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John Walker - A Igreja Do Século XX -A História Que Não Foi Contada (Incompleto).

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Texto

(1)

John

Walker

& Outros

A Igreja do

Século X X

I

sm

II

A História Que

Não Foi Contada

(2)

A Igreja do

Século X X

A

História Q m ■

N

õq

Foi Contada

Ao longo da história, a igreja

experimentou sucessivas ondas

de despertamento. No século XX,

movimentos como o Carismático,

Chuva Serôdia, Discipulado,

Paiavra da Fé, entre tantos, fazem

parte da fascinante história

recente da igreja.

Compreender e identiflcar tais

movimentos requer estudo

profundo e sério. Este livro tem

como objetivo mostrar os acertos

e erros, apontando novos

caminhos à igreja atual.

Por outro lado, as grandes ondas de

despertamento são sinais claros de

que a igreja de Cristo está sendo

preparada para um avivamento sem

precedentes e para a volta gloriosa

de Jesus.

A

igreja do século X X - A história

que não foi contada é um livro

imparcial, equilibrado e

comprometido com a verdadeira

história da igreja. Um livro que trará

fogo ao seu coração, desafia ndo-o a

orar pela vinda desta última e

grande onda.

0

Movimento Palavra da Fé é de Deus ou não?

Por que e como cresceu a maior igreja do mundo?

Quais os resultados, para a igreja, do Movimento do Discipulado?

Você sabe o que é o Movimento Chuva Serôdia, de 1948?

Que

recado Deus quer dar

à

igreja contemporânea com a queda dos

tetevangelistas?

(3)

A morte de um gigante!

Hoje, quinta-feira 26 de Julho de 2014 às 22hl6min morreu o digitalizador Mazinho Rodrigues quando digitalizava seu último livro. Seu scanner(coração) começou a falhar aos poucos e aproximadamente às 20h32min deu seu último ''suspiro". Sua dedicação e esforço em compartilhar livros teológicos para a edificação do povo de Deus é conhecido por ''muitos".

A pergunta que fazemos é: Porque homens desse tipo morrem?

A resposta está no comentário de Matthew Henry falando sobre a morte de Moisés - {Os servos de Deus devem morrer poro que possom desconsor de seus esforços, receber o suo recompenso, e dor lugor o outros. Quondo os servos de Deus sdo levodos, e já ndo mois devem servi-lo no terro, võo poro servi-lo melhor, poro servi-lo dio e noite no seu templo}. Comentário Bíblico Matthew Henry - Antigo testamento -

Pentateuco. Pg.682.

É claro que Matthew Henry estava falando de morte física e eu no sentido figurado. 0 certo é que não digitalizo mais, motivos: consciência, financeiros, cansado, outras prioridades... outros.

Agradeço a todos por tudo.

(4)

John

W alker

& O utros

A Igreja do

Século X X

A História Que

Não Foi Contada

(5)

Copyright © 1996, por Worship Produções.

Publicado originalmente por Worship Produções.

Republicado por Editora Atos Ltda

Belo Horizonte — Fevereiro dc 2002.

Todos os direitos reservados.

Diagrawafão:

Edilson Ferreira

Capa:

Next Noveau

Todos os direitos em Hngua portuguesa reservados à Editora Atos Ltda.

Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida

por qualquer meio - eletrônico, mecânico, fotocópias, etc - sem a devida permissão

dos editores, podendo ser usada apenas para citações breves.

Publicado com a devida autorização e com todos os direitos

reservados pela ED ITO RA ATOS I/TDA.

Caixa Postal 402

30161-970 - Belo Horizonte, M(.

Telefone: 0800-315580

www.editoraatos.com.br

(6)

INDICE

PREFACIO... 5

1 - SITUAÇÃO ESPIRITUAL NO FINAL DO SÉCULO X I X ... 7

2 - 0 MOVIMENTO PENTECOSTAL... 15

3 - AS GRANDES CAMPANHAS DE C U R A ... 33

4 - 0 MOVIMENTO CHUVA SERÔDIA... 43

5 - 0 MOVIMENTO CARISMÁTICO... 67

6 - 0 MOVIMENTO CARISMÁTICO CATÓLICO... 81

7 - 0 PODER DO ESPÍRITO SANTO ENTRE OS JO VE N S... 95

8 - 0 MOVIMENTO DE DISCIPULADO NA A RG EN TIN A ... 109

9 - 0 MOVIMENTO DE DISCIPULADO NOS E U A ... 125

10 - A Q U E D AD O STE LE V AN G E LISTA S... 139

11 - 0 AVIVAMENTO NA C H IN A ... 147

12 - A CONTRIBUIÇÃO CHINESA PARA A REFORMA DA IG R E J A ... 183 13 - 0 MOVIMENTO PALAVRA DA F É ... 195 14 - A MAIOR IGREJA DO M U N D O ... 209 15 - 0 MOVIMENTO DE RESTAURAÇÃO NA IN G L A T E R R A ... ... 235 16 - A RESSURREIÇÃO DE UM PR O F E TA ...259 17 - A ÚLTIMA O N D A ... 269 BIBLIOGRAFIA... 299

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Prefácio

REFORMA E AVIVAMENTO

A

inspiração para se fazer este livro surgiu com um curso minis trado por Harold Walker num seminário para obreiros em agos­ to de 1989, em Jundiaí, São Paulo. Não tem o propósito de ser uma história exaustiva da igreja no século X X e sim de ressaltar alguns dos acontecimentos marcantes no processo da restauração da igreja neste século. Cremos que o conhecimento daquilo que Deus já fez na história recente da igreja é imprescindível para se obter luna visão profé­ tica daquilo que ele ainda fará nos próximos anos.

Apesar de ser um assunto muito importante para as reflexões de todos aqueles que desejam enfrentar esta virada do século de uma for­ ma sóbria e apercebida, não existem livros disponíveis que abranjam o tema de forma global. Há apenas a história de uma ou outra igreja ou de um movimento isolado. A constatação da carência desse tipo de materi­ al e o sentimento da urgência de tê-lo para a formação de uma visão profética na igreja nos motivaram a elaborar e publicar esse livro.

Existe uma forte tendência na natureza humana de ir a extremos e de agir motivado por preconceitos. É sempre mais fácil chegar a um con­ senso sobre o que Deus fez no passado distante do que concordar sobre o que ele fez no passado recente. As pessoas tendem a tachar certos movi­ mentos de heréticos sem ao menos conhecê-los. Por outro lado, muitos são ingênuos a ponto de engolir por inteiro certas doutrinas e práticas no­ vas quando deveriam julgar tudo e reter apenas o que é bom.

0 nosso desejo ao apresentar esse livro à igreja brasileira é con­ tribuir de alguma forma para o seu amadurecimento, levando-a a uma compreensão equilibrada de todo o cenário espiritual produzido pelos tremendos acontecimentos deste século. Gostaríamos de ver pastores, líderes, obreiros e leigos estudando e discutindo esses assuntos,

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dei-xaiido de lado seus preconceitos e ampliando seus horizontes para ver o plano global de Deus. Por um lado, precisamos reconhecer a preciosi­ dade da obra de Deus em segmentos da igreja que, por serem tão dife­ rentes de nós, temos descartado sem o devido conhecimento e apreço. Por outro lado, precisamos ser “vacinados” contra novidades pernicio­ sas através de conhecer os efeitos nefastos que idéias e doutrinas seme­ lhantes já produziram na história da igreja.

0 estudo dos diversos movimentos que surgiram no século X X ten­ de a produzir duas reações: Um senso de admiração diante das repetidas e poderosas visitações do Espírito Santo e um senso de perplexidade di­ ante das grandes divergências e aparente desarmonia entre os diversos segmentos do corpo de Cristo. No meio de toda a confusão humana, po­ rém,

0

Espírito de Deus está trabalhando para uma fmalidade específica— a restauração da igreja para ser a noiva imaculada de Cristo na sua segunda vinda. À medida que o leitor estuda a restauração da igreja no século XX queremos chamar a sua atenção para a existência de dois temas distintos mas inter-relacionados: avivamento e reforma. Deus não quer apenas re­ novar

0

mover do seu Espírito na igreja. Ele deseja também restaurar a revelação clara e pura da sua Palavra, produzindo assim mudanças radi­ cais na nossa fé e em nossas estruturas. Dessa forma, unindo uma estrutu­ ra reformada com o poder do Espírito derramado, ele pretende formar uma casa adequada para sua habitação permanente.

Esta obra é fruto de trabalho em equipe. Os capítulos de 1 a 8,10 e 11 foram escritos por Elenir Eller Cordeiro e os capítulos 9 e de 12 a

16 foram escritos por John Walker em inglês e traduzidos por Elenir. Ambos usaram como fonte de pesquisa vários livros e revistas inglesas

e americanas e incluíram no texto muitos trechos dos mesmos. 0 capí­ tulo 17 foi transcrito por Ruth Walker a partir de duas mensagens gra­ vadas de Bob Mumford e traduzido e adaptado por Christopher Walker. John e Harold Walker supervisionaram o projeto. Sérgio Abrahão fez uma revisão e a última revisão do português foi feita por Rubens Castilho.

Desejamos que suas meditações sobre esses assuntos sejam ilu­ minadas pelo Espírito Santo a ponto de levá-lo a ter uma visão e uma expectativa mais claras daquilo que Deus ainda fará nos anos vindouros para consumar a restauração da sua igreja.

- H arold W alker

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Capítulo 1

SITUAÇÃO ESPIRITUAL NO

f in a l

DO SÉCULO XIX

A

ntes de focalizarmos diretamente o prim eiro mover de Deus do século XX, seria proveitosa uma breve descrição da situação es­ piritual e das expectativas no final do século XIX, para levantar­ mos um pano de fundo do Movimento Pentecostal ocorrido logo no início do século XX.

A situação das igrejas em geral era de apostasia e frieza. 0 Protestantismo Americano era rico, culto e influente, mas, com exce­ ção de uns poucos grupos conservadores, seu estado espiritual era de decadência. Im peravam o liberalism o, o form alism o, o munda- nismo,

0

profissionalism o ministerial, a consciência de classes, a ausência de experiência com Deus etc. Instituições teológicas e aca­ dêm icas que haviam sido levantadas para preservar a fé tinham se tornado o berço do Darwinism o e do cepticism o à inspiração da Bíblia. 0 nascimento físico, ao invés do nascimento espiritual, se tornou a base para pertencer a uma igreja, a ponto de os term os “nascer de novo” ou “conversão repentina” terem se tornados arcai­ cos. 0 conhecimento das doutrinas substituiu a experiência pessoal com Deus. “Separação do mundo” tornou-se um termo tão em desu­ so no vocabulário cristão que para os protestantes em geral isto só tinha um significado — m orte física! Os pregadores pioneiros que recebiam com fervor o “chamado de Deus” para pregar o evangelho foram substituídos por homens que consideravam o m inistério uma

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profissão e que se orgulhavam de sua posição. Denom inações que em outros tempos foram conhecidas como “igrejas dos pobres” grada- tivamente se tornaram foram conhecidas como “igrejas dos pobres” gradativamente se tornaram a ehte da sociedade.

Porém, paralelamente a essa apostasia e frieza espiritual, havia também alguns sinais de avivamento indicando que nem todos haviam se ajoelhado diante de Baal. Um chamado para arrependimento, oração e intercessão estava soando e um texto muito usado nos últimos anos do século XIX era Jeremias 33:3: “Clama a mim, e responder-te-ei, e anun­ ciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes.” Outro sinal era a bus­ ca e pesquisa das Escrituras resumidas na pergunta: “Que dizem as Escrituras sobre isto?” Convenções bíblicas especiais eram realizadas e ministros e missionários se reuniam para estudar a Palavra, a fim de averiguar o pensamento de Deus para o fim da Era da Ig reja .'

Havia também uma expectativa pela “Chuva Serôdia” . Esse era um tópico enfatizado nas conferências bíblicas baseado na promessa de Deus em Joel de derramar seu Espírito nos últimos dias. Uma boa explanação desta expectativa pode ser encontrada no seguinte trecho de um famoso comentário bíblico a respeito de Tiago 5:7:

“0 recebimento das primeiras e últimas chuvas não deve ser en­ tendido como

0

objeto de sua esperança (do lavrador), mas a colheita para a qual essas chuvas são preliminares e necessárias. As primeiras chuvas caem no tempo da semeadura, aproximadamente em novembro ou dezembro; as úlümas chuvas caem aproximadamente em março ou abril para amadurecer o grão para a colheita. A chuva serôdia que pre­ cederá a colheita espiritual que está por vir será provavelmente outra efusão do Espírito Santo como a do Pentecoste.” ^

Pastores, professores de institutos bíblicos e líderes de igrejas exortavam a todos “para pedir chuva no tempo da chuva serôdia” (Zc 10:1). Ensinava-se que o Dia de Pentecoste não exaurira o cumprimento da pro­ fecia de Joel, pois uma parte das profecias consiste de referências óbvias a eventos ligados à vinda do Senhor. Conseqüentemente, com a expectativa universal da iminente volta do Senhor, havia uma ávida antecipação pelos “tempos de refrigério da presença do Senhor” (At 3:19). ‘

(11)

O CONCEITO DO BATISMO NO ESPÍRITO

No processo de restauração da igreja, os dias de Lutero trouxe­ ram à luz a verdade da justificação pela fé. Alguns séculos mais tarde surgiu John Wesley pregando a santificação pela obra do Espírito San­ to. Mais tarde esta experiência ficou sendo conhecida como “segunda obra da graça” ou “batismo no Espírito” . Porém, no fmal do século XIX surgiu um entendimento do batismo no Espírito como sendo um reves­ timento de poder para evangelizar o mundo (At 1:8). Eles criam e ensi­ navam que se o mundo estava para ser alcançado para Cristo, este reves­ timento de poder era uma necessidade vital e que o mesmo Deus que agiu e supriu as necessidades durante a era apostólica, ansiava por re­ vestir todos os crentes. Mas um grupo de cristãos que identificava o batismo no Espírito com a “segunda obra da graça” começou a entender que há diferença entre “santidade” e “poder”. Por isso, elaboraram uma “terceira obra da graça” que seria o “Batismo no Fogo” para alcançar este poder para evangelizar. 0 importante em tudo isso foi que, ao se estabelecer a natureza do batismo no Espírito Santo, como um revesti­ mento de poder após a conversão, fez-se uma preparação para o grande mover de Deus que viria no início do século XX.

ARESTAURAÇÂO DO SOBRENATURAL

0 M ovim ento Pentecostal não foi o inventor do elem ento miraculoso nem do ensinamento bíblico sobre milagres. É verdade que através dos séculos poucos ousaram crer que era vontade de Deus curar os doentes. Mas foi perto do fim do século XIX que a visão bíblica sobre cura divina foi apresentada de forma sistemática. Entre os precursores neste campo estão A. J. Gordon, A. B. Simpson (fundador da Aliança Cristã e Missionária), Andrew Murray e John Alexander Dowie, um no­ tável defensor de cura divina estabelecido em Illinois — alguns de seus seguidores se tornaram os primeiros líderes pentecostais.'

São muitos os relatos de curas extraordinárias antes do século XX: Por exemplo, uma cura notável aconteceu com Mary Reynolds, de Indianápolis, em 1872. Após sete anos de tratamentos especializa­ dos e à beira da morte, ela foi incentivada a crer em sua cura baseada em Tiago 5:16. Numa manhã um homem de Deus orou especificamente

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por ela, ungindo-a com óleo em nome do Senhor. Ele deixou a casa sem ver nenhuma aparente mudança, a não ser uma profunda paz e certeza que invadiram o coração da mulher. Às três horas da tarde, de repente onda após onda de glória inundou sua alma e um poder como eletricidade enviou vibrações para as partes mais remotas de seu cor­ po. Ela saltou sobre seus pés completamente curada. Toda doença e enfermidade desapareceram. 0 Espírito encheu completamente seu ser. A enfermeira ficou atordoada ao vê-la sair de seu quarto num ímpeto e se juntar a vários vizinhos que estavam ali para verificar seu estado de saúde. Ela se colocou de joelhos diante deles e derramou- se numa torrente de ações de graças a Deus. Logo veio a hora do jantar e ela foi para a mesa e comeu uma refeição normal, a prim eira depois de sete anos. Ela estava com 35 anos quando foi curada e de­ pois disto viveu mais quarenta anos. Com o resultado de sua cura e testemunho muitos foram salvos, inclusive seu esposo e filhos. Suas duas filhas mais velhas foram servir a Deus na China. ^

Outro exemplo foi a cura de John Easton, em 1900, na missão de Dowie em Toronto, Canadá. Ele tinha as costas quebradas e por seis anos vivera numa m oldura de gesso com um equipamento em seus ombros, no qual se penduravam pesos. Dorm ia num vagão em que durante o dia vendia pequenas mercadorias. À noite dirigia seu cavalo e o vagão para um galpão onde morava com sua esposa e filhos. Suas pernas eram tão insensíveis que uma agulha podia ser espetada na sua carne sem causar reação de dor. Seus calcanhares eram repu­ xados fazendo com que os pés fossem uma continuação das pernas, impossibilitando-o totalmente de andar. *

Todas as sextas-feiras à noite, durante mais de um ano, foram realizadas reuniões de orações para ele com instruções de salvação e cura. No dia de sua cura Easton recebeu a certeza de que seria curado e pediu que sua esposa providenciasse roupas e sapatos para e le .'

Houve um sentimento de expectativa desde o início da reunião até o momento em que o líder, com a ajuda de outros, serrou a moldura. Sob a ordem “Em nome de Jesus”, John Easton sentou-se! Seus pés e pernas pairaram sobre os lados do vagão como dois sacos. Numa segunda or­ dem, ele caiu sobre seus pés, que se tomaram imediatamente normais. Ele

(13)

pegou

0

líder em seus braços e depois virou-se para abraçar sua esposa. Ao ouvirem o som de regozijo, os vizinhos e depois os jomaüstas começa­ ram a chegar. Toda a noite andou e louvou ao Senhor até que pela manhá a carne tenra de seus “novos” pés estava coberta de bolhas. ‘

FALANDO EM OUTRAS LÍNGUAS

Estas duas curas são apenas exemplos de muitos milagres ocorridos neste período. Com o avivamento de cura veio o interesse por outros sinais e dons mencionados no Novo Testamento. Os filhos de Deus começaram a crer na restauração dos dons como um todo. Isto também foi verdade em relação ao falar em outras línguas. Apesar do mover do Espírito com lín­ guas e dons só ter rompido no início do século X X com o Movimento Pentecostal, houve experiências singulares de falar em outras línguas antes desse movimento.

R. B. Swan, um pastor em Providence, Rhode Island, descreveu num panfleto um derramamento do Espírito perto da sua cidade:

“No ano de 1874 para 1875, enquanto estávamos buscando ao Senhor, juntaram-se a nós vários que tinham recebido o batismo no Espírito e o dom de línguas alguns anos antes disto, e eles foram uma boa ajuda para nós. Em 1875, nosso Senhor começou a derramar seu Espírito sobre nós; minha esposa e eu, com alguns outros, começamos a proferir umas poucas palavras numa ‘língua desconhecida’.” ‘

Marie Woodworth-Etter, cujo ministério viria a tornar-se uma bênção para o inexperiente Movimento Pentecostal, entrou para o minis­ tério em 1876 na Igreja dos Irmãos Unidos. Ela testificou:

“Quase desde o início do meu ministério alguns falaram em lín­ guas estranhas. Mas eu não entendia isto, e como eu era a única líder não tive muito tempo para investigar e explicar isto; mas eu sabia que era de Deus.” '

Um derramamento do Espírito na Igreja Missionária Sueca, em Minnesota, ocorreu durante o ministério de John Thompson:

“Esse avivamento espiritual começou em 1892 e continuou por muitos anos. Houve muitas curas notáveis, e muitas vezes, enquanto o Pastor Thompson estava pregando, o poder de Deus caía e pessoas se prostravam no chão e falavam em outras línguas como o Espírito con­

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cedia que falassem. Uma irmã em particular, Augusta Johnson, recebeu um poderoso batismo no Espírito Santo, falou em outras línguas, profe­ tizou e teve muitas visões maravilhosas. 0 Senhor deu a ela um chama­ do defmido para África, onde ela trabalhou por mais de trinta anos. Não somente era Moorehead foi o Espírito derramado naqueles dias, mas também em Lake Eunice, Evansville e Torkenskjold.” ^

0 Pastor C. M. Hanson de Dalton, Minnesota, testificou:

“Em 1895, enquanto realizava reuniões e pregações do evangelho completo, uma pessoa rompeu toda resistência e falou em línguas como em Atos 2:4. Dois anos mais tarde eu orei por outra pessoa pelo batis­ mo no Espírito Santo. Pouco tempo depois, o Espírito veio sobre ela e ela saltou, gritou, louvou a Deus, cantou, profetizou e falou em outras línguas. Dois anos depois disto, fui levado a estar sozinho com o Se­ nhor. De repente, como um vento poderoso e impetuoso, a atmosfera espiritual foi clareada e todo o meu interior iluminado. 0 sangue expiador de Cristo, justificando-me diante de Deus, tornou claras todas as coi­ sas. 0 Espírito Santo, então, como uma pessoa, tomou posse de seu templo, falando em outras línguas, enquanto eu via a mim mesmo como um ouvinte e instrumento na mão do Todo-Poderoso.” '

A HISTÓRIA DA FAMÍLIASHAKARIAN

Surpreendente é a história dos ascendentes do armênio Demos Shakarian Junior, fundador da Associação de Homens de Negócio do Evangelho Pleno, que relata a manifestação de línguas e dons no século XIX na Velha Rússia e Armênia:

“Em 1855, um garoto russo de onze anos de idade que vivia na Armênia recebeu uma visitação sobrenatural e maravilhosa. Por sete dias e sete noites ele esteve sob o poder de Deus escrevendo profecias sobre coisas vindouras. Embora fosse analfabeto, escreveu com boa letra e de­ senhou figuras, mapas e gráficos. Ele profetizou que a paz seria tirada da terra e que Armênia seria devastada pelos turcos e os cristãos armênios seriam massacrados, a menos que fossem para uma terra do outro lado do oceano, a qual as figuras, mapas e gráficos mostraram ser a América. Deus prometeu abençoar e fazer prosperar todo aquele que atentasse para seu aviso e fosse para o país onde seriam livres da perseguição.” ^

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A profecia ficou guardada por décadas esperando seu cumpri­

mento. Quando o derramamento Pentecostal chegou na Armênia, um dos primeiros a receber o batismo no Espírito foi a família de Demos Shakarian Senior, Presbiteriano. Ele tinha cinco filhas e naqueles dias considerava-se uma vergonha uma mulher não dar à luz um filho. Mas em 1891 sua esposa, como Sara, recebeu uma profecia de que dentro de um ano daria à luz um menino. Isto se cumpriu em 25 de maio de 1892 e deram-lhe o nome de Isaac.

Quando Isaac tinha 7 anos, um grupo de cristãos Pentecostais Russos veio à vila Kara Kala para ter comunhão com os Pentecostais Armênios. Como falava com fluência o russo. Demos Shakarian foi es­ colhido para acom odar os cristãos russos em várias casas da vila e também cedeu seu lar para reuniões à noite por uma semana. Como preparativos para receber os visitantes, ele saiu para selecionar entre seu gado o m elhor novilho para ser oferecido ao Senhor. A pesar de saber pelas Escrituras que deveria escolher um animal sem defeito, escolheu um que era o mais gordo mas só com um olho. Ele o matou, decepou rapidamente sua cabeça e, por não ter tempo de enterrá-la, colocou-a num saco e o escondeu no canto de um celeiro debaixo de uma grande pilha de trigo em grãos. Depois preparou a carne.

Aquela noite, como era de costume, Demos e toda sua família foram para frente e se ajoelharam para receber a bênção de um dos líderes russos enquanto um dos profetas permanecia ao seu lado. De­ pois desta bênção, a carne ofertada deveria ser abençoada e então viria a festa e a noite de adoração. De repente, sem dizer uma palavra, o profeta cruzou a sala e saiu. 0 líder não quis continuar sem a presença do profeta e pediu que cantassem um hino até que ele voltasse. ^

Quando o profeta voltou, trouxe o saco que estava escondido e o abriu em frente da família Shakarian ajoelhada, revelando a cabeça do novilho com o olho defeituoso. Ele disse que o Senhor lhe revelara tudo enquanto se preparavam para pedir a bênção de Deus sobre a família e sua oferenda.^

Demos Shakarian confessou que errara e pediu perdão. Isto Uie foi concedido pela congregação em nome do Senhor. Tão impressivo foi este

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incidente que não somente os Shakarians, mas também as outras famílias armênias e russas determinaram que daquele dia em diante ofereceriam a Deus somente o serviço e a oferta que Deus exigisse deles, mesmo que pudesse parecer na época que um substituto, como no caso do novilho defeituoso que era o mais gordo, servisse melhor para o propósito. ^ .

Passaram-se quarenta e cinco anos desde que a profecia fora re­ cebida pelo garoto que agora estava com 56 anos. Aparentemente, quase já podia ser considerado um falso profeta, mas depois de todos esses anos

0

Senhor o instruiu para avisar os armênios que chegara o tempo de deixarem o país! A palavra se espalhou rapidamente entre os armênios e, em 1900, sob a zombaria de muitos, o êxodo de famílias armênias e também de famüias russas começou rumo à América. A família Shakarian chegou a Nova Iorque em 1905 e se estabeleceu em Los Angeles com suas cinco filhas e o filho Isaac, agora com treze anos. A última família saiu em 1912 e dois anos depois veio a Primeira Guerra Mundial, e num ataque violento os turcos invadiram a Armênia e varreram a vila de Kara Kala do mapa, matando todos os habitantes. ^

Quase imediatamente após a chegada dos Shakarians a Los Angeles,

0

derramamento do Espírito começou na Rua Azusa, em 1906. Demos, seu cunhado e outro armênio se aproximaram da Rua Azusa e qual não foi sua surpresa ao ouvir sons de gritos e cânticos no Espírito semelhantes aos que estavam acostumados a ouvir na Armênia e na igreja estabelecida por eles em Los Angeles na casa de Demos Shakarian. Ao alcançarem o galpão que se transformara numa Missão — descobriram vários falando em línguas. Eles voltaram para casa com notícias emocionantes— o mes­ mo Deus que tinha movido na igreja primitva em Jerusalém, na Armênia e na Rússia, estava começando a mover na América. ®

Então,

0

derramamento do Espírito ocorrido na Rússia e na Armênia no final do século X IX com manifestações de línguas e dons, precedeu ao derramamento Pentecostal no início do século XX, Quando Demos Shakarian Senior faleceu em 1908, seu filho Isaac estava com dezesseis anos. Em 1913, já casado, a esposa de Isaac deu à luz a Demos Shakarian Junior, que se tornou o fundador no início dos anos 50 da famosa Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno.

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O MOVIMENTO PENTECOSTAL

0

avivamento Pentecostal do século X X não começou num galpão, mas numa mansão! Ao estilo de um castelo inglês, essa cons­ trução de pedra vermelha e branca possuía dois domos, imia cú­

pula atrás e um observatório elevado alcançado por escadas espiraladas. Em outubro de 1900 Charles Parham alugou essa “Mansão de Pedra”, como

era conhecida, em Topeka, Kansas, para estabelecer uma escola bíblica chamada Betei. Cerca de 40 estudantes (alguns Já tinham cursado outros institutos bíbhcos) ingressaram na escola para seu primeiro e único ano atraídos pelo seguinte propósito — descobrir o pod er que os capacitaria

a en fren ta r o desafio do nouo século. Era uma escola de fé nenhuma

taxa era cobrada para moradia e alimentação. Eles confiaram em Deus para cada necessidade “e tinham tudo em comum”. A idéia completa era um período de treinamento intensivo na Palavra, oração e evangelismo. Esperava-se que Deus faria uma “obra repentina” em seus corações que os tornaria testemunhas eficazes de Cristo até os confins da terra. De acordo com as palavras de Parham, todos aqueles que “quisessem se entregar ao m inistério da Palavra e oração” estavam livres para participar. Foi estabelecida uma ‘Torre de Oração” numa das cúpulas para os estudantes manterem um período de oração de três horas, cada um. Alguns passavam noites inteiras em intercessão na torre. ‘

0 método de estudo era escolher um assunto, pesquisar e estu­ dar todas as citações bíblicas sobre ele e apresentá-lo para a classe em form a de sabatina oral, orando para que a unção do Espírito estivesse sobre a mensagem trazendo convicção. Parham também ensinava atra­ vés de palestras.

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Até dezembro de 1900 eles já tinham estudado sobre arrependi­ mento, conversão, consagração, santificação, cura e a iminente vinda do Senhor No dia 25 de dezembro. Charles Parham iria se ausentar por alguns dias, tendo deixado a seguinte instrução para eles: “Nós nos de­ paramos em nossos estudos com um problema. E sobre o segundo capí­ tulo de Atos?... Tendo ouvido tantas entidades religiosas diferentes rei­ vindicarem diferentes provas como a evidência do recebimento do ba­ tismo pentecostal, eu quero que vocês alunos estudem dihgentemente qual é a evidência bíblica do batismo no Espírito, para que possamos apresentar ao mundo alguma coisa incontestável que corresponda de form a absoluta com a Palavra.” Três dias depois, ao apresentarem o resultado de seus trabalhos, todos os alunos tinham a mesma história — em bora diferentes coisas tivessem ocorrido quando a bênção pentecostal caiu, a prova irrefutável em cada ocasião era que eles fala­ vam em outras línguas. Então línguas eram a evidência ou sinal do batis­ mo no Espírito nos tempos apostólicos. Foi esta descoberta que fez com que surgisse o Movimento Pentecostal do Século X X . '

No prim eiro dia de janeiro de 1901 (considerado por algumas autoridades como o primeiro dia do século XX) os alunos estavam orando e uma estudante de 18 anos, Agnes N. Ozman, resolveu fazer um pedi­ do. Eis

0

seu testemunho:

“Nós estudávamos a BíbUa durante o dia e fazíamos muitos tra­ balhos no centro da cidade à noite... Oração era oferecida noite e dia continuamente num cenáculo especial separado como uma torre de ora­ ção. Tive muitas horas abençoadas de oração nesse cenáculo durante as vigílias da noite... Como alguns outros, eu pensava que tinha recebido o batismo no Espírito Santo num tempo de consagração, mas, quando aprendi que o Espírito Santo estava para ser derramado em maior ple­ nitude, meu coração tornou-se faminto pelo Consolador prometido, e comecei a clamar por um revestimento de poder do alto. Às vezes, ansi­ ava mais pela vinda do Espírito Santo do que por minha comida diária. À noite tinha um desejo maior por ele do que por dorm ir...'

“Durante o prim eiro dia de 1901, a presença de Deus estava co­ nosco de maneira marcante, levando os corações a esperar nele para coisas maiores. 0 espírito de oração estava sobre nós à noite. Eram

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quase onze horas quando senti em meu coração desejo de pedir que mãos fossem impostas sobre mim para que eu pudesse receber o dom do Espírito Santo. Logo que as mãos foram colocadas sobre minha cabeça, o Espírito Santo caiu sobre mim e comecei a falar em línguas, glorificando a Deus. Falei várias línguas. Era como se rios de água viva fluíssem de meu interior.” '

Parham também testificou sobre a experiência de Ozman: “Impus minhas mãos sobre ela e orei. Mal tinha pronunciado três dúzias de frases quando uma glória desceu sobre ela, uma auréola pare­ cia envolver sua cabeça e rosto, e ela começou a falar em língua chinesa e ficou impossibilitada de falar em inglês por três dias.”“*

As aulas foram suspensas e toda a escola esperou diante de Deus. Durante a segunda noite, Ozman recebeu a língua boêmia confirmada por um tcheco que estava presente, e em poucos dias Parham e a maio­ ria dos outros estudantes receberam a experiência pentecostal. Um após outro começou a falar em línguas e alguns receberam o dom de interpretação. Por cinco anos Parham e seu grupo de estudantes viaja­ ram através dos estados do sudoeste americano proclamando o evange­ lho da “Fé Apostólica”, como ele chamava seu movimento, mas recusou- se a encorajar todo e qualquer tipo de organização eclesiástica. Apesar de terem provocado vários avivamentos locais, Parham e seus estudan­ tes não conseguiram captar o interesse da nação para o novo batismo autenticado pelas línguas. Na verdade, o fogo só começou a se alastrar em 1906 com os acontecimentos da RuaAzusa, em Los Angeles.

Em 1905 Parham mudou-se para Houston, Texas, onde formou outra escola bíblica. Foi lá que recebeu como aluno William J. Seymour, um negro, cego de um olho e humilde. Apesar do preconceito racial do Sul, Seymour participou da escola e aprendeu sobre a “evidência ini­ cial” do batismo no Espírito. Pregava sobre isto em outras igrejas, mas ele mesmo ainda não tinha recebido o batismo no Espírito com línguas.

Seymour foi convidado por uma senhora que o ouvira pregar no Texas para pregar em Los Angeles numa igreja de negros Holiness, e assim se tornou um dos instrumentos de Deus para fazer explodir um dos mais importantes avivamentos da história da igreja.

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Seu primeiro sermão baseado em Atos 2:4 deixou a pastora furi­ osa com a implicação de que desde que ela não falara em línguas como os primeiros discípulos, ela ainda não recebera a plenitude do Espírito. Na sua segunda noite de pregação Seymour encontrou a porta da igreja fechada por ordem da pastora que não queria ouvir mais sua mensa­ gem. Sendo assim, ele e mais sete pessoas se reuniram num lar para buscar o Senhor, e naquela noite de 9 de abril de 1906 todos foram batizados no Espírito e falaram em línguas — menos Seymour. Os gri­ tos eram tão fervorosos — e tão altos — que uma multidão se juntou do lado de fora indagando: “0 que significa isto?” Logo foi propagado pela cidade que Deus estava derramando seu Espírito. Pessoas brancas se juntaram às pessoas de cor e também foram cheias do Espírito. No dia

12 de abril o próprio Seymour teria sua experiência pentecostal com línguas.

O INÍCIO DAM1S5À0 AZUSA

Frank Bartleman era um evangelista Holiness que recebera notí­ cias do avivamento em Gales ocorrido em 1904 e desde então dedicou sua vida para orar e publicar literatura conclamando outros a orar e buscar avivamento para Los Angeles. Ele entrou em contato com Seymour, que, por falta de espaço, alugara um velho galpão na Rua Azusa e então o fogo se alastrou. Ele se tornou a pessoa chave para espalhar as notícias do avivamento através de folhetos e publicações. A seguir (até a página 16), temos a descrição impressionante do início do avivamento nas palavras do próprio Bartleman, extraída do seu livro “A História do Avivamento Azusa”: ^

Depois de um período de oração, o Senhor me mostrou que deveria voltar para a reunião que havia sido transferida da Rua Bonnie Brae para a RuaAzusa,312.Haviamalugadoumavelhacasademadeiraqueforaantes uma igreja metodista, no centro da cidade, e que durante muito tempo não Jora usada para reuniões. Tomara-se um depósito de madeira velha e cimen­

to, mas agora limparamasujeira e o entulho suficiente para colocar umas tábuas no meio, em cima de barris velhos. Desta forma, dava lugarpara cerca de trinta pessoas, se me lembro corretamente. Sentavam-seformando um quadrado olhando uns para os outros.

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Senti tremenda pressão interior para ir à reunião daquela noite. Era

minhaprimeiravisitaàMissáoAzusa.MamãeWheaton, que estava vivendo conosco naquela época, iria conosco. Ela andava tão devagar que eu mal conseguia esperá-la. Chegamos láflnabnente e encontrei cerca de doze irmãos, algunsbrancosea^unsnegros.OirmãoSeymourestavaládirigin- do. A “arca do Senhor" começou a se nwver vagarosamente, mas com firme­ za emAzusa. No princípio era carregada nos ombros de sacerdotes indicados por ele mesmo. Não tínhamos nenhuma “carroça nova” naqueles dias para agradar as multidões mistas e carnais. Tínhamos de combater contra Sata­ nás, masa“arca”nãoerapwoadaporbois(bestasignorantes). Ossacerdotes estavam “uivos para Deus”, através de muita preparação e oração. 0 discer­ nimento não eraperfeito, e o inimigo tirou algum proveito disto, e trouxe algumas críticas ao trabalho, mas os irmãos logo aprenderam a “apartar o precioso do vil”.

Tbdas asforças do infemo estavam combinadas contra nós no princípio. Nemtudoerabênção.Na realidade, a luta/oi terrível Satanás procurava espíritos imperfeitos, como sempre, para destruir o trabalho, se possível. Mas ofogo não podia ser apagado. Irmãosfortes haviam se reunido com a cyuda do Senhor. Aos poucos levantou-se uma onda de vitória. Mas tudo isto veio de umpequeno começo, uma pequenina chama

Preguei uma mensagem na minha primeira reunião emAzusa. Dois ir- mãosjalaram em línguas. Muitas bênçãos pareciam acompanhar estas mani­ festações. Em breve muitos já sabiam que o Senhor estava operando na Rua

Azusa e pessoas de todas as classes começaram a vir às reuniões. Muitos estavam apenas curiosos e não acreditavam, mas outros tinham fom e da presença de Deus. Os jomais começaram a ridicularizar e a debochar das reuniões, oferecendo-nos desta maneta muitapubUddade gratuita. Isto trouxe os multidões. 0 Diabo superou-se asi mesmo outra vez. Perseguições exter­ nas nuncajazem mal à obra. Tínhamos de nos preocupar mais com os espí­ ritos maUgnos que trabalhavam dentro da obra.Méespíriías e hipnotizadores vieram investigar o quefazíamos e tentar nos influenciar. Apareceram então todos os descontentes religiosos e charlatães procurando um lugar para trabalhar. Estes é que nos causavam mais temor, porquanto constituem sem­ pre perigo para todos os trabalhos que estão sendo iniciados, e não encon-

tramguarida noutros lugares. Estasitiiação lançou tal medo sobre muitas pessoasqueJoiquaseinsuperáveleimpediumuitoaaçãodoEspírito. Várias

temiam buscar a Deus por pensar que o Diabo poderia pegá-las. o Movimento Pentecostal

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Descobrimos logo no início que, quando tentávamos segurar a arca (1 Cr 13:9),

0

Senhorparavade trabalhar. Não ousáuamos chamar rnuiíoaaíenção do povo para o que o maligno tentava realizar, pois o resultado seria medo. Só podíamos orar. Então Deus deu-nos a vitória. Havia a presença de Deus coriosco através da oração; nós podíamos contar com ela Os líderes tinham uma experiência bastante limitada, e a grande maravilha é que o trabalho tenha sobrevivido contra seuspoderosos adversários. Mas era de Deus. E era este

0

segredo.

EXPERIÊNCIAS COM O ESPÍRITO EM AZUSA

Nos primeiros dias daMissãoAzusa, tanto o céu como o infemo pareciam ter chegado à cidade. Os homens estavam a ponto de estourar e havia uma poderosa convicção sobreopovoem geral As pessoas paredam cair aos peda- çosaténarua,semnenhumaprovocaçáo.Haviacomoqueumacercaemvolta daMissãoAzusaJeitapeloEspírito. Quando o povo aatravessava, adoisou tês quarteirões de distância, era tomado pela corwicção dos seus pecados.

0 trabalho era cada vez mais claro eforte em Azusa. Deus operavapode- rosamente. Parecia que todos tinham de ir a Azusa. Havia rrüssionários vindos daÁfrica, índia e ilhas oceânicas. Pregadores e obreiros atravessavam o conti­ nente, e vinham de ilhas distantes, motivados por uma atração irresistíixl por LosAngeles. “Coryregaiosmeussantos” (Sl50:l-7). Haviam sido chamados para assistir ao Pentecoste, embora não soubessem Era o chamado de Deus. Reuniões independentes, embnasemissões, começaramafediarporfaltade gente.SeusmembrosestcwamtodosemAzusaOúmãoeimnãGarrfecharam oauditório“SarçaArdente”evieramaAzusaparaserembatizadosnoEspíri- to,elogoforamparaaíndiaespalharachama

Houve muitaperseguição, principalmente por parte da imprensa Escre­ viam coisas incríveis, mas isso só fazia com que mais gente viesse. Muitos deram ao movimento seis meses de vida. Em pouco tempo havia reuniões noite e dia sem interrupção. Todas as noites a casa estava lotada. Todo o prédio em cima e embaixo havia sido esvaziado e estava sendo utilizado. Havia muito mais brancos do que pessoas de corjreqüentando as reurúões. Asegregaçãoracialjoiapagadapebsanguede Jesus. A S . Worrell tradutor do Novo Testamento, declarou que o trabalho de Azusa havia redescoberto o sangue de Jesus para a igreja naquela época. Dava-se grande ênjase ao sangue como elemento pwficador. Colocavam-se padrões morais elevados para quem queria ter uma vida limpa.

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Ocmrior divino se manifestcaxL maravilhosamente nestas reuniões. Não se permitia nem sequer uma palavra indelicada contra os inimigos ou outras igrejas. A mensagem era o amor de Deus. Era como se o primeiro amor da igreja primitiva houvesse retomado. 0 batisnw, corra o recebíamos no prin­ cípio, não permitia que pensássenKS,falássemos ou ouvíssemos o mal con­ tra qualquer criatura. 0 Espírito era muito sensível como uma pomba delica­ da. Apomba não temfeL Sabíamos imediatamente quando magoávamos o Espírito através de um pensamento ou de uma palavra. Parecíamos viver num mar depuro amor divino. 0 Senhor lutava por nós naqueles dias. Nós nos submetíamos ao seu julgamento em todos os assuntos, nunca buscando defender

0

nosso trabalhoouanossapessoa Vivíarmsemsuamaravilhosa e real presençcL E nada contrário ao seu puro Espírito era permitido.

Ofabo era separado do real pelo Espírito de Deus. A própria palavra de Deus era que resolvia todos os assuntos. 0 coração do povo, tanto em ação como em motivação, era descoberto até o cerne mais profundo. Não era nenhuma brincadeira tomar-se membro do grupo. “Ninguém ousava qjuntar- se a eles ” (At 5:13) a não ser que levasse as coisas a sério, e quisesse ir até ofim. Naquele tempo, para receber o batismo era necessário passar pela morte e por um processo de purificação. Tínhamos uma sala especial em cima para aqueles que buscavam com mais ardor o batismo embora muitos fossem batizados também em plena reunião. Muitas vezes eram batizados enquanto estavam sentados. Na parede da sala especial estava escrito: “É proibido falar alto; sussurre apenas. "Não sabíamos nada a respeito de “con­

quistar pelo barulho" naquela época'

OE^Mooperavaprçfijndamente. Umapessoainquietaouquefalassesem pensar era logo repreendidapeb Espírito. Estávamosem terrasanta. Estaat- mosfera era insuportávelpara os camais. Geralmente passavam bem bnge daquela sala a não ser que já houvessem sido subjugados e esvaziadospeb Espírito. Só iampara lá os que verdadeiramente buscavamaDeus, os que estavam sérios com ele. Este não era um lugar para manifestações emotivas nem para desmaios ou dar vazão asentimentos negativos. Os homens não gritavamnaqueleiempo.EksbuscavamamisericórdiadoSenhor,diantedoseu tono.Suaatitudeeraadequemtiravaossapatosporestaremterrasanta.

AAÇ ÃO DO ESPÍRITO NAMÚSICA

Sexta-feira, 15 dejunho, emAzusa, o Espírito derramou o coro celestial dentro de minha alma Encontrei-me, de repente, unindo-me aos demais que

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Já haviam recebido este dom sobrenatural Era uma manifestação espontâ­ nea e de tal arrebatamento que nenhuma língua hunmruipoderia descrever No início esta manifestação era maravilhosamente pura e poderosa. Temía- nws reproduzi-la, como também com as línguas estranhas. Hoje em dia, muitos parecem não ter nenhum constrangimento de imitar todos os dons. É por isso que elesperderamgrande parte do seu poder einfluêru:ia Ninguém podia compreender esse dom de cânticos espirituais além daqueles através dos quais se manifestcwa. Era realmente um novo cântico no Espírito. Quan­ do

0

ouvi pela primeira vez numa reunião, um grande desejo entrou em minha alma de recebê-lo. Achava que expressaria muito bem todos os meus sentimentos reprimidos. Eu ainda nãojalara em línguas. A nova canção, no entanto, me conquistou. Era um dom de Deus de alto nível e apareceu erúre nós logo que começou o trabalho em Azusa. Ninguém havia pregado sobre isso. OSenhorohaviaden-amadosoberanamenteJuntocomoderramamen- to do “restante do azeite”, o batismo no Espírito da chuva serôdia. Manifes­ tava-se à medida que o Espínto impulsionava as pessoas que tinham o dom, individualmente ou em grupo. Às vezes era sem palavras, outras vezes em línguas. 0 efeito sobre o povo era maravilhoso. Havia uma atmo^era celestial como se os próprios anjos estivessem presentes e houvessem se unido a nós. ProvavelnKnte isto ocorria mesmo. Parecia fazer cessar toda crítica e oposi­ ção, e era difícil até para os ímpios negá-lo ou rídicularizá-b.

Alguns condenam esses cânticos novos sem palavras. Mas nãojoi o som dado antes da linguagem? E não há inteligência sem linguagem? Quem compôs a primeira música? Temos sempre de seguir acomposição de algum homem que veio antes de nós? Somos por demais adoradores da tradição. 0 Jcúar emlínguasnãoestáde acordo com a sabedoria ou com o conhecimento humano. Epor que não um dom de cânticos espirituais? De fato, estes são um desafio aos cânticos religiosos de ritmo moderno que usamos hoje. E provavelmente/oram dados com este propósito. Entretanto alguns dos ve­

lhos hinos são muito bons de cantar também, e não devem ser desprezados. Alguém disse que cada novo avivamento traz sua própria hinologia. E isto

realmente aconteceu conosco.

No princípio, emAzusa, não tínhamos instivmentos musicais. Na reoMa- de, não sentimos necessidade deles. Não havia lugar para eks em nosso louvor. Tudo era espontâneo. Não cantávamos nem com hinários. Todos os hinos antigos eram cantados de memória vivificados pelo Espírito de Deus. “Veio

0

Consolador” eraprovavelmente o mais cantado. Cantávamos com

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corações cheios dessa experiência nova e poderosa. Oh, como o poder de Deus nos enchia e nos comovia! Os hinos sobre o "sangue” também eram muito populares. “A vida está no sangue. ”As experiências do Sinai, Calvário e Pentecoste todas tinham seus lugares certos no trabalho de Azusa. Contu­ do, as novas canções eram totalmente diferentes, pois não eram de compo- siçãohumana, enãopodíamserjalsiflcadascomsucesso. Ocorvonãopode innitarapombcL

Mais tardecomeçaramadesprezarestedomquandooespíritohumano se impôs outra vez. Colocaram-no para fora com o uso do hinário e hinos selecionados pelos líderes. Era como assassinar o Espírito eisto entrístecia muito a alguns de nós; porém a corrente contrária eraforte demais. Os hinários hoje em dia são em grande parte uma produção comercial e não perderíamos muito se não os tivéssemos. Os velhos hinos são violados pelas mudanças, e procuram produzir novos estilos todos os anos para que haja mais lucro. Há muito pouco espírito de adoração neles. Mexem com os pés, mas não com os corações dos homens! Os cânticos espirituais dados por Deus, no intio, eramsen^elhantesaumaharpaeólicaporsuaespontaneida- de e doçura Na realidade, era o próprio sopro de Deus tocando nas cordas dos corações humanos ou nas cordas vocais humanas. As notas eram mara­ vilhosamente doces tanto no volume como naduração.Eramàs vezes impos­ síveis humanamente. Era o cantar no Espírito.

AUDERANÇADAS REUNIÕES EMAZUSA

0 irmão Seymourfoi aceito como o líder nominoL Mas não havia papa ou

hiercvquia. Éramos todos irmãos. Não tínhamos programas humanos. 0 Se­ nhor mesmo liderava Não havia uma classe sacerdotal, nem ações sacerdo­ tais. Estas coisas surgiram depois, à medida que o movimento apostatou. No princípio não tínhamos nem plataforma, nem púlpito. Todos estavam no mesmo nível Os ministros eram servos na verdadeira concepção da palavra Não homenageavam os homens pelo que tinham a mais de recursos ou de instrução, mas pelos dons que Deus lhes dera Ele colocava os membros no lugar certo do seu corpo. J^ora “coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra; osprofetasprofetizamfalscmiente e os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; eéoque deseja o meu povo. Porém quefareis quando estas coisas chegarem ao seufim?” (Jr 5;30,31).

0 irmão Seymourgeralmentefioavasentado atrás de duas caixas vazias, umaemdmadaoutra Usualnieníemantinhaacabeçadentrodeumadelas,

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durante o culto, em oração. Não havia orgulho aqui. Os cultos eram quase que contínuos. Almas sequiosas podiam ser encontradas sob o poder de Deus quase a qualquer hora, dediaoude noite. Nunca o local estava fechado ou vazio. 0 povo vinha encontrar-se com Deus. Ele estava ali. Por isso a reuniãoeracontínuaenãocareciadeliderançahumanaApresençadeDeus tomava-se mais e mais maravilhosa. Naquele velho prédio de teto baixo e piso descoberto Deusfazia empedaços homens e mulheresfortes e tomava a Juntá-los outra vez para sua glória. Era um form idável processo de desmontagem e revisão geral. 0 orgulho e a auto-qfumação, a auto-impor- tância e a auto-estima, não podiam sobreviver alt 0 ego religioso pregava rapidamente seu próprio sermão de enterro.

Nenhum assunto ou pregação era anundado de oníemõo e nenhum pre­ gador especial havia para essa hora. Ninguém sabia o que iria acontecer e nemoqueDeusfaria. Tudo era espontâneo, comandado pelo Espírito. Que­ ríamos ouvir Deus através de quem ele falasse. Nãofazíamos acepção de pessoas. Os ricos e cultos eram iguais aos pobres e ignorantes, e era muito mais diftcilpara aqueles morrerem. Só reconhecíamos aDeus. Todos eram yuais.Nenhumacamepodiagbriar-senasuapresença,eelenãopodiausar quem tivesse opiniões próprias. Eram reuniões do Espírito Santo, guiadas pelo Senhor. 0 avivamento tinha de começar num ambiente humilde para que

0

elemento egoísta e humano não entrasse. Todos caíam aseus pés com humildade. Todosseassemelhavametinhamtudoemcomum, nestesentido pelo menos. 0 teto era baixo e por isso as pessoas altas deviam dobrar-se. Ao chegaremaAzusajá tinhamse humilhado, e estavam preparadas para as bênçãos. Aforragemesiavapreparadaparaovelhas, nãoparagirqfas. Todos

podiamalcançá-la

Fbmos libertos ali mesmo das hierarquias eclesiásticas e dos seus abusos.

QueríannosDeus. Quandochegávamosàreunião, evitávarnosornáxinTopossí- velcumprimentareconversarunscomosoutros. Queríamosprimetochegara Deus. Colocávamosacabeçaembaixodealgumlxmcoemoraçãoeentráva- mos em contato com os homens só no Espirito; não os conhedamos mais na came.Asreuniõescomeçavamespontaneamentecomtestemunhos, buvore adoração. Ostestemunhosnuncaeramapressadospebagitaçãodohomem. Não tínhamos umprogramapreestabekcido que tinha de ser empurrado de qualquermaneircuNossotempopertenciaaDeus.Tínhanvosverdadeirostes- temunhos

v íik ío s

diretamente de corações vibrantes com as experiências. Se nãofor assim, quanto menoresforemos testemunhos melhor é. Umadúziade

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pessoas, àsvezes, estavamdepé tremendosobopoderdeDeus. Nãoprecisá- vamosqwimlídernosindicasseoquejazer,mastambémnãohaviadesor- dem Estávamos absowidos emDeus nas reuniões, através da oração. Nossas mentes estavam voltadas exclusiixtmeníeparaele, e todos lhe obedeciam com mansidãoehumildade.Emhonranospreferíamosunsaosoutros (Rm 12:10). OSenhorpodiairromperatravésdequaiquerwn. Orávamosporissooontinu- amente. Alguémflnalmenteficcwa de pé, ungido com a mensagem. Todos reconheciam isso e permitiam que acontecesse. Podia ser uma criança, um homem ou uma mulher. Podia ser do banco de trás ou do dafrente. Não fazia diferença.Regozyávamo-nosnaobradoSenhor.Ninguémqueriaaparecer. Só pensávamos em obedecer ao Senhor. Na verdade, havia uma tal atmosfera dtvinaquesóumtobsecolocariadepésemverdadeiraunção.Emesmoassim não duraria muib. As reuniões eram controladas peb Espírito diretamente do trono da graça Verdadeiramente foram dias maravilhosos. Eu muitas vezes disse que preferiria viver seis meses naqueb época do que cinqüenta anos de umavidanormaLMasDeusaindaéomesmohqje.Sónóséque mudamos.

Alguém podia estarfalando. Repentinamente, o Espírito caía sobre toda a congregação. Deus mesmofazia os apebs. Homens caíam por toda a casa comomortosnumabatalhaoucorriamaoaltaremmassabuscandoaDeus. Acenamuitasvezesparedaumafbrestacheiadeárvorescaídas. Umacena assim não podia ser imitada. Não me lembro de ter visto um apelo sequer naqueles dias. Deus mesmo os chamava E o pregador sabia quando parar. Quando Deusfalava todos obedecíamos. Parecia algo temerário impedir a operação do Espírito ou entristecê-lo. 0 local todo estava cheio de orações. Deus estava no seu santo templo.

A

humanidade cabiaficar em silêncb. A glória do Shekinah* estava ali. Aliás alguns diziam ter visto a glória do Senhor envolvendo o prédb durante a noüe. Eu não duvido. Mcds de uma vez porei quando me aproximava deste local e orei pedindoforças antes de ousar continuar. A presença do Senhor era muito real.

DEUS TRATA COM ACARNEPELO BATISMO

Homens presunçosos às vezes apareciam em nosso meb. Especialmente pregadores que tentavam espalhar suas próprias idéias e auto-promover-se.

0 Movimento Pentecostal

‘Palavra hebraica que significa “habitação de Deus", e foi usada por alguns escritores

para referir-se à manifestação sensível da presença de Deus no tabernáculo e no templo,

geralmentenumanuvem:Êx40:34; lRs8:10,ll;2Cr5:14;>^ 15:8.

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Seus esforços, porém, duravam pouco. Ficavam semfôlego. Suas mentes vagavam, seus cérebros pareciam girar. Tudoficava escuro diante de seus olhos. Não podiam continuar. Nunca vi ninguém que tivesse tido sucesso naqueles dias; pois estavam lutando contra o próprio Deus. Ninguémprecisa- va interrompê-los. Simplesmente orávamos e o Espírito Santo fazia o resto. Queríamos que o Espírito controlasse tudo. Ele os confundia logo. Eram carregados parafora mortos, espiritualmentefalando. Geralmente se humi­ lhavam até

0

pó, passando pelo mesmo processo porque passáramos. Em outraspalavras, eramesvaziadosdesimesmos;depoisseviamcomtodasas suasfraquezas, e com humildade de criança confessavam tudo; Deus os pegavaentãoetran^ormavaospoderosamenteatravésdobatismonoEspí- rito. “Ovelhohomemmorria”comtodoseuorgulho, arrogânciae boas obras. No meu caso, passei a não me suportar. Supliquei a Deus que colocasse uma cortina ente mim e meu passado, de talforma que apagasse até mesmo as minhas derradeiras ações. 0 Senhor me ordenou que esquecesse cada boa ação como se nunca tivesse ocorrido, assim que fosse realizada; e que pros­ seguisse adiante como se nunca tivessefetío nada para ele para que minhas boas obras não se tomassem uma armadilha voltada contra mim mesmo.

Víamos coisas maravilhosas naqueles dias. Até homens muito bons che­ garam a desprezar-se quando se viam na luz mais clara de Deus. Os prega­ dores é que custavam a se entregar. Tinham muito para entregar à morte. Tantafama e boas obras! Quando, entretanto, Deusfmalizava sua obra neles, com alegria viravam umapágina e começavam outro capitulo. Portan­ to, havia uma razão para eles lutarem tanto. A morte não é uma experiência agradável e os homensfortes custam a morrer

0 irmão AnselPost, umpregador batista, estavasentadonumacadeira no meio da sala numa reunião à noite. De repente veio sobre ele o Espírito. Deu um salto e começou a louvar a Deus em línguas e a correr de um lado para o outro, abraçando todos os irmãos que pôde. Estava cheio do amor de Deus. Mais tardefoi para o Egito como missionário.

CAPACTERÍSTICAS DO AVIVAMENTO:

IMPERFEIÇÃO, OPOSIÇÃO EDOMÍN10 DO ESPÍRITO

Escreviem “WayofFaith”, emprtmeiro de agosto de 1906; “OPentecoste chegouaLos Angeles, aJerusalémamericana. Todaseita, credo e doutrina debaixo do céu são encontrados em Los Angeles, assim como todas as na­ ções são representadas a li Muitas vezesfui tentado a duvidar que minhas

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forças resistissem até o JinaL 0 peso da oração tem sido muito grande. Mas desde aprimavera de 1905, quarulo tive a primeira visão e recebi ofardo para sustentar emoraçâo, nunca tive dúvidaquanto ao resultadofinaL Os homens em todos os lugares estão com suas almas perturbadas e o avivamento com seusfenômenos sobrenaturais éo assunto do dia Grande oposição também se manifesta Osjomaissão muito venenosos, injustos e inverídicos nos seus pronunciamentos. Ospseudosistemas religiosos também estão lutandofor- temente, mas a ‘saraiva varrerá o refúgio da mentira’ (Is 28:17). Seus escon­ derijos estão sendo descobertos. Um riacho purificador estápassando pelo meio da cidade. APcüavra de Deus prevalece.

‘Todasasfcúsasreligiõesdebaixodocéuencontram-serepresentadasaquL AnãoseravelhaJerusalémnãohánadaigualnomundo. (Ficadoladoopæto do mwido com condições naturais muito semelhantes.) Todas as naipes são representadascomoemJerusalémMíiharesvindosdetodaparíedopaísede muitoslugaresdomundo, mandadosporDeuspcmestarnoF^ntecosíes, levarão ofogo ao redor do mundo. 0 zeb missbnárb está atingindo sua temperatura máxima Os dons do E^íríto estão sendo derramados, aarmaduradaigreja restaurada Verdadeimmenteestarnosnosdiasdarestauração,os‘últimosdias'; sãodiasmaravilhosos, diasgbríosos, masdiashorríveisparaosquecontinuam resistindo. São dias deprivilégb, responsabilidade eperigo.

“Os demônios estão sendo expulsos, os doentes curados, muitos abenço­ ados com salvação, restaurados e batizados com o Espirito Santo e poder. Heróis estão sendo desenvolvidos, os fracos sefortalecendo no Senhor Os corações humanos estão sendo revistos como por uma vela acesa. É uma época de grandepeneiração não só de ações, como de motivos interiores secretos. Ncuda pode escapar aos olhos do Senhor que a tudo perscrutam. Jesus está sendo levantado, o ‘sangue’ magn^icado, e o Espírito Santo ho­ menageado mais uma vez. Muito poder para prostar as pessoas se manfes­ ta É esta aprincipal causa de resistência por parte daqueles que se recusam a obedecer. 0 trabalho é para valer Deus está conosco com grande autenti­ cidade. Não ousamos pensar em ninharias. Homensfortes ficam durante horas prosti-adossob o poder de Deus, cortados como grama 0 avivamento será mundialsem dúvida ”

O FUTURO DESTE AVIVAMENTO

EscreviparaoutroJomalreligbso o seguinte, em 1906: ‘^itoscom am al- clitainaeckdidade,prosseguirnospciradmacomarnaiord^ícukiade, lutando

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pela restauração dagbriosa luz epoderda igreja, antes derramados com tanía abundância, mas agora há muttoperdidos. Temos estado por tanto tempo na escuridão da descrença causada pela queda da igreja, que nossa tendência é resistir à luz, pois nossos olhos estãofracos. A igreja caiu tanto que, quando Lutero tentou restaurar a verdade daJustiJbaçãopelafé, a igreja de seu tempo resistiuelutaucontraelacomosejosseapiorheresia;algunspagaramporisso com suas próprias vidas. Ocorreu o mesmo na época de Wesley. Mas agora te- mosaprópriarestauroçãodaexperiêndadoPerüecostecomaschujvasserôdi- as, umarestauração do poder, edemaiorglória, afimde acabar aobraquefoi inidada Seremoselevadosaonívelprimttivodaigrejaparaterminarmososeu trabalho, partiruio do ponto onde nossos antecessorespararam quando ojra- casso os conquistou, erapidamentecumprindoaídtimagrandecomissãopara abrírocaminhoparaavoltadeCristo.

“Devemos interromperosséculosdejracassosdaigrejaeabnga, sombria idade escura, e apressando o tempo, ser totatnente restaurados ao poder, à vitóriaeàgbriaprimitivos.Procuremossair, pehgraçadeDeus,deumcristi- anismo corrupto, retrógrado e espúrb. As sinagogas de uma yrga orgulhosa e hipócriíaestãovoltadascontranósparadesacrediíar-nos.Osmercenárioscb- mampornosso sangue. Os escribas eosfariseus, os sumo sacerdotes, osprin- cipais das sinagogas estão todos contra nós e contra Cristo.

“LosAngeles parece ser o lugar e esta a ocasião, no pkmo de Deus, para a restauração da igreja ao seu liujar,favor e poder primitivos. Chegou a hora da completa restauração da igreja. Deusfalou com seus servos em todas as partes do mundo, e todas as nações, como antigamente, vieram para o Pentecoste, para depois sair e levar as boas novas de salvação. A base de operação para o último Pentecoste mudou-se da antiga Jerusalémpara Los Angeles. Por toda parte Deus tem criado umforte anseio por essa experiên­ cia OPaísdeGalesfoidesignadoapenascomooberçoparaestarestaura- çãonumdial do poder de Deus.”

O FOGO SE ESPALHA

A partir de Azusa o fogo do avivamento espalhou-se por todo Estados Unidos. Através de toda a nação centenas de congregações in­ dependentes eram formadas da noite para o dia, providenciando a base para o que se tornaria mais tarde as Igreja s A ssem bléias de Deus.

A A lia n ça C ristã e M issionária, uma obra Uderada na época

pelo seu fundador A. B. Simpson, que estabelecia institutos bíblicos e

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enviava m issionários para vários lugares do mundo, também foi grandemente atingida pelo avivamento. Eles criam que a igreja estava prestes a receber a chuva serôdia, e quando ouviram sobre o derrama­ mento do Espírito em Los Angeles ficaram alegres mas cautelosos, pois não estavam interessados em fanatismo.

A partir de maio de 1907 houve extraordinárias visitações do Espírito em seus acampamentos e convenções. Seus estudantes, minis­ tros e missionários eram inundados pelo Espírito com manifestações de línguas e sinais. Numa dessas reuniões um jovem estudante, David McDowell, estava tão cheio do fogo do Espírito que ficou com as mãos erguidas por mais de uma hora louvando ao Senhor. Quando ele as abaixou, inesperadamente caíram sobre as cabeças das esposas de dois líderes da A lia nça que instantaneamente romperam em línguas!

Mas quando descobriu que o novo movimento ensinava que o batismo no Espírito era sempre acompanhado de línguas, Simpson to­ mou uma posição que fez com que o fogo apagasse e uma divisão ocor­ resse dentro da A liança M issionária. Ele publicou um manifesto decla­ rando firmemente que renunciava à doutrina de que todos deveriam falar em línguas e que estas eram apenas uma das evidências do batismo no Espírito. Com esta posição, que se tornou conhecida como a “posi­ ção da A lia n ça ”, eles perderam muitos homens proeminentes na socie­ dade e em algumas cidades congregações inteiras passaram para o lado do Movimento Pentecostal. A Aíiança M issionária poderia ter equili­ brado

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Movimento Pentecostal e evitado numerosos erros, mas, ao rejeitá-lo, falhou em acompanhar o mover de restauração do século XX. Conta-se que nos últimos dias de sua vida Simpson teria dito a McDowell: “David, eu fiz o que pensei ser melhor, mas receio que tenha falhado.”

Muitos missionários vieram de vários continentes para experi­ mentar

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seu próprio pentecoste e levar o avivamento para seus países. Outros foram influenciados por grupos de outros lugares dos Estados Unidos que tinham tido contato com Azusa. Por exemplo, dois imigran­ tes suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, participaram em Chicago de uma reunião de oração com alguns amigos cheios do Espírito. Lá rece­ beram uma profecia de que seriam enviados para algum lugar no mimdo chamado Pará. Após pesquisarem e descobrirem que se tratava de um

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estado do Brasil, foram enviados miraculosamente para cá em 1910, onde fundaram a Ig reja A ssem bléia de D eus, quatro anos antes das

Igreja s A ssem bléias de D eus dos Estados Unidos serem organizadas.

Thomas Ball Barratt, um ministro metodista na Noruega, ficou conhecido como o “apóstolo do pentecoste” para a Europa. Em viagem aos Estados Unidos, na cidade de Nova Iorque, ouviu sobre o avivamento Azusa e pensou que teria de ir a Los Angeles para receber o batismo. Enquanto esperava para viajar, decidiu buscar a experiência, orando até 12 horas por dia, e recebeu o batismo no Espírito ali mesmo em Nova Iorque, em outubro de 1906.

“Fui inundado de luz e de tal poder que comecei a gritar o mais alto que podia numa língua estrangeira. Devo ter falado sete ou oito línguas, baseado nos vários sons e modos de falar usados... o momento mais maravilhoso foi quando explodi num lindo solo barítono, usando uma das linguagens mais puras e deleitosas que já ouvira.”'^

Em dezembro de 1906 Barratt retornou a Oslo, Noruega, onde alugou um ginásio com 2.000 lugares para realizar as primeiras reuni­ ões pentecostais da Europa.

“Pessoas de todas as denominações estão sendo impelidas para as reuniões. Muitos têm recebido o seu pentecoste e estão falando em línguas... Pessoas que têm participado das reuniões estão levando o fogo com eles para as cidades ao redor.

Em pouco tempo, Barratt se estabeleceu como o profeta do pen- tecostalismo europeu. Visitando-o e recebendo seu próprio batismo no Espírito estiveram pastores da Suécia, Inglaterra e Alemanha.“*

DECLÍN10 E CRISTALIZAÇÃO DO MOVIMENTO

PENTECOSTAL

Já no prim eiro ano o avivamento demonstrou sinais de declínio. Em agosto de 1906 Seymour escreveu a Parham para que viesse ajudá-lo a discernir algumas manifestações estranhas que estavam acontecen­ do. Parham não teve orientação para ir imediatamente e quando esteve presente não foi bem aceito. Separaram-se e o mesmo aconteceu com Seymour e Bartleman. Bartleman era totalmente contra a organização e institucionalização do movimento e quando Seymour mandou escrever

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na parede do prédio da RuaAzusa “Missão Fé Apostólica”, ele se reti­ rou e em agosto de 1906 abriu outra obra também famosa, “Rua Eighth com Maple” (assim designada como ponto de referência) cuja profundi­ dade e poder se igualaram a Azusa.

A ênfase do Movimento Pentecostal eram línguas como evidência do batismo no Espírito e poder para pregar o evangelho para o mundo intei­ ro, pois criam na iminente volta de Jesus. Por isso desde o início os Hde- res não viam necessidade de formar qualquer organização eclesiástica, pois eles mesmos já haviam se desiludido e sido perseguidos pelas deno­ minações que rejeitaram o mover do Espírito. Mas com o passar dos anos

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movimento entrou em perigo de caos com muitas divisões sobre doutri­ nas (e até heresias) e desonestidade fmanceira. A solução bíblica para es­ tabelecer ordem e purificar o movimento seriam apóstolos e profetas, mas como não tinham esses lundamentos foi quase inevitável a sua organização. Isso aconteceu em 1914 com uma chamada geral (debaixo de muitos pro­ testos) para realizar uma grande convenção em Hot Springs, Arkansas, que reuniu de 200 a 300 líderes de 20 estados dos Estados Unidos e de vários lugares do mundo. Ali o Movimento Pentecostal se organizou com

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nome de Igrejas Assem bléias de Deus.

Uma grande polêmica que abalou as recém-organizadas Igrejas

Assem bléias de Deus foi gerada pela doutrina da unicidade da Divindade.

Esta doutrina surgiu em 1913 com a revelação de um homem sobre o nome de Jesus, e seus defensores pregavam que o verdadeiro batismo de­ veria ser em nome de Jesus somente e não da Trindade, e os que não fos­ sem assim batizados deveriam ser rebatizados. 0 resultado desta doutri­ na foi a negação da existência da Trindade e quando o Conselho Geral, após muitos debates e discussões, condenou esta doutrma, um quarto dos 585 ministros das Assem bléias de Deus deixou a igreja em 1916.

Durante os anos 20 e 30, apesar do esfriamento do Movimento Pentecostal, Deus continuou a operar e ministérios poderosos foram levantados. Entre eles estão Aimee Semple MacPherson (fundadora da

Ig reja do E vangelho Q uadrangular), Smith W i^lesw orth (o “Apóstolo

da Fé” ) e Charles Price (um conhecido pastor tradicional convertido numa campanha de Aimee Semple MacPherson que se tornou um famo­ so pregador pentecostal com um ministério profético e de cura).

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Capítulo

3

AS GRANDES CAMPANHAS

DE CURA

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s grandes campanhas de cura, juntamente com o movimento Chu va Serôdia, que será tratado no próximo capítulo, ocorreram no etade do século após a Segunda Guerra Mundial e na mesma época da formação do Estado de Israel. Apesar de terem começado no mesmo período (46-48) foram movimentos distintos, mas com certa ligação. Foi uma campanha de Branham no Canadá que despertou al­ guns irmãos canadenses a buscarem o avivamento que surgiu com o nome de “Chuva Serôdia”.

William Branham nasceu num lar pobre a 6 de abril de 1909, em Kentucky. Seu pai era um lenhador que passava longos períodos fora de casa trabalhando. Uma dessas ocasiões foi no inverno de 1909, quando a mãe e filho (com seis meses de vida) escaparam de morrer congelados durante uma terrível tempestade. Sem comida e sem calor teriam su­ cumbido se Deus providencialmente não despertasse um vizinho para ir até lá. Diante da falta de sinal de vida, arrombou a cabana e encontrou mãe e filho enrolados em roupas de cama famintos e quase congelados.

Branham teve sua primeira experiência com Deus aos sete anos de idade. Contrariado por não ter podido ir pescar com seus amigos, estava carregando água para sua mãe e, ao parar debaixo de uma árvore para descansar, ouviu de repente um som de um vento soprando as folhas da árvore. “Eu sabia que não estava soprando em nenhum outro lugar. Afastei-me alguns passos e notei que num certo lugar mais ou

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