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(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE PSICOLOGIA E FONOAUDIOLOGIA. Curso de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde. ROBERTO ALLEGRETTI. ESTUDO DOS EFEITOS DE PROGRAMA DE APOIO NA AGRESSIVIDADE REACIONAL DE POLICIAIS ENVOLVIDOS EM OCORRÊNCIAS GRAVES. São Bernardo do Campo 2006.

(2) ROBERTO ALLEGRETTI. ESTUDO DOS EFEITOS DE PROGRAMA DE APOIO NA AGRESSIVIDADE REACIONAL DE POLICIAIS ENVOLVIDOS EM OCORRÊNCIAS GRAVES. Dissertação apresentada ao Curso de PósGraduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo como requisito parcial para obtenção do título de mestre em Psicologia da Saúde Docente Responsável: Profª. Dra. Eda Marconi Custódio. São Bernardo do Campo. 2006.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA Allegretti, Roberto Estudo dos efeitos de programa de apoio na agressividade reacional de policiais envolvidos em ocorrências graves / Roberto Allegretti. São Bernardo do Campo, 2006. 169 p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Metodista de São Paulo, Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia, Curso de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde. Orientação : Eda Marconi Custódio 1. Agressividade 2. Violência - Psicologia 3. Polícia 4. Programa de apoio I. Título. CDD 157.

(4) RESUMO O objetivo do presente trabalho é estudar os efeitos de programa de apoio na agressividade. reacional. de. policiais. envolvidos. em. ocorrências. graves,. considerando-se como tal aquelas em que há confronto armado ou acidentes de trânsito com viaturas em atividade operacional, qualquer que seja o resultado do evento. Esse estudo é composto pela verificação da modificação da resposta agressiva reacional de 77 policiais militares envolvidos em ocorrências graves, utilizando-se, para esse fim, o Psicodiagnóstico Miocinético antes e depois da execução do programa de apoio. Compõem, ainda, o estudo a caracterização sóciodemográfica da amostra e a identificação dos níveis de agressividade nela existentes no início do programa e após o seu encerramento, além da definição do perfil de cinco categorias distintas, em função do tipo de resposta apresentada após o programa: agressividade ampliada, reduzida, inalterada, estável e instável. É ainda objeto da presente pesquisa o estudo clínico de um caso de cada uma das categorias definidas, de acordo com o perfil apurado, utilizando-se, além dos dados do Psicodiagnóstico Miocinético, outros levantados por intermédio de ficha de cadastro, de entrevista individual, do Teste Palográfico e da Escala de Personalidade de Comrey. Os resultados demonstram a modificação da resposta agressiva reacional na maioria dos policiais militares envolvidos no estudo, após o programa de apoio.. Palavras-chaves: agressividade, violência, polícia, programa de apoio..

(5) ABSTRACT The purpose of the present work is the study about the effects of the supporting program in the aggressive reaction of the police officers involved is severe occurrences considering those situations where there is an armed confrontation or traffic accidents with police cars during operational activity whatever might be the result of the event. This study is compound by the verification of the modification in the aggressive answer in reaction of 77 military policemen involved in these severe occurrences, for this purpose, it was used Myocinetic Psycodiagnosis before and after the execution of the supporting program. It is also part of the study the sociodemographic feature of the sample and the identification of the levels of aggressiveness existent in the beginning of the program and after its finishing as well the definition of the profile of the five distinguished categories regarding the kind of answer presented after the program: aggressiveness amplified, reduced, unaltered, stable and unstable. Is still a subject of the present research the clinical study one case of each mentioned category according to the verified profile using besides the obtained results of the Myocinetic Psycodiagnosis, other results obtained through the registered files, individual interviews, Paleographic Test and Comrey’s Personality Scale. The results denote the modification in the aggressive answer in reaction of the majority of the military policemen involved in this study after the supporting program.. Key-words: aggressiveness, violence, police, supporting program.

(6) LISTA DE TABELAS Tabela 1: Civis e policiais militares mortos e feridos no Estado de São Paulo..........38 Tabela 2: Crimes por 100.000 habitantes no Estado de São Paulo..........................39 Tabela 3: Civis mortos em números absolutos e crimes por 100.000 habitantes nos Estados Unidos da América.......................................................................................39 Tabela 4: Indicadores de agressividade....................................................................73 Tabela 5: Freqüência das respostas, intensidade e sentido dos desvios.................92 Tabela 6:.Freqüência em cada desvio.......................................................................93 Tabela 7: Freqüência em cada categoria de resposta...............................................93 Tabela 8: Variáveis e categorias de resposta............................................................94 Tabela 9: Níveis de significância das variáveis contínuas.......................................100 Tabela 10: Produtividade em cada tempo das duas partes do teste (1)..................104 Tabela 11: Validação do protocolo (1)......................................................................105 Tabela 12: Resultados por escala (1).......................................................................105 Tabela 13: Produtividade em cada tempo das duas partes do teste (2)..................109 Tabela 14: Validação do protocolo (2)......................................................................110 Tabela 15: Resultados por escala (2).......................................................................111 Tabela 16: Produtividade em cada tempo das duas partes do teste (3)..................115 Tabela 17: Validação do protocolo (3)......................................................................116 Tabela 18: Resultados por escala (3).......................................................................116 Tabela 19: Produtividade em cada tempo das duas partes do teste (4)..................119 Tabela 20: Validação do protocolo (4)......................................................................121 Tabela 21: Resultados por escala (4).......................................................................121 Tabela 22: Produtividade em cada tempo das duas partes do teste (5)..................124 Tabela 23: Validação do protocolo (5)......................................................................126 Tabela 24: Resultados por escala (5).......................................................................126 Tabela 25: Comparação da agressividade reacional em dois estudos....................130 Tabela 26: Comparação da modificação da resposta agressiva reacional individual...................................................................................................................131.

(7) LISTA DE QUADROS Quadro 1: Tipos de prescrição e período Quadro 2: Distribuição de turmas e períodos Quadro 3: Programação diária do EAP – Desenvolvimento Psico-Emocional.

(8) LISTA DE FIGURAS Figura 1: Gráfico de barras por sexo..........................................................................84 Figura 2: Histograma da idade, com alisamento pelo método de Kernel...................85 Figura 3: Boxplot da idade..........................................................................................85 Figura 4: Gráfico de quantil-quantil da idade..............................................................85 Figura 5: Gráfico de barras do estado civil/situação conjugal....................................86 Figura 6: Gráfico de barras do nível hierárquico........................................................86 Figura 7: Gráfico de barras do nível de escolaridade.................................................87 Figura 8: Histograma do tempo de serviço, com alisamento pelo método de Kernel.........................................................................................................................87 Figura 9: Boxplot do tempo de serviço.......................................................................88 Figura 10: Gráfico de quantil-quantil do tempo de serviço.........................................88 Figura 11: Gráfico de barras do local de residência...................................................89 Figura 12: Gráfico de barras do local de trabalho......................................................89 Figura 13: Gráfico de barras do número de ocorrências............................................90 Figura 14: Histograma da taxa de ocorrências, com alisamento pelo método de Kernel.........................................................................................................................90 Figura 15: Boxplot da taxa de ocorrências.................................................................91 Figura 16: Gráfico de quantil-quantil da taxa de ocorrências.....................................91 Figura 17: Diagrama de dispersão do número de ocorrências pela taxa de ocorrências.................................................................................................................92 Figura 18: Boxplot da idade por categoria de oscilação de resposta.........................95 Figura 19: Gráfico de barras das proporções de cada nível de situação conjugal de acordo com as categorias de oscilação de resposta..................................................96 Figura 20: Gráfico de barras das proporções de cada nível hierárquico de acordo com as categorias de oscilação de resposta..............................................................96 Figura 21: Gráfico de barras das proporções de cada nível de escolaridade de acordo com as categorias de oscilação de resposta..................................................97 Figura 22: Boxplot do tempo de serviço por categorias de oscilação de resposta....97 Figura 23: Gráfico de barras das proporções de cada local de residência de acordo com as categorias de oscilação de resposta..............................................................98 Figura 24: Gráfico de barras das proporções de cada local de trabalho de acordo com as categorias de oscilação de resposta..............................................................98.

(9) Figura 25: Gráfico de barras das proporções do número de ocorrências de acordo com as categorias de oscilação de resposta..............................................................99 Figura 26: Boxplot da taxa de ocorrências por categorias de oscilação de resposta......................................................................................................................99.

(10) SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT LISTA DE TABELAS LISTA DE QUADROS LISTA DE FIGURAS APRESENTAÇÃO.....................................................................................................12 I – INTRODUÇÃO......................................................................................................16 1. AGRESSIVIDADE..................................................................................................16 1.1 Evolução e agressividade....................................................................................16 1.2 O instinto agressivo..............................................................................................18 1.3 A agressividade e o desenvolvimento emocional individual................................21 1.4 A agressividade transformada em violência.........................................................31 1.5 A agressividade pela ótica da teoria motriz da consciência.................................34 2. A AGRESSIVIDADE PRESENTE NO TRABALHO POLICIAL..............................38 2.1 A violência policial sob a ótica da sociologia.......................................................42 2.2 A violência policial sob a ótica da psicologia psicodinâmica...............................44 3. A IMPLANTAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE UM PROGRAMA DE APOIO PARA POLICIAIS ENVOLVIDOS EM OCORRÊNCIAS GRAVES NO ESTADO DE SÃO PAULO..............................................................................................................49 3.1 Histórico...............................................................................................................49 3.2 Primeira pesquisa sobre o programa de apoio....................................................54 3.2.1 Método utilizado na primeira pesquisa..............................................................55 3.2.2 Resultados da primeira pesquisa......................................................................57.

(11) 3.3 Segunda pesquisa sobre o programa..................................................................59 3.4 Existência de programas semelhantes................................................................59 3.5 Programa de apoio e mudança psíquica.............................................................63 4. OBJETIVOS...........................................................................................................67 4.1Objetivo geral........................................................................................................67 4.2 Objetivos específicos...........................................................................................67 II – MÉTODO.............................................................................................................68 1. AMOSTRA..............................................................................................................68 2. LOCAL....................................................................................................................69 3. INSTRUMENTOS...................................................................................................70 3.1 Ficha de cadastro e entrevista.............................................................................70 3.2 Psicodiagnóstico Miocinético (PMK)....................................................................71 3.3 Teste Palográfico.................................................................................................73 3.4 Escala de personalidade de Comrey (CPS)........................................................75 4. PROCEDIMENTOS................................................................................................76 4.1 Procedimentos de análise e tratamento de dados...............................................79 III – RESULTADOS....................................................................................................84 1. RESULTADOS DO ESTUDO QUANTITATIVO.....................................................84 2. RESULTADOS DO ESTUDO CLÍNICO...............................................................101 IV – DISCUSSÃO....................................................................................................128 1. DISCUSSÃO DO ESTUDO QUANTITATIVO......................................................128 2. DISCUSSÃO DO ESTUDO CLÍNICO..................................................................138.

(12) 3. DISCUSSÃO FINAL.............................................................................................144 V – CONCLUSÃO....................................................................................................146 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................149 ANEXOS..................................................................................................................156 ANEXO A.................................................................................................................157 ANEXO B.................................................................................................................158 ANEXO C.................................................................................................................159 ANEXO D.................................................................................................................160 ANEXO E..................................................................................................................163 ANEXO F..................................................................................................................168.

(13) 12. APRESENTAÇÃO A população mundial convive hoje com cenas chocantes de violência, decorrentes de guerras, atentados terroristas e massacres. Mais especificamente no Brasil, essa violência está ligada à atividade criminosa e à forma como o Estado reage a ela. São homicídios, chacinas, latrocínios, seqüestros, espancamentos e tortura que expõem a violência criminal, a violência prisional e a violência policial. O que se observa de uma forma geral, no campo da violência, é que, muito além dos grandes efeitos dessas tragédias, tem se instalado nas pessoas um sentimento de desesperança na possibilidade de reversão da atual situação. O resultado parece ser devastador, na medida em que provoca a redução da capacidade de indignação e o aumento da sensação de insegurança. Essa sensação de insegurança, por seu turno, é influenciada pela forma como fatos criminosos, impregnados de incompreensível violência, são levados pelos meios de comunicação ao conhecimento da população, com comentários e propostas que, longe de oferecer soluções factíveis, alimentam com farto material o sentimento de medo e de impotência de cada cidadão. Em verdade, colocada a questão em sua real dimensão, verifica-se que, em termos de criminalidade, o que acontece hoje em grandes centros urbanos brasileiros não está muito distante do que acontece em cidades de países desenvolvidos. No ano de 2004, o número de homicídios por grupo de 100.000 habitantes na cidade de São Paulo foi de 31, 87, comparável aos índices de cidades como Washington, DC e Nova Orleans, nos Estados Unidos que, no ano de 2003, tiveram 44,04 e 57,68 homicídios por 100.000 habitantes, respectivamente, segundo dados do Federal Bureau of Investigation – FBI (UNITED STATES OF AMERICA, 2005). O que aumenta a sensação de insegurança do brasileiro, portanto, parece ser a qualidade do crime, ou seja, a ousadia e a violência crescentes que vêm caracterizando as ações criminosas e que incluem resgates de presos, seqüestros indiscriminados, assaltos cada vez mais ousados e, infelizmente, a morte desnecessária de muitas de suas vítimas, incluindo aí os próprios marginais, dentro do ambiente prisional ou em disputas territoriais e os policiais. Há poucas décadas, seria impensável a violência atual e, na imensa maioria dos casos de atuação policial, a reação armada do marginal. Nem mesmo.

(14) 13. seria crível o enfrentamento à polícia que hoje se vê com alguma constância em conflitos entre torcidas em praças desportivas, em manifestações reivindicatórias ou mesmo em ações de reintegração de posse decorrentes de invasões de propriedades. E não se diga que o respeito existente nessa época era fruto do processo histórico por que passava o país, marcado por governos militares. Em verdade, muito antes da vigência do regime militar, a simples presença do policial fardado em uma situação de conflito era suficiente para acalmar os ânimos exaltados e recompor a ordem pública rompida. Hoje, o cenário é bem diferente na sociedade brasileira. Importantes referenciais necessários a uma equilibrada convivência social foram perdidos. Valores básicos foram esquecidos e, como conseqüência, o freio social natural, resultante da internalização desses valores em cada cidadão, também foi enfraquecido. Por falta de limites impostos no lar, crianças começaram a não mais respeitar os pais e, na seqüência do processo, já na condição de adolescentes ou adultos, passaram a desrespeitar os professores e os representantes da autoridade constituída, incluídos aí os policiais e esses que já experimentam a sensação de insegurança como cidadãos, vêm-na potencializada no exercício de seu trabalho pelo desrespeito à figura do policial. Assim, é de se esperar que o policial não passe incólume após um evento com enfrentamento armado, especialmente se houver a morte do marginal, de outro policial ou ferimento nele próprio. Esse fato representará, sem dúvida, significativo conflito de natureza psíquica que, agregado a outros decorrentes da própria natureza do trabalho, pode conduzi-lo a transtornos somatoformes, alcoolismo, desajustes conjugais e, em situação extrema, ao próprio suicídio. Em sentido inverso, é importante também destacar que, por vezes, as características. individuais. do. policial,. especialmente. no. que. concerne. à. agressividade, podem ter influência decisiva no desencadeamento do evento crítico. Afinal, ele é selecionado dentre os integrantes da comunidade e pode ter desenvolvido, em função de todas as carências sociais, características não recomendáveis para o exercício da função policial e que não foram detectadas no processo seletivo de ingresso. É este segundo cenário o campo de interesse do presente trabalho, ou seja, como a agressividade individual que, em certa medida é necessária à execução do trabalho policial, pode se transformar em violência e como essa.

(15) 14. violência pode ser controlada por meio de uma intervenção adequada, com ganhos pessoais e institucionais. Estudar os efeitos de um programa de apoio na agressividade reacional de policiais envolvidos em ocorrências graves, objetivo maior deste estudo, significa retirá-lo de sua formulação fática e conduzi-lo ao fecundo campo de seus pressupostos teóricos, de sua dinâmica e de seus resultados. Dentro dessa linha, o presente trabalho foi projetado como atualização, particularização e aprofundamento de outro estudo sobre o tema desenvolvido pelo autor, no ano de 1996. A participação ativa do autor na implantação de programa de apoio a policiais militares do Estado de São Paulo envolvidos em ocorrências graves e sua experiência de mais de trinta e cinco anos no exercício de diversas funções no quadro hierárquico da Instituição Policial Paulista serviram de motivação para buscar novos resultados e abrir perspectivas de novas pesquisas. Assim, buscando definir metodologia de apresentação que permita melhor compreensão sistêmica, o trabalho foi estruturado da seguinte forma: - Capítulo I: composto pela introdução, que engloba os aspectos teóricos mais expressivos ligados à agressividade e sua vertente de violência, a partir das perspectivas da etologia e da psicologia psicodinâmica. Faz parte ainda da introdução o detalhamento do programa de apoio para policiais militares envolvidos em ocorrências graves existente no Estado de São Paulo e as pesquisas sobre ele realizadas, bem como a verificação da existência de programas semelhantes no Brasil e em outros países. Compõem também esse capítulo, estudos relativos à mudança psíquica, de forma a demonstrar que o programa pode funcionar como facilitador de mudança psíquica, mas que essa mudança pode se manifestar em um primeiro momento até por meio do aumento da agressividade reacional, por conta da utilização de estratégias defensivas, sem que isso signifique ineficácia da intervenção. Finalmente, integra o capítulo a descrição do objetivo geral e dos objetivos específicos da pesquisa; - Capítulo II: composto pelo método utilizado, com detalhamento da amostra selecionada, do local em que foi realizada a pesquisa, dos instrumentos utilizados e dos procedimentos para se alcançar os objetivos definidos, tanto na parte quantitativa como na parte qualitativa da pesquisa;.

(16) 15. - Capítulo III: composto pelos resultados da parte qualitativa do trabalho e pelo estudo clínico de 05 casos selecionados, a partir da análise quantitativa, conforme previsão existente no capítulo referente ao método; - Capítulo IV: composto pela discussão dos resultados obtidos na parte quantitativa e no estudo clínico; - Capítulo V: composto pela conclusão, tanto da parte quantitativa como do estudo clínico e por proposta de desenvolvimento de novas pesquisas sobre o tema; - Partes pós-textuais do trabalho, abrangendo as referências bibliográficas e os anexos julgados relevantes..

(17) 16. I - INTRODUÇÃO 1. AGRESSIVIDADE Conceituar e estabelecer os determinantes da conduta agressiva tem sido desafio para diversos autores de diferentes linhas teóricas que procuram explicar porque ela é fundamental para a própria sobrevivência humana e porque, muitas vezes, transforma-se em instrumento de destruição. O mundo dito civilizado convive, hoje, com cenas dramáticas de violência, marcadas quase sempre pela inexistência plena de respeito à vida, à integridade física e à dignidade das pessoas. E essa violência está intrinsecamente articulada a um sentimento muito presente de egoísmo e pouca fraternidade, decorrente da acentuada degradação de indicadores de desenvolvimento como a educação, a família, a moral e o espírito de solidariedade. Os atos agressivos com finalidade destrutiva, característicos da violência, são praticados por indivíduos isoladamente, por grupos de indivíduos com diversas motivações, por organizações criminosas e, até, pelo próprio aparelho do Estado. Caracterizam, portanto, diversas formas de violência, inclusive a institucional e o que se tem observado com freqüência é a incapacidade de reação organizada das pessoas contra esses fatos e, mais do que isso, até a incapacidade de demonstração da irresignação com tudo o que acontece, absorvendo essa violência como algo que já faz parte do mundo moderno. Como já dito, várias teorias se propõem a explicar a agressividade, cabendo aqui trazer a visão de algumas delas. 1.1 Evolução e agressividade Lorenz (1973), em seu livro A Agressão: uma história natural do mal, procura explicar a agressão humana por intermédio do método etológico. Para ele, apenas com o estudo das semelhanças e diferenças de muitas espécies de animais se pode responder a perguntas sobre como a agressão influi nas possibilidades de sobrevivência do organismo ou como foi a evolução dos sistemas de comportamento das diversas espécies até alcançar a condição atual, ou uma terceira muito mais.

(18) 17. complexa: Por que o homem tem uma tendência tão singular para a agressão intraespecífica, ou seja, a agressão voltada para outros homens? O autor sugere que a resposta está no fato de que, ao contrário do que acontece com os animais que não têm linguagem, o rápido desenvolvimento tecnológico do homem superou a evolução mais lenta das inibições inatas contra a expressão de sua instigação agressiva. Na espécie humana, a agressão, inicialmente, teria a função de defesa contra qualquer tipo de ameaça, mas depois, com o desenvolvimento cultural, passou as ter outras funções, muitas delas prejudiciais à sua própria sobrevivência, das quais a guerra é a maior expressão. O grande perigo que o autor aponta com relação ao instinto agressivo é a sua espontaneidade, pois, segundo ele, o sistema nervoso não depende só de estimulação externa, podendo agir espontaneamente, ou então tendo uma redução sensível de seu limiar na estimulação da resposta agressiva, quando colocado sob privação. Por outro lado, a natureza proporcionou o desenvolvimento de mecanismos controladores das pulsões espontâneas para tornar a agressão intraespecífica menos perigosa. Dessa forma, desenvolveram-se comportamentos que assumiram o caráter de cerimônias simbólicas para esvaziar funções primitivas. Um exemplo característico dessa evolução é o comportamento de ameaça substituindo ou mesmo precedendo a agressão real, dando condições para a fuga do mais fraco. Essas cerimônias simbólicas, segundo Lorenz (1973), variam de acordo com a cultura e normalmente são aprendidas e suas principais funções seriam a adaptação ao meio, a comunicação e informação dentro de uma determinada comunidade, a criação de laços de amizade entre componentes da mesma espécie e, principalmente, a canalização da agressão para fins inofensivos. Os. mecanismos. inibitórios descritos. desenvolveram,. em algumas. espécies, o chamado combate de honra, preâmbulo do combate real, mas que permitiria o afastamento do mais fraco do local do combate ou ainda o comportamento de submissão, em que aquele que se encontra em desvantagem no combate real oferece a sua parte mais sensível ao adversário, pondo, imediatamente, fim à luta. Segundo Megargee e Hokanson (1976), caso esteja correta a posição de Lorenz, pouco se alcançará na redução da violência, por meio da educação ou eliminação das frustrações. Para Lorenz, contudo, as saídas para que a agressão.

(19) 18. inata não se transforme em violência seriam o redirecionamento das pulsões agressivas para práticas socialmente aceitas como esportes, artes e ciências ou ainda o estabelecimento de laços e relações pessoais incompatíveis com a agressão. Todos os grandes perigos que chegaram, inclusive, a ameaçar a humanidade de extinção foram conseqüência direta do pensamento conceitual e da linguagem verbal, já que tais padrões apareceram prematuramente, sem a necessária adaptação dos instintos e das forças inibitórias. Dessa forma, a cultura interrompeu o trabalho filogenético que criaria os mecanismos inibitórios da destruição de semelhante, impossibilitando a reação às pulsões inatas da agressão. As funções básicas do comportamento agressivo animal são reguladas pelos instintos de hierarquia, territorialidade e defesa da prole, que irão agir ou serão suprimidos, de acordo com a situação momentânea do animal. Assim, as pulsões agressivas resultam da pressão da seleção intra-específica que permitiu surgir no homem, há muito tempo, esse tipo de pulsão, para a qual não há escape adequado na sociedade atual. (LORENZ, 1973). 1.2 O instinto agressivo A partir das colocações de Lorenz, muitos autores têm discutido a teoria da agressão como instinto, não como princípio que tem por finalidade a destruição e a morte, mas como força que tem por objetivo preservar e organizar a vida (KRISTENSSEN, 2003). Storr (1970) ensina que não se pode dizer com exatidão se o comportamento agressivo caracteriza ou não resposta instintiva do homem, no entanto, pode-se afirmar que o homem, assim como outros animais, quando estimulado, responde com sentimentos subjetivos de ira e com mudanças físicas preparatórias para a luta. Para o autor, não há dúvidas de que existe um mecanismo fisiológico que permite a um animal, na perspectiva da auto-conservação, levar dentro de si o potencial necessário para a resposta agressiva. Segundo Pinheiro (1992), há uma série de alterações que ocorrem com o organismo durante o comportamento agressivo, com estimulação do sistema nervoso simpático e conseqüente produção de adrenalina que promove um aumento geral no nível de excitação e vigilância. Ainda segundo o autor, o comportamento.

(20) 19. agressivo é sempre mediado por processos fisiológicos que se desenvolvem na estrutura do sistema nervoso e a agressividade pode ser alterada por modificação da taxa metabólica dos neurotransmissores do sistema nervoso central. Caracterizase como relevante o fato de que essas substâncias, que parecem mediar o comportamento agressivo, são encontradas em grandes concentrações no sistema límbico. Por sistema límbico compreende-se o córtex cerebral – lobo temporal e zonas inferiores do lobo frontal; a área septal; o complexo amigdalóide; o hipocampo e o hipotálamo, contendo, assim, estruturas dos três cérebros descritos por MacLean (1952 apud PINHEIRO, 1992), teoria segundo a qual a evolução do cérebro humano se processou à semelhança de uma casa à qual novas alas e superestruturas foram adicionadas no decorrer da filogênese. Assim, o homem, no curso de sua evolução foi provido de três cérebros. O primeiro, mais antigo, semelhante ao dos répteis. O segundo, herdado de mamíferos inferiores e o terceiro como uma conquista de mamíferos superiores. O estudo das funções cerebrais na agressão tem sido realizado por meio da observação de lesões naturais e por lesões experimentais provocadas em animais em laboratório, sendo que grande parte das pesquisas tem se concentrado nas estruturas do sistema límbico. Mas, da mesma forma como têm sido pesquisados os mediadores neurológicos da agressão, também têm sido estudados os fatores inibidores, primeiro em animais e depois em seres humanos. Constatou-se, por exemplo, que a incisão cirúrgica do rinencéfalo, feita em instituições psiquiátricas, aliviou a síndrome de descontrole de pacientes extremamente agressivos. Outros estudos puderam demonstrar a possibilidade de controle do comportamento agressivo por meio da estimulação elétrica cerebral ou da redução do hormônio sexual masculino, aumentando o limiar da agressão (PINHEIRO, 1992). Apesar de ficar demonstrado que o mecanismo fisiológico da agressão é realmente instintivo, o que Storr (1970) questiona é a forma de acionamento desse mecanismo, ou seja, se ele precisa de uma ameaça externa para se manifestar, caracterizando, portanto um potencial que não precisaria ser utilizado ou se haveria nos animais e nos próprios seres humanos um acúmulo interno de tensão agressiva que demandaria uma descarga periódica. Se a primeira colocação for verdadeira, o que se necessita para que a agressão não ocorra é evitar estímulos que possam.

(21) 20. provocar esse tipo de resposta. Já se for verdadeira a segunda, o que se deve buscar são escoadouros adequados para ela. Para Storr (1970), há autores que buscam demonstrar que não existe nenhuma necessidade essencial para a exteriorização do comportamento agressivo, citando Scott (1958) que, em seu livro Agression, escreve: O fato importante é que, em todos os casos, a cadeia de causação leva ao exterior. Não existe prova fisiológica de qualquer estimulação espontânea para lutar originária de dentro do corpo. Isso quer dizer que não há necessidade de lutar, na agressiva ou na defensiva, à parte do que acontece no ambiente exterior. Podemos concluir que uma pessoa suficientemente afortunada para existir num ambiente que não tem estimulação para a luta não sofrerá dano fisiológico ou nervoso porque ela jamais luta. Essa situação difere bastante da fisiologia da alimentação, onde os processos internos do metabolismo conduzem a mudanças fisiológicas definidas que finalmente produzem a fome e o estímulo para comer, sem qualquer mudança no ambiente externo. Podemos também concluir que não existe algo chamado de simples “instinto para a luta”, no sentido de uma força impulsionadora interna que precisa ser satisfeita. Existe, contudo, um mecanismo fisiológico interno que basta ser estimulado para produzir luta. Essa distinção pode não ser importante em muitas situações práticas, mas leva a uma conclusão promissora com relação ao controle da agressão. O mecanismo interno é perigoso, mas pode ser mantido sob controle através de meios externos. (SCOTT,1958 apud STORR, 1970, p.30).. Apesar da comparação feita por Scott entre a fisiologia da agressão e da fome, Storr pondera que a primeira não pode ser descrita, em termos fisiológicos, da mesma forma que a segunda, já que esta representa um estado de privação que leva a uma ação para eliminá-lo. No entanto, essa comparação seria válida para o instinto sexual que, para a descarga total da tensão, necessita de um parceiro, ou, em outras palavras, como na agressão, existe um mecanismo fisiológico interno que necessita de um estímulo externo para ser disparado..

(22) 21. O que precisa ser demonstrado é se há diferenças fisiológicas significativas entre um animal privado de satisfação sexual e outro que está sem lutar há muito tempo. Para o autor, não há evidências, em nível fisiológico, de que a resposta agressiva seja menos instintiva do que a resposta sexual e, portanto, levando em conta que o termo agressão não deve se restringir à luta real, a expressão da agressividade pode ser uma parte tão necessária do ser humano como a expressão sexual. 1.3 A agressividade e o desenvolvimento emocional individual Os estudos mais consistentes de Freud sobre o instinto da agressão parecem ter iniciado, segundo comentário de Strachey (1930), com a obra Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (FREUD, 1905), em que ele aparece apenas como um dos instintos componentes ou parciais do instinto sexual. De fato, ao se referir ao sadismo, Freud propõe a existência de um elemento de agressividade na sexualidade masculina, uma espécie de desejo de subjugar, com a finalidade de conseguir vencer a resistência do objeto sexual por meio de galanteios, estando aí a sua importância biológica. O sadismo seria, portanto, esse componente agressivo do instinto sexual que se tornou independente e exagerado e que, por deslocamento, passou a ser dominante. Esse componente cruel aparece na infância de forma independente das atividades sexuais ligadas às zonas erógenas, presumindo-se que surja de um instinto de domínio e dominando uma fase da vida sexual denominada pré-genital. A ausência de piedade demonstra que a conexão entre os instintos cruéis e erógenos havida na infância pode se tornar indestrutível na vida futura. Ainda segundo Strachey (1930), em 1909, ao escrever capítulo da história clínica do Pequeno Hans, Freud expressa a sua irresignação quanto à existência de um instinto agressivo autônomo em situação de igualdade com os instintos de autopreservação e sexual e foi somente em 1920, ao escrever Além do Princípio do Prazer, que coloca o instinto agressivo de forma independente, mas ainda assim como algo secundário, derivado do instinto de morte, que é auto-destrutivo e primário. Ao falar sobre a Teoria da Libido em Dois Verbetes de Enciclopédia, Freud (1923) reconhece a existência de duas classes de instintos na vida mental, tendo como base a teoria dos instintos na biologia, muito embora sempre tenha se.

(23) 22. preocupado em fazer com que a psicanálise desenvolvesse suas teorias independentemente de outras ciências. Levando em conta os processos que constroem a vida e aqueles outros que conduzem à morte, é forçoso reconhecer a existência de duas classes de instintos, ligadas, respectivamente, a dois processos contrários de construção e de dissolução do organismo. Um conjunto de instintos tem por objetivo levar a criatura viva à morte, sendo chamados, portanto, de instintos de morte. São resultados da combinação de organismos elementares unicelulares e sempre dirigidos para fora, manifestando-se como impulsos destrutivos ou agressivos. O outro conjunto é composto por instintos sexuais, libidinais ou de vida, chamados, também, de Eros, que teriam por finalidade constituir a substância viva em unidades cada vez maiores, para que vida possa ser prolongada dentro de um processo evolutivo. Os instintos de vida e de morte estão sempre presentes nas vidas das pessoas em fusões regulares, podendo ocorrer, também, o processo de defusão. A vida significa a vitória dos instintos sexuais e a morte significa a vitória dos destrutivos (FREUD, 1923). Em outro trabalho intitulado O ego e o id, Freud (1923) descreve de maneira específica essas duas classes de pulsão. O primeiro conjunto se refere àquelas que criam e mantém a unidade do indivíduo. São as pulsões sexuais e de auto-conservação. Em oposição a estas, estão as pulsões de morte, que buscam a redução completa das tensões. Voltadas inicialmente ao interior com o objetivo de auto-destrutividade, voltam-se depois ao exterior, manifestando-se sob forma de agressão ou destruição. Em razão desse redirecionamento da pulsão de morte, ela acaba por servir à pulsão de vida, na medida em que destrói outro objeto e não o próprio self. Decorre disso o fato de que, em havendo qualquer inibição à sua expansão para o exterior, haverá um aumento da auto-destrutividade. As atividades sociais, como válvula de escape para a energia armazenada, seriam a saída eficaz para evitar a expansão da agressividade para o exterior e também evitar a autodestrutividade, tese também compartilhada pelos etologistas. Para Fenicchel (1981), Freud propôs uma nova classificação para os instintos, apoiando-se em uma base clínica e outra especulativa. A base especulativa representa o caráter conservador dos instintos, que se caracterizam pelo princípio da constância e tendem à eliminação das tensões. A base clínica suporta a existência da agressão que constitui parte considerável dos impulsos.

(24) 23. humanos como resposta às frustrações e tem como objetivo superá-las. A partir da integração das bases especulativa e clínica, foram estabelecidas duas qualidades da psiquê: a primeira ligada ao instinto de vida – Eros – representando o esforço construtivo e a segunda ligada ao instinto de morte – Thanatos – representando o esforço destrutivo, cuja função primária seria a redução da vida à condição de matéria inanimada. Essas forças em constante interação cumprem papel essencial nos fenômenos da vida, não havendo, portanto, ação humana que seja obra de um padrão instintual único. A fusão dos dois instintos é produto da maturação, em que cabe ao instinto de vida ir neutralizando o instinto de morte. Mais tarde, surge a diferenciação amor e ódio, aparecendo como qualidades opostas entre si. O instinto de morte torna-se destrutivo com o objetivo de destruir a vida alheia e preservar a sua própria vida. Freud (1915), tratando das vicissitudes do instinto, procura estabelecer relação entre instinto e estímulo. Para ele é possível afirmar que o instinto é um estímulo aplicado à mente, no entanto, existem outros estímulos a ela aplicados, além dos instintuais e que se comportam muito mais como fisiológicos. Os estímulos instintuais não surgem de fora, mas, ao contrário, de dentro do próprio organismo, atuando de forma diferente sobre a mente e sendo necessárias diferentes ações para removê-los. Já os demais estímulos podem ser removidos por uma única ação conveniente, na medida em que eles atuam como impacto único, de caráter momentâneo. A fuga motora de uma fonte de estimulação é um exemplo claro dessa colocação. O instinto, portanto, atua sempre com um impacto constante e, por vir do interior do organismo, não há como fugir dele, caracterizando, dessa forma, uma necessidade que tem, como única possibilidade de remoção, a satisfação. Ele deve ser visto, portanto, na fronteira entre o somático e o psíquico como representante psíquico dos estímulos originados dentro do organismo e que alcançam à mente, como uma medida de exigência a ela em conseqüência de sua ligação com o corpo. Freud, no mesmo trabalho, define algumas características do instinto. São elas: a pressão, a finalidade, o objeto e a fonte. A pressão diz respeito ao fator motor, a quantidade de força ou a medida de exigência de trabalho que essa força representa. É da essência do instinto exercer pressão..

(25) 24. A finalidade diz respeito à busca da satisfação, obtida por meio da eliminação do estado de estimulação na fonte do instinto. O objeto é algo no qual ou através do qual o instinto atinge a sua finalidade. Ele não precisa ser, necessariamente, algo estranho, podendo ser parte do próprio corpo do indivíduo. Pode ser modificado inúmeras vezes e um mesmo objeto pode servir à satisfação de diversos instintos. A fonte é o processo somático que ocorre em um órgão ou parte do corpo, tendo o instinto por representante mental do estímulo desencadeado por esse processo. Em função das características básicas dos instintos, parece não haver como eliminar as inclinações agressivas do homem, pois se tratam de exteriorizações de motivos instintuais presentes no psiquismo humano. No entanto, é possível interferir na ação do instinto de morte de tal forma que não necessite exprimir-se por meio de violência extrema. A maneira adequada de alcançar esse objetivo é o fortalecimento do instinto antagônico, com a facilitação de vínculos emocionais. Tudo o que facilita à criação de vínculos emocionais atua contra a guerra e agressão, pois fortalece o instinto de vida. Nessa linha, Freud (1930) propõe: A existência da inclinação para a agressão, que podemos detectar em nós mesmos e supor com justiça que ela está presente nos outros, constitui fator que perturba os nossos relacionamentos com o nosso próximo e força a civilização a um tão elevado dispêndio (de energia). Em conseqüência dessa mútua hostilidade primária dos seres humanos, a sociedade civilizada se vê permanentemente ameaçada de desintegração. O interesse pelo trabalho em comum não a manteria unida; as paixões instintivas são mais fortes que os interesses razoáveis. A civilização tem de utilizar esforços supremos a fim de estabelecer limites para os instintos agressivos do homem e manter suas manifestações sob controle por formações psíquicas reativas. Daí, portanto, o emprego de métodos destinados a incitar as pessoas a identificações e relacionamentos amorosos inibidos em sua finalidade (...). A despeito de todos os esforços, esses empenhos da civilização até hoje não conseguiram muito. Espera-se impedir os excessos mais grosseiros da violência brutal por si mesma, supondo-.

(26) 25. se o direito de usar a violência contra os criminosos; no entanto, a lei não é capaz de deitar a mão sobre as manifestações mais cautelosas e refinadas da agressividade humana. Chega a hora que cada um tem de abandonar, como sendo ilusões, as esperanças que, na juventude, depositou em seus semelhantes e aprende quanta dificuldade e sofrimento foram acrescentados à sua vida pela má vontade deles. Ao mesmo tempo seria injusto censurar a civilização por tentar eliminar da atividade humana a luta e a competição. Elas são indubitavelmente. indispensáveis.. Mas. a. oposição. não. é. necessariamente inimizade; simplesmente, ela é mal empregada e tornada ocasião para a inimizade (FREUD, 1930, p.134).. O autor coloca uma questão fatídica para a humanidade que é até que ponto o desenvolvimento cultural conseguirá dominar a perturbação decorrente do instinto humano de agressão e destruição na vida em comum. Os homens adquiriram controle sobre as forças da natureza, o que permite que se aniquilem uns aos outros sem dificuldades. É dessa verdade que decorre a inquietação, infelicidade e ansiedade da humanidade. Riviere (1975) também caracteriza o instinto da agressividade como algo inato no homem e na maioria dos animais, pelo menos enquanto manifestação de defesa.. Qualquer pessoa normal sabe que diversos sentimentos estão sendo. experimentados ou manifestados o tempo todo ao seu redor e são responsáveis por grande parte da infelicidade das pessoas, já que incluem o mau humor, o egoísmo, a mesquinhez, a voracidade, a inveja e a hostilidade. Para o autor, há uma ligação íntima entre os impulsos agressivos e o prazer, de forma que esses impulsos, cruéis e egoísticos, provoquem sensações de excitação, explicáveis, na medida em que são imperativos e difíceis de controlar. Além disso, eles estão ligados, sob certos aspectos, à luta pela sobrevivência. Há um reconhecimento claro de que indivíduos dotados de insuficiente agressividade encontram dificuldade para fazer valer os seus direitos. Dessa forma, é lícito afirmar que os instintos de auto-preservação e de amor sejam mesclados com certa dose de agressividade e, nessa condição, a agressividade constitui parte importante para o seu funcionamento. A dificuldade de entendimento do vigor e da profundidade dos instintos agressivos sempre prejudicou as diversas tentativas feitas, no sentido de melhorar a.

(27) 26. humanidade, tornando-a mais pacífica. Isto porque não buscaram outra coisa senão estimular os impulsos positivos e tentando negar ou suprimir os agressivos. O instinto agressivo não pode ser suprimido integralmente, mas o que pode ser feito é diminuir a ansiedade que o acentua (KLEIN, 1970). As sensações hostis estão sempre ligadas de alguma forma a insatisfações e descontentamentos com situações específicas da vida, necessidades ou prazer e que acabam representando uma sensação de perda. A reação agressiva a uma situação de privação ou de agressão, como um assalto, por exemplo, é perfeitamente compreensível. No entanto, há um outro sentimento de perda, cuja fonte não é representada por uma agressão externa. Assim, qualquer desejo insatisfeito, se suficientemente intenso, pode provocar sensação de perda de tal ordem que despertará agressividade da mesma forma que um ataque externo o faria, o que remete a questão da agressão também para a área econômica, pois a carência de meios de subsistência em povos ou classes sociais pode despertar a agressividade (RIVIERE, 1975). Uma outra questão levantada por Riviere (1975) diz respeito à dependência. De uma forma geral, nos sistemas políticos abertos o grau de dependência da organização social não é sentido de forma ameaçadora. Contudo, em casos excepcionais, como em uma guerra ou grande desastre, pode-se sentir o grau de dependência das forças da natureza ou de outras pessoas e esse sentimento assume um caráter ameaçador porque envolve a possibilidade de privação. Neste caso, pode aparecer um desejo irrealizável de auto-suficiência individual e a ilusão de liberdade pode ser sentida como um prazer. A ansiedade de dependência é experimentada pelas pessoas desde as situações mais primitivas que não a reconhecem nesse estágio. Em verdade, o bebê não reconhece a existência do outro, creditando a si mesmo a satisfação de todas as suas necessidades. Quando essas necessidades não são satisfeitas, contudo, o bebê reconhece a sua dependência, já que não pode satisfazer a todas elas, passando a gritar e a chorar, tornando-se, pois, agressivo e desencadeando uma reação incontrolável que gera dor e sensações corporais explosivas e sufocantes o que, por seu turno, ocasiona sentimentos adicionais de privação, dor e apreensão. Para o autor, o bebê é incapaz de distinguir entre o eu e o não-eu, caracterizando as sensações como seu mundo particular e suas privações como o desaparecimento desse mundo particular de tudo o que precisa. E esse mundo se.

(28) 27. torna abrasador, quando ele é torturado pela ira e pelo desejo. Essa situação tem enormes conseqüências psicológicas na vida adulta, pois se trata da primeira experiência de algo sentido como morte, como reconhecimento da não existência de algo, como uma perda essencial. No entanto, essa experiência permite o conhecimento do amor - sob forma de desejo - e o reconhecimento da dependência sob forma de necessidade, convivendo com os sentimentos e sensações de muita dor e ameaça de destruição. Dessa situação primitiva decorre a necessidade de buscar a autopreservação e os prazeres sem despertar as forças destrutivas capazes de destruir os outros. O ódio e a agressividade, o ciúme e a voracidade, experimentados e manifestados. por. adultos,. são. todos. derivativos,. em. geral. extremamente complicados, tanto dessa experiência original como da necessidade de superá-la, se pretendermos sobreviver e retirar da vida algum prazer. Isto significa que, por mais totalmente agressivas e odiosas que tais emoções se possam apresentar na vida adulta, elas são de fato até certo ponto modificações e ajustamentos inconscientes de formas ainda mais simples e rudimentares desses sentimentos. Ademais, todas as medidas por nós tomadas a fim de obter segurança acham-se vinculadas a uma determinada utilização dos impulsos amorosos (as forças vitais), embora também estes se possam apresentar por vezes sob aspectos extremamente deturpados e irreconhecíveis. (RIVIERE, 1975, p.22 – 23).. Segundo Winnicott (2000), antes mesmo da ocorrência da integração da personalidade, já é possível encontrar a agressividade no bebê, na agitação decorrente da não satisfação de suas necessidades ou na própria mastigação dos mamilos com as gengivas, muito embora não se possa encontrar, no caso, o desejo de destruir, significando essa agressividade muito mais uma atividade na condição de função parcial. A organização futura dessas funções parciais, decorrente da integração da personalidade, é que vai transformá-las, verdadeiramente em agressividade. A integração, contudo, não é alcançada em determinada data. Ela é um processo que, eventualmente, pode ser revertido em função de uma adversidade.

(29) 28. ambiental, mas que, ainda assim, permite o surgimento do chamado comportamento intencional, em algum momento. Pode-se afirmar, então, que, quando o comportamento é proposital, a agressividade é intencional e sua fonte é a experiência instintiva, fazendo parte, portanto, da expressão primitiva do amor. O autor propõe, ainda, várias formas de expressão da agressividade, em função dos estágios do desenvolvimento do ego. No estágio inicial ou de ausência de concernimento, existente apenas enquanto estado teórico, a criança existe como pessoa, com propósitos, mas ainda sem concernimento quanto aos resultados. Nesse caso, o que é destruído nos momentos de excitação é exatamente aquilo que ela valoriza nos momentos de tranqüilidade, ou seja, o amor excitado permite o ataque imaginário à mãe, fazendo com que a agressividade integre o amor. No estágio do concernimento, já há uma integração de tal ordem que é possível o reconhecimento da existência da mãe como pessoa, o que determina o sentimento de concernimento com relação às suas manifestações instintivas, tanto concretas quanto ideativas. Esse sentimento provoca o aparecimento da culpa, decorrente de dano supostamente causado à mãe nos momentos de excitação, que por sua vez mobiliza um sentimento pessoal de reparação. É esse processo que permite a transformação da agressividade em atividade social construtiva. A raiva, sentimento que aparece nesse estágio, decorre, basicamente, da frustração, em razão da impossibilidade de se evitar a frustração em todas as experiências, o que acaba provocando situação dicotômica com relação à sua manifestação. Por um lado, podem aparecer impulsos agressivos desprovidos de culpa, em se tratando de respostas agressivas à experiência frustrante. De outro, podem surgir impulsos agressivos carregados de culpa, quando são dirigidos ao objeto amado. A frustração leva para a longe a culpa, mas acaba provocando, como mecanismo de defesa, a separação do objeto bom do objeto mau, o que representa uma perda valiosa para o amor, que é o seu componente agressivo e faz com que as reações agressivas sejam mais explosivas. No estágio da personalidade total, em que ocorrem as relações interpessoais, a agressividade se expressa em situações triangulares, como decorrência de conflitos conscientes ou inconscientes. Winnicott (1987), ao escrever sobre a natureza e origens da tendência anti-social, esclarece sobre a dificuldade em se identificar as origens da agressividade, quando ela se manifesta, tendo em vista que, de todas as tendências.

(30) 29. humanas, a agressividade, em especial, é escondida, disfarçada, desviada. Em outro texto, ao discorrer sobre a tendência anti-social, Winnicot (2000) demonstra que a agressividade está diretamente relacionada com a resposta ambiental, podendo seguir dois caminhos: o desenvolvimento normal da capacidade de inquietude e o caminho patológico, consistente na não capacidade para a inquietude e a formação do falso-self, ligado à tendência anti-social. Para Adler (1957), o impulso agressivo se manifesta quando o objetivo de predomínio e superioridade se torna patente ao indivíduo, como reação ao sentimento de inferioridade, e o esforço para a conquista de consideração começa a preponderar, produzindo um maior estado de tensão na vida psíquica que faz com que o indivíduo procure atingir esse objetivo de predomínio com atos de grande intensidade e violência. Na perspectiva da denominada Psicologia Individual, o autor propõe que é o sentimento de inferioridade que determina o alvo da existência individual. Desde os primeiros dias de sua existência, a criança já tem a tendência de colocar-se em evidência, de atrair a atenção dos pais, surgindo aí os primeiros indícios do desejo de consideração e apreço que irá desenvolver-se sob o influxo do senso de inferioridade e de uma determinação de alcançar posição individual aparentemente superior ao seu ambiente. Ao dar valor excessivo ao tamanho e à força de uma pessoa ou ao seu direito de dar ordens e exigir obediência, a criança sente o desejo de crescer, ser tão forte quanto aqueles que vê junto de si ou mesmo de dominá-los. Esse desejo a leva a duas possibilidades de procedimento: a primeira, representada pela prática de atos e emprego dos métodos utilizados, segundo sua compreensão, pelos adultos com relação a ela; a segunda, representada pela ostentação de sua fraqueza, o que é considerado pelos adultos uma inexorável exigência de seu auxílio. Assim, algumas crianças se desenvolvem no sentido de aquisição do poder e de uma técnica de coragem, impondo-se ao meio, enquanto outras parecem prevalecer-se das próprias fraquezas. Ainda segundo o autor, as principais dificuldades na contraposição ao pendor para o predomínio são o estabelecimento com a criança de contato esclarecedor acerca dos objetivos fundamentais de sua existência, no momento em que o pendor se manifesta e o reconhecimento da existência desse pendor, já que o esforço para a dominação por vezes é encoberto pela capa da afeição e da ternura..

(31) 30. Nessa situação, todo o sentimento ou manifestação natural podem estar revestidos de íntima hipocrisia, encobrindo intenção final de subjugar o meio. Adler (1957) chama a atenção para o fato de que a luta pelo poder e pela dominação poderá se tornar tão exagerada a ponto de ser definida como patológica. Nesses casos, o impulso patológico de dominação leva o indivíduo a procurar assegurar a sua posição no meio a custa de esforços extraordinários, com precipitação e impaciência inconcebíveis e com violência exagerada na busca de sua meta de dominação. Friedman e Schustack (2004) sustentam que o impulso para a agressão é particularmente importante para a linha teórica desenvolvida por Adler, na medida em que se caracteriza como reação à percepção de inferioridade, representando, portanto, ataque violento contra a incapacidade de alcançar ou dominar algo. Sustentam, também, a importância, nessa teoria, dos aspectos teleológicos da natureza humana, ou seja, a sua orientação para metas, sempre com o objetivo de superação do senso de inferioridade, mas que podem criar um sentimento de superioridade como forma de manter a auto-estima. Ainda na linha da presença de impulso agressivo para a manutenção da auto-estima, Fenichel (1981) propõe a existência de defesas caracterológicas com essa finalidade. Entendendo caráter como conceito que vai além das modalidades de defesa fixadas na personalidade para alcançar a organização dinâmica e econômica dos atos positivos do ego e as maneiras pelas quais combina as suas diversas tarefas, a fim de encontrar solução satisfatória, o autor propõe a existência de dois tipos de traços caracterológicos que podem servir, respectivamente, ao fim de descarregar algum impulso original ou de reprimi-lo. Aquele que serve à primeira finalidade é chamado de traço caracterológico do tipo sublimado e o que serve à segunda é denominado traço caracterológico do tipo reativo. No tipo sublimado, é possível ao ego substituir um impulso instintivo primitivo por outro menos ofensivo, compatível com ele, organizado e inibido em sua finalidade. No tipo reativo, existe uma restrição à flexibilidade da pessoa que não consegue satisfação plena ou sublimação dos seus impulsos instintivos, apresentando atitudes de evitação (fóbicas) e de oposição (formações reativas). Em um caráter em que predomine a índole reativa, as atitudes não se dirigem apenas contra impulsos instintivos, mas também se relacionam a conflitos que giram em torno da auto-estima. Lutando contra a percepção de profundos sentimentos de inferioridade, muitas pessoas.

(32) 31. desenvolvem comportamentos arrogantes e ambições pessoais elevadas e, por vezes, desenvolvem extensa atividade para encobrir anseios passivos. O impulso agressivo é, portanto, utilizado para alcançar esses objetivos da forma que for possível, diante das condições ambientais impostas. Segundo o autor: Compromisso muito freqüente entre um anseio superficial de independência ativa e outro, mais profundo, de receptividade passiva consiste na idéia de que uma receptividade temporária é necessária à obtenção de independência futura, de modo que a independência pode ser desfrutada na fantasia antecipatória, enquanto, na realidade, se desfruta a dependência. Esta simultaneidade é uma das vantagens emocionais da infância: o menino submete-se à masculinidade do pai para tornar-se masculino. A tendência a manter esse afortunado compromisso constitui uma das razões pelas quais tantos neuróticos se empenham, inconscientemente, em permanecer no nível da infância ou da adolescência (FENICHEL, 1981, p. 439).. 1.4 A agressividade transformada em violência Costa (1986) assinala que Freud não debitou ao instinto de agressividade a responsabilidade por toda a violência presente no mundo, não existindo, portanto, um instinto de violência, sendo certo que o instinto agressivo pode coexistir perfeitamente com o desejo de paz, não sendo pertinente a afirmação de que a causa da violência é o instinto agressivo presente no componente animal do homem. Para o autor, fica evidente que não se pode confundir o comportamento animal, cuja agressividade é mediada por instintos e tem por finalidade a sobrevivência, com a violência dos homens, que traz consigo um atributo exclusivamente humano: o querer fazer. Carrega, dessa forma, a marca de um desejo. Para o autor: Violência é o emprego desejado da agressividade, com fins destrutivos. Esse desejo pode ser voluntário, deliberado, racional e consciente, ou pode ser inconsciente, involuntário e irracional. A existência desses predicados não altera a qualidade especificamente humana da violência, pois o animal não deseja, o animal necessita. E.

(33) 32. é porque o animal não deseja que seu objeto é fixo , biologicamente pré-determinado, assim como o é a presa para a fera. Nada disso ocorre na violência do homem. O objeto de sua agressividade não é só arbitrário como pode ser deslocado. Este pressuposto é indissociável da noção de irracionalidade que acabamos de mencionar e corrobora a presença do objeto em qualquer atividade humana, inclusive na violenta (COSTA, 1986, p. 30).. Para caracterizar bem essa diferença, Costa (1986) sustenta que, no ser humano, há três formas de expressão da agressividade: 1. Agressividade como pura manifestação do instinto; 2. Agressividade sem desejo de destruição; 3. Agressividade com finalidade destrutiva. Ao falar do primeiro tipo, o autor utiliza os ensinamentos de Winnicott (2000), para demonstrar que a agressividade como pura manifestação do instinto não inclui nenhum julgamento de valor. Nesse caso, a agressividade só existe como um “estado teórico”, no qual a criança não tem concernimento com relação à mãe. Dessa forma, a agressividade da criança para com a mãe não é boa ou má, moral ou imoral, violenta ou não violenta, na medida em que a criança ainda não está inscrita no mundo dos valores. Costa busca demonstrar que Winnicott, quando trata da agressividade como pura manifestação do instinto, em estado teórico, está se referindo a uma hipótese, a um construto teórico, com o objetivo de dar coerência e consistência a outros fenômenos, clinicamente observáveis, que dele derivam. Com relação à segunda forma, o que existe é uma manifestação agressiva não percebida pelo agressor, pelo agredido ou por um observador como violenta. O agente e o sujeito vêm na dor ou na coerção um meio para o alcance de um prazer maior, não de natureza sexual e, portanto, sem a conotação sádica ou masoquista. Esse prazer refere-se a predicados socialmente valorizados. Bettelheim (1979 apud COSTA, 1986) dá exemplos de como esse fato pode ocorrer em sociedades tribais, em que rituais truculentos como a castração ritual ou a circuncisão não são vividos como experiências agressivas, mas como práticas que conferem poder aos órgãos genitais. Em outro exemplo, mais próximo da cultura ocidental, o autor cita a cirurgia plástica em que o que é buscado é o ideal de beleza tão valorizado socialmente, apesar do sofrimento causado pelo ato cirúrgico..

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