SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
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Artigo
original
Influência
da
terapia
celular
mononuclear
sobre
a
degenerac¸ão
discal
em
coelhos
夽
Rodrigo
Caldonazzo
Fávaro,
André
de
Oliveira
Arruda,
Luiz
Roberto
Gomes
Vialle
e
Emiliano
Neves
Vialle
∗PontifíciaUniversidadeCatólicadoParaná,HospitalUniversitárioCajuru,Servic¸odeOrtopediaeTraumatologia,Curitiba,PR,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem9defevereirode2016
Aceitoem18demarçode2016
On-lineem22dejunhode2016
Palavras-chave:
Colágeno
Discointervertebral
Terapiacelular
Histologia Coelho
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Avaliarainfluênciadainjec¸ãodecélulas-troncomononuclearesautólogassobre
asalterac¸õeshistológicasdocolágenonoânulofibrosododiscointervertebralapóslesão
experimental.
Métodos:Foramsubmetidos32coelhosNewZealandapunc¸ãododiscosintervertebrais
lom-baresseguidadeinjec¸ãointradiscaldecélulasmononuclearesprovenientesdacristailíaca
versusinjec¸ãodesoluc¸ãosalinanosseguintesperíodostempo:doismesesapósalesão
(CT2MeSS2M),duassemanas(CT2SeSS2S),imediatamenteapósalesão(CTCPeSSCP)e
seminduziradegenerac¸ão(CTSPeSSSP).Apósdoismesesdaterapiacelular,osanimais
foramsubmetidosaeutanásiaeasalterac¸õesdocolágenonosdiscosintervertebraisforam
avaliadashistologicamente.
Resultados: Houvediferenc¸aestatisticamentesignificativanaCEAFentreosgruposCT2Se
SS2S(p=0,018).Essadiferenc¸adecorreudeumaumentodocolágenodotipoInogrupoSS2S
(56,7%)comparadocomoCT2S(13,28%).
Conclusão:Otratamentocomcélulasmononuclearesprecursorasmesenquimaisécapazde
reduzirasalterac¸õesnadistribuic¸ãodocolágenodotipoIeIIInoAFdediscosdegenerados
decoelhosatéduassemanasapósainduc¸ãodadegenerac¸ão.
©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora
Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://
creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Influence
of
mononuclear
cell
therapy
on
disc
degeneration
in
rabbits
Keywords:
Collagen
Intervertebraldisc
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective:Theobjectiveofthisresearchwastoevaluatetheinfluenceofautologous
mono-nuclearstemcellsinjectionsonhistologicalchangesofcollageninthefibrousannulusof
theintervertebraldiscafterexperimentalinjury.
夽
TrabalhodesenvolvidonaPontifíciaUniversidadeCatólicadoParaná,HospitalUniversitárioCajuru,Servic¸odeOrtopediae
Trauma-tologia,Curitiba,PR,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:evialle@hotmail.com(E.N.Vialle).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.03.007
0102-3616/©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccess
Cellandtissue-basedtherapy Histology
Rabbit
Methods: 32NewZealandrabbitsweresubmittedtointervertebraldiscpuncture,followed
byintradiscalinjectionofmononuclearcellsfromtheiliaccrestversussalineinjectionin
thefollowingtimeperiods:twomonthsaftertheinjury(SC2MandSS2M),twoweeks(SC2W
andSS2W)immediatelyafterinjury(SCCPandSSCP),andwithoutinducingdegeneration
(SCSPandSSSP).Twomonthsaftercelltherapy,theanimalswereeuthanizedandcollagen
changesintheintervertebraldiscswerehistologicallyevaluated.
Results: There were significant differences in ELAF between SS2W and SS2S groups
(p=0.018).ThisdifferencewasduetoanincreaseintypeIcollageninSS2Wgroup(56.7%)
comparedtoSC2S(13.28%).
Conclusion: Treatmentwithmononuclearmesenchymalstemcellsreducedchangesinthe
typeIandIIIcollagendistributioninrabbitsAFdegenerateddiscsuptotwoweeksafterthe
inductionofdegeneration.
©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora
Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://
creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc¸ão
A degenerac¸ão discal faz parte do processo de
envelheci-mentoecompreendeaperdadascaracterísticasestruturais,
biológicas e bioquímicas do disco intervertebral (DIV).1
Caracteriza-sepelaapresentac¸ãode célulasdisfuncionaise
um decréscimo dos seus componentes intracelulares, leva
à perda gradual de fluido intradiscal.2 Isso acarreta uma
desidratac¸ão discal que inclui umacascata de fatores que
podemlevar asintomas e limitac¸ãofuncional. O principal
sintomadadegenerac¸ãodiscaléadorlombar.3
Aetiologiadadegenerac¸ãodiscal émultifatorial etanto
fatores ambientais quanto constitucionais exercem papéis
comvariáveisgrausdeimportância.4Esforc¸ofísico,má
pos-tura, obesidade, ocupac¸ão, cigarro, álcool e diabetes estão
envolvidos na etiologia da degenerac¸ão discal sintomática
(DDS).5
Adorlombaréasegundacausadeconsultamédicanos
EstadosUnidos. Emtodo omundo, cerca de 60 a80% das
pessoasterãodorlombarduranteavida.Segundodados
ame-ricanos,20bilhões dedólaresaoanosãogastosemcustos
diretosparatratamentodadorlombarcrônica;somadosàs
despesas indiretas, essevalor ultrapassaos 100bilhões de
dólares.6,7
A fim de amenizar esse quadro alarmante, diversas
estratégiasterapêuticastêmsido tentadas,incluindodesde
modalidadesnãoinvasivas–comomedicac¸ãoantinflamatória
efisioterapia–atéprocedimentoscirúrgicos,comoartrodese,
terapiaintradiscaleletrotérmicaesubstituic¸ãototaldodisco.
Entretanto,osmeiosterapêuticosatuaisdirecionam-seao
tra-tamentodossintomas,enãoàinterrupc¸ãoe/ourecuperac¸ão
do processo degenerativo.8 Como opc¸ões de aplicac¸ão de
novastecnologias,diversosmodelosbiológicosdetratamento
têmsidopropostos.Pormeiodousodeelementoscelulares,
propõe-seaatuac¸ãodiretanamodulac¸ãodoprocesso
dege-nerativo,pormeiodaintroduc¸ãodecélulaspotencialmente
capazesdereconstruirotecidolesado.9
Apartirdeummodeloanimalpreviamenteestudadoe
vali-dadonessainstituic¸ãodeensino,10oobjetivodestapesquisaé
avaliarainfluênciadainjec¸ãodecélulasmononucleares
autó-logassobreasalterac¸õeshistológicasdocolágenonoânulo
fibroso(AF)dodiscointervertebralapóslesãoexperimental.
Material
e
métodos
Os experimentos deste estudoforam feitosde acordocom
as normas e os princípios éticos do Colégio Brasileiro de
Experimentac¸ãoAnimal(Cobea).Osmétodosforambaseados
emestudospréviosfeitosnessainstituic¸ão10–12enos
traba-lhosdeLipsoneMuir,13Masudaetal.14eRousseauetal.15
EstapesquisafoiaprovadapeloComitêdeÉticanoUsode
AnimaisdaPontifíciaUniversidadeCatólicadoParanásobo
n◦377efoiexecutadodeacordocomasnormasdaDeclarac¸ão
deHelsinquedaAssociac¸ãoMédicaMundial.
Foram usados coelhos (Oryctolagus cuniculus), machos,
brancos,darac¸aNewZealand,entre2,5a3kg,comcercade
oitomesesdevida.
Apósoprocedimentoanestésicopadrão(10-12)oscoelhos
foramposicionadosemdecúbitolateraldireitoesubmetidos
aumalombotomiacomexposic¸ãodacolunalombarporvia
retroperitoneal(fig.1),expôs-seasuperfícieanteriorde5DIVs
lombaresconsecutivos(L2-L3aL6-L7).Ostrêsdiscos
experi-mentaisforampuncionadoscomagulha40X12mm(18G1
½
),emumaprofundidadede5mm,quepermaneceunointerior
doDIVpor5segundos(fig.2).
Figura1–Preparocirúrgico.
Tabela1–Distribuic¸ãodoscoelhosnosgruposinjetadoscomcélulas-tronco
Células-tronco
Grupo CT2M CT2S CTCP CTSP
Coelhos (n=14)
4 3 4 3
Discosintervenc¸ão (n=37)
12 9 7 9
Discoscontrole (n=60)
16 14 16 14
CT2M,injec¸ãodeCTapós2mesesdapunc¸ão;CT2S,injec¸ãodeCTapós2semanasdapunc¸ão;CTCP,injec¸ãodeCTnomesmomomentoda punc¸ão;CTSP,injec¸ãodeCTsempunc¸ão.
Figura2–Preparodaagulhaparaexecutarapunc¸ão. Delimitamosos5mmfinaisdeumade40x12mm
(18G1
½
)apartirdeseubiseleadobramosnoformatodeScomointuitodepadronizaraprofundidadedaspunc¸ões.
Oprocessode isolamentoeobtenc¸ãodascélulastronco (CT)mononuclearesfoifeitopormeio dapunc¸ão-aspirac¸ão damedulaósseadacristailíacaefazpartedoprotocolo já desenvolvidoeconsolidadonessainstituic¸ãodeensino.16
Após coleta e isolamentodas células, elas foram
intro-duzidasno DIVdo animal com amesma técnica cirúrgica
anteriormente descrita. O material foi colocado no limite
superiordoDIVpreviamenteperfurado,com,noentanto,
agu-lhademenorcalibre13X4,5(26G
½
).Foramfeitosexatamenteosmesmosprocedimentosnosanimaisquereceberamapenas
soluc¸ãosalina(SS)isotônica,injetou-seaquantidade
idên-ticaaodovolumecelular,obedeceu-seàsmesmascondic¸ões
citadas.
Foramusados32animaisdivididosemoitogrupos:quatro
gruposexperimentaisquereceberamcélulas-troncoequatro
gruposcontrolequereceberamsoluc¸ãosalina.
Osgruposforamdivididosdeacordocomoperíodoemque
ocorreuainjec¸ãodeCT:
- CT2M (quatro animais): transplante de células-tronco
mononuclearesautólogasapós doismeses dacirurgiade
induc¸ãodedegenerac¸ãodiscal;
- CT2S(quatroanimais):transplantedecélulas-tronco
mono-nucleares autólogas após duas semanas da cirurgia de
induc¸ãodedegenerac¸ãodiscal;
- CTCP(quatroanimais):transplantedecélulas-tronco
mono-nucleares autólogas imediatamente após a cirurgia de
induc¸ãodedegenerac¸ãodiscal.
Essa diferenciac¸ão periódica permitirá a análise crítica
comparativaquantoaoperíodomaisindicadodaimplantac¸ão
daterapiacelularfrenteaoprocessodegenerativo.
- CTSP(quatroanimais),grupoquerecebeuascélulas-tronco
mononucleares,masnãopassoupeloprocedimento
cirúr-gicodeinduc¸ãodedegenerac¸ãodiscal.
Damesmaforma,osanimaisquefizerampartedogrupo
controleforamsubdivididosdeacordocomopareamentoem
relac¸ãoaogrupoexperimentalereceberaminjec¸ãodesoluc¸ão
salinaisotônica,da seguinteforma:SS2M(quatroanimais),
correspondenteaoCT2M;SS2S(quatroanimais),
correspon-denteàCT2S;SSCP(quatroanimais),correspondenteaCTCP
eSSSP(quatroanimais),correspondenteaCTSP.
Dos 32 coelhos, seis morreram durante o procedimento
cirúrgicoounopós-operatório.Assim,26coelhosforam
ana-lisadoshistologicamente,divididosconformeatabelas1e2.
Após oitosemanas da injec¸ão de material (CTs/soluc¸ão
salina isotônica)noDIV,oscoelhosforam sacrificadoscom
injec¸ão emdose excessivade pentobarbital (90mg/kg)e a
colunavertebralfoicoletadaparaanálisehistológica.
Apósoprocessamentodasamostrasobtidas,desidratadas
eencaixadasemblocosdeparafina,secc¸õesdeseismicrade
espessuraforamfeitas.Assecc¸õesforamcoradascomsirius
redparaaanálisedocolágeno.Atravésdomicroscópiocom
luz polarizada, foram observados os aspectos referentes à
disposic¸ãodecolágenonosDIVscomoaumentode20vezes.
De cada lâmina preparadacom umDIV, foram
fotogra-fadosseis camposdevisãopelosoftware DinoCapture®2.0
V1.2.7(AnMoElectronicsCorporation).Osseiscamposforam
pré-definidosparatodososdiscoseiniciamnacamadamais
periféricadaslamelasdoAF(fig.3).Essaconvenc¸ãopermite
umaamostrapanorâmicaeabrangentedaestruturadoAF.
As imagens foram processadas pelo software Image Pro
Plus®V.4.50 (Media Cybernetics, Silver Spring, MD), que
permitequantificarospontosverdes(colágenotipoIII)e
ver-melhos dalamina (colágenodotipoI)eestratificá-loscom
suasrespectivaspercentagens(fig.4).
Resultados
No intuito de comparar os grupos e descobrir possíveis
diferenc¸as estatisticamente significantes entreeles,
avalia-mosindividualmentecadavariável:camadainternadoânulo
fibroso(CIAF);camadainternadoânulofibroso(CEAF)eânulo
fibroso(AF)comoumtodo.
Paracada variávelecadatipodecolágeno,emcadaum
Tabela2–Distribuic¸ãodoscoelhosnosgruposinjetadoscomsoluc¸ãosalina
Soluc¸ãosalina
Grupo SS2M SS2S SSCP SSSP
Coelhos (n=12)
3 2 4 3
Discosintervenc¸ão (n=35)
9 6 12 8
Discoscontrole (n=55)
15 10 17 13
SS2M,injec¸ãodesoluc¸ãosalinaapós2mesesdapunc¸ão;SS2S,injec¸ãodesoluc¸ãosalinaapós2semanasdapunc¸ão;SSCP,injec¸ãodesoluc¸ão salinanomesmomomentodapunc¸ão;SSSP,injec¸ãodesoluc¸ãosalinasempunc¸ão.
resultados de colágeno no grupo com aplicac¸ão de célula--tronco iguais aos resultados de colágeno no grupo com aplicac¸ãodesoluc¸ãosalina.Nastabelas3-5sãoapresentadas
asestatísticasdescritivaseosvaloresdepdostestes
estatís-ticos.
QuandocomparamosaCIAFdosgruposinjetadoscomCT
comodosinjetadoscomSSnotamosquenãohouvediferenc¸a
estatisticamentesignificanteentreosgrupos(tabela3).
QuandocomparamosaCEAFdosgruposinjetadoscomCT
como dosinjetadoscom SSnotamosquehouvediferenc¸a
estatisticamente significante entre os grupos CT2S e SS2S
(p=0,018).Essadiferenc¸adecorreudeumaumentodo
colá-geno do tipo I no grupo SS2S (56,7%) comparado com o
CT2S (13,28%). Os valores de colágeno do tipo I e III e as
comparac¸ões dos grupos são demonstrados na tabela 4 e
figura5.
Quando comparamos o AF dos grupos injetados com
CT com o dos injetados com SS notamos que houve
diferenc¸aestatisticamentesignificanteentreosgruposCT2S
eSS2S(p=0,025).Novamenteessadiferenc¸adecorreudeum
aumentodocolágenodotipoInogrupoSS2S(76,1%)
compa-rado comoCT2S(53,32%).Osvaloresdecolágeno dotipoI
e III e as comparac¸ões dos grupos são demonstrados na
tabela5.
Discussão
A induc¸ão da degenerac¸ãodiscal foi estudadaa fundoem
outro brac¸o destalinha de pesquisa por meio de lâminas
coradas em hematoxicilina-eosina, fast-green e sirius red.10
No estudo em questão foram usadas lâminas obtidas da
Controle
Figura3–FerramentaDinoCapture.
CIAF
CEAF
Figura4–FerramentaImageProPlus.
Exemplodosoftwareafazeracontagemdepixelsemumafotografiadacamadainternadoânulofibroso(CIAF)edacamada externadoânulofibroso(CEAF).Sãotrêsinformac¸õesparacadaimagem:1–Onúmerodeobjetos;2–Aporcentagemde objetosocupadanaimageme3–Aporcentagemdaáreatotaldaimagem.
mesma espécie e populac¸ão de coelhos e a induc¸ão da
degenerac¸ão discal foi conduzida igualmente ao presente
estudo.Apadronizac¸ãodainduc¸ãodadegenerac¸ãodiscalnos
coelhosdesteexperimentopormeio dométododepunc¸ão
comagulhafoi eficazereproduziu demaneirasemelhante
aos resultados de outros estudos que usaram a mesma
técnica.10,17–20
Grande parte dos estudos contemporâneos usa a
imuno-histoquímica para avaliar os diferentes tipos de
colágeno.1,21–23 Como podemosnotar, osprecursoresnessa
Tabela3–Comparac¸ãoentreosgruposdefinidospelousodascélulas-troncoeosgruposdefinidospelousodasoluc¸ão salinanaCIAF
Variável Col Grupo n Média Mínimo Máximo DesvioPadrão Valordepa
CIAF I CT2M 12 73,37 2,39 98,65 29,18 0,286
SS2M 9 85,5 42,5 97,5 18,2
III CT2M 12 26,63 1,35 97,61 29,18 0,286
SS2M 9 14,5 2,5 57,5 18,2
I CT2S 9 93,36 88,93 98,33 3,28 0,157
SS2S 6 95,6 87,7 99,6 4,2
III CT2S 9 6,64 1,67 11,07 3,28 0,157
SS2S 6 4,4 0,4 12,3 4,2
I CTCP 7 96,61 92,56 99,56 2,40 0,800
SSCP 12 96,9 90,4 99,4 2,8
III CTCP 7 3,39 0,44 7,44 2,40 0,800
SSCP 12 3,1 0,6 9,6 2,8
I CTSP 9 91,16 78,09 98,52 6,07 0,149
SSSP 8 94,8 85,9 98,7 4,4
III CTSP 9 8,84 1,48 21,91 6,07 0,149
SSSP 8 5,2 1,3 14,1 4,4
Nota-sequenãohouvediferenc¸aestatisticamentesignificanteentreosgrupos.
Col,colágeno;CT2M,injec¸ãodeCTapós2mesesdapunc¸ão;CT2S,injec¸ãodeCTapós2semanasdapunc¸ão;CTCP,injec¸ãodeCTnomesmo momentodapunc¸ão;CTSP,injec¸ãodeCTsempunc¸ão;SS2M,injec¸ãodeSSapós2mesesdapunc¸ão;SS2S,injec¸ãodeSSapós2semanasda punc¸ão;SSCP,injec¸ãodeSSnomesmomomentodapunc¸ão;SSSP,injec¸ãodeSSsempunc¸ão.
Tabela4–Comparac¸ãoentreosgruposdefinidospelousodascélulas-troncoeosgruposdefinidospelousodasoluc¸ão salinanaCEAF
Variável Col Grupo N Média Mínimo Máximo DesvioPadrão Valordepa
CEAF I CT2M 12 25,85 1,24 68,87 19,58 0,201
SS2M 9 39,2 13,1 82,8 21,0
III CT2M 12 74,15 31,13 98,76 19,58 0,201
SS2M 9 60,8 17,2 86,9 21,0
I CT2S 9 13,28 2,72 20,99 6,55 0,018
SS2S 6 56,7 8,7 98,7 32,8
III CT2S 9 86,72 79,01 97,28 6,55 0,018
SS2S 6 43,3 1,3 91,3 32,8
I CTCP 7 14,91 6,38 29,11 8,16 0,063
SSCP 12 9,1 1,6 21,9 6,9
III CTCP 7 85,09 70,89 93,62 8,16 0,063
SSCP 12 90,9 78,1 98,5 6,9
I CTSP 9 12,05 2,29 36,52 10,54 0,773
SSSP 8 15,0 3,1 60,6 19,7
III CTSP 9 87,95 63,48 97,71 10,54 0,773
SSSP 8 85,0 39,4 96,9 19,7
Nota-sequehouvediferenc¸aestatisticamentesignificanteentreosgruposCT2SeSS2S(p=0,018).
Col,colágeno;CT2M,injec¸ãodeCTapós2mesesdapunc¸ão;CT2S,injec¸ãodeCTapós2semanasdapunc¸ão;CTCP,injec¸ãodeCTnomesmo momentodapunc¸ão;CTSP,injec¸ãodeCTsempunc¸ão;SS2M,injec¸ãodeSSapós2mesesdapunc¸ão;SS2S,injec¸ãodeSSapós2semanasda punc¸ão;SSCP,injec¸ãodeSSnomesmomomentodapunc¸ão;SSSP,injec¸ãodeSSsempunc¸ão.
a TestenãoparamétricodeKruskal-Wallis;p<0,05.
Tabela5–Comparac¸ãoentreosgruposdefinidospelousodascélulas-troncoeosgruposdefinidospelousodasoluc¸ão salinanoAF
Variável Col Grupo n Média Mínimo Máximo Desviopadrão Valordepa
Ânulofibroso comoumtodo
I CT2M 12 49,61 2,16 78,59 22,21 0,155
SS2M 9 62,3 27,8 88,9 16,1
III CT2M 12 50,39 21,41 97,84 22,21 0,155
SS2M 9 37,7 11,1 72,2 16,1
I CT2S 9 53,32 47,90 59,15 3,62 0,025
SS2S 6 76,1 48,2 97,4 17,5
III CT2S 9 46,68 40,85 52,10 3,62 0,025
SS2S 6 23,9 2,6 51,8 17,5
I CTCP 7 55,76 51,10 64,33 4,57 0,151
SSCP 12 53,0 48,6 60,7 3,5
III CTCP 7 44,24 35,67 48,90 4,57 0,151
SSCP 12 47,0 39,3 51,4 3,5
I CTSP 9 51,61 43,83 64,43 6,59 0,534
SSSP 8 54,9 45,5 79,5 11,1
III CTSP 9 48,39 35,57 56,17 6,59 0,564
SSSP 8 45,1 20,5 54,5 11,1
Nota-sequehouvediferenc¸aestatisticamentesignificanteentreosgruposCT2SeSS2S(p=0,025).
Col,colágeno;CT2M,injec¸ãodeCTapós2mesesdapunc¸ão;CT2S,injec¸ãodeCTapós2semanasdapunc¸ão;CTCP,injec¸ãodeCTnomesmo momentodapunc¸ão;CTSP,injec¸ãodeCTsempunc¸ão;SS2M,injec¸ãodeSSapós2mesesdapunc¸ão;SS2S,injec¸ãodeSSapós2semanasda punc¸ão;SSCP,injec¸ãodeSSnomesmomomentodapunc¸ão;SSSP,injec¸ãodeSSsempunc¸ão.
a TestenãoparamétricodeKruskal-Wallis;p<0,05.
área datam do fim dos anos 1990.1,21 Essa avaliac¸ão tem
como principal vantagema suaespecificidade,no entanto,
emnossomeio,aindaéummétodocaro.Emnossoestudo,o
siriusredmostrou-seummétodosimplesebaratoparaavaliar
ocolágenodotipoIeIII.
Quantoaonúmerodecélulasinjetadosnotratamento,os
estudosatuaisnãoapresentamumpadrãodefinido.Alguns
sugeremqueocultivocelularéessencialparaosucessodo
tratamento, no entantoa maioria dosestudosnão discute
considerac¸õessobreonúmerocelularideal.Seriganoetal.22
indicaramqueadoseótimadecélulas-troncomesenquimais
(CTM)autólogasemcachorroséde1×106células.Noentanto,
Ghoshetal.23sugeremqueumadosemenorde0,1
×106pode
sermaiseficaz.Segundoosautores,umnúmeroexacerbado
decélulasnesseambientecombaixaofertanutricionalpode
levarascélulasacompetirpelosuplemento,oquepodeser
destrutivoparaoNPdevidoaoacúmulodecélulasmortase
produtosdedegradac¸ãocelular.23
Ainda nocultivocelular,aestimulac¸ãoda diferenciac¸ão
discogênica das CTMs também pode ser conseguida por
cocultura. As CTMspodemser cultivasdiretamentecom o
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
Distr
ib
uição do colágeno em (%)
10%
0%
CT2M
p = 0,201 p = 0,018 p = 0,063 Grupos
p = 0,773 CT2S CTCP CTSP
SS2M SS2S SSCP SSSP
Col 3
Col 1
Figura5–Comparac¸ãopercentualdadistribuic¸ãodocolágenonacamadaexternadoânulofibroso(CEAF) entreosdiferentesgruposinjetadoscomcélulas-troncoecomsoluc¸ãosalina.
Nota-sequehouvediferenc¸aestatisticamentesignificanteentreosgruposCT2SeSS2S(p=0,018).Col1,colágenodotipo1; Col3,colágenodotipo3;CT2M,injec¸ãodeCTapós2mesesdapunc¸ão;CT2S,injec¸ãodeCTapós2semanasdapunc¸ão; CTCP,injec¸ãodeCTnomesmomomentodapunc¸ão;CTSP,injec¸ãodeCTsempunc¸ão.SS2M,injec¸ãodesoluc¸ãosalinaapós 2mesesdapunc¸ão;SS2S,injec¸ãodesoluc¸ãosalinaapós2semanasdapunc¸ão;SSCP,injec¸ãodesoluc¸ãosalinanomesmo momentodapunc¸ão;SSSP,injec¸ãodesoluc¸ãosalinasempunc¸ão.
derivadasdemedula ósseaecélulas doNP,foi visualizado
que elas se comunicam de uma maneira bidirecional que
resultaemumamelhorianofenótipodascélulasdoNPe
tam-bémnadiferenciac¸ão dascélulasCTM.24Isso sugereque a
implantac¸ãodasCTMs podeexercerefeitos parácrinos nas
células doNP degeneradas que residem no discoe ajudar
arestaurara func¸ãocelular discalnormal eoprocesso de
reparo.
Emnossotrabalhousamosascélulastronco
mononuclea-res.Levamosemconsiderac¸ãoofatodeseremobtidasapós
um processo mais simples do que as mesenquimais, pois
necessitamapenaspassarpordoisprocessosdecentrifugac¸ão
epelogradientededensidadeFicoll-Hypaque,aopassoqueas
CTMnecessitampassarporessesmesmosprocessoseapós,
ainda,pelaculturaeexpansãocelularporaproximadamente
14a16dias,apresentamassimcustosmaiselevadosecom
riscosmaioresdecontaminac¸ão.16
Ainjec¸ão de CTM ecélulas mononuclearesprecursoras
mesenquimais tipicamente é segura, ainda que tenha um
potencialparaformac¸ãodeosteófitosperiféricos,oquesugere
aimportânciadeumcarreador adequadoeseguroquando
injetamos células nessa região.25 Nesse sentido, o
carrea-dorpodepermitiracélularecebercargasaxiais,importante
paraestimular asíntesede matrizextracelular einduzir a
diferenciac¸ãodasCTMsemoutroestímuloexógeno.26
Dife-rentescarreadorestêmsidousadosnaliteraturacomoalguns
hidrogéis26,27 e a cola de fibrina.28 Apesar de esses
estu-dosdefenderemousodeumcarreadorcelularnaaplicac¸ão
dascélulastronco,aliteraturaécontroversanessequesito.
Outrosestudosusamapenassorofisiológico29ou,atémesmo,
nenhumcarreador.22Emnossoestudousamosomeiode
cul-turaMEMDcom20%desorobovinofetal,métodoquetambém
têmsidousadocomsucessonaliteratura.30
Naanálisedenossosresultados,aoexaminaroAFcomo
um todo, podemos notar uma diferenc¸a entre os grupos
que foram injetados dois meses após a punc¸ão. O CT2M
demonstrouumdiscretoaumentonocolágenodotipoIIIe
foidivididoem49,61%dotipoIe50,39%dotipoIII.OSS2M
demonstrou62,35%dotipo Ie37,65%dotipoIII. Podemos
observar que o grupo que recebeu as CT apresentou uma
divisãomaispróximadosgruposquenãoforaminduzidosa
degenerac¸ãodiscal,enquantoogrupodesoluc¸ãosalinateve
umaumentoexpressivonaproporc¸ãodocolágenodotipoI.
Essadesproporc¸ãodeu-senaCEAFeindicouumdesarranjo
naestruturadoAF.Noentanto,essadiferenc¸anãofoi
estatis-ticamentesignificante.
OmesmoaumentodocolágenodotipoInaCEAFenoAF
comoumtodopodeserobservadotambémnacomparac¸ão
dosgruposinjetadosduassemanasapósapunc¸ão.OCT2S
demonstrou 53,32% do tipo I e 46,68% do tipo III. O SS2S
demonstrou76,15%dotipoIe23,85%dotipoIII.Maisumavez
podemosobservarqueogrupoquerecebeuasCTapresentou
umadivisãomaispróximadosgruposquenãoforam
induzi-dosàdegenerac¸ãodiscal,enquantoogrupodesoluc¸ãosalina
teveumaumentoexpressivonaproporc¸ãodocolágenodotipo
1, novamenteàcusta da CEAF.Na análiseestatística
nota-mosquehouvediferenc¸aestatisticamentesignificantetanto
naCEAF(p=0,018)comonoAF(p=0,025).
NossosdadossugeremqueaterapiacomCT
mononucle-aresfoicapazderemodelarasalterac¸õescausadaspelalesão
causadapelapunc¸ãoporagulhaquandoasCTsãoinjetadas
apósduassemanas,masnãoobteveomesmoêxitoquando
injetadas após dois meses.Mesmo queos dados doCT2M
tenhamsidomaispróximosdosgruposquenãoforam
indu-zidos àdegenerac¸ãodiscal doque osdados doCT2S,essa
Noentanto,quandocomparamososgruposqueforam
inje-tadossimultaneamentecomapunc¸ão, oCTCPdemonstrou
55,76%dotipoIe44,24%dotipoIII.JáoSSCPdemonstrou53%
dotipoIe47%dotipoIII.Aquiencontra-seamaior
incompa-tibilidadederesultados,umavezqueeraesperadoqueoSSCP
demonstrassedegenerac¸ãocomumamudanc¸anaproporc¸ão
entreocolágenonotipoIeodotipoIIIapósapunc¸ão.Isso
sugerequealesãocausadanosdiscosdoSSCPcicatrizou.
Aocompararos gruposinjetadossemapunc¸ão,oCTSP
demonstrou51,61 do tipo I e48,39% do tipo III. Enquanto
o SSSP demonstrou 54,9% do tipo I e 45,10% do tipo III.
Entreessesgruposnotamosquenãohouvegrandediferenc¸a,
comoera esperado,umavezqueelesnãoforam induzidos
àdegenerac¸ãopelapunc¸ão.Naanáliseestatísticanãohouve
diferenc¸aestatisticamentesignificanteentreosgrupos.Esses
dadosindicamqueasCTMnãoalteramaestruturado
colá-genoemdiscosinjetadossemdegenerac¸ãodiscal.
Conclusão
Otratamentocomcélulasmononuclearesprecursoras
mesen-quimaisécapazdereduzirasalterac¸õesnadistribuic¸ãodo
colágenodotipoIeIIInoAFdediscosdegeneradosdecoelhos
atéduassemanasapósainduc¸ãodadegenerac¸ão.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresses.
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e
f
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c
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a
s
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