a lh a d o r co lvi-m a elvi-m p resa , corre o risco d e tran sform ar o d ireito d e p arti-cip a r em d ever d e a p resen ta r su gestõ es. É o q u e exp licita a gerên cia ao afirm ar a q u e m ão-d ob ra tem qu e se tran sform ar em cab eça-ão-d e-ob ra.

Nesse sen tid o, a o con trá rio d o ta ylorism o, q u e tem n o co rp o seu a lvo m a io r, esta s n ova s p rá tica s geren cia is a tin gem d e fo rm a p rivile-gia d a a vid a p síq u ica d o tra b a lh a d o r. É o q u e ob serva Lim a (1994), ao ap on tar im p actos p si-co ló gisi-co s p rovo ca d o s p ela s m u d a n ça s: u m a fo rte id en tifica çã o co m a em p resa e co m seu p rojeto d e d om in a çã o; a id ea liza çã o d esta e a red u ção d a cap acid ad e d e q u estion á-la e criti-cá-la; o crescim en to d a rivalid ad e en tre os p a-res.

Ten sã o p rovoca d a p ela cob ra n ça d a q u a li-d ali-d e e ritm o acelerali-d o; fali-d iga m en tal exp ressa p elos sin tom as d e sen sação d e esgotam en to fí-sico p erm an en te; p rob lem as d e h u m or, irrita-ção, an sied ad e. Ao m u d ar o p erfil d a qu alifica-çã o req u erid a , a s im p lica çõ es d este m o d elo d evem ser m ais b em avaliad as: cap acid ad e d e o p era r m en ta lm en te m o d elo s, co m p reen sã o d o p ro cesso d e p ro d u çã o, ca p a cid a d e d e co -m u n ica çã o verb a l e o ra l, resp o n sa b ilid a d e, m u ltifu n cio n a lid a d e co m ra p id ez d e a d a p ta -çã o a n ovo s m a q u in á rio s. Ao p rivilegia r a su a vid a p síq u ica, a b u sca d esen fread a p ela q u alid aalid e e com p etitivialid aalid e e su a crescen te in ten sificação d o trab alh o p od em trazer con seqü ên -cias, d e u m a form a n ova, p ara a saú d e d os tra-b alh ad ores.

Mais u m a vez é exem p lar a exp eriên cia ja-p on esa, on d e o stressd os trab alh ad ores sob as p rá tica s d e gestã o en xu ta a tin giu p ro p o rçõ es 0

% 10 20 30 40 50 60

70 mulheres

ho mens

nenhuma delas mau humo r

depressão falta de ânimo

do res musculares tensão

cansaço excessivo perturb açõ es

do so no Fig ura 3

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qu ase ep id êm icas. Este fen ôm en o ficou con h e-cid o através d o term o Karosh i. É o p róp rio In s-titu to Nacion al d e Saú d e Pú b lica d o Jap ão q u e d efin e Karosh i com o u m a “con d ição p ela qu al p ráticas d e trabalh o p sicologicam en te m alsãs são tolerad as d e tal form a qu e in terrom p em o trabalh o n orm al e ritm o d e vid a d o trabalh a-dor, levan do a u m acú m u lo de fadiga n o corpo e a u m a con dição crôn ica de excesso de trabalh o, acom pan h ados do agravam en to da h iperten são p ré-existen te e resu ltan d o, fin alm en te, n u m es-gotam en to fatal” (Ken n ey & Florid a, 1993 apu d

Rifkin , 1995:205). Portan to, se ritm o acelerad o tam b ém cau sa u m m aior n ú m ero d e acid en tes, fica evid en te q u e a d ed ica çã o a o tra b a lh o e a id en tificação p essoal com os ob jetivos d a em -p resa n o Ja-p ão leva – com o afirm a Satosh i Ka-m ata (au tor d o livro Toyota, l’Usin e Désesp oir), em en trevista a Hirata (1991:154) – a u m n ú m e-ro crescen te d e m ortes p or excesso d e trab alh o e a u m n ú m ero freq ü en te d e tra b a lh a d o res com p ertu rb ações p síqu icas:

“(...) a p essoa levan ta p ara ir ao trabalh o, com eça a se vestir e, de repen te, perde as forças e n ão con segu e ir trabalh ar. Ou en tão, a p essoa trabalh a m u ito tem p o n a em p resa e n ão con se-gu e ch egar em casa, n ão qu er voltar p ara casa. (...) A p essoa fica p ertu rbad a. Esses casos são freqü en tes”.

Po r fim , n o ca so b ra sileiro, d eve-se ressa l-tar qu e, qu an d o se trata d a ad oção d a au tom ação seletiva, n os setores estratégicos d a p rod u -çã o, estes a ca b a m p o r p rovo ca r a in ten sificaçã o d o ritm o n o s segm en to s n ã o a u to m a tiza -d o s. Nesse sen ti-d o, a a u to m a çã o seletiva p er-m ite u er-m a con vivên cia en tre relações sociais d i-feren cia d a s, p o is a p o lítica geren cia l p a ra o s setores a u tom a tiza d os terá ob jetivos d iversos d o s o u tro s seto res. E co m o a s m u lh eres, em su a m aioria, en con tram -se n esses setores n ão au tom atizad os, d estaca-se a n ecessid ad e d e se p erceb er o s im p a cto s d iferen cia d o s en tre o s sexos n a in trod u ção d as n ovas tecn ologias. Lo-go, a com p reen são d essa d in âm ica p assa p elo reco n h ecim en to d a d im en sã o d a d ivisã o se -xu a l d o tra b a lh o p ro d u tivo e rep ro d u tivo. No Bra sil, esse reco n h ecim en to p o d erá la n ça r u m a lu z so b re a s m o d ifica çõ es in tro d u zid a s n a s fo rm a s d e o rga n iza çã o d o tra b a lh o, q u e n ã o a ltera m su b sta n cia lm en te o s p rin cíp io s tayloristas, in clu sive p ara se en ten d er m elh or o argu m en to d e com o a in corp oração d e con teú -d o s in ova tivo s n o tra b a lh o in -d u stria l, co m o d esta ca Ca r va lh o (1994), tem sid o m a rgin a l, em com p aração com as ten d ên cias d om in an -tes n os p aíses d e in d u strialização avan çad a.

Em su m a, “a qu alid ad e d everia ser atribu í-d a aos h om en s, e n ão às coisas, e a qu alií-d aí-d e

h u m an a eleva-se e torn a-se m ais refin ad a n a m ed id a em qu e o h om em satisfaz u m n ú m ero m aior d e n ecessid ad es, torn an d ose in d ep en -den te” (Gram sci, 1984:402). Mas, se a d efin ição d e qu alid ad e h u m an a d ep en d e d a su b jetivid a -d e -d e ca -d a u m , h oje, torn a r-se in -d ep en -d en te, sa tisfa zer su a s n ecessid a d es, p a ra a m a io ria d o s tra b a lh a d o res, ter q u a lid a d e d e vid a , está relacion ad o com o fato d e se ter saú d e. Torn ar-se in d ep en d en te, ar-ser su jeito e a to r d a p ró p ria vid a se a p roxim a d o co n ceito d e sa ú d e co n s-tru íd o p or Dejou rs (1986:11): “Saú de é para ca-da h om em , m u lh er ou crian ça ter m eios de tra-çar u m cam in h o p essoal e origin al, em d ireção ao bem -estar físico, psíqu ico e social”.

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Referências

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Fig ura 1

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