www.jped.com.br
ARTIGO
ORIGINAL
Bone
mineral
density
in
children
with
idiopathic
nephrotic
syndrome
夽
Ghada
Mohamed
El-Mashad
a,
Mahmoud
Ahmed
El-Hawy
a,∗,
Sally
Mohamed
El-Hefnawy
be
Sanaa
Mansour
Mohamed
aaMenoufiaUniversity,FacultyofMedicine,PediatricsDepartment,Menoufia,Egito bMenoufiaUniversity,FacultyofMedicine,BiochemistryDepartment,Menoufia,Egito
Recebidoem26denovembrode2015;aceitoem24demaiode2016
KEYWORDS
Nephroticsyndrome; Bonemineraldensity; DXAscan
Abstract
Objectives: Toassessbonemineraldensity(BMD)inchildrenwithidiopathicnephroticsyndrome (NS)andnormalglomerularfiltrationrate(GFR).
Methods: Cross-sectional case-control study carried out on50 children: 25 cases ofNS (16 steroid-sensitive[SSNS]andninesteroid-resistant[SRNS]underfollowupinthepediatric neph-rologyunitofMenoufiaUniversityHospital,whichistertiarycarecenter,werecomparedto 25healthycontrolswithmatchedageandsex.Alloftheparticipantsweresubjectedto com-pletehistorytaking,thoroughclinicalexamination,laboratoryinvestigations(serumcreatinine, bloodureanitrogen[BUN],phosphorus[P],totalandionizedcalcium[Ca],parathyroidhormone [PTH],andalkalinephosphatase[ALP]).Bonemineraldensitywasmeasuredatthelumbarspinal region(L2-L4)inpatientsgroupusingdual-energyX-rayabsorptiometry(DXA).
Results: TotalandionizedCaweresignificantlylowerwhile,serumP,ALP,andPTHwerehigher inSSNSandSRNScasesthanthecontrols.OsteopeniawasdocumentedbyDXAscanin11patients (44%)andosteoporosisintwopatients(8%).Fractureriskwasmildinsix(24%),moderatein two(8%),andmarkedinthree(12%)ofpatients.
Conclusion: Bonemineralizationwasnegativelyaffectedbysteroidtreatmentinchildrenwith NS.
©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/ 4.0/).
DOIserefereaoartigo:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2016.05.010
夽 Comocitaresteartigo:El-MashadGM,El-Hawy MA,El-HefnawySM,MohamedSM.Bone mineraldensityinchildrenwithidiopathic
nephroticsyndrome.JPediatr(RioJ).2017;93:142---7.
∗Autorparacorrespondência.
E-mails:mahmodelhawy18@yahoo.com,mahmoud.elhawi@med.menofia.edu.eg(M.A.El-Hawy).
2255-5536/©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCC
PALAVRAS-CHAVE
Síndromenefrótica; Densidademineral óssea;
ExameDXA
Densidademineralósseaemcrianc¸ascomsíndromenefróticaidiopática
Resumo
Objetivos: Avaliaradensidademineralóssea(DMO)emcrianc¸ascomsíndromenefrótica idio-pática(SNI)ecomtaxadefiltrac¸ãoglomerular(TFG)normal.
Métodos: Oestudo transversal decaso-controle foi feito com50 crianc¸as: 25 casos de SNI [16sensíveisaesteroides(SNSE)enoveresistentesaesteroides(SNRE)comacompanhamento naunidade de nefrologiapediátricadohospital daMenoufiaUniversity, centrode cuidados terciário]foramcomparadoscom25controlessaudáveisdogrupodecontrolecomidadeesexo equivalentes.Todososparticipantesforamsubmetidosaanamnesecompleta,exameclínico completo,exameslaboratoriais[creatininasérica,nitrogênioureiconosangue(BUN),fósforo (P),cálcio(Ca)totaleionizado,paratormônio(PTH)efosfatasealcalina(ALP)].Adensidade mineralósseafoimensuradanaregiãodacolunalombar(L2-L4)nogrupodepacientescoma absorciometriaporraiosXdeduplaenergia(DXA).
Resultados: Osníveisdecálciototaleionizadoeramsignificativamentemenores,aopassoque ofósforosérico,aFAeoPTHerammaioresemcasosdeSNSEeSNREdoquenoscontroles.A osteopeniafoidocumentadapeloexameDXAem11pacientes(44%)eaosteoporoseemdois (8%).Oriscodefraturaeraleveemseis(24%),moderadoemdois(8%)eacentuadoemtrês (12%).
Conclusão: Amineralizac¸ãodosossosfoiafetadanegativamentepelotratamentocom esteroi-desemcrianc¸ascomSNI.
©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigo OpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4. 0/).
Introduc
¸ão
A síndrome nefrótica (SN)na infância é definida por pro-teinúrianefrótica,edemageneralizado,hipoalbuminemiae hiperlipidemiacomfunc¸ãorenalnormal.1Asíndrome nefró-tica idiopática(SNI) é adoenc¸arenal maisfrequente nas crianc¸as.2 A SN na infância normalmente segue um curso remitente-recorrente,normalmenteexigecursos recorren-tesde glicocorticoides(GC),porém com baixainflamac¸ão sistêmicadurantearemissão.3
Adeposic¸ãodemassaósseacomec¸aduranteavidafetale continuaduranteainfânciaeadolescência,estabiliza-seno iníciodavidaadulta.4Aremodelac¸ãoóssea,bemcomosua maturidade,apresentavariac¸ãoconformeosexodurantea infânciaeadolescência.Adoenc¸aósseametabólica(DOM) écaracterizada pormudanc¸as na mineralizac¸ãodo esque-leto devido ao baixo conteúdo mineral ósseo (CMO).5 As crianc¸as podemser especialmentevulneráveis aosefeitos dos GCsobre aformac¸ãoósseaque influenciam namassa óssea.6
AprednisonaéotratamentodeprimeiralinhaparaaSNI parainduziraremissão,evitarrecidivaseosefeitos colate-raisdadoenc¸a.7Aadministrac¸ãoprolongadadaprednisona interfere nocrescimento e na mineralizac¸ão óssea e tem efeitos prejudicais sobreos mecanismoscelulares básicos importantesnodesenvolvimentoenamanutenc¸ãodaforc¸a óssea.7,8 Osesteroidessãoconhecidosporcausara osteo-poroseeafetaro CMOe adensidademineralóssea(DMO) nascrianc¸as.9 Osglicocorticoidestêmumefeitosupressor sobre a osteoblastogênesena medula óssea, promovem a apoptose de osteoblastos e osteócitos e levam, assim, à reduc¸ão da formac¸ão óssea.10 Há algumas evidênciasque
sugeremqueosGCspodemaumentarareabsorc¸ãoósseae avidaútildeosteoclastospré-existentes.11Os glicocorticoi-destambémpodemaumentaraeliminac¸ãorenaleentérica de cálcio e esse cálcio negativo pode, sozinho, levar ao aumentodaatividadeosteoclásticadevidoao hiperparati-roidismosecundário.12
Ascrianc¸ascomSNIapresentamriscodeDOM, acompa-nhadadeimportantesalterac¸õesdometabolismominerale ósseo.13
Portanto,trabalhamoscomahipótesedequeos pacien-tescomSNteriamdéficitsdeDMOemcomparac¸ãocomseus pares.EsteestudofoiprojetadoparadeterminaraDMOem crianc¸ascomSNIecomTFGnormal.
Métodos
Este estudo foi feito com 50 crianc¸as após a aprovac¸ão doComitê de Ética da Faculdade de Medicina da Menou-fiaUniversity,foiobtidoumconsentimentoporescritodos responsáveisdospacientes.Ascrianc¸asforamdivididasem doisgrupos:
GrupoI
Incluiu25crianc¸asentre1-15anosqueatendiamaos crité-riosclínicos de SNI (forte proteinúria>40mg/m2/h,
quepoderiamafetarasaúdeósseaepacientesque recebe-rammedicac¸ãopréviaparaosteoporoseoupreparac¸õesde vitaminaDantesouduranteoestudoforamexcluídos.
Todasascrianc¸ascomSNIforamtratadasdeacordocom o protocolo padrão.14 A terapia inicial consistia em uma dosediáriadeprednisonaa60mg/m2/dia(nomáximo80mg
pordia)porquatrosemanas,seguidade40mg/m2/diaem
dias intercalados como dose única por no mínimo quatro semanas. A dose em dias intercalados foi, então, redu-zidalentamenteedescontinuadanos1-2mesesseguintes. Recidivas(proteinúria>40mg/h/m2 portrês dias
consecu-tivosapósremissão)foramtratadascom60mg/m2/diaem
umaúnicadose demanhã atéacrianc¸aentrarem remis-são(proteinúria<4mg/m2/hportrêsdiasconsecutivos).Foi
fornecido aconselhamento alimentar às famílias para que fornecessemaseusfilhosumadietaricaemcálcio, inges-tão calórica adequada e ingestão adequada de proteínas (1g/kg/dia) sem adic¸ão de sal para limitar a sobrecarga defluidos.Adosediáriadeprednisonafoi,então,alterada paraumadoseemdiasalternadoscomoterapiainicialefoi gradualmentereduzidaem4-8semanas.PacientescomSNI foramclassificadosemtrêsgrupos,adependerdesua res-postaàterapiacomGC:[i]SNesteroide-dependente:duas recidivasconsecutivasduranteaterapiacom corticosteroi-desoudentrode14diasapósainterrupc¸ãodaterapia(SNED: 14pacientes;[ii]SNresistenteaesteroides:inexistênciade remissãoapósadosede60mg/m2deprednisonaporquatro
semanasseguidadetrêspulsosdemetilprednisolona(SNRE: novepacientes);[iii]Recidivasinfrequentes:<quatrovezes em12meses(RIF:doispacientes).14
GrupoII
Foraminscritascomogrupocontrole25crianc¸as aparente-mentesaudáveisdeidade esexoequivalentes.Elasforam escolhidasapartirdeumaclínicaambulatorialpediátrica.
Todosospacientesecontrolesforamsubmetidosa anam-nesecompleta,inclusiveotipodetratamento,suadurac¸ão e asdatas e onúmero derecidivas. As doses acumuladas deprednisonaquecadapacienterecebeuduranteaterapia foramcalculadasapartirdeseusprontuáriosmédicos.Um exameclínicocompleto,incluindoaltura,pesoeíndicede massacorporal(IMC),foiregistradoetrac¸adonascurvasde desviopadrãodaOMS.Asinvestigac¸õesdolaboratório incluí-ram creatininasérica, nitrogênio ureico nosangue (BUN), fósforoecálciototaleionizado;oparatormônio(PTH)ea fosfatasealcalina(FA)foramestimados.
ADMOfoimedidanaregiãodacolunalombar(L2-L4)com absorciometriaporraiosXdeduplaenergia(DXA) (densitô-metroósseo,ChallengerEnvision,DMS,Inglaterra).ADMO foiclassificadadeacordocomBakr15combasenoescorezde DMO.Osescoresforamcalculadoscomaseguinteequac¸ão: escorez=[DMO(g/cm3)do paciente- DMOpreditivopara
aidadeesexo/DPparaDMO(idade,sexoeestatura com-binados)].Um paciente era considerado osteopênico se o escorezfosse<-1,0.Seoescorezfosse≤-2,5,opaciente eraclassificadocomoosteopênico grave(osteoporose). As chancesdefraturaosteoporóticade<10%,10%-19%e>20% foramconsideradasdebaixo,médioealtoriscodefratura, respectivamente.16
Análiseestatística
Osresultadosforamanalisadosestatisticamentecomo soft-ware SPSS (versão 17; SPSS Inc., Chicago, IL, EUA). A análise estatística foi feita por meio da análise de vari-ância unidirecional(teste F)com ostestespost hoc,tde Studente qui-quadrado.As correlac¸õesforam determina-daspelacorrelac¸ãodePearsonepelaanálisederegressão linear. As variáveis contínuas foram apresentadas como média±desvio padrão, ao passo que, para as variáveis categóricas,foramusadosnúmeros(%).Arelevânciafoi con-sideradanovalordep<0,05.
Resultados
Ascaracterísticasdemográficaseantropométricasdos par-ticipantes com SNSE,SNRE e dogrupo de controle foram resumidasnatabela1.OpesoeosescoreszdeIMCforam significativamentemaioresnospacientescomSNSEeSNRE doquenoscontroles,semdiferenc¸asignificativaentreeles quantoaosescoreszdeestatura.Emtermosdemarcadores séricosdaremodelac¸ãoóssea,ocálciosérico(totale ioni-zado)erasignificativamentemenor,aopassoqueofósforo séricoeafosfatasealcalinaeramsignificativamente maio-res nospacientescom SNSEe SNREdoque noscontroles. Doresósseasforamconstatadasemoitopacientes(32%).
Nenhuma diferenc¸a estatística significativa foi encon-trada nos pacientes com SNSE e SNRE com relac¸ão aos medicamentosrecebidoseàsmedic¸õesdeDXA(tabela2);
72% dos pacientes com SNSE receberam medicamentos
imunossupressores da seguinte maneira: 48% terapia com ciclosporina, 4% com micofenolato de mofetila, 8% com ciclofosfamidae12%comimunossupressoresmisturados.
A densidade mineral óssea (DMO) e o risco de fratura entreosparticipantescomsíndromenefróticasão apresen-tadosnatabela3.Aosteopeniafoidocumentadapeloexame DXA em 11 pacientes(44%) (sete SNED, quatro SNRE) e a osteoporoseemdoispacientes(8%)(doisSNED).Oriscode fratura eraleve em seis (24%) (um SNRIF, doisSNED, três SNRE),moderadoemdois(8%)(umSNED,umSNRE)e acen-tuadoemtrês(12%)(doisSNED,umSNRE).
Uma correlac¸ão estatística significativa foi observada entreosescoreszdeDMOeaidadedospacientes(r=0,43; p<0,05), escore Z de peso (r=0,56; p<0,001), escore Z deestatura(r=0,57;p<0,05),durac¸ão(r=-0,46;p<0,05) e dose acumulada daterapiade GCs(r=-0,88; p<0,001). As análises de regressão linear na tabela 4 mostram que a doseacumulada deesteroidesfoi oúnico fatorderisco independentesignificativo.
Discussão
Tabela1 Dadosdemográficoseclínicosdosgruposestudados
Parâmetro/Grupo SNSE SNRE Controle TesteF Testeposthoc
Número 16 9 25
Tipos 14SNED
2SNRIF ZeroSNRF
Idade(anos): 7,62±2,78 7,78±4,49 8,04±3,37 0,076 F1=0,160
x±DP F2=0,26
F3=0,420 Sexo:n◦(%)
Masculino 13(81,3) 2(22,2) 13(52,0) 2=0,32
Feminino 3(18,7) 7(77,8) 12(48,0)
Peso(escoreZ): 1,23±1,57 1,42±1,01 −0,24±1,32 8,09a F1=0,478
x±DP F2=4,785a
F3=4,453a
Estatura(escoreZ): −0,54±1,35 −0,52±1,05 −0,31±1,15 0,206 F1=0,063
x±DP F2=0,829
F3=0,615 IMC(escoreZ): 0,76±0,83 0,90±0,92 −0,34±1,45 5,189a F1=0,369
x±DP F2=3,838a
F3=3,557a
Creatininasérica 0,59±0,13 0,60±0,14 0,56±0,18 0,512 F1=0,297
(0,3-1,5mg/dL): F2=1,097
x±DP F3=1,223
BUN(7-22mg/dL): 19,94±4,46 20,00±3,35 11,56±3,44 2,163 F1=0,057
x±DP F2=2,572
F3=2,179 Cálciototal 9,24±0,87 9,37±0,74 10,18±0,52 10,69a F1=0,130
(8,8-10,8mg/dL): F2=5,940a
x±DP F3=4,810a
Cálcioionizado 1,23±0,06 1,21±0,06 5,02±0,31 89,53a F1=0,328
(4,4-5,4mg/dL): F2=75,617a
x±DP F3=62,629a
Fósforosérico 5,01±0,63 4,84±0,32 4,62±0,64 5,01b F1=0,961
(4,5-5,5mg/dL): F2=4,314b
x±DP F3=2,523
Fosfatasealcalina(<300U/L): 156,81±51,91 171,89±105,39 68,00±29,89 18,76a F1=0,913
x±DP F2=7,182a
F3=6,894a
PTH(9-52pg/mL): 44,06±27,69 48,78±25,31 28,48±12,96 4,78b F1=0,781
x±DP F2=3,434b
F3=3,667b
BUN,nitrogênioureiconosangue;F,testedeanálisedevariânciaunidirecional;F1,diferenc¸aentreSNSEeSNRE;F2,diferenc¸aentre SNSEecontrole;F3,diferenc¸a entreSNREecontroleIMC,índice demassacorporal;PTH,paratormônio;SNRE,síndromenefrótica resistenteaesteroides;SNSE,síndromenefróticasensívelaesteroides;2,testequi-quadrado;x±DP,média±desviopadrão.
a valordep<0,001. b valordep<0,05.
semelhantesforamrelatados porLestarietal.17 e Ribeiro etal.7 em suas análises daobesidade na síndrome nefró-tica sensível a esteroides e esteroide-dependente. O uso de doses elevadas e de longo prazo de esteroides leva à ingestãoelevadadealimentose aogastoinibidode ener-giapormeiodoestímulodoneuropeptídeo-Yedaliberac¸ão inibidadohormônioliberadordecorticotrofina.Oprocesso desencadeia umprocesso anabólico e leva à obesidade.14 A hipocalcemia em pacientes com a SN relatada neste estudoestavaem linhacomKos¸anetal.18 OsGCscausam
hipocalcemiaaoreduziraadsorc¸ãodecálciodointestinoe dosrins.7
Noentanto,algunsestudosrelataramníveisnormaisde cálcioséricoemcrianc¸ascomSNdevidoaoPTHelevado.19
Havia níveis mais elevados significativos de fósforo
sérico, ALP e PTH nos pacientes com SN do que nos
Tabela2 MedicamentorecebidoeexameDXAnogrupodepacientes
Parâmetro/Grupo SNSE SNRE TestetdeStudent valordep
Medicamentosrecebidos
Durac¸ãodeesteroides(anos) 2,55±2,49 2,56±1,62 0,02 0,49 Doseacumuladadeesteroides(mg/m2) 17.300,94±17.221,76 11.570,00±6.776,68 0,95 0,35
Medicamentosimunossupressores Não(%) Não(%)
Sim 9(56%) 9(100%)
Não 7(44%) 0(0%)
ExameDXA
DMO 0,61±0,10 0,56±0,24 0,81 0,42
Escorez −1,11±1,08 −1,00±0,86 0,27 0,79
DMO,densidademineralóssea;DXA,absorciometriaporraiosXdeduplaenergia;SNRE,síndromenefróticaresistenteaesteroides; SNSE,síndromenefróticasensívelaesteroides.
Tabela3 Densidademineral óssea erisco defratura no grupodepacientes
Parâmetro N◦(%)
Densidademineralóssea:
Média 12(48,0)
Faixaosteopênica 11(44,0) Faixaosteoporótica 2(8,0)
Riscodefratura:
Não 14(56,0)
Leve 6(24,0)
Moderado 2(8,0)
Acentuado 3(12,0)
perdasdecálciopelaurina.Ohiperparatiroidismorelatado nesteestudoocorreuprovavelmentedevidoàhipocalcemia induzida pelos GCs;os níveis elevados de PTH induziram a reabsorc¸ão de cálcio dos ossos, conforme mencionado por Aceto et al.21 A FA específica do osso, uma das iso-enzimas produzida pelo osteoblasto e boa marcadora de formac¸ão óssea,22 estava maiselevada em nossos pacien-tesdoque emcrianc¸assaudáveis.Seuaumentodurantea terapiacomGCsemcrianc¸ascomSNtambémfoiconstatado porKos¸anetal.18 Essaelevac¸ãopodeestarrelacionadaao aumentodaremodelac¸ãoósseaeàmelhoriadaproteinúria massiva.
EsteestudorelatouoefeitoadversodosGCssobreaDMO; aterapia comGCsfoiassociada àdiminuic¸ãodoescore Z daDMO, àosteoporose e ao aumento dorisco de fratura emcrianc¸ascomsíndromenefróticaediferenc¸aestatística
significativaentreogrupoSNSEeSNRE.Defato,foi regis-tradaacorrelac¸ãolinearentreadoseacumuladadeGCse aDMO.Nossos resultadosestavamdeacordo comaqueles relatadosporPa´nczyk-Tomaszewskaetal.19Elesconcluíram quecrianc¸ascomSNtratadascomcorticosteroidescorrem oriscodeperdademassaóssea.Alémdisso,Acetoetal.21 mostraram que o escore Z de DMO reduzido por GCs no grupo SNSEe o escore Z daDMO estão significativamente correlacionadoscomadosetotaldeprednisona.
Canalis23 elucidou que os corticosteroides suprimem a diferenciac¸ãodeosteoblastoseaprimoramaapoptosedos osteoblastosmaduros,oqueresultanareduc¸ãodaformac¸ão ósseaenaperdadeDMO.Tambémfoirelatadoqueaterapia com esteroidescausa osteoporose ouaumentaa osteopo-rosepré-existenteelevaafraturaspatológicas.24Basiratnia et al.25 concluíram que a perda de massa óssea ocorre em alguns pacientes com síndrome nefrótica esteroide--dependente,principalmentenaquelescomdoseacumulada de esteroides mais alta; a dose acumulada mais alta foi associada ao maior consumo de esteroides e, consequen-temente,àmaiorperdademassaóssea.
Concluímos que a osteopenia, avaliada pela DXA, era frequente em crianc¸as com SN, principalmente naquelas emqueforamadministradasdosesmaisaltasdeesteroides (SNEDouSNRE).Amineralizac¸ãodosossosfoiafetada nega-tivamentepelotratamentocomesteroidesemcrianc¸ascom SN.Esteestudo tevealgumaslimitac¸ões,comoopequeno número depacientes e a curtadurac¸ão disponívelpara o estudo.Portanto,recomendamosmaisestudoscomtamanho maiordeamostraemaiordurac¸ão.Aavaliac¸ãoregularda DMOdeveserfeitaemcrianc¸ascomSNedeveserplanejada umaabordagemterapêuticaadequada.
Tabela4 Coeficientesderegressãolinearnãopadronizadosepadronizadosdascorrelac¸õesentreoescoreZealgunsparâmetros estudados
Parâmetro CoeficientesnãopadronizadosB CoeficientespadronizadosB valordep
Idade(anos) 0,06 0,19 >0,05
IMC 0,103 0,268 >0,05
Durac¸ãodeesteroides(anos) 0,05 0,11 >0,05
Doseacumuladadeesteroides(mg/m2) 0,12 0,23 <0,05a
IMC,índicedemassacorporal.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimento
AoProf.MohamedHamedBahbah,fundadorechefeda Uni-dade de Nefrologia Pediátrica da Menoufia University, no Egito.
Referências
1.PhanV,Blydt-HansenT, FeberJ,AlosN,AroraS,AtkinsonS, etal.Skeletalfindingsinthefirst12monthsfollowing initia-tionofglucocorticoidtherapyforpediatricnephroticsyndrome. OsteoporosInt.2014;25:627---37.
2.Zhang Sy, Audard V, Fan Q, Pawlak A, Lang P, Sahali D. Immunopathogenesisofidiopathicnephroticsyndrome.Contrib Nephrol.2011;169:94---106.
3.MoonRJ,GilbertRD, PageA, MurphyL, Taylor P,CooperC, etal.Childrenwithnephroticsyndromehavegreaterbonearea butsimilarvolumetricbonemineraldensitytohealthycontrols. Bone.2014;58:108---13.
4.FortesCM,GoldbergTB,KurokawaCS,SilvaCC,MorettoMR, BiasonTP,etal.Relationshipbetweenchronologicalandbone ages and pubertal stage of breasts with bone biomarkers and bone mineral density in adolescents. J Pediatr (Rio J). 2014;90:624---31.
5.QuintalVS,DinizEM,CaparboVdeF,PereiraRM.Bone densi-tometrybydual-energyX-rayabsorptiometry(DXA)inpreterm newbornscomparedwithfull-termpeersinthefirstsixmonths oflife.JPediatr(RioJ).2014;90:556---62.
6.LeonardMB,FeldmanHI,ShultsJ,ZemelBS,FosterBJ, Stal-lingsVA.Long-term,high-doseglucocorticoidsandbonemineral content in childhood glucocorticoid-sensitive nephrotic syn-drome.NEnglJMed.2004;351:868---75.
7.Ribeiro D, Zawadynski S, Pittet LF, ChevalleyT, Girardin E, ParvexP.Effectofglucocorticoidsongrowthandbone mine-raldensityinchildrenwithnephroticsyndrome.EurJPediatr. 2015;174:911---7.
8.HodsonEM,KnightJF,WillisNS,CraigJC.Corticosteroidtherapy fornephroticsyndromeinchildren.CochraneDatabaseSystRev. 2005:CD001533.
9.YildirimZK,BüyükavciM,ErenS,OrbakZ,Sahin A, Karakel-leo˘glu C. Late side effects of high-dose steroid therapy on skeletalsysteminchildrenwithidiopathicthrombocytopenic purpura.JPediatrHematolOncol.2008;30:749---53.
10.Weinstein RS, Jilka RL, Parfitt AM, Manolagas SC. Inhi-bition of osteoblastogenesis and promotion of apoptosis of osteoblasts and osteocytes by glucocorticoids. Potential
mechanismsoftheirdeleteriouseffectsonbone.JClinInvest. 1998;102:274---82.
11.Hofbauer LC,GoriF,Riggs BL,LaceyDL, DunstanCR, Spels-berg TC, et al. Stimulation of osteoprotegerin ligand and inhibitionofosteoprotegerinproductionbyglucocorticoidsin humanosteoblasticlineagecells:potentialparacrine mecha-nisms of glucocorticoid-induced osteoporosis. Endocrinology. 1999;140:4382---9.
12.MushtaqT,AhmedSF.Theimpactofcorticosteroidsongrowth andbonehealth.ArchDisChild.2002;87:93---6.
13.GulatiS,GodboleM,SinghU,GulatiK,SrivastavaA.Arechildren withidiopathicnephroticsyndromeatriskformetabolicbone disease?AmJKidneyDis.2003;41:1163---9.
14.NiaudetP,BoyerO.Idiopathicnephroticsyndromeinchildhood: clinicalaspects.In: AvnerED, HarmonWE,NiaudetP, Yoshi-kawaN,editors.Pediatricnephrology.6thed.BerlinHeidelberg: Springer-Verlag;2009.p.667---92.
15.Bakr AM. Bone mineral density and bone turnover mar-kers in childrenwith chronic renal failure. Pediatr Nephrol. 2004;19:1390---3.
16.BishopN,ArundelP,ClarkE,DimitriP,FarrJ,JonesG,etal. Fracturepredictionandthedefinitionofosteoporosisin chil-drenandadolescents:theISCD2013PediatricOfficialPositions. JClinDensitom.2014;17:275---80.
17.Lestari N, Nurani N, Julia M. Corticosteroids and obesity insteroid-sensitiveandsteroid-resistantnephroticsyndrome. PaediatrIndones.2015;55:194---8.
18.Kos¸an C, Ayar G, Orbak Z. Effects of steroid treatment on bone mineral metabolism in children with glucocorticoid--sensitive nephrotic syndrome.West Indian Med J. 2012;61: 627---30.
19.Pa´nczyk-TomaszewskaM,AdamczukD,KisielA,SkrzypczykP, PrzedlackiJ,GórskaE,etal.Markersofbonemetabolismin childrenwithnephroticsyndrometreatedwithcorticosteroids. AdvExpMedBiol.2015;840:21---8.
20.EsmaeeiliM,AzarfarA,HoseinalizadehS.Calciumandvitamin Dmetabolisminpediatricnephrotic syndrome;anupdateon theexistingliterature.IntJPed.2015;3:103---9.
21.AcetoG,D’AddatoO,MessinaG,CarboneV,CavalloL,Brunetti G,etal.Bonehealthinchildrenandadolescentswith steroid--sensitivenephroticsyndromeassessedbyDXAandQUS.Pediatr Nephrol.2014;29:2147---55.
22.YangL,GreyV.Pediatricreferenceintervalsforbonemarkers. ClinBiochem.2006;39:561---8.
23.CanalisE.Mechanismsofglucocorticoid-inducedosteoporosis. CurrOpinRheumatol.2003;15:454---7.
24.vanStaaTP,CooperC,LeufkensHG,BishopN.Childrenandthe riskoffracturescausedbyoralcorticosteroids.JBoneMiner Res.2003;18:913---8.