Hatilde Gomes Almeida
Tese submetida como requisito parcial para
obten~ão do qrau de mestre em Educa~ãD.
Assinatura do Orientador da Tese
Rio de Janeiro
Funda~ão Getúlio Varqas
Instituto de Estudos Avan~ados em Educa~ão Departamento de Psicoloqia
1978
U
-
-Aos nlE'US pais.
avós €
Ao Professor Eliezer Schneider p e lo
com que me orientou esse trabalho.
Interesse e dedica~ão
À Professora Anqela Valadares Outra pela colabora~âo
presta-da na revisão desse trabalho.
meu reconhecimento
À Escola de Aplica~ão da Universidade Federal do Rio de
Ja-neiro
Aos proTessores e alunos de didática
A todos que contribuiram direta
e
indiretamente para a rea-1 iza~ão deste trabalho eM Especial,
à
Tiel e dedicadaRaimunda Alves Ribeiro
meu aqradecimento
Pá a ina
1 - Introduc:ão . . . .... . . 0:1.
1 .. 1 Tema do Estudo • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 01
1.2 - Ob iet ivos . . . .... . . 01
1.3 - Fundaruentac:~o da Llderanc:a atraY~5 da
revisão da lit era tura esp E'C i a 1 i zad a
Co nsiderac:oe s Clerais . . . 02
1. 3.1 OriQem E' Conceituac:ão . . . 02
1 . 3.2 - Lidel"a nc.: a
e
se u siq ni f'icado históri co .. . . .... . . 051 . 3 . 3 - Eleme nt os co mun s nas definic:ões d e lid E'l"a nc a ••. ••. • . • l1
1.3.4 - Estil o s de lideranc:a . . . .... ... . . . 13
1.3.5 Bases ou fontes de poder na lid eranc:a ••••••.• • .• .• •• • 18
1.3.6 Limites da lideran~a ••• • . • .• • ••••• •••..•. ..••• .• . •.•• 20
1.3 . 7 Determinantes da Lideranca .•••• • •••••••••.• •• ••• ••••• 23
:2 - Estudos e PCSqU i sas so br e 1 i dera nc a . . ... ... .. . . 25
2. 1 - Lideranca e pode r •••• •• • • •••. •• . •• •••••• • • •• . • • ••• .••.• 25
2 .2 - Co ntribulcoes dos metereoloqistas . . . 25
2 . 3 Levanta mentos ••••.. ••..• • ..•••••••••.••• ••• .. ••••• •• •.• 26
2 .4 Antecedentes fi l oscif i cos .. . . ... . . . .. ... 29
2.5 Fatores externos ••.•.••••••...•.•..•..•.•••••••••. •• . 31
3 Contribui~io de Kurt Lewin •••••••••••••••••••••.••••••••• 3 5
3 .1 Teoria de campo •••.••••••••....•••••••••••••• • ••••••• • • 35
3.2 Tel)!'" i a a prát ca ... . . ... . . . 36 .
3 .3 stntese h stcirica ••.•••..•.••••••••.••••.•••••••••••••• 37
3.4 Me-todoloq ia . . . 39
4 Co ntribuicâo de French & Ra .... e n . . . 41
4.1 o poder e a relac:ão diádica •••••••••••• • .•.••••.••..• • . 41
4.2 As ba ses de poder social .•• ••• ••••••••••• •• ••••••• • •••• 4 2
5 A l ide ranca E a didática . . . 4 6
5 .. 1 Co nfronto e diáloQo ••.••.•••••••...•..••.••••••.•••••• • 4 6
A lider-anca o professor de didát ica •••• .,. 0:."
• ,J ~ I
5 .3 Lideranc:;:a- e Oidát ica em face
à
interac:;:ão •••••••••••••• 606 Ilustrac:;:&o ••••••••••••••••••• • . . . 64
6 .1 Estudo de campo • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 64
6. 1.1 Hetodoloqia •••• •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ••• • • ••• 64
Su.iEitos ••••• • . . . 64
6.1.1 • <.
"
InstrlJnlentos. . . . .... ... . ... 6:"j6.1.1.3 Procedimentos ••• • •••••••••• •••• • ••••••••••••••••••• 68
7 Apr Ese ntac:;:âo E discussâo dos resultados • ••••• •• • •••••• •• • 70
7 .1 Da llderanc:;:a na revisâo b Ibl ioqráfica •••• •• •••••••••• •• 70
7 . 2
Da 1 id eranc:;:a no estudo real zado . . . .. .. . 7i8 Considel'"acões e SuqE'stôes ..••••••••..•.••...•••••..•••••• 81
9 Apindice (ANEXOS) ....•.•.••••••••••••••••••••••••••.•.••. 86
9.1 F)qura I .•..••••••••••••• •• .•••.•••..•• .. ..• • •...••. .•• 96
9 .2 FiclIJra 11 .• ••• ••••••• • • • •••••••••••••••••••••••••••••• • 89 9.3 Ficha dE' obsE'rYac~o 111 ••••••••••••••••••••••.••.••••.• 90 9.4 Ficha de obserYac:~o IV . . . 93
9.5 Tabela V . . . 97
9.6 Guest ianár ia VI . . . 98
9.7 GUE'st ionário VII . . . .. . . .. . . 102
9 .8 Tabela VIII . . . 107
9.9 Tabela IX •••••••••••••••••••••.•.•..••••.•••••••••••• • 108
9.10 - Tabelas X e XI . ... . . . .. 109
9.11- Tabelas XII e XIII . . . 110
9 .. 12- Tabel as
XVI
XV.
•••••••••••.•••••••••••.•••••••...• 1119.13 - Tabelas XVI e XVII •••••••....•••••• • .••.•• ••••• .••..• • 11 2 9 .14 - Tabelas XVIII e XIX . . . 113
9 .. 15 ~ Tabelas XX E' XXI • • . • . . • • . . • . . . • . • • . ••••• ••••••. 114
9 .16- Tabelas XXII . . . .. . . 115
9.17 - Tabela XXII!. . ... . ... . . . ... ... . . 116
9.18 - Tabelas XXIV e XV .. . . .... !17
10 BIBLIOGRAFIA ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 118
1.An e>:o
I
2. Ant:D:o 11
3. AnE.' >: o
III
4.Anf::-: o
IV
·5 .Ane >:o
V
6.Ane >: oVI
7 . Ane >: aVII
- A lideranca e suas bases na relacão didática_ . 86
- As dimensies ou bases da lideranca . ••••••••••• 89
- Ficha de observacão do aluno ••••••••....••• • •• 90
- Ficha para observacão do proTEssor •••• • ••••.•• 93
- Coeficiente de correlacão . . . • •••• •• •. ••••• •• 97
- Questionário para o professor ••••• .• •••••••• •• 98
- Guestionário para o a l uno . .•• • ••• •• •••••••••• 102
8.Anpxo VIII - Di s tribuicão dos escores ••.•••• •••••••• ••• •• • i07
9.Ane >: o IX - Dis tribuicão dos escores transformados •••• . •• 108
10 . An exo X - Tabela X •• •.• ••• • • • • •••••••••.•• ••. . . • ••••• 109
11 .. Ane >:p XI - Tabela XI . .. . . 109
12.Ane>: o XII - Tabela XII •••••••••••••••••••••••• •••• •• ••••• 110
13.AnE' ~: o
XIII
-
Tabela XIII . . . 110 14.Ane~:oXIV
-
Tabela XlV . . . .. . . ... 11115.Ane No
XV
-
Tabela XV • •••• ••• •••••••••• • ••••••• • • •• ••• • •• 11116 . Anl-? :':o
XVI
-
Tabe la XVI ••• ••• ••• ••• •• • •••••• . •••• • •••••••• 11217.Ane>: o
XVII
-
Tabel a XVII . . . ... . . . 112lB . "',.,eN o
XVIII-
Tabela XVIII . . . .. . . 11319. Ane ~: o
XIX
-
Tabela XIX . . . ... ... ... . . . .. . . 11 32 0.Ane ~:o
XX
-
T?bel a XX . . . .. . . 11421.Ane>:o
XXI
-
Tabela XXI . . . .. .. . . ... . . . .. 1142 5.An exo XXV - Guadro das percepcoes •••••••••••...•••••••••. 117
o
pr€sente trabalho foi realizado como resposta a indaqaciesoriundas da prá.t ica docente e como requisito parcial
do Qrau de mestre.
Constituiu-se dos passos:
na obtenc;:ão
est'Jdo prel inlinar da literatura especial izada numa
pers-PEctiva histcirica e conceitual da lideranca procurando estabelecer
'I ma class ificacão dos est ilos de 1 ideranc:a;
- rev isão do conc~jto e estudos eXPErimentais da lideranca
com ênfase ou atencão especial aos estudos de Kurt
colaboradorEs French e RavEn~
estudo de campo sobrE os estilos e bases da
rela~io professor - aluno como. ilustracão.
Lewin e seus
1 i der anca na
Espera-se oFerecer aos Professores de ~,d~tica uma i:\.iuda.
ainda que pequena. no sentido de Explicitar o qrau de defasaqem
ente i:\ modalidade da lideranca nos seus v~rios estilos e nas
per-cep~ie5 de cada um dos aqentes da interacão did~tica
comportamento social • . i ; foi experimentalmente vista sob os
mas sociais· denominados autoritário. democrático
e
"laissE'z-fai-re". tendo sua oriqem na autoridade de onde emanam as decisies.
As bases de onde emanam as decisões ou o poder social em
sa-. la de aula podem ser: ~OE'rç~o. COMPet&ncla. reCOMPensa.
dade E' identificacão. conforme French
&
Rauen.
leqjtimi-O pl"opdsito do estudo de campo aqui exposto na presente
dis-sertacão foi o d~ ilustrar identificando os tipos de lideranca do
professor de didática na sua interacão com os alunos em sala de
aula. analisando suas bases de poder e verificando as
colncidin-elas e disparidades das percep~ies de ambos os aqentes quanto aos
estilos
e
bases da lideran~a.Os estilos de lideran~a foram tomados de empr~stimo dos
ex-perimentos de Lewin. Lippitt
&
White. enquanto as bases de poder foram conceituadas por FrEn~h&
Raven.A aplica~~o dos instrumentos foi simyltinea a professor e
alunos em cada sala de aula com os mesmos su.ieitos.
O questionário foi composto de duas partes: na primeira par
-te pediu-se a cada um dos sU .ieitos sua percEPc~o dos Estilos E na
sequnda parte sua percepc~o das bases do poder social.
A ficha de obsErvac~o foi composta de quatro cateqorias para
observac~o dos sU.ieitos (aproximacio. distanciamento. EsqUECimento
e ass i met r i a) •
1.1 -
T~ma d~ est~doo
prEs~ntEtrabalho
,procurou Estudar ' Como SE apresenta alidEran~a na intEra~ão didática professor - aluno em facE dos
ES-t i]05 de lideran~a e das baSES de poder".
o
estudo teve por base a revisão do conceito de 1 ideranc:a~ .na literatura eSPEcializada e atravjs dos Estudos experimentais d~
Kurt Lewin e seus colaboradores. e como
ilustrac:ao.
um estudo de campo sobre a Lideranca na relac:ao didática professor-aluno.1.2 - Ob .iet /vos
Os ob ,letivos centrais do trabalho foram revisar o conceito
de l/deranca e os Estudos feitos sobre este tema. i lustrando com
um estudo de canlPO nunla tentat Iva de ident ificar os t jpos de 1 ide
ranca do professor de didática na sua interacao com o aluno em sa
-la de au-la. analisando as suas bases de pode~ na ~ela~ão com o
aluno e ve~ificando se h~ coincid~ncia nas pe~cep~8es de ambos 0 ,-"
a~~ntes p~ofesso~ e alunos quanto aos estilos e às bases
1.3 - Fundamenta~ão da lideran~a através da literatura especiali
-zada. Consideracões qerals.
1.3.1 - Oriqem e conceltuacão
A lideran~a ab.ieto de estudo desde o início do séc ulo XX foi
co nsider nda oriqinariamente como decorrente de tracos de
persona-1 idad e. passando depois ao enfoque situacionapersona-1. No primeiro
enfo-que o fen~meno era considerado corno característica est'vel
enquan-to o sequ ndo fen~meno pa'5sa a ser visto como processo e portanto
com caracter íst icas dinâmicas. Assim. para uns as or iqens da 1
ide-ran~a parecem estar na personalidade cU .ias raízes podem explicar a
. influ enc ia de um indivídlJo sobre outros·". A p~~sonalidade tem raízes que s urqem do fen~meno resultante de n ecess idad es tais. co
-mo as biolriqlCaS ou os meio s de defesa do ind Lv íduo e da espécie:
as psíquicas ou os estímulos emocionais e morais: as culturais ou
a e>:pansao ou di fusao de crencas.
Para alq uns autores a lideran~a refere-se a apenas um
deter-minante psicoldqico : a neCEssidade de se pro .ietar no mundo _ ~
Outros autores aceitam o fato de que a lideranc a se.ia d
eter-r,linada a indivíduo'lconsldel~ados s uperiore s . cU.ia personal idade se
-.ia a de príncipe. herdis ou super-homens : As qrandes transforma
-cies na histdria de uma orqanizacao ou de uma sociedade decorrem
qeral nl ent e dos esforcos i novadores de aI quns POIJCOS ind ivídlJos
1. BARROS. Edllir de Vasconcelos. O problr.a di Iiderann Rio de Janeiro. Servito SQcial Rural. 19M: p.H
5yperiores. 3 A personalidade de pr{nciPE serIa a de indiv{duo
mo-tivado princip~lMEnte a dominar outros individuos. enquanto a do
h~rdi seria a de UM hOMem dedicado a causas qrandes e nobres e a
PErsonalidade de super-homem seria a do qrande homem QU ~ rOMPE as reqras e cria novos valores.
Para a teoria da lideranca con base na personalidade ou em
suas caracter{sticas de inatismo. uma recente discuss~o da litera
-tura afirma o que alqumas resenhas Indicam sobre nume~osas
aborda-Qens das personalidades de lideres que n~o consequiram encontrar
quaisquer padries consistentes dos tracos que caracterizam os
1(-deres ....
A crítica aos que consideram a lideranca como tracos de
per-sonalidade diz ser Essa oriqem devida a um viés psicolóqico da
nossa cultura e representada por candidatos • ascenc~o do ixito.
A lideranca tambim pode ter oriqem na influincia interpesso -
,
al exercida na situacão. através do processo de comunicacãohuma-na. na consecucão de um ou de diversos oh.letivos especr~i c os.e
A in~luincia exercida pode ser de oriQern espontânea ou
natu-ral e pode ser oriqindria de ·status· decorrente da posicão
insti-t"ucional.
~ oriqem da lideranca depende do conceito que se tem dela
e
esse est' diretamente relacionado a todo um contexto histórico
do-minante.
A lideranca quando espontânea é escolhida e reconhecida
na-turalmente pelo qrupo. ao contr~rio da lideranca institucional que
possui autoridade por deleqacão ou pelo fato de ocupar na escola.
por exemplo. determinados carqos que. em decorrincia da
3. JEHHIHGS. (uunr E. lidrranu nas orllanili!,õrs r na histtria. São Paulo. Brasilirnsr. 19:11. li. U.
4. CAlnIlIGHT. Dor.in & ZANO€R. Alvin. Oinuicil dr IIrijpo. frsll"in r r~ril. São Paulo. 1975. P. 131.
hierarquia. dão-lhe maiores somas de informacões ou meios para
aqir em relacão aos subordinados .
Quando a lideranca
é
institucional. istoé.
baseia-se unica-mente no papel e funcões Que por exemp lo. a Instituicao Escolarimpie. se o professor como o 1 {der
é
incapaz de exercer influincia siqnificativa no ambiente da sala de aula onde ele e 05 alunostrabalham. será in~ficlente essa lideranca por maiores que sejam
suas habilidades no dom{nio das relacies humanas. Pode ocorrer qu e
as a.cães do professor Que pretendem apoiar os alunos tenham
in-fluinc ia neqat iva nestes. na medida Que est imulam E'>~PE'ctat ivas qUE'
a direcão da Instituicão não pode ou não queira satisfazer .
Quando a lideranca tem sua oriqem no siqnificado cabe ao
professor como l{der encontrar alqo de suficiente importância para
l h e e x iqir O melhor do seu E'sforco.b
Na oriqem do siqnificado estão os que afi rm~ ,surqir a li d e -r' anca quando se tem a servir uma qrande causa. uma causa da maior
importância. ou ao se deparar com problema ou dificuldade Quase
insuperável. como acontece nos momentos de crises.
Estudos demonstraram a repeticão de um tipo de lideranca
co-mo uma tendincia no s co-momentos de conflitos.7
A lideranca considerada como permiss~o de um qrupo autBnomo
se oriqin~ d~ pas s aqem da r eQul~cão do con .iunto para qualquer um dos seus componentes de acordo com as circunstâncias da vida qru
-pal e a esse processo chamou-se lideranca emerqente.
No sistema de comun icaco es de um modo qeral os participantes
co locados enl posicão nlai s centr a'. tE'fldrm à 1 ideranc:a de acôrdo com
ó. stENCU. f'nnk H .. Lideranti. Rt\lisla do Set\lü.D [!l=l111co. Rio de Janeiro. 98 (1): :)3-72 • .iin/rev/ur. 1966.
alMEnte apesar de sua forte personalidade. A iMPessoalidade da
11-deran~a pode ser expl icada como no caso de Hitler. como habil idade
para suqestionar atravé~ da hipnose coletiva e de todas as
motiva-~ÕE'S inconscientes que uma multidão este.ia prediSPosta a liberar.
Em todas as oriqens da lideran~a encontra-se o enfoque 51-tuacinnal ou o interrelacionamento como o principal elemento
pro-motor da prcipria lideran~a. a que parece definir os v~rios
posi-cionamentos através da histciria
é
o deslocamento de início da a~ãode liderar. Para uns a a~ão inicial parte da situa~ão. enquanto
para outros. esta acão parte da personalidade Quer por um t raca
dominante psicolciQico. quer por um traco dominante econBnlico. quer
por um tra~o dominante tradicional.
A acio inicial de liderar pode partir da multidão impessoal. dos sequidores indistintos. que dão aos seus condutores as chaves
de suas necessidades de dominacão.
1.3.2 ~ Lideranca e seu ~iqnificado hlst6rico
Como os siqnificados das palavras possuem uma histciria po
-de-se verificar que o ·termo 1 ideranca parece representar um con
facilmente estudado do ponto de vista funcional. A 1 ideranca pare
-ce estar repr esen tada mais precisamente por uma atitude emocional.
inconsciente do que por uma atitude intelectual ou racional"u.
A lideranca tem real slqnlficado quando ·vê no trabalho alQo
capaz de contribuir para o bem da humanidade"·.
o
siqnificado real da liderancaé
o que se constitui numaimensa e duradoura satisfacao a todos que participem da situacao e
que nenhuma escala poderia medir em outro5 termos .
A lideranca no sentido real de comunicacão. existe onde
to-dos os elementos interrelacionato-dos são constru(to-dos a partir de uma
nov a dialética de posicões e atitudes tendo possibilidades de
co-locar potincias ativas em movimento para o alcance de uma s{ntese
f'inal da liberd ade ,
Nos termos em que na siqnifica~ão da lideranca estão i mp I
{-citos aspectos humanos fu ndamentais como a consciência
e
a exis-tência 'a intensa necessidade humana de liberdade ~ o resultado de
uma e x ist~ncia respons'vel inevitavelmente histórica e que tende
para uma propósito',~·
Quando a lideranca ~ emerqente os seus indicadores estão na
interrelacão de caracter{sticas pessoais e gituacionais,~~
Nesse sentido a lideranca parece ser a acão real ou 'ativi
-dades cooperat ivas em que estão presentes. em quantidade adequada
e na ocasião oportuna processos que levem ~ loqicizacão (normas).
à amorizacão (valores) e
à
comunlcacão(siqnificados)·~a.Se a lideranca siqn i fica personalidade identificada como he
-rói. super-homem ou pr{nciPE. há quem acuse a ~poca atual da
8. JENNIHGS. Euqrnr E •• 09. cit •• P. 2-3.
9. SPENCO. Frin. H •• CP. cit .. P. 63.
U. EmAl!. lulnl ..h.ília.. CP. cit .. P. 23.
li. IEYNA. Su~ina. Gonza.lr2. La. co.unicaciin prrsuasiva COlO instrultnto para. rI clabio de OPinionrs. ltvistl
~~jtlll de cliDe!a lolitjel. ~ico. 2t (76):5-li. abr/jun. 1974.
ausência dos dois primeiros estilos de personalidade porquanto
possui os tempos novos 'uma prol jfer-ac;:ão de príncipes que de s E' .iam
dominar os outros não pela forca como seria o casa do super-homem.
nem por uma qrande calsa como o est il0 herdico. mas pela
Admitindo-se o fato de que os sjqnificados das palavras
pos-suem uma hi s t6ria. verificou-sE' sobretudo que desde a ant jqyidade
qreCa latina o termo lideranca foi conhecido
e
derivado do verboAGIR. Suqere-s€ qlJe os dois verbos qreqos ARCHEIN (comecar. d i r i
-qjr e por ~)timo qovernar) e
PRATTEIN
(atravessar. terminar.realiz ar) correspondem aos dois verbos latinos AGERE (pôr em movimen
-to. conduzir) e GERERE (cu.io siqnificado oriqinal era levar)..i.'"
A lide~an~a como no sentido do verbo aqir era inic ia lmente a
interdepend~ncia oriqinal de a~ão entre C líder e os adeptos .
Com o passar do tempo dividiu-se a a~ão da lideran~a entre
fun~ões: uma. a de comandar e que passou a ser prerroqativa do s
chefes: outra. a de executar e que se tornou o dever dos adeptos ~
Nessa divisão das fun~ões da lideran~a. o ato de iniciar isola o
indivíduo do s demais antes me s mo que ile encontrp outros que SE
.juntem a ele.
A
partir dessa idiia de divisão e de sua aplica~ãos urqiram os defensore s de teorias tais como. a teoria do qrande
homem. a concep~âo anti - heróica. a teoria "impessoal ' ou "doutri
-na científica e os meteoroloqistas sociais.·~~
Como representantes da teoria do qrande homem pode - se
consi-derar. entre outro s . Maqulavel que acentuou o domínio da
lideran~a afirmando ser um chefe poderoso em doi s momentos: n a
fornla~â .o do qoverno e na
13. JENNINGS . Eucarnr L. OP. tit.. P. J.
14. AllOOr. Huno. Thr hUIJ.n ·condition: In: JENHINGS . E.E .. OP. cU .. P. J.
EPoca de crisE'. sendo malícia
e
fOI"G:a E'xiqidas do líder:- lhamas Car141e que considero u a lideranca como uma vis~o
intuitiva da realidade ou
alQuém
com
uma
visão
extraordinária
dian~E' de quem todos inevita velmente se curv~m. levando ao
E'xtre-mo o d em i n i o :
- John Stuart HII] ressurQ€ a lideranG:a atravis de
institul-cies democráticas. onde os l(deres sio indivíduos qUE criam tanto s
ce ntros de pensamento independentes Quanto possível:
William James que considerava o indivíduo podendo
determi-nar seu destino mediante uma acio vjqorosa: que os chefes deviam
~er situaG:ies iavoráveis • manifestacão do seu qinio: e finalmente
acentuou o papel funcioJ ' al da lideranG:a e ~ cOMPreensão mutua
en-tre lider e adeptos:
A concE'Pc:ao ant i-heróica da 1 ideranc:a foi desenvolvida por
HeQel e Fichte. quando o termo razao passou a siqnificar o que
re-almente acontece e n~d poderia ser modificada de forma i mport ant e
pelo homem. qu. passa a ser racional na medida que compreende a
futilidade da razão humana. o qoverno do homem por forcas não
hu-manas e a aceitac:ao do destino como a condic:ão humana de se r I
i-vre. Esta teoria foi utilizada mais tarde por Hitler""~6
A teoria ·impessoal" ou "doutrina " cientifica da lideranc:a
teve seu berco nos EEUU e aCredita serem os acontecimentos
deter-minados por forcas que alteram sequndo leis fixas. A previdincia.
o destino. a sorte e a lei seriam entao os controladores das
ati-vidades humanas.
Dentre os representantes da teoria da impessoalidade da
lideran ca encontram-se - Frederico EnQels
e
Karl Marx doisdisci-pulos de Heqel qUE'. numa tentativa de conciliacio da personalidade
com a História acentuam serem "as forcas produtivas que atuam nos
t jpos bisicos da producgo e da distribuicio econBmica e que
repre-sentam a forca matriz ou a "lideranca" que caracteriza e diriqe a
sociedade . Ambos preconizavam a necessidade do individuo submerqir
em um qrande espírito
e
tomar seu )uqar na inevitável marcha dahistória;
- Outro representante da imPEsso alidade da lideranca foi
Emi)e Durkheim que acreditava SEr a sociedade superior ao
indiví-duo no tempo e no e~paco. pois para ele a sociedade ~ que dava
existincia ao indivíduo:
- Gustav€' Le Bon analisava a irracional idade das multidões
impelfd~s • a~~o pela evoca~io de sentimentos fortes medi a nte o
~mpreqo de idiias em ~orma de imaqens, O 1 (der nesse caso nio
pos-sui nenhum poder pessoal portanto. a lideran~a siqnifica uso e ma
-nipula~io da for~a poderosa da multidão. Hitler aplica essa
lide-ran~a em seu pensamento e mitodos;
- aTeoria da inlPE'ssoal idade da 1 ideranca acentua que certos
tracos em Hitler encontravam ressonância na condi~ão psicolóqica
do I OVO. Nesta perSPEctiva o l(der
i
apenas o eXEcutante dos dese-.ias do povo."'"
Os meteoroloqistas sociais são os sequidores da teoria da
lidE'ran~a 'atmosf érica" , onde o membro do qrupo qUE' aspira a ' I i
-deran~a' procura sentir ~ ·esp{rito" ou a "tendincia· qUE' lhe
per-mitirá subir a um posto mais elevado SEm nenhuma demonstra~âo
eSPEcial de iniciativa
e
sem ter que correr um risco demasiadoqrande". Os tedricos dessa linha possuem numa basE' informal
t~cni-. cas sutis e eficientes (PEsquisast~cni-. questionáriost~cni-. entrevistas> de
rela~ies sociais
Que
PErmitem determinar satisfatoriamenteas
fo,.--c;;:as latentes do qnJPO E' as possibilidades de sua " libertacao. Os
repre se ntantes com formulacies mais oriqinais sao Elton Ma~o e o
principal inspirador deste estudo. Kurt Lewin~"e
o
Estudo da lideranca no sentido da capacidade Que tema)QIj-mas PEssoas de controlar a conduta dos dE'm~ i s Implica no Estudo do
poder.
As relacões de poder tem si do pouco Estudadas por seus prin
-cipais interessados. tais como: os socióloQos. os psicóloQOS
50-ciais e os antropdloqos. mesmo nos Estados Unidos da Am~rica do Norte. onde são encQntradas alqumas contribuicões esporádicas e
perif~rjcas de socidloqos. Entretanto. numa linha t . - adicio~ a l
eu-rop~ia há contribuicões. tais como. as de Max Weber. Robert Mi
-chels e Robert Mo Maclvero~9
Deve-SE a Bertrand Russel o fato de se passar a conslder ~r a lideranca como poder e como tal estudá-la sob qualquer °bandeir a
disciplinar' ou se.ia. mediante todas as ciincias sociais. inclu s i
-ve a filosof;a.~·
Guando a lideranca tem um enfoque interrelacionaI que se
caracteriza por camaradaqem. com participacão. reciprocidade e tole
-rincia. tem um tipo de relac~o denominada a relacão par sim~trica.
na qual cada um dos membros da parelha
é
ele mesmo.Numa sd I ideranca pode se encontrar nlais de um 1 íder. um em
18. AHNJNGS. ~Ull'e"nf E .. OP. cit .. P. 7-11
19. PIIGL et.ilrlfS H. Prefácio. In: SCHERtlER Horn R.II .. ~I podfr li la sociedad. Bumo~ lIin~. fiidos. 1963. P.
9-1'.
21. BAUS. R. I SlA1ER. P .. Role diHrrentiation in foIi1tl dfcision-aatinfl qrou,s. In: ______ . Fuih
cada
fun~ãocomo um lideI" fundamental ou
detarefa.
um líder de processo E um lideI" sócio-emocional.o refrão popu1ar - na prática a teoria é outra - parece ser
válido para a dificuldade entre a lideran~a treinada ou pré fabri
-cada e a lideranca natural. espontânea. que emerqe.
A mais recente concE'Pcão de lideranca mediante a atuacão dos
"meteoroloqistas sociais'
é
a que acentua a realizacão de ~uncõesnecessárias e a adaptacão a sltuacões mutáveis. Nessa interpreta
-cão de lideranca há sequndo os SEUS defensores. maior
flexibilida-de na adaptacão do líflexibilida-der ~s novas exjq~ncias do qrupo bem como
e ficiência e sensibilidade às transformacões de suas condicôes.
Dessas concEPcies de lideranca a que parece ser mais
abran-qent~
i
a de CateI I quando diz que ·qualqu~r um dos membros do qrup p Ex erce lideran~a na medida em que as propriedades do qrupo<sintalidade) são modificadas por sua presen~a no qrupo· . 21
1.3.3 - Elemen~os comuns nas defini~ies de ljderan~a.
Nas defi~i~õe s encontradas alquns elementos mais comuns cha
-màm a atencio por seu siqnificado para o presente estudo.
Um dos elementos mais ~videntes se constitui n o fato da
maioria dos autores con s iderar a lideran~a como influincia de al
-qum dos pontos de vista a sequir=
interp€ s so a l. quando pode SEI' identificada ao estilo
democrát i co;
- induzida de fora pelo lideI" ou chefe. identificada ao
es-tilo autoritário:
da atividade cooperativa ou do estilo democrático;
inexistente ou da passividade
e
permissividade como noes-t il0 laissez-faire.
Outro elemento comum ~ dizer que a 1 ider a n~a busca ob .ietivos
comuns numa das se quintes direcôes :
da comunicacão humana no estilo democrático:
- da inducão no estilo autocrático:
da cooperacão no estilo democrático,
da habilidade de influenciar no estilo democrático:
da medi -da e qrau de influincia na imPEssoalidade da
lide-ranc:a:
da permissividade no estilo "laissE'z-faire J.W.
uma causa comum que dá unidade ao qrupo. constitu{do pelo
l íder e se quidores:
o 1 {der ou a PE sso a que influencia os sequidores~
os seq uidores ou os inteqrantes do Qrupo. influenc iados
pclo 1 íder;
- a situac~o presente na qual se definem os papiis do s com
-ponentes do qrupo.
A
personalidade tambim i comum em determinadas definicie s de1 ideranca como nas tentativas conciliadoras da personalidade com a
história. Como exemplo estão os sequidores de Heqel
e
mentores22. SOHHEVEHO. OP. cit .. P. 17.
doutrinários do comunismo Karl Mal">: e Frederico Enqels Que
preco-nizavam a necessidade de o indivíduo submerqir em um qrande
esp;-rito· e tomar seu luqar na inevitável marcha da história.
Estab i 1 idade e mudanc:a fornlam um par de ac:ões encontradas na
definicão de lideranca como uma relac:ão de influência e poder. A
estabi1id ade ~ o ponto de partida e a mudanc:a a sirie de a.iustes
,ou rea .ilJstes i r ter-nos.lõt3
Sen do o qrupo a condic:âo
sine qua non° para o exercicio
da
lideranc:a e sendo o qrupo um medilo de mudanc:a. esta se
caracteri-za como uma abertura aos interc~mbios. uma liberac:ão dos
partici-pantes de seu status (no caso da sa~a de aula. do status de alu
-nos). um envolvimento ~os membros na própria pessoa do qrupo. UMa inducão a outras mudancas nos interesses . nas atitudes sociais e
na própria ética dos participantes.~4
1.3.4 - Estilos de Lideranca
o
termo estilos é usado aqui para desiqnar as formas deli-deranca que determinavam as consequentes 'atmosferas sociais o~
'clim as sociais ' nos v~rios qrupos naturais ou "experimentais· es
-tudados por Kurt Lewin e seus co laboradores Wh ite
&
Lippitt.~~Os estilos de lideranca parecem ficar estabelecidos conforme
a situacão social e co m base na autoridade. Assim. concentrada
es-ta no líder. tem-se uma lideranca no estilo autoritário: inteQrada
23. SCHUlfRHORH. Rithard Alonzo. El poder t4 h. !ootiedad. Buenos Aire!o, PaidO!.. 1S'~. P. 31.
24. FERRY. Gilles. A prátiu do trabalho el qrupo . Un experiÊncii de iorluio de prOif">50res. Porto Aleqre. Globo. 1974, P. 91,
pelO l{del'" no qrupo como um todo. tem -se uma lideran~a no estilo
democrático entre os membros do qrupo numa situa~ão permissiva que
leve entre outros ~ critica do reqime aplicado. aos métodos d e
f'Q..- mac:ão empreqados. às at itudes educat Ivas. Ident ifica-s6' a
per-missi vi dade do estilo '-aissez faireM~6.
Em cada estilo atua um eon .junto de forcas qUE pode ser assim
direcionado:
- de dentro do qrupo implicando em que os membros do qrupo
tenham de considerar os desE'.ios m~tuos. Isto identifica o estilo
democrático:
de fora do qrupo implicando numa imposicão do poder pelo
lideI'" - modelo autoritário.
A 1 i deranca cons i derada como reI ac:.ão de poder assume também
as forma s ou Estilos na classificacão de Weber= tradicional. le:qal
o
CJ nceito de ·clima" de lideranca tendo porbase a autoridade: é assim representado:
tipo misto democracia
rna . iol ~ i tár i a
autocracia
a utoridade investida no 1 íder
DeMocracia pur a autoridade
investida no qrupo
paternalismo
debate se m 1 ideranca
passividade
autoridade diluída
26. FER~Y. Gilln. op. cit.. P. 91 .
21. SCHHEIDU. E1i~zrr. O problua h,rito da Iideranu e atto~fera de ClntPO. Rio de Janeiro . Instituto de
Psitoloqia da Universidade do Brasil. 196~. Sennh do 801eli. do Instituto de PsicolOllia. Rio de
A
forma d~ lideran~aou o seu estilo podem ser Identificados
conforme sua posi~~o no triinQul0.Nos ânQulos do triânQulo estão representadas as oriQens
ex-tremas da ljderan~a.
Nos lados do triânQul0 ficam representadas as posi~ies
in-termediárias da lideran~a.2.
Os indicadores de lideranca numa determinada situacão são as
atitudes Expressas nos comportamentos do 1 ider.
Tomando como ponto de referência as qrandes transformacões
na h)stdria das orQanizacies ou da sociedade de um modo qeral. a
1 ideranca pode assumir formas mrsticas ou convencionais de:
su-~er - homen s . herdis e principes.~·
Considerando o conceito de simetria como a estabilidade do
Equilíbrio de influências reciprocas. pode - se representar também
quatro estilos de 1 : deran~a:
a } lidEran~a simétrica Espontânea e com orienta~ão Emocional
positiva como no caso dos amiqos~
b} lidE'ran~a simÉ'tricê\ indiferente com ol" ientadio emocional
indiferente como no caso dos pC\ssaqeiros de um mesmo vEiculo~
c ) lideranca simÉ'trica espontânea ou aquiescente mas a mbiva
-lente. na qual ambos os aqentes se identificam e se antaqonisam
mutuamente. como no casamento~
d) lideran~i:\ simétrica espontânea mas univalente de vez que
ambos os sU .ieitos da rela~ão teriam um s6 ob.ietivo= o do uso da
For ca . saqacidade e inteliqincia reciprocas. como no caso de in i
-mi qos.
28. tlAlER. Monan R. F •. Princípios dr nhtõr~ hUlanas. Rio dr Janriro. lISAIO. 1966. P. 36.
Nos Estilos
"aO
e °b" n~o parece haver nenhUMa base depo-Contrastando o conceito anterior sequem-se os noyos estilos
tendo como foco a assimetria:
e) lideran~a a s simitrica com base na atracio,isto
i.
quandoum dos membros da relacio induz o outro por suas qualidades atra
-t ivas. c omo a popularidade e o carisma .
f) lideranca assimétrica com base na pressâo de um aqente da
relacâo e a submissio do outro aqente da mesma relacio considera
-da. Nesse estilo ' há várias sub - formas . tais como :
- submissio ao lideI'" ou fiqura dominante que COl"'poriza as
normas do qrupo informal. como nos casos do lfder - sequidol'" au
-tOI'" idade:
submissio ao lideI'" por s er um "expertO com Qualificacie s
do tipo racional. como nos casos do médico - cliente. do ~dvoqado
cl iente. etc;
. - submissio ao l(der tendo em conta seu carqo. ! sto é. sua
fiqura institucional. como no caso do chefe. da polícia e do pre
-s. ident e :
- submissio ao líder por sua forca ou superior capacidad e
para usar a violência. típica da relacâo cOE'rcit iva;
submissão ao l(der ou ·fjqura dominante' por h~bito.30
A 1 j dE'ranca t ambÉ"m pode ser concE'b i da sob as formas denom i 0 0
nada s ríqida e flexível sendo que na primeira forma. i de Estilo
mon o poli za dor . deliberativo e manipulador qU a ,l to aos princípios
le:qít Im os . enquanto no est 110 fle >:ível depende do cons e nso comum e
dos valores tradicionais quanto aos principias tradicionais.
A tipoloqia acima descrita tamb~m tem por base o poder. que
por · t r adicional- pode ser entendido como -tendo de sua parte a
~or~a do hibito. nio tendo que se ,iusti~icar a todo momento . nem
demonstrar continuamente que a oposi~~o n50 ~ suficientemente
for-te para
derrotá-l0.3~Confrontando os esti los de lideranca com o ato educativo
percebe - se que neste. os modelos se distinquem nas formas
sequin-tes:
a) o modelo carismático assim qualificado por um dom{nio
fundado sobre o devotamento fora do comum que recebe sua forca
compulsiva do caráter saqrado do hero(smo ou da exemplar idade de
uma PEssoa".
Referem-se a esse modela as diversas formas de
transcendin-cia. na qual o líder
é
aque le que qalvaniza pelo poder de sua ir -radiacio. tais cemo : sacerdotal. da pessoa moral. do dompedaqdqi-co do pedaqdqi-compromisso E cultural:
b) o modelo de a.iustaqem ou modelo de a .l ustamente assim
de-nominado por tratar mais propriamente de a .iustar ou conformar sua
acio e ob .ietivos reconheCidos v'l idos. como SE a .iusta uma peca a
certas cotas. do que de entrar em Interacão com eles e proceder
por tentat ivas e correcões.
Nesse modelo que dispõe de uma tecnicidade assentada sobre
um saber racional distinquem-se= o professor-psicóloqo. o prQfes
-$or psico-peda~óqico e o professor aqente cultural:
c) O modelo de li ~ er ta cãp
é
caracterizado por se cen t ralizarn'ê\ relac;ao QUE' SE' desenvolvE' entre: os àQE'ntE'S.
Nesse: modelo são consideradas tris correntes sendo uma que
E'nco~tra sua inspiracão na Psican~lise. outra na Psicosocioloqia
dos qrupo s e uma terceira nas PEsquisas inst itucionals.
pl"ivile-diando respectivamente. um aspecto do processo relaciona] - a
re-taCa0 inter individual. a relacao no qrupo e a relacao mediada pela
inst ituicão~t9:.1.!
1.3.5 Bases ou fontes de pod er na lideranca
Sendo a 1.d era nca considerada influência envo lve como tal
bases de poder ou fontes cU .ios recursos são utilizados para melho
-rar ou reforcar uma posicao tal como se seque:
o
poder militar. policial ou criminal qUE' controla avlo-lência~
o
poder econ~mico Que controla a terra. a for~a detraba-lho . o capital ou a produ~io das sociedades anônimas:
- O
poder tradicional ou ideolóqico que controla as cren~ase os sistemas d e valor. a ~eliqiio. a educa~io. o conhecimento
es-- O
poder político que controla a tomada de decisio leqitima e definitiva dent~o deum
território eSPEcífico:-- O poder dos meios de entreteninlento que CO ,ltrola os inte
-resses hedônicos. a rEcreacão e diversão.3~
32. ~ERRY. Gil1n.. OP. dt.. P. 12
Cada qrupo social possui seu sistema de valor Que se
consti-t u! na leqiconsti-timidade do poder aqir em consti-termos da acelta~~o de todos .
.
Guando há vlola~ão desse sistema de valor aceito por todos. dá-se
o e xer cício da ileqitimidade do poder. No primeiro caso torna-se
leqí~imo na vida cotidiana um pai castiqar ao filho. um tribunal
.iulClar um rebelde. um padre dar absolvic:ão
e
o tesoureiro cobraras dividas aos devedores. No sequndo caso. torn a-se ileqrtimo o
s ubo rno a funcionirios. etc.
A coer~ão relaciona-se intimamente com poder e quando se
ap} iea na forma e>:trema. torna-sE' forc;:a ou violênc ia com o fim de
ap licar dano ou destruicão E'. na forma branda. l o q u e se
identi-fica co m a ame~ca. Neste caso estão o voto da maioria. a diploma
-cla F a propaqanda. Ainda na mesma b ase poder -se- ia incluir a
·vio l Ência da qual o sis tem a educacional está se desenvnlvendo · R~ ~
Guando a acão da líderanca se inicia dizs e ser esta i nicia
-t iva de bas e a-tiva . e nquan-to a ac âo dos que re sis -t em a essa in
i-ciativa diz-se se r de pase denominada reativa.
A· dependÊncia do lr der com relacão • aprova cão ~e seus
seQuidores torna se mais clara quando e m seu poder d e influ Ênc i a po
-de - se vis lumbrar as ba ses -de id enti fi cacão. especial izacâo e l
eqi-tlmidade. Na ausÊncia dessa s fo nt es o lrder reco r r e . coercão ou
recompensa para pod er exercer a influincia necessária.~e
A concentracão da lideranca ou das s uas funcies com o lrder
provoca maior eficiência. seq undo alquns, enquanto para outros essa
mesma co ncentrac ão pre .iudica a motivacão dos outros. destrdi o en
-tusiasmo e a capacidade cria d ora ali m de criar co nflit os e
34. BOUROIEU. Pirrre. A rl!produdo. Rio dI! Janeiro . fCD. Alvu. 1975. P. 13.
hostilidade entl'"E' lideI'" e lidEl'"ados ..
A lidE'ran~a pode seI'" ainda de bases ou fontes éticas ou
ide-olóqicas"
As baSES ' ~t icas parecem tel'" surqido da compreens~o da
natu-reza da lidEl'"anca e "atualmente . i~ se f~z um excelente início.
atravis do esclarecimento de arqumentos ideoldqicos quanto ao
me-lhor comportamento dos líderes" .. :/II6
Levadas em consid~ra~~o todas as bases de poder desde a
es-tabil idade o~ a ·manuten~~o da situa~~o presente" ou de ·status
quo· por determinadas condi~ões ou for~as:/ll7 ou ainda mudan~a
po-tencial~a Em que a vida do qrupo obedece ~s leis qerals com base
no pr inc(pio as mesmas condi~ões levam ao mesmo efeito·. até a
mudanca nos campos ~e forca do n{vel presente para o dese .iado
atentando-se que para mudar um equilíbrio social deve-se conside
-rar o campo social total: os qrupos e subqrupos envolvidos. suas
l'"elacOES" seus sistemas de valores e crencas. etc .. 3 9
Como sistema din&mico. a lideranca. tal qual a democracia no
sistema pol 'tica. 'l'"epl'"esenta um compromisso com a realidade das
F alsas e dos h r mens que
é
em si mesma essencialmente desiqual.c~ntl'"aditdria e anti - democl'"áticos .. ~·
1.3.6 - Limites da lidel'"anca
o
prdpl'"io conceito que se toma • . iá se constLtui por si36. CARTWRIGHl
&
ZANOER. OP; [it .. P. 63~.37. lEWIN. Kurt. Teoria de caDa eI eimeia social. São Paulo. Pioneira. 1965. P. 196.
38. Idn. P. 226
39. Ibidn. P. 252
na comun icac;;:ão. o qUE' 'enfraquece a manutenc;ão do consenso.
Conse-quentemente. p~ssa a existir menor press~o social tendente a iqua
-lar a participac;;:io e ao mesmo tempo menos culpa individual quanta
a fazer proqredir as vantaqens eqo{stas.
Co n siderando-s e o poder como base. as variáveis que implicam
na mudanc;;:a das formas de lideranca. parecem ser:
o qrau de part icipacão nas decisões;
os fatores qeoqráficos ou climáticos ou de adaptacão:
os tipos de economia:
a pro>:imidade de qrupos vizinhos de menor ou maior aqres"':
~.vidade:
as mudancas internas dos valores da sociedade:
- os interesses seqment~rios especiais <incluindo o acesso aos valores her edi t~rios ou de outro tipo):
as diversas tecnoloqias.
A lideranca. em resumo. fica restrita por quatro elementos:
recurso~, part ic jpantes. vizinhos
e
interesses.~1Um dos limites da leqitimidade da lideranca com base no
po-der é o seu qrau de r iqidez. tal qual acontece com a sociedade. na
qual a ordem
e
disposicão das estruturas seqmentares de poder lh econferem caráter especial·.~~
Na lideranc;;:a de pequenos qrupos como da socieda de como um
todo orqanizado pode-se observar do ponto de vista de s ua s
41. SCHERKfRHORN. R.A.OP. cit.. P. 53-55
~struturas fl~x;v~is:
- s~paracao ou r~lativa autonomia das e ~ truturas seqm~ntares
d~ poder;
- tolerância que p~rmit~ a formacao de múlt iplas associacões
voluntár ias;
- considerável mobilidade entre as estruturas.
As características do ponto de vista de ~struturas ríqidas
da lideranca tomadas de empristimo da sociedade são :
- a consolidacao das estruturas de poder em um s6 centro do
-minant e:
- a inibicao das associacoes plurais orqanizadas
indep~nden-·t~me nte;
- re st ri~ao da mobilidade social que pode ser alterada
quan-do os extratos · supe riores· escolhem individuas 'inferiores' para
promovi - lo s. ou quando há PEssoas que forcam sua ascencão por meio
da intriqa ~ da violência.
Outro limite da lideranca que a confunde como conceito 'pode
estar na sua autonomia . Numa lideranca de estrutura flexrvel o l{
-der i apenas um centro de poder no meio de uma pluralidade de
cen-tros podendo t~r autonomia limitada. Ao contrário numa estrutura
r{qida de relacão o líder absorve e concentra a maioria das formas
de ppder em sua pr6pria acão tendo dessa forma autonomia plena. ou
se .ia. o uso de seu ce ntro de poder e de todos os demais. Assim. ao
líder r{qido ~ dado: controlar a distribuicão E uso de pa péis.
co n ceder ou impedir permissão para acoes. controlar as tarefas.
ser .iuiz na avaliacão.4 3
Em toda )id eran~a c~ntralizada. como em toda centraliza~ão
de poder "d esenvolvem-se eventualmente extensos sistE,nas
secund~-rios de valor: um corpo eSPEcializado de cren~as enraizadas na
tradi~io. mas elaboradas por meio do mito
e
imaqens ati constituiro suporte saqrado do sistema de qoverno·.4~
1.3.7 - Determinantes da lideranca
De
inicio .iulqou-se serem os tra~os da personalidade o quecaracterizava predominantemente as PEssoas consideradas lideres. O
homem como um ser pOl'"tador de tracos ou características de líder
e s tava sendo o foco de atencâo.
Na ipoca contempor~nea surqe uma outra
alternativa
para adetermin~ncia da 1 ideranca. qual se.ia. a funcâo ou as ~unc~es dos
lid e res que sâo quantitativamente diferentes das funcies dos n~o
1 {dere s . Seque-se um interesse cada vez mais acentuado pelas
va-riáveis situacionais Que interferem na distribuicao da lideranca.
tai s como a crise em oposicao a n~o crise. ou a mudanca e-rn
oposi-cao ~ Estabilidade.
o
clima social tamb~m pode SEr considerado como umdetermi-nante. Assim. no qrupo onde haJa uma atmos~era de cooperacao. um
membro valioso e aceito é dese.iado ao contrário d<;i atmos~era com
-pet it iva onde um I\lembro vaI ioso pode SEI" visto como um r ival. Como
exemplos pode ser considerado para o primeiro caso ou da atmosfera
d~ coop~ra~âo.
o fato
da escolha eventual de alunos para exercerem a funcao de monitoria. e para o sequnrlo caso ou da atmosferapetit iva o fato que se observa nos concursos probatórios.
com-2 - Estudos
e
pesquisas sobre lideranca2.1 - Lideranca e poder
De acol'"do com Estudos E>:per inlentais sobl'"e moi. ivacâo pal'"a o
poder achotJ.-se Pl'"ovave l qlJe os 1 !'deres emerQentes possuissem maio r
necessidade de podeI'" satisTê\zendo-o no emerqir de s u a 1 i del'"anca
num qrupo sem 1 ider- .~~
2.2 Contribuicões dos meteoroloqistas
A
lidel'"anca so b a tipoloq ia dos meteol'"oloqista s t em muitas contr-ibu l cões. en tr- e elas. alqu ma s que dizem re spe ito ~ inTluin cia-q u asE' sempre distr-ibuida entre o s membros do qI'"UPO. contr-ar i ando
desta Torma ~ dicotomia da inTlu ~ncia lider--liderados. Tais sio os
estudos experimenta i s de Bales . Hamb 1 in. Ha1'"2 entre mu i tos
45. CARTWRIGHl , ZANDER. ~. cit.. P. 3 .
• 6. HAKBLIN. Robert L. Lideranta e cri~es. U.S.A. Alrrican Socioloqical soc;et~. 1958. 14p. Separata de:
CART-WRIGHT & ZANOER . CHI . cit .. P. 115-311.
2.3 - LeYantaM~ntos. compilacão. documentacão. pesquisa.
Os estudos sobre a lideranca com base nos tracos da persana
-1 idade foram muitos desde 05 realizados antes da dicada de
quaren-ta. de acordo com "a compilacão de 8ird. levantamentos mais
recen-tes como o realizado por Stoqdil1 que tamb~m concluiu serem
con-traditórios ainda os estudos de tracos. como Gouldner.4m
Os autores Fleishmann. Haris e Burt concluem na sua documen
-taca0 sobre a lideranca treinada.
entre
outros. que quando o queé
enS i nado na escola nao corresponde ao que i praticado na fábrica.
e s ta ~ltima j a
influincia
mais poderosa.~·Dentre as PEsquisas realizadas na orientacão da lideranca
como realizacao de atos que au>~ilianl o ClrlJPO a atinClir seus
resul-tados pref~r idos são c on'hec idos 06 trabalhos de 8arnard (1938) •
Cattell (1951). French (1949). Gibb (1947). Likert (1952). Ljppitt
(1940). Redl (1942) e Stoqdill (1950)e.
2.4 - Experimentos
A
inf'lu~ncia como elemento importante da lideranca naeduca-cão
e
na cultura foi demonstrada nos estudos experimentais Clue sesequem: - Newman. Freeman e Hol~inqer que encontraram a maior
di-Terenca de
G.I.
entre qêmeos idênticos SEParados.48. CAllWRI6Hl
&
lAHDER. 09. cit •• P. 611.49. Idn. P. 612.
- Beth Wellman
e
seus assistentes descobriram qUE afreqüên-ela de criancas
à
creche da universidade resultava num qanho decinco pontos de G.I. comparada às criancas do qrupo de controle.
- Read Tuddenham comparou os escores de soldados da Primeira
e Sequnda querras e verificc l serem os escores médios dos últimos~
~elhor aproximadamente 83X dado que o n{vel educacional media na
Primeira Guerra era o 8Q qrau e na sequnda querra era de dois anos
- lewis Terman e Maud A. Morri1] aplicando testes de
inteli-qência a criancas de zonas rural e urbana. referiram uma diferenca
m~dia de G.I. de 6 1/2 pontos a favor da últimas.
~ Huqer Gordon. inspetor escolar inqlês. estudou criancas
dos barcos do canal e ciqanos. e observou que os G.ls. baixaram
consid~ravelm~nte
à
m~dida que as criancas cresciam. POrqUE em am-bientes isolados e atrazados não obtinham o tipo da experiência
que uma crianca comum consequiu em seu lar. escola E comunidade.o1
Muitos estudos sobre a concentracão da lideranca ou das suas
~unci~s no l{der ~oram realizados
e
n~nhuma posicio foiconsidera-da Lx clusivament~ única (Bavelas. Gischrist
et
a!. Kalin&
Kalz).I:J.::!
E nl todos os e):per imentos real izados nlesmo com I {deres
impos-tos. a influência foi considerada em n{vel dtimo. a producão
ele-vada e o afeto interpesF-'Oal intenso além da má x ima coesão do
qru-po.tII;,
A lideranca com base na atividade espontânea parece ter
sur-qido dos estudos durante a Sequnda Grande Gu~rra H'lndial com a
51. SARGENT S.
Srtanfrld&
STAHFFOR. S.
En~ina.rnto~ bísico5 dos Qrandr~ psicóloQot. Porto AlrQre. Globo. t964. P. 41.52.
CARTIlkIBHT
&ZAHOER.
OP. clt.. P.631.
classifica~~o do "qrupo de equivalentes", nos períodos da pri e da
adolescência m~diantE uma sirie de PEsquisas. tais como:
- a de Hav iqhurst que assinala serem os qrupos de equivalen
-tes à.iudan-tes na · soclaliza~io. sensi~ilizacio e
doutrinacao
dacrianca e a sua preparacão para a independência~
a de Clifford Shaw que em Chicaqo encontrou uma correlacao
quase perfeita entre o tipo de circunvizinhanca
e
o seucoeficien-te de de} inqUincia. assim. quanto mais perto de favelas. ~reas de
manobras de trens e de terrenos baldios. fábricas e armazéns fal
l-dos. mais alta
é
adelinqUêncla e
quanto mais em direcão a ~reasresidenciais. frontelricas. menor a delinqüência.
- William Heal~ observou como os pares de uma crianca afetam
~ sua moral e a sua conduta;
- Frederick H. Thrasher estudou mais de 1300 qanques de
Cni-caqo e descobriu que a qanque oferecE importantes contactos 50
-ciais a uma crianca.
a pesquisa de William F. Wh~te que se tornou um membro de
uma Qan~,dE uma zona. italiana de Boston para estudar sua estrutu
-r a e funcão. descob-riu Que a hie-ra-rquia definl~a e as relacões
so-ciais Estreitamente entrelacada5. SUQerem a siqnificacão predomi
-nante da qan~~de adolescentes para os seus membros:
- a de 5herman estudando uma comunidade montanhosa.
retró-qrada. isolada demonstrou como esse tipo de comunidade promove a
falta de iniciativa. falta de competicão e falta de re5ponsabili
-dade. e ....
2.5 - Antecrdentes fllosófico$
Antecedentes filos6ficos mostram a 1 ideran~a como sendo
de-terminada por uma entidade social:
-
Platão na -República" propõe um estado ideal. no qual.
ca-da homem acha um )uqar adequado. de acordo com suas capacica-da d ese
no qual uma orqanizacão social racional proteqe o indiv(duo contra
as aqressôes dos outros:
- Arist6teles par~ quem o homem d um "animal po)(tico·
dota-do intrinsecamente de possibilidades para a orqanizacão social e
para as reacões sociais.
Thomas Hobbes escreVE que a vida do homem . no estado
natu-ra} sem uma sociedade orqanizada seria · solitária. pobre. su.ia.
qrosseira e curta". As bases para a orqanizacão social são: fome.
sede. impulso sexual . medo. dese .io de reputacio. procura do prazer
e Evitacio da dor. Assim se formaram as sociedades resultantes do
medo e do auto interesse do homem para Qratificar suas necessida
-des e evitar ataque:
- Jerem4 Bentham n a InQlaterra deu oriQem ao utilitariSMO.
doutrina em Que o autO-Interesse do homem sua tend~ncia de procu
-rar o prazer a dor. causa muita desiqu~ldade e in .iustica social:
Wilhelm Wundt qrande pioneiro da Psicoloqia Experimental.
e autor de um volumoso tratado de ·P sicoloqia dos povos· comecou a
estudar ' as enqrenaQens primitivas como melhor express~D da menta
- Herbert Spencer evolucionista que aplicou
evolucionistas ao COMPortamento social
e ls
in5titui~ies sociais afirmou que a complexa sociedade moderna sd pode ser compreendidaem termos do desenvolvimento social precedente.
- Gabriel Tarde escrev~u "Les lois de limitation" onde
afir-ma reaqirem os homens uns em relaG:ão aos outros.
consciente e inconsciente.
por i nl i taG:ão
- Gustavo Le 80n. Impressionado pelos estudos pslqui~tricos
escreveu "A Psicoloqia da Multidão· onde explica o COMPortamento
da mult idâo como nlenos rac iona1 Intel jqente e mora] .. do que os
in-divíduos
COMPonentes.ao mesmo tempo que é mais emocional.
t ion~vel e capaz de SEQuir 1 {deres não criticamente.
suqes-- Edward A. Ross. autor
do primeiro livrocom
o
titulo de Psicoloqia Social (1908). Escreveu sobre 'suqestão' e 'imitac~o' edemonstrou como a partir delas surqiram acontecimentos sociais.
pol{ticos e econ5micos:
- Norman Tr iplett testou como as cr iancas s~o est inluladas
pela competjc~o
e
pela suqest~o:- Walther Hoede testou experimentalmente quanto os
duas' trabalham bem quando est~o presentes outras pessoas:
indiv{-- Lee
E.
Travis comparou a precis~o de sequir alqo móvel só ou na presenca de observadores;- Flo~d
H.
Allport distinque entre eSPEctadores ecolabora-dores ressaltando que na presenca dos últimos eleva a execuc~o;
- Julius B. Haller testou a efetividade relativa de
auto-coRlpetic:ão:
- Vladímj~ Bekhterev estudou a cooperac:ao na forma do
pensa-mento do Qrupo E' a decisão do qrupo em qeral parecia mais
vanta.io-sa do que o trabalho individual. em termos de correc:ão
e
qualidadede decisâo~ ee
2.5 - Fatores externos
Fatores externos como a economia influem na lideranc:a
po)(-tica e por extensão do princípio em toda lideranc::a.
If
o que nosapresenta Marshall em seu estudo de política nacional.
relacionan-do as vari~veis índice p1uviomitrico com Qanhos e perdas de
elei-cão pelo partido do poder. Sequndo seus estudos. nos EEUU a
lide-ranca política no período 1824-1924. Esteve intimamente
relaciona-da às prec;pitacões pluviométricas positivas ou neqativas.
corres-pondendo respectivamente às liderancas dos partidos situacionistas
ou oposicionistas. A relacio com a lideranca ~ a de que surqindo
em ~pocas de crises uma de suas características essenciais ~ a
ur-qincia ou pressio do tempo.86
Os fatores econômicos tem um efeito impressionante no
desen-volvimento da personalidade. constituindo uma das causas princl
-~ais da dellnqUincia .juvenil a pobreza e as condicies que a
acom-panham: zona pobre. super lotacao no lar. discórdia parental. etc.
Provam-no os estudos a sequir:
55. SCHNElOER, Eliezer. Telas Atuais da PsicolOQia: Novas consid!ra,irs. Rio de Janeiro. Instituto de Psicolo-4ia di UniVffsidade do 8rasil. 1967. SeParata do 801eti. do Instituto de PsicolOQla. Rio de Janeiro. XUBII (~.S e 6): 1-21. 29 trl •• 1961.
- James
S.
Plant psiquiatra descobriu que a 5uperlota~ãosi qnifica pouca ou nenhuma intimidade PEssoal . falta de
oportuni-dade para desenvolver um sentido de individualioportuni-dade
e
de .iu lqarob.ietivamente a si mesmo
e
o esfur~o de ter constantemente de vi-ver em harmonia com os outros:- Arnold Gesell informou Que as cr ian t:i:\S pobres são mais
capazes de tomar conta de si me s mas do Que as criancas de classe al
-ta da mesma idade:
- Ross Staqner achou que os estudantes de · col1eQeO com tais
antecedentes eram pre .iudicados por falta de confianca e as PErtur
-bacoes emocionais mais frequentes:
- Paul Lazarsfeld descobriu que o desempreQO contfnuo tinha
um efeito de s moralizante sobre a personalid~de. inclusive a perda
de confian~a. a perda de ·status e um sentimento de fut ilidade.~7
As
mudan~as de um reqime ou no caso da lid e ran~a~ de estiloa outro. proporcionam eyid~ncias para a hip6tese de que a co nduta do qrupo
é
fun~ão de sua estrutura <tipo de fOFma~ão recebida . meio ambiente. co ndi~ies culturais. etc.). e n~o de seuscomponen-Sc herif sub linha c fato do papel do lider n~o estar
determi-nado por tra~os e capacidades absolutas mas pelas demandas da si
-Alquns estudos mostraram que blocos de COMPortamento são
ad-quirJdos inicialmente quando um individuo ObS~Fya um modelo e. em
conS~Quincia. imita o comportamento do modelo. Assim. adqu i re '-se
um compor tamento social convencional e obtém-se muitas cateqorias
57. SAltGEHT & STAFfOllD. op cit.. li. 212
:;a. SPRDl1. W.J.H .. et all1 II!.icolOC1ia ij socioloqia dei lidero Bueno!. Airf!.. Paidos. 1967. li. 25