REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologiawww.sba.com.br
ARTIGO
CIENTÍFICO
Efeitos
citotóxicos
de
anestesia
local
com
lidocaína/ropivacaína
em
linhagens
celulares
de
melanoma
humano
Ding-Kun
Kang
∗,
Li-Yan
Zhao
e
Hong-Li
Wang
LuoyangOrthopedic---TraumatologicalHospital,DepartmentofAnesthesiology,Luoyang,China
Recebidoem22defevereirode2015;aceitoem15deabrilde2015 DisponívelnaInternetem14desetembrode2016
PALAVRAS-CHAVE Lidocaína;
Ropivacaína; Citotoxicidade; Anestésicoslocaisdo grupoamino-amida; Linhagenscelulares demelanoma; Citometriadefluxo
Resumo
Justificativa:Osanestésicoslocais(ALs)sãogeralmenteconsideradoscomoseguros,mas cito-toxicidadefoirelatadaemváriosanestésicoslocaisusadosemsereshumanos,aqualnãoébem investigada.Nopresenteestudo,acitotoxicidadedelidocaínaeropivacaínaedacombinac¸ão delidocaínaeropivacaínafoiavaliadaemlinhagenscelularesdemelanomahumano.Melfalano, umagentealquilantedemostardanitrogenada,foiusadocomoumagentedecontroleparaa comparac¸ãodaatividadecitotóxica.
Métodos: Linhagens celulares de melanoma, A375 e Hs294T foram expostas por uma hora a concentrac¸ões diferentes dos agentes mencionados acima. A viabilidade celular após a exposic¸ãofoideterminadaporcitometriadefluxo.
Resultados: OsALs investigadosmostraram citotoxicidade prejudicial nas linhagens celula-res de melanoma estudadas dependente do tempo (p<0,001), da concentrac¸ão (p<0,001) e do agente. Em ambas as linhagens de células A375 e Hs294T, níveis mínimos de viabilidade celular foram encontrados após 72 horas de exposic¸ão a esses agentes. Lido-caína a 2% provocou uma reduc¸ão das células vitais para 10%±2% e 14%±2% em A375 e Hs294T, respectivamente, após 72 horas de exposic¸ão. Ropivacaína a 0,75% após 72 horasreduziu ascélulas viáveis para 15%±3% e25%±3%, em A375 eHs294T, respecti-vamente.Aviabilidadecelularmínimaapósexposic¸ãode72horasparaacombinac¸ãofoide 10%±2%e18%±2% emA375 eHs294T,respectivamente.A viabilidadecelularmínimaapós exposic¸ãode72horasaomelfalanofoide8%±1%e12±2,emA375eHs294T,respectivamente.
Conclusão:OsALstêmatividadecitotóxicaemlinhagensdecelularesdemelanomahumanode mododependentedotempo,daconcentrac¸ãoedoagente.Aapoptosenaslinhagenscelulares foimediadapormeiodaatividadedascaspases-3ecaspases-8.
©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum artigoOpen Accesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:kangdingkun63@gmail.com(D-K.Kang).
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2016.08.002
KEYWORDS Lidocaine; Ropivacaine; Cytotoxicity; Aminoamidelocal anesthetics;
Melanomacelllines; Flowcytometry
Cytotoxiceffectsoflocalanesthesiathroughlidocaine/ropivacaineonhuman
melanomacelllines
Abstract
Background: Localanesthetics(LAs)aregenerallyconsideredassafe,butcytotoxicityhasbeen reportedforseverallocalanestheticsusedinhumans,whichisnotwellinvestigated.Inthe presentstudy,thecytotoxicityoflidocaine,ropivacaineandthecombinationoflidocaineand ropivacaine were evaluated onhuman melanomacell lines.Melphalan, a nitrogenmustard alkylatingagent,wasusedasacontrolagentforcomparisonofcytotoxicactivity.
Methods:Melanomacelllines,A375andHs294T,wereexposedto1htodifferentconcentrations ofaboveagents.Cell-viabilityafterexposurewasdeterminedbyflowcytometry.
Results:Investigated LAsshoweddetrimentalcytotoxicity onstudiedmelanomacelllinesin time-(p<0.001),concentration-(p<0.001),andagentdependant. InbothA375andHs294T cell lines,minimum cellviability rateswere found after 72hof exposureto these agents. Lidocaine 2%causedareductionofvitalcellsto10%±2%and14%±2%inA375andHs294T, respectivelyafter72hofexposure.Ropivacaine0.75%after72hreducedviablecellsto15%± 3% and25%± 3%inA375andHs294T,respectively.Minimumcellviabilityafter72hexposuretothe combinationwas10%±2%and18%±2%inA375andHs294T,respectively.Minimumcellviability after72hexposuretomelphalanwas8%± 1%and12%± 2%,inA375andHs294T,respectively.
Conclusion: LAshavecytotoxicactivityonhumanmelanomacelllinesinatime-, concentration-and agent-dependant manner. Apoptosis inthe celllines was mediatedthrough activity of caspases-3andcaspases-8.
©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc
¸ão
Pouco se sabe sobrea quimioterapia e os anestésicos em
geral. Em cenários perioperatórios e ambulatórios,
anes-tésicos locais são aplicados por via intra-articular.1 Os
anestésicoslocaisdotipoaminoamidaexibemsuaatividade
principalmenteaobloquearaconduc¸ãodoimpulsode
axô-niosdonervodemodo reversível.Lidocaína eropivacaína
sãoanestésicoslocaisquepertencemàclassedas
aminoa-minas.Oprimeiroexibeatividadeantiarrítmica(classe-1b).
Em geral, osanestésicos locais (ALs) previnem oualiviam
a dor por meio de ligac¸ão a receptores em sítios
espe-cíficos dos canais de sódio (Na+) nos nervos e bloqueiam
amovimentac¸ão deíonsatravésdesses poros.As
proprie-dades clínicas de um AL sãodeterminadas tanto química
quanto farmacologicamente.2 Demonstrou-se que os ALs,
incluindolidocaína,aplicadostopicamenteforneceramum
bomcontroledadorempacientescomcânceroralouretal.
Lidocaínaeropivacaínasãoadministradasemconcentrac¸ões
de1,5%ou2%e0,5%ou0,75%,respectivamente,para
anes-tesiacirúrgica, comcardiotoxicidade e toxicidadeno SNC
reduzidas.1,3,4EssesALssãoamplamenteusadosnocontrole
dadorempacientescomcâncerdecabec¸aepescoc¸opara
inibirmetástaseerecidivadetumoresereduziroestresse
cirúrgicoinduzidopelaatividadedascélulasNK(natural
kil-ler).Contudo,estudosinvitroeeminvivodemonstraram
citotoxicidadeem várias célulascultivadas.5,6 Publicac¸ões
anteriores relataram que a injec¸ão de uma dose única
de lidocaína a 1% pode ter atividade condrotóxica
signi-ficativa. A citotoxicidade de lidocaína em células-tronco
mesenquimais, em células orais e de tumores humanos e
células endoteliais dacórnea e fibroblastos dotendão do
manguito rotador foi relatada anteriormente.7---13
Ropiva-caína,umanestésicolocalaminoamidadeac¸ãoprolongada,
inibeo influxode íons de sódio reversivelmente e, dessa
forma, bloqueia a conduc¸ão do impulso nas fibras
ner-vosas. Relatou-se que ropivacaína demonstrou potencial
reduzido de toxicidade cardíaca e noCNS e que é usada
commaisfrequência em anestesia locale nomanejo das
doresdoparto edornopós-operatório.Alémdaatividade
anestésicalocal,relatou-setambémqueropivacaínainibiu
a agregac¸ão plaquetária e a atividade antibacteriana em
estudos in vitro. Também há relato da citotoxicidade de
ropivacaína em linhagens de célulasmesenquimais a uma
concentrac¸ão de 0,5%. A neurotoxicidade dos anestésicos
locais foi associada à apoptose.10,14---18 Embora os
anesté-sicos locais do tipo aminoamida sejam usados há muito
tempopara várias complicac¸ões, nãohá informac¸ão
ade-quada sobrea atividade citotóxica desses agentes, o que
requer estudo detalhado. A atividade citotóxica dos ALs
comumente usados em casos de melanoma ainda não foi
amplamenteestudada. Anossahipótese foique essesALs
aminoamidasregularmente usadostêm efeitos citotóxicos
emmelanomahumano,aformamaisletaldecâncerdepele,
deformaespecíficaparaoagente,otempoeadose.Neste
estudo,alémde avaliardiferentes concentrac¸õesdos ALs
mencionadosacima,investigamosacombinac¸ãodeambos
oscompostosparaavaliaropotencialcitotóxico.Oobjetivo
primáriodoestudo foiinvestigarseesses LAscomumente
usados têm efeitos citotóxicos em linhagens de células
de melanoma. Neste estudo, o efeito do pH dos ALs na
morte celularde linhagens de células demelanoma
tam-bémfoiavaliado.Otestedeatividadedascaspasesfoifeito
Melfalano, umagente mostarda alquilantenitrogenado, é
umquimioterápicoqueatuaporalquilac¸ãodeguaninados
nucleotídeosdeDNA.Relatou-sequemelfalanoécitotóxico
em várias linhagens celulares, incluindo demelanoma, e,
portanto,é usado como umagente padrãopara avaliaro
potencialcitotóxicoecomocomparador.19,20
Material
e
métodos
Material
Lidocaína, ropivacaína e melfalano (137-58-6; 98717-15-8
e 148-82-3, respectivamente) foramadquiridos da
Sigma--Aldrich,Alemanha.Todosessesmedicamentosereagentes
não tinham conservantes e foram dissolvidos em soluc¸ão
salinatamponada(pH7,0).Brometode
3-[4,5-dimetiltiazol-2-il]-2,5-difeniltetrazólio (MTT) foi adquirido da Sigma
(SigmaChem.Ind.,St.Louis,MO,EUA).
Culturacelular
Células de melanoma maligno humano, linhagem A375,
foram adquiridas do Instituto de Biologia Celular,
Ins-tituto Xangai de Ciências Biológicas, Academia Chinesa
de Ciências, China. A linhagem celular foi cultivada em
meio de cultura Eagle Modificado por Dulbecco (DMEM)
(LifeTechnologies,Carlsbad,CA,EUA).Alinhagemcelular
foi suplementada com 4mM de glutamina, o dipeptídeo
L-alanil-L-glutamina que impede a degradac¸ão e
acú-mulo de amônia em culturas tanto aderentes quanto de
suspensão, e soro fetal bovino a 5% (Life Technologies).
Célulasdemelanoma humano,linhagemHs294T,(Instituto
de Biologia Celular, China) foram cultivadas em meio de
cultura DMEM (Lonza, Basel, Suíc¸a) suplementado com
2mM glutamina (Life Technologies) e soro fetal bovino a
5%(Life Technologies). A linhagem celularde fibroblastos
dérmicoshumanosnormais(NHDF;Lonza)foicultivadaem
meiodeculturaMEM␣(Lonza),suplementadocom2mMde
glutamina(LifeTechnologies)esorofetalbovinoa10%(Life
Technologies).Ascélulasforamcultivadasatéaconfluência
etransferidasparaplacasdecultivode48poc¸os,48horas
antesdotratamentoexperimental.
Todososmeioscontinhamestreptomicina(0,1mg.mL---1),
penicilina (100U.mL---1) e anfotericina B (0,25g.mL---1)
(Lonza).As célulasforamcultivadasa 37◦Cem atmosfera
húmidasaturadacom5%deCO2e95%dehumidaderelativa.
Análisedeapoptosecelularporcitometriadefluxo
Lidocaína e ropivacaína formam o grupo de ALs
aminoa-midas, mas diferem quanto à potência analgésica, início
de ac¸ão e durac¸ão da anestesia. Durante uma hora, as
células de melanoma foram expostas a 1mL de soluc¸ões
dos anestésicos locais com as seguintes concentrac¸ões:
0,03125%,0,0625%, 0,125%,0,25%, 0,5%,1%e 2% de
lido-caína;0,03125%,0,0625%,0,125%,0,25%,0,5%,e0,75%de
ropivacaína;melfalano(0,2%)e0,03125%,0,0625%,0,125%,
0,25%, 0,5% e 0,75% de uma combinac¸ão de
lidocaína--ropivacaína.Aconcentrac¸ãodoscompostostestadosvariou
de0,03125%a2%.Ascélulascontrolesforamtratadascom
sorofisiológiconormaldurante umahora.As soluc¸ões
tra-tadas que continham células demelanoma nãoaderentes
foram removidas e centrifugadas. Os sedimentos
celula-res formadosforamlavados em soluc¸ãosalina tamponada
e devolvidos aos respectivos poc¸os com meio de cultura.
Após 24 e 72horas, a viabilidadecelular foideterminada
por citometria de fluxo. Para determinar a influência do
pHsobreaslinhagensdecélulasdemelanomahumano,as
taxas de viabilidade foramanalisadas 24 e 72 horas após
uma hora de exposic¸ão à soluc¸ão salina com pH de 7,4;
7;6; 5e4.O seguinteprocedimentogeral foiusadopara
analisaraviabilidadedascélulasdemelanoma:ascélulas
A375(1×106mL---1)foramsemeadasem placasdecultura,
deixadas a aderire colhidasapós tratamento com
ropiva-caínaelidocaínaecombinac¸ãodelidocaína-ropivacaínapor
24 horas. As célulascontrolesincluíram células coradase
células não tratadas (isto é, não tratadas com veículo).
Todo o processo foi feito em gelo. Em momentos
indivi-duais, o meio de cultura foi colhido, combinado com as
células em suspensão e centrifugadodurante 5minutos a
1.200rpmparaasseguraracoletadetodoomaterial
celu-lar.Ossedimentoscelularesforamsuspensosemtampãode
ligac¸ão(500L1×)aumadensidadedeaproximadamente
1×106mL---1.Asamostrasforamincubadascomcolorac¸ãode
AnexinaV-FITC(1L)ePI(5L)porexatamente5minem
temperaturaambientenoescuroeforamentãotransferidas
paratubosFACSde5mLeemseguidaamensurac¸ãofoifeita
comumcitômetroFACSCalibur(Becton Dickinson,EUA).A
fluorescênciadePI e V-FITCfoidetectada noscanais FL-1
(verde)eFL-2(vermelho),respectivamente,apóscorrec¸ão
paraasobreposic¸ãoespectralentreosdoiscanais. O
pro-grama CellQuest(Becton Dickinson,EUA)foi usadoparaa
análisedosdados.1
Ensaiodasatividadesdascaspases-3/8
Asatividadesdascaspases-3/8foramanalisadasem12,24e
72horasapósaexposic¸ãoaosanestésicoslocais,comouso
dekitsdeensaiocolorimétrico(KeygenCo.,China).As
célu-las(1×106poc¸o---1)foramsemeadasemplacasdeseispoc¸os
etratadascomdiferentesconcentrac¸õesdelidocaína,
ropi-vacaínaoumistura delidocaína eropivacaínae melfalano
por 12, 24 e 72 horas. A caspase-3 e a caspase-8
hidro-lisam o substrato peptídico(Ac-DEVD-PNA e Ac-IETD-PNA,
respectivamente),oquelevaàliberac¸ãodep-nitroanilida
(pNA).Aconcentrac¸ãodepNAécalculadadeacordocoma
absorbânciamedidaaumcomprimentodeondade405nme
curvadecalibrac¸ãocombasenassoluc¸ões-padrãodepNA.
Todososvaloresobtidosforamexpressosem pNA.mg---1 de
proteínatotal.Além disso,todososvaloresobtidosforam
normalizadosparaaviabilidadedascélulascontroles.13
Análiseestatística
Cadaexperimentofoifeitoemtriplicadoeosdados
repre-sentativosforamregistrados.Anovasimplesfoiusadapara
medir os valores médios das comparac¸ões estatísticas.
A correlac¸ão das variáveis foi avaliada com análise de
correlac¸ãobivariada.Asdiferenc¸ascomp<0,05foram
120
A
B
100
80
60
40
20
0
0,250 0,125 0,0625 0,0325 Controle
Concentração de ropivacaína (%) Ropivacaína
Células viáveis (%) – 24 horas
120
100
80
60
40
20
0
Células viáveis (%) – 72 horas
0,750
0,500 Padrão Controle0,0325 0,0625 0,125 0,250
Concentração de ropivacaína (%) Ropivacaína
0,500 *
0,750 *
Padrão # #
#
*
Figura1 EfeitoderopivacaínasobreaviabilidadedascélulasA375demelanoma.Acurvadose-respostadacitotoxicidadede ropivacaínafoimensurada(A)24horase(B)72horasapósumahoradeexposic¸ãoacitometriadefluxo.(AeB)Concentrac¸ões deropivacaínaa0,50%e0,75%causaramumareduc¸ãosignificativadaviabilidadecelularemcomparac¸ãocomocontrole(soluc¸ão salina)eforamcomparáveiscomadoagentepadrão(melfalanoa0,5%)após24e72horas.Asbarrasrepresentamosvaloresmédios dosexperimentos,comoerropadrãocomobarrasdeerro(*p<0,05;#p<0,01).
foramdeterminadoscomtestesbicaudais.Aanálise
estatís-ticafoifeitacomoprogramaSPSS12.0.
Resultados
Análisedaviabilidadecelularcomouso decitometriadefluxo
Neste estudo, lidocaína, ropivacaína e a combinac¸ão
de lidocaína-ropivacaína apresentaram citotoxicidade
dependente da concentrac¸ão, do tempo e do agente em
células de melanoma humano (A375, Hs294T) e os
resul-tados obtidos foram comparáveis aos do melfalano, um
agente alquilante de mostarda nitrogenada, usado como
agente-padrãoparaacomparac¸ão(figs.1-6).
A exposic¸ão a concentrac¸ões elevadas de lidocaína e
ropivacaína resultou em reduc¸ão do número de células
viáveis observáveis. O tratamento com uma combinac¸ão
de lidocaína-ropivacaína a uma concentrac¸ão de 0,25% e
superiorcausouumdeclíniosignificativodecélulasviáveis
em ambasaslinhagens celulares A375 e Hs294T.A frac¸ão
120
A
B
100
80
60
40
20
0
Controle0,03250,0625 0,125 0,250
Concentração de lidocaína (%) Lidocaína
Células viáveis (%) – 24 horas
0,750 0,500
#
1,00 *
2,00 #
Padrão #
120
100
80
60
40
20
0
0,250 0,125 0,0625 0,0325 Controle
Concentração de lidocaína (%) Lidocaína
Células viáveis (%) – 72 horas
0,750 0,500
#
1,00 *
2,00 *
Padrão #
120
A
B
100
80
60
40
20
0
0,250 0,125 0,0625 0,0325 Controle
*
Concentração da combinação (%) (Lidocaína+Ropivacaína)
Concentração da combinação (%) (Lidocaína+Ropivacaína)
Lidocaína+Ropivacaína
Células viáveis (%) – 24 horas
0,500 #
0,750 *
Padrão #
120
100
80
60
40
20
0
0,250 0,125 0,0625 0,0325 Controle
#
Lidocaína+Ropivacaína
Células viáveis (%) – 72 horas
0,500 *
0,750 *
Padrão #
Figura3 Efeitodacombinac¸ãodelidocaína-ropivacaínasobreaviabilidadedascélulasA375demelanoma.Astaxasdeviabilidade foramsignificativamentemenoresnacombinac¸ãodeconcentrac¸õesdelidocaínaeropivacaínasuperioresa0,25%eacimade24e 72horasapósotratamento.Asbarrasrepresentamosvaloresmédiosdosexperimentos,comoerropadrãocomobarrasdeerro (*p<0,05;#p<0,01;controle,soluc¸ãosalina;padrão,melfalanoa0,5%).
decélulasapoptóticas enecróticasaumentou.Viabilidade
mínima das células foi observada a uma concentrac¸ão
de 0,75% e as taxas de viabilidade a essa concentrac¸ão
foramde15%±2% (p<0,005)após24horas ede10%±2%
(p<0,005)após72horas,respectivamente(figs.3Ae3B).
Na linhagem de células A375, as concentrac¸ões de
ropi-vacaína a 0,50% e superiores causaram diminuic¸ões
significativasdaviabilidadeeaumentaram aapoptoseea
necrose,emcomparac¸ãocomasoluc¸ãosalina(controle)em
todososmomentosdeavaliac¸ãodoestudo(figs.1Ae1B).
Acitotoxicidadederopivacaínaaumentoudemodo
depen-dente da concentrac¸ão. Ropivacaína a 0,75% causou uma
reduc¸ão da viabilidade celular para 22%±3% (p<0,005)
após 24 horas e para 15%±3% (p <0,005) após 72 horas,
respectivamente.
Otratamentocomdiferentesconcentrac¸õesdelidocaína
tambémcausoudeclíniodaviabilidadecelulardalinhagem
A375 de formadependente da dose (fig. 2A e 2B).
Lido-caínaa0,75%esuperiorcausoureduc¸ãodecélulasvitaisda
linhagemA375easviabilidadesmínimasdascélulasforam
120
A
100
80
60
40
20
0
0,250 0,125 0,0625 0,0325 Controle
Concentração de ropivacaína (%) Ropivacaína
Células viáveis (%) – 24 horas
0,500 #
0,750 #
Padrão #
120
B
100
80
60
40
20
0
0,250 0,125 0,0625 0,0325 Controle
Concentração de ropivacaína (%) Ropivacaína
Células viáveis (%) – 72 horas
0,500 #
0,750 *
Padrão #
120
A
100
80
60
40
20
0,500 0,250 0,125 0,0625 0,0325 Controle
Concentração de lidocaína (%) Lidocaína
Células viáveis (%) – 24 horas
0,750 #
1,00 #
2,00 *
Padrão #
0
120
B
100
80
60
40
20
0,500 0,250 0,125 0,0625 0,0325 Controle
Concentração de lidocaína (%) Lidocaína
Células viáveis (%) – 72 horas
0,750 #
1,00 #
2,00 #
Padrão #
0
Figura5 EfeitosdalidocaínasobreaviabilidadedecélulasHs294Tdemelanoma.Otratamentocomconcentrac¸õesdelidocaína a0,75%esuperioresreduziudemodosignificativoaviabilidadeapós24e72horas.Asbarrasrepresentamosvaloresmédiosdos experimentos,comoerropadrãocomobarrasdeerro(*p<0,05;#p<0,01;controle,soluc¸ãosalina;padrão,melfalanoa0,5%).
de25%±2%(p<0,001)ede10%±2%(p<0,005)após24e
72horas,respectivamente.Melfalanofoiusadocomoagente
padrãoecausouumareduc¸ãodecélulasvitaispara10%±2%
(p<0,001)e8%±1%(p<0,001)após24e72horas,
respec-tivamente.
Resultados semelhantes foram obtidos em linhagens
celulares de melanoma Hs294T e confirmaram
adicional-mente o efeito citotóxico desses agentes em linhagens
celulares de melanoma (figs. 4-6). Neste estudo, a
linha-gem celular A375 foi maissensível aos anestésicos locais
emcomparac¸ãocomalinhagemcelularHs294T.Nalinhagem
celularHs294T,aexposic¸ãocomacombinac¸ãode
lidocaína--ropivacaínaa0,25%ousuperiorcausoucitotoxicidadeeas
taxasde viabilidademínima foramde 20%±2%(p<0,005)
e de 18%±2% (p<0,005) após 72 horas, respectivamente
(figs.6Ae6B).Otratamentocomconcentrac¸õescrescentes
delidocaínatambémdemonstroudeclíniodaviabilidadede
linhagenscelularesHs294T,deformadependentedadose.
Lidocaínaa0,75%esuperiorcausouumareduc¸ãodecélulas
vitaisda linhagemA375 e astaxas deviabilidade mínima
foramde23%±5%(p<0,005)ede14%±2%(p<0,001)após
24e72horas,respectivamente(figs.5Ae5B).
Aexposic¸ãoaoaumentodaconcentrac¸ãoderopivacaína
tambémcausou quedadaviabilidade celulardalinhagem
Hs294T. O tratamento com uma concentrac¸ão a 0,5% ou
superiorcausoureduc¸ãodecélulasvitaisdalinhagemeas
120
A
100
80
60
40
20
0
0,125 0,0625 0,0325 Controle
Concentração da combinação (%) (Lidocaína+Ropivacaína)
Concentração da combinação (%) (Lidocaína+Ropivacaína) Lidocaína+Ropivacaína
Células viáveis (%) – 24 horas
0,250 *
0,500 #
0,750 *
Padrão #
120
B
100
80
60
40
20
0
0,125 0,0625 0,0325 Controle
Lidocaína+Ropivacaína
Células viáveis (%) – 72 horas
0,250 *
0,500 #
0,750 *
Padrão #
120
100
80
60
40
20
0
Dia 1
Células viáveis (%)
Dia 4 Efeito do pH sobre a viabilidade
da linhagem celular A375
Dia 7
120
100
80
60
40
20
0
Dia 1
pH 7,4 pH 7 pH 6 pH 5 pH 4
Células viáveis (%)
Dia 4
Efeito do pH sobre a viabilidade da linhagem c elular Hs294T
Dia 7
Figura7 EfeitosdopHsobreaviabilidadecelulardemelanoma.Aslinhagensdecélulas(A375eHs294T)nãoforamafetadasde formasignificativaapósumadeexposic¸ãoasoluc¸õessalinascompHde7,4;7;6;5e4após1,4e7dias,comcitometriadefluxo. Asproporc¸õesdecélulasviáveissãoexpressasemporcentagemdonúmerototaldecélulasnosdiferentesgruposdetratamento. Asbarrasrepresentamoerropadrãocomobarrasdeerro.
taxasdeviabilidademínima foramde32%±3%(p<0,001)
e de 25%±3% (p<0,005) após 24 e 72 horas,
respectiva-mente(fig.4Ae4B).Melfalano,agentecitotóxicopadrão,a
umaconcentrac¸ãode0,2%provocouumareduc¸ãodecélulas
vitaispara15%±2% (p<0,001)e para12%±2%(p<0,001)
após24e72horas,respectivamente.
EfeitodopHsobreacitotoxicidade
Aacidezdosanestésicoslocaispodeserumadascausasdo
efeitocitotóxico.Paraessaavaliac¸ão,asmesmaslinhagens
celulares foram tratadas com soluc¸ão salina com pH que
variouentre4e7,4.Aviabilidadedaslinhagens celulares
de melanoma (A375 e Hs294T) não foi afetada de forma
significativaapósumahoradeexposic¸ãoasoluc¸õessalinas
compHde4;5;6;7e7,4apósum,quatroesetediascom
ousodecitometriadefluxo.As proporc¸õesdeviabilidade
das células são mostradas como percentagem do número
total de células em diferentes grupos de tratamento
(figs.7Ae7B).
Análisedaatividadedascaspases-3/8
A apoptose é mediada por uma cascata de caspases ou
proteases específicas deaspartato de cisteína. Lidocaína,
ropivacaína e a combinac¸ão de lidocaína-ropivacaína
aumentaram de forma significativa a expressão das
cas-pases 3 e 8 ativadas de modo dependente do tempo na
linhagemcelularA375(figs.8Ae8B).Níveisdepicoforam
obtidosemtodososanestésicoslocaisimediatamenteapós
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0 12 24
Tempo em horas Atividade da caspase-3
Atividade da caspase-3 (valor A)
72
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0 12 24
Tempo em horas
Ropivacaína Lidocaína Lidocaína+Ropivacaína
Atividade da caspase-8
Atividade da caspase-8 (valor A)
72
12 horas. Em seus picos, todos os agentes apresentaram
níveis significativos maiores de gerac¸ão de caspase em
comparac¸ãocomogrupocontrole(p≤0,004).
Discussão
Os resultados do estudo sustentam a hipótese de que os
anestésicoslocaisaminoamidaavaliadostêmefeito
citotó-xicosobreaslinhagenscelularesdemelanomahumano.Os
anestésicos locais têmsido usados em anestesia dérmica,
raquianestesia, anestesia tópica e para aliviar a dor em
pacientescom câncer. Lidocaína e ropivacaínasão usadas
clinicamente em concentrac¸ão de 1,5% ou 2% e 0,5%
ou 0,75%, respectivamente, para anestesia cirúrgica.1,3
Relatou-se tambémque ropivacaína é menoscardiotóxica
e menos tóxica ao nervoso central do que lidocaína e
outros anestésicos locais comumente usados. De acordo
com um estudo farmacodinâmico de anestésicos locais,
ropivacaína tem um tempo de ac¸ão mais prolongado e
potência mais elevada, em comparac¸ão com lidocaína.
Alémdisso,ropivacaínatemumataxamaiorderecuperac¸ão
deparadacardíacaquedolidocaína.21Contudo,relatou-se
que lidocaína e ropivacaína têm atividade citotóxica.22
Estudos também relataram efeitos citotóxicos desses
anestésicoslocaisdeformadependentedadoseedotempo
sobre diferentes tipos de câncer.23---25 Porém, são poucos
os estudos que avaliaram o efeito de lidocaína e
ropiva-caína,anestésicoslocaiscomumenteusados,emlinhagens
celulares de melanoma humano e isso nos impulsionou a
conduzir o presente estudo. Além disso, a avaliac¸ão da
combinac¸ãodedoisanestésicoslocaistambémfoifeitapara
investigaraac¸ão citotóxicasinergéticasobreaslinhagens
celulares demelanoma humano. Acombinac¸ãodamesma
classe deanestésicos locais, istoé, aminoamida, foi
des-providadequaisquerproblemascompatíveiseverificou-se
teratividadesinérgicaeoefeitocitotóxicodacombinac¸ão
foi comparável ao de melfalano. No entanto, no
pre-senteestudo,ropivacaínademonstrouatividadecitotóxica
quandocomparadacomsorofisiológiconormalemqualquer
concentrac¸ão,masfoimenoscitotóxicaquandocomparada
comlidocaína,acombinac¸ãoemelfalano.
Váriosestudosmostraramefeitoscitotóxicosde
diferen-tes concentrac¸ões de anestésicos locais após tempos de
exposic¸ão e de avaliac¸ão diferentes.7---13 Em comparac¸ão
comumcenárioexperimentalidênticoemlinhagens
celula-resdecâncer,aslinhagenscelularesdemelanomahumano
forammaissensíveisaosanestésicoslocaisecausarammais
morte celular após tratamento com concentrac¸ões iguais
deanestésicoslocaisparaosmesmostemposdeexposic¸ão
edeavaliac¸ão.Apósa exposic¸ão aosanestésicoslocais, a
mortecelularimediatapodetersidocausadapornecrose,
enquantoaviabilidadedascélulasdiminuiudeforma
depen-dentedotempoaolongodeváriashoras.Estudospublicados
mostraramqueapermeabilidadeecitotoxicidadeda
mem-branaforammáximasquandoalipofilicidade,determinada
pelo coeficiente de partic¸ão octanol-água (logp), ficou
próximo de3.26,27 Esse achado foi adicionalmente
susten-tado por nosso trabalho no qual ropivacaína (logp=2,91)
e lidocaína(logp=2,56) mostraramefeitoscitotóxicos em
linhagens celulares de melanoma (A375 e Hs294T). Esse
resultadosugerequeacitotoxicidadedosanestésicoslocais
estámuitorelacionadacomapermeabilidadedesuas
mem-branas.
Aacidezdosanestésicoslocaispodeserumadascausas
dosefeitoscitotóxicoseparaavaliá-laasmesmaslinhagens
celularesforamtratadascomsoluc¸õessalinascompHque
variouentre4e7,4. Aavaliac¸ãodaviabilidadenão
apre-sentoudiferenc¸aem toda avariac¸ão de pH estudadae a
atividadecitotóxicadevidoàacidezdosanestésicoslocais
pôdeserexcluídanesteestudo(figs.7Ae7B).
A atividade das caspases foi avaliada para diferenciar
se apoptose ou necrose foi responsável pela atividade
citotóxica.13 As caspases desempenham um papel
impor-tante na apoptose (morte celular programada), necrose
e inflamac¸ão. São amplamente classificadas pelo papel
que desempenham na apoptose (caspases 3, 6, 7, 8 e 9
em mamíferos) e na inflamac¸ão (caspases 1, 4, 5 e 12
em seres humanos). Além disso, as caspases envolvidas
na apoptosesão classificadas com base nomecanismo de
ac¸ão: caspases iniciadoras (caspases 8 e 9) e caspases
executoras (caspases 3, 6 e 7). Em célula apoptótica, a
caspase-3éativadaporviasextrínseca(ligandodemorte)
e intrínseca (mitocondrial).28,29 Neste estudo, a atividade
tanto da caspase-3 quanto da caspase-8 foi aumentada,
o que sugere o papel dessas caspases na regulac¸ão da
apoptose(figs.8Ae8B).
Neste estudo, o método foi desenhado para diminuir
emedir aproximadamentepossíveisdanoscelulares
iatro-gênicos com um cenário experimental em culturas de
monocamada. A exposic¸ão a anestésicos locais pode
pre-judicaraaderênciacelularaosdiscosdecultura.Portanto,
ascélulasnãoaderentesdoestudoforamlavadase
devol-vidas. O instrumento mais comumente usado para medir
aviabilidade celular é a citometria de fluxo e, portanto,
essefoioinstrumentousadoparaestimaraviabilidadecom
precisão.4,25,30
Os anestésicos locais aminoamida que usamos neste
estudo são amplamente usados para tratar irritac¸ão, dor
e prurido e são injetados como um anestésico
odon-tológico ou usados como anestésicos locais em cirurgia
de pequeno porte.31,32 Os anestésicos locais avaliados,
incluindo a combinac¸ão de lidocaína-ropivacaína, foram
maiscitotóxicos em concentrac¸ões mais elevadas do que
em concentrac¸ões menos elevadas. O estudo
investiga-tivo sugere que lidocaína, ropivacaína e combinac¸ão de
lidocaína-ropivacaína podem ser adicionalmente
investi-gadas para suas propriedades anticancerígenas para o
tratamentodepacientescommelanoma,vistoqueos
agen-tes quimioterápicos atualmente disponíveis têm efeitos
secundários devastadores.Descobrimos que acombinac¸ão
de lidocaína-ropivacaína, em particular, é tão citotóxica
como a de melfalano, umagente alquilantede mostarda
nitrogenada (10% vs. 8%, respectivamente; p<0,01). Os
anestésicos locais estudados podem ser adicionalmente
investigadosem combinac¸ão com outros agentes
antican-cerígenosououtrostiposdeanestésicoslocaisdeatividade
sinérgica sobre o melanoma e outroscânceres. Por outro
lado,combasenosresultadosdesteestudo,recomendamos
ousoembaixasconcentrac¸õesdosanestésicoslocaismenos
citotóxicoscomercialmentedisponíveis,comobupivacaína,
paraotratamentodedoenc¸asdapeleerelacionadasouo
usodeconcentrac¸õesdessesanestésicoslocaisdescobertas
Conclusão
A atividade citotóxica dos anestésicos locais aminoamida
investigados em linhagens celulares (A375 e Hs294T) de
melanomadependedaconcentrac¸ão,doagenteedotempo
de exposic¸ão. Dos anestésicos locais estudados,
ropiva-caínafoimenoscitotóxicaemcomparac¸ãocomlidocaínae
combinac¸ãodelidocaína-ropivacaína.Aapoptosenas
linha-genscelularesfoimediadaatravésdaatividadedacaspase-3
ecaspase-8.Aviabilidadecelularnãofoiafetadapelaacidez
dosanestésicoslocaisestudados.Esteestudotevealgumas
limitac¸ões.Apenasduas linhagenscelulares foram
investi-gadaseoestudofoiinvitro.Emboraoestudodêumaideia
daatividadecitotóxicadessesagentesemcenáriosinvitro,
paraconfirmaressaatividadeensaiosclínicosempopulac¸ão
humanasãonecessários.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Referências
1.Breu A, EcklS, ZinkW, et al.Cytotoxicityof local anesthe-ticsonhumanmesenchymalstem cellsinvitro. Arthroscopy. 2013;29:1676---84.
2.KobayashiK,OhnoS,UchidaS,etal.Cytotoxicityandtypeof celldeathinducedbylocalanestheticsinhumanoralnormal andtumorcells.AnticancerRes.2012;32:2925---33.
3.SungCM,HahYS,KimJS,etal.Cytotoxiceffectsofropivacaine, bupivacaine,andlidocaineonrotatorcufftenofibroblasts.Am JSportsMed.2014;42:2888---96.
4.GrishkoV,XuM,WilsonG,etal.Apoptosisandmitochondrial dysfunctioninhumanchondrocytesfollowingexposureto lido-caine, bupivacaine, and ropivacaine. JBone Joint Surg Am. 2010;92:609---18.
5.Dregalla RC, Lyons NF, Reischling PD, et al. Amide-type local anestheticsand humanmesenchymal stemcells: clini-calimplicationsforstemcelltherapy.StemCellsTranslMed. 2014;3:365---74.
6.FedderC,Beck-SchimmerB,AguirreJ,etal.Invitroexposure ofhumanfibroblaststolocalanestheticsimpairscellgrowth. ClinExpImmunol.2010;162:280---8.
7.SakaguchiM,KurodaY,HiroseM.Theantiproliferativeeffect oflidocaineonhumantonguecancercellswithinhibitionof theactivityofepidermalgrowthfactorreceptor.AnesthAnalg. 2006;102:1103---7.
8.KimM,LeeYS,MathewsHL,etal.Inductionofapoptoticcell deathinaneuroblastomacelllinebydibucaine.ExpCellRes. 1997;231:235---41.
9.UnamiA,ShinoharaY,IchikawaT,etal.Biochemicaland micro-arrayanalysesofbupivacaine-inducedapoptosis.JToxicolSci. 2003;28:77---94.
10.Perez-CastroR, PatelS, Garavito-AguilarZV,et al. Cytotoxi-cityoflocalanestheticsinhumanneuronalcells.AnesthAnalg. 2009;108:997---1007.
11.LeeHT,XuH,SiegelCD,etal.Localanestheticsinducehuman renalcellapoptosis.AmJNephrol.2003;23:129---39.
12.NakamuraK,KidoH,MorimotoY,etal.Prilocaineinduces apop-tosisinosteoblasticcells.CanJAnaesth.1999;46:476---82. 13.ShenQ,TianF,JiangP,etal.EGCGenhancesTRAIL-mediated
apoptosisinhumanmelanomaA375cellline.JHuazhongUniv SciTechnolMedSci.2009;29:771---5.
14.RossBK,CodaB,HeathCH.Localanestheticdistributionina spinalmodel:apossiblemechanismofneurologicinjuryafter continuousspinalanesthesia.RegAnesth.1992;17:69---77. 15.AraiT,HokaS.Neurotoxicityofintrathecallocalanesthetics.
JAnesth.2007;21:540---1.
16.Kishimoto T, Bollen AW, Drasner K. Comparative spinal neurotoxicity of prilocaine and lidocaine. Anesthesiology. 2002;97:1250---3.
17.KamiyaY,OhtaK,KanekoY.Lidocaine-inducedapoptosisand necrosisin U937cellsdepending on itsdosage.Biomed Res. 2005;26:231---9.
18.BoselliE, Duflo F,Debon R, et al. The induction of apopto-sisbylocalanesthetics:acomparisonbetweenlidocaineand ropivacaine.AnesthAnalg.2003;96:755---6.
19.BauerTW,GutierrezM,DudrickDJ,etal.Ahumanmelanoma xenograftinanuderatrespondstoisolatedlimbperfusionwith TNFplusmelphalan.Surgery.2003;133:420---8.
20.HanssonJ,BerhaneK,CastroVM,etal.Sensitizationofhuman melanoma cellsto thecytotoxic effectof melphalanbythe glutathionetransferaseinhibitorethacrynicacid.CancerRes. 1991;51:94---8.
21.AliQE,ManjunathaL,AmirSH,etal.Efficacyofclonidineas anadjuvanttoropivacaineinsupraclavicularbrachial plexus block:aprospectivestudy.IndianJAnaesth.2014;58:709---13. 22.ChlebowskiRT,BlockJB,CundiffD,etal.Doxorubicin
cytoto-xicityenhancedbylocalanestheticsinahumanmelanomacell line.CancerTreatRep.1982;66:121---5.
23.Lirk P, Berger R, Hollmann MW, et al. Lidocaine time- and dose-dependentlydemethylatesdeoxyribonucleicacidinbreast cancercelllinesinvitro.BrJAnaesth.2012;109:200---7. 24.MaletA,FaureMO,DeletageN,etal.Thecomparativecytotoxic
effectsofdifferentlocalanestheticsonahumanneuroblastoma cellline.AnesthAnalg.2015;120:589---96.
25.KarpieJC,ChuCR.Lidocaineexhibitsdose-andtime-dependent cytotoxiceffectsonbovinearticularchondrocytesinvitro.Am JSportsMed.2007;35:1621---7.
26.Fujisawa S, Atsumi T, Kadoma Y, et al. Antioxidant and prooxidantactionofeugenol-relatedcompoundsandtheir cyto-toxicity.Toxicology.2002;177:39---54.
27.Ishihara M, Yokote Y, Sakagami H. Quantitative structure--cytotoxicityrelationship analysisofcoumarinandits deriva-tivesbysemiempirical molecular orbitalmethod.Anticancer Res.2006;26:2883---6.
28.McIlwainDR,BergerT,MakTW.Caspasefunctionsincelldeath anddisease.ColdSpringHarbPerspectBiol.2013;5:a008656. 29.PorterAG,JanickeRU.Emergingrolesofcaspase-3inapoptosis.
CellDeathDiffer.1999;6:99---104.
30.ChuCR,CoyleCH,ChuCT,etal.Invivoeffectsofsingle intra--articularinjectionof0.5%bupivacaineonarticularcartilage. JBoneJointSurgAm.2010;92:599---608.
31.NeafseyPJ.Patchingpainwithlidocaine:newusesforthe lido-caine5%patch.HomeHealthcNurse.2004;22:562---4. 32.DiCroceDE,TrinksPW,deLaCC.Amide-typelocal