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A NECESSIDADE DE REFORMA PRODUZIU O MOVIMENTO DE DISCIPU U D O

DISCIPULADO NOS EUA

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Movimento de Discipulado, que ganhou projeção mundial na década de 70, surgiu simultaneamente naArgentina e nos Esta­ dos Unidos. Porém, os proponentes do movimento na Argenti­ na exerceram uma influência marcante no movimento nos Estados Uni­ dos. Numa conferência em Filadélfia, Pensilvânia, em 1973, os m issio­ nários Keith Bentson e Orville SvrâidoU levaram para lá a mensagem de discipulado vinda da Argentina. Também em 1973, Juan Carlos Ortiz começou a ministrar nos Estados Unidos e seu livro, “0 Discípulo”, causou grande impacto lá.

0 foco do movimento nos Estados Unidos aconteceu em Fort Lauderdale, Flórida, onde um grupo de mestres na Palavra havia come­ çado a estabelecer-se desde 1968 .0 que os atraiu para aquele lugar foi uma organização formada em 1966 por lun grupo de homens de negóci­ os cristãos, que patrocinava conferências para ensinar a Palavra no con­ texto da renovação carismática. Nos anos que se seguiram, cinco proe­ minentes mestres na Palavra de Deus estabeleceram-se lá, formaram entre si um relacionamento de aliança e começaram a publicar a revista “NewWine” (Vinho Novo), para propagar seus ensinos. Os nomes desses homens são; Bob Mumford, Derek Prince, Don Basham (1926-1989), Charles Simpson e Ern Baxter.

A NECESSIDADE DE REFORMA PRODUZIU

O MOVIMENTO DE DISCIPU U D O

Como vim os nos capítulos anteriores desta série, a restauração da igreja no século X X é um processo contínuo de reform a e avivamen-

to. Arthur Wallis (conhecido preletor e autor inglês), expressou isto do seguinte modo:*®

Em síntese, queremos mostrar que cada onda de bênção para a igreja não veio apenas para trazera renovaçãoúnediatadavidaesptrttualdaque- la geração, mas também a recuperação de verdade espiritual Isto significa que em iodos os grandes movimentos através dos anos, o Senhor temprocu- rado recuperar averdadeperdida trazendo o seupovo de voltaao Cristianis­ mo Apostólico origiruil.

Podemos notar claram ente esta linha de reform a ou recuperação de verdades nos moveres de Deus através dos séculos, os quais geralm ente trouxeram um impulso de equilíbrio em uma de duas direções, ou para a verdade ou para a experiência. De fato, estas duas são inseparáveis, mas precisam estar em equilíbrio para a tín g t o objetivo de Deus. Por esta razão. Deus sempre age para erfatizar doutrina e princípio, ou pureza e plenitude de vida e poder, dependendo de qual está em maior declínio.

Mas, qualquer que seja a êrfase ou verdade específim oufase de experi­ ência envolvidas num determinado mover, na mente e no propósito de Deus sempre há apenas um objetivo fm al emvistcLEste objetivo é uma igreja— lavada pela água da Palavra de Deus— que viverá e expressaráplenamerde a Cristo, não somente na terra mas em todo o universo”.

Com a forte ênfase em renovação espiritual que veio com o Movi­ mento Carismático, foi inevitável que o pêndulo oscilasse agora em fa­ vor da recuperação da verdade. A falta de uma base na Palavra, de uma estrutura para a formação de caráter e de maturidade no Movimento Carismático produziram, então, o Movimento de Discipulado. Este movimento foi uma das tentativas mais sérias deste século para trazer iraia reforma profunda à igreja, tanto na doutrina como na prática. Numa de suas conferências, os preletores afu-maram ser este movimento “tão revolucionário quanto a Reforma, tão radical quanto o Movimento Anabatista”.

De acordo com as palavras de Bob Mumford: “0 Movimento de Discipulado nasceu diu-ante uma época em que todo tipo de autoridade estava sendo desafiado. As pessoas tinham necessidade de pertencer ou fazer parte de alguma coisa. Havia também um clamor generalizado por disciplina pessoal e as pessoas ansiavam por ter suas vidas mais

estruturadas. Por causa da necessidade de pertencer a alguma coisa, veio uma ênfase em relacionamento de aliança. A partir da necessidade de disciplina, veio a idéia de líderes discipuladores que se responsabi­ lizariam pelo crescimento espiritual dos seus seguidores”'^'.

Temos a seguir trechos de uma carta publicada em 1974 na revis­ ta “New Wine” que expressa de maneira comovente a necessidade de estrutura e comunhão, ausentes no movimento carismático:

Li a revista sobre discipulado e chorei. Nosso primeiro encontro com Jesus fo i numa grande igreja carismática. A passagem por lá de todos os preletores famosos no movimento carismático era algo empolgante. A músi­ ca era excelente e sempre havia muitas conversões. Meu marido e eu come­ çamos a ministrar de diversas maneiras. No intio era tão emocionante impor as mãos sobre as pessoas e ver o Senhor batizá-las no Espírito Santo! Era umaalegriaministrarnasáladeoraçãoesaberqueDeusestavadando-nos sabedoriaeconhecimentosobrenaturaisparaministraraesíranhos. Oramos com tantas pessoas, a maioria das quais nunca mais vimos.

Mas depois de três anos ministrando a cada domingo na sala de oração, deparamo-nos com apossibãidade de mudar para outra cidade. Quando eu disse isso ao homem responsável pela sala de oração, ele replicou: “Como são mesmo os seus nomes?” Sini tínhamos o melhorensinamento naPalavra quealguémpoderiater— emclassescomoutras500ou600pessoas. Tínha­ mos grupos pequenos para comunhão— uma vez por mês com um grupo diferente cada vez.

Marcamos uma conversa com o pastor com duas semanas de antecedên­ cia, esperamos uma hora para vê-b, e ele rapidamente nos fe z ouvir uma mensagem gravada e m fta Havia aqueles mestres rrvaravilhosos. Deus os usavapoderosamente.Tentamostravarconhedmeniocomváriosdeles. Como ansiávamos por um reku:ionamento com algwTS cristãos maduros para que pudéssemos conversar com eles e receber deles sabedoria e experiência no Senhor. Eles nunca eram rudes. Eramapenas muito ocupados.

Sim, nós tínhamos amigos íntimos, mas na maioria, eram pessoas com quem tínhamos orado para receber o batismo no Espírito, e em muitas áreas práticas éramos como cegos tentando guiar outros cegos, trocandofitos gravadas numa tentativa de obter a^uma luz em vários assuntos.

Osgrandesencontrosaindacontinucmacontecendo. Raramente partid- pamos deles. Temos visto as curas, os milagres, as multidões sendo salvas.

as longasfilas esperando por ministração. Mas eles não se especializaram na cura do anseio do coração por discipulado.

Louvamos a Deus e nos regozijamos pela maneta como ele está moven­ do. Somos gratos a Deus pelos meios que ele nos deu para alcançar as massas através do rádio e da televisão, mas somos gratos aDeus também, com lágrimas de corações quebrantados, por este último número de “New Wine”sobre discipulado.

Jack Hayford, um pastor carismático de Los Angeles, Califórnia, analisa o Movimento de Discipulado da seguinte maneira:

Nodisdpvhdo, euvejoumatentativadelevararenovaçãocarismáticaa um rwvo nível de maturidade. Esta renovação tem erfaüzado o ensino de verdades numa medida quase excessiva Multidões de santos cheios do Espí­ rito acumulam muita informação e conhecimento, mas poucos estão em situações de comunhão que produzam uma aplicação prática, interior ou exterior, daquilo quejoi aprendido. Em resumo, a Palavra não está se “tor­ nando came”. A revelação da verdade abunda enquanto a disciplina de apli­ car a verdade está quase sempre em faltcL

No discipulado, percebo um anseio por relacionamentos maisprojiindos entre os crentes. Nenhuma pessoa honesta pode deixar de ver na história recente da igreja as evidências dasuperfkioMade que avivamentos podem produzir nos santos. Crescimento pessoal requer relacionamento pessoal não somente com Jesus, o cabeça, mas com outros membros do seu corpo.

No discipulado, ouço um chamado para desenvolvermos líderes. E indis­ cutível que estamos testemunhando uma colheitafenomenal de almas em nossos dias. 0 cuidado desses crentes recém-nascidos e em fase de cresci­ mento exige que cultivemos homens e mulheres maduros para ajudar. Além disso, uma visão mais profunda do ministério em potencial que há em cada crente mostra a necessidade de levá-lo a crescer, não só em conhecimento, masemsabedoria também

Agora vejam os o que Derek Prince, um dos cinco de Fort Lauderdale, tem a nos dizer:

Em Mateus 24:12 Jesus nos alerta para a característica marcante do mundo no final dos tempos, que será a “iniqüidade”, ou, no grego, ‘falta de respeito à lei”. Todos nós temos de tomar cuidado para que este espírito não se irifiltre na igreja de Jesus Cristo nem a corrompa, mas antes que cultive­ mos exatamente o seu oposto: submissão, disciplina, respeito porautorida-

de e ordem. A maneira bíblica de produzir esses resultados na vida dos crentes é discipulado. Discpuhdo, portanto, pode ser considerado um antí­ doto divino à crise espiritual no mundo, e a maneta de Deus de fortalecer e proteger seu povo. Porém, deve ser enfatizado que o discipulado não é um sistema unificado, mas a aplicação de princípios bíblicos. Precisamos distin­

guir entre os princípios que são permanentes e suas aplicações que devem

serjlexíveis e adaptadas".