• Nenhum resultado encontrado

Braz. j. . vol.83 número3

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Braz. j. . vol.83 número3"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

www.bjorl.org

Brazilian

Journal

of

OTORHINOLARYNGOLOGY

ARTIGO

ORIGINAL

Diagnostic

value

of

repeated

Dix-Hallpike

and

roll

maneuvers

in

benign

paroxysmal

positional

vertigo

Cenk

Evren

a,∗

,

Nevzat

Demirbilek

a

,

Mustafa

Suphi

Elbistanlı

b

,

Füruzan

Köktürk

c

e

Mustafa

C

¸elik

b

aMedilifeBeylikduzuHospital,DepartmentofOtolaryngology-HeadandNeckSurgery,Istambul,Turquia

bBakirkoyDr.SadiKonukTrainingandResearchHospital,DepartmentofOtolaryngology-HeadandNeckSurgery,Istambul,Turquia cBülentEcevitUniversity,FacultyofMedicine,DepartmentofBiostatistics,Zonguldak,Turquia

Recebidoem21desetembrode2015;aceitoem11demarçode2016 DisponívelnaInternetem21demarçode2017

KEYWORDS Dix-Hallpike maneuver; Repeat; Vertigo

Abstract

Introduction:BenignParoxysmalPositionalVertigo(BPPV)isthemostcommonperipheral ves-tibulardisorder.TheDix-HallpikeandRollmaneuversareusedtodiagnoseBPPV.

Objective: ThisstudyaimstoinvestigatethediagnosticvalueofrepeatedDix-HallpikeandRoll maneuversinBPPV.

Methods:WeperformedDix-Hallpikeandrollmaneuversinpatientswhoadmittedwith periphe-ralvertigoanamnesisandmetourcriteria.Thepresentstudyconsistsof207patientsranging inagefrom16to70(52.67±10.67).Weconductedthesamemaneuverssequentiallyonemore timeinpatientswithnegativeresults.Wedetectedpatientswhohadnegativeresultsinfirst maneuverandlaterdevelopedsymptomandnystagmus.Weevaluatedpost-treatmentsuccess andpatientsatisfactionbyperformingDizzinessHandicapInventory(DHI)atfirstadmittance andtwoweeksaftertreatmentinallpatientswithBPPV.

Results:Ofatotalof207patients,wediagnosed139infirstmaneuver.Wediagnosed28more patients insequentially performed maneuvers.The remaining40 patients were referred to imaging. Therewas asignificantdifference between pre-andpost-treatmentDHIscores in patientswithBPPV(p<0.001).

DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2016.03.007

Comocitaresteartigo:EvrenC,DemirbilekN,Elbistanlı MS,KöktürkF,C¸elikM.DiagnosticvalueofrepeatedDix-Hallpikeandroll

maneuversinbenignparoxysmalpositionalvertigo.BrazJOtorhinolaryngol.2017;83:243---8.

Autorparacorrespondência.

E-mail:drcenkevren@yahoo.com(C.Evren).

ArevisãoporparesédaresponsabilidadedaAssociac¸ãoBrasileiradeOtorrinolaringologiaeCirurgiaCérvico-Facial.

(2)

Conclusion:Performing thediagnosticmaneuvers onlyonemore timeinvertigo patientsin the first clinical evaluation increasesthe diagnosis success in BPPV. Canalith repositioning maneuversareeffectiveandsatisfactorytreatmentmethodsinBPPV.

© 2016 Associac¸˜ao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia C´ervico-Facial. Published by Elsevier Editora Ltda. This is an open access article under the CC BY license (http:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

PALAVRAS-CHAVE Manobrade

Dix-Hallpike; Repetic¸ão; Vertigem

Valordiagnósticodarepetic¸ãodasmanobrasdeDix-Hallpikeeroll-test navertigem posicionalparoxísticabenigna

Resumo

Introduc¸ão:Vertigemposicionalparoxísticabenigna(VPPB)éadisfunc¸ãovestibularperiférica maiscomum.AsmanobrasdeDix-Hallpikeeoroll-testsãousadosparadiagnosticaraVPPB.

Objetivo:Esteestudotevecomoobjetivoinvestigarovalordiagnósticodarepetic¸ãodas mano-brasdeDix-Hallpikeeroll-testnaVPPB.

Método: ManobrasdeDix-HallpikeeRoll-testforamfeitasnospacientesqueforaminternados comhistóriadevertigemperiféricaeeramadequadosaosnossoscritérios.Opresenteestudo contoucom207pacientesnafaixade16-70anos(52,67±10,67).Fizemosumavezmaisas mesmasmanobras sequencialmentenospacientescomresultados negativos.Detectamos os pacientesquetiveramresultadosnegativosnaprimeiramanobraequeposteriormente desen-volveramsintomasenistagmo.Avaliamososucessopós-tratamentoeasatisfac¸ãodopaciente medianteoInventáriodaDeficiênciaFísicanaVertigem(DizzinessHandicapInventory---DHI) naprimeiraadmissãoeduassemanasapósotratamentoemtodosospacientescomVPPB.

Resultados: De207pacientes,139foramdiagnosticadosnaprimeiramanobra.Diagnosticamos mais 28 pacientesnasmanobras feitas consecutivamente.Os 40 pacientesrestantesforam encaminhadosparaexamesdeimagem.Houvediferenc¸asignificativaentreosescoresdoDHI pré-epós-tratamentonospacientescomVPPB(p<0,001).

Conclusão:A realizac¸ãodasmanobrasdiagnósticasapenas maisumavez nospacientescom vertigemnaprimeiraavaliac¸ãoclínicaaumentouosucessododiagnósticoemVPPB.Asmanobras dereposicionamentocanalicularsãométodoseficazesesatisfatóriosdetratamentonaVPPB. © 2016 Associac¸˜ao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia C´ervico-Facial. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este ´e um artigo Open Access sob uma licenc¸a CC BY (http:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

Introduc

¸ão

A vertigem pode ser de origem central ou periférica.

Mais de 90% das vertigens consistem em vertigem

posici-onalparoxística benigna (VPPB), vestibulopatia periférica

agudaedoenc¸adeMénière.Avertigemcentralé

acompa-nhadade sintomasneurológicos,como diplopia, disartria,

descoordenac¸ão, sonolência e fraqueza. É maisleve, mas

duramaistempo.Onistagmoresultantedasmanobras

posi-cionaisnaslesõescentraisnãoapresentalatênciaoufadiga,

comona VPPB, aparece imediatamenteapós asmanobras

posicionaisena mesmaamplitudeefrequênciaem

mano-brasrepetidas.1,2

A vertigem posicional paroxística benigna é definida

comovertigemquepodeduraralgunssegundosouatéum

minuto,devidoamovimentosbruscosdacabec¸aepresenc¸a

denistagmo.Éadisfunc¸ãovestibularperiféricamais

comu-mente observada na prática da otorrinolaringologia.3 O

diagnósticodaVPPB,umdistúrbiocomumquediminui

con-sideravelmenteaqualidadedevida,podeserestabelecido

poranamneseedetecc¸ãodenistagmodeposicionamento.

Existem algumas teorias sobre o desenvolvimento da

VPPB.Schuknechtapoiaateoriadacupulolitíase,quetem

comobaseafixac¸ãodedetritosotolíticosàcúpulanacrista

ampular.4 Halletal.propuseram ateoria daductolitíase,

quetemcomobaseaflutuac¸ãolivrededetritosnocanal.5

Ambasasteoriasdefendemapresenc¸adepartículas

estra-nhasnocanalsemicircularcomocausadevertigem.5

Adetecc¸ãodocanalenvolvidonaVPPBéimportantepara

adecisãodotratamento.Para estabelecerumdiagnóstico

deVPPBdecanalposterior,onistagmocaracterísticodeve

ser confirmado pelamanobra deDix-Hallpike (DH), queé

umdoscritérios dediagnóstico.6 Enquantoo roll-test--- a

manobrade Pagnini-McClureconhecida como supine head

roll-test(rotac¸ãolateraldacabec¸aemposic¸ãosupina)---é

usadoparademonstraraVPPBdecanalhorizontal.

Geral-mente, apenasumamanobrapodeserfeitaem pacientes

emcondic¸õespoliclínicas.3,6---9

Ospacientescomresultadospositivosapósasmanobras

dediagnósticoforamsubmetidosamanobrasdetratamento

adequado, enquanto aqueles com resultados negativos

(3)

considerandorazõescentraisouinternas,mesmoquesuas

histórias fossem periféricas.3,6---9 Exames complementares

maisinvasivosedispendiososforamsolicitadospara

estabe-lecerumdiagnóstico,inclusiveressonânciamagnética(MR),

tomografiacomputadorizada(TC),Doppler,

eletronistagmo-grafia(ENG),videonistagmografia(VNG), manobracalórica

bitermalentreoutros.8,9

Muitos estudos relataram resultados negativos

incorre-toscomamanobradeDH.10---14 Viirreetal.indicaramque,

em 10 a 20% dos pacientes sem sintomas ou achados no

exameapósasmanobras deDH,o diagnósticofoi

estabe-lecidocomarepetic¸ãosequencialdamanobradeDH.12 Os

autoressugeriramqueessacondic¸ãotevecomocausa

pro-vávelos detritos dispersados ao longo docanal posterior,

queformaramumcoágulo,queémaiseficazemdeslocara

cúpuladuranteobreveperíododeposicionamentoem

decú-bitodorsal.Sejaqualfor arazão,osimplesprocedimento

derepetic¸ãodamanobradeDHapósamanobrahorizontal

aumentouapositividade.12

Nesteestudo,nossoobjetivofoiinvestigarovalor

diag-nóstico da repetic¸ão das manobras de Dix-Hallpike e do

roll-testnaVPPB.

Método

Foramavaliadosprospectivamente207pacientesentre16e

70 anos(52,67 ± 10,67)que deram entradana clínica de

nossoHospital de Otorrinolaringologiaentredezembro de

2013emarc¸o2015,comqueixadevertigemde

posiciona-mento.OprotocolodoestudofoiaprovadopeloComitêde

Éticadohospital(n◦104).

Avaliamosadurac¸ãoeotipodevertigem,qualquerperda

deaudic¸ãoconcomitante,zumbido,plenitudeaural,déficit

neurológicoconcomitanteàsataques(paralisiafacial,

con-fusãomental,perdadeenergiaesíncopeentreoutrossinais

e sintomas), doenc¸as sistêmicas, uso contínuo de

medi-camentose história de trauma. Todosospacientes foram

submetidosaaudiometriatonaletestedoreflexo

estape-diano,demodoanãoomitirqualquerdoenc¸aadicionalde

orelhamédia.

Foramexcluídosospacientescomnistagmoevocadopelo

olhar(30◦horizontaleverticalmente),resultadopositivona

manobradeDHemambasasposic¸õesdireitaeesquerdade

suspensãodacabec¸a,evidênciadedoenc¸adosistema

ner-vosocentralemcurso(p.ex.:ataqueisquêmicotransitório),

otitemédia,otosclerose,queixasvestibularesdiferentesde

vertigemdeposicionamentoeaquelesincapazesdetolerar

amanobradeDH.

TodosospacientesforamsubmetidosàmanobradeDH

e ao roll-test após avaliac¸ões neurológicas e

otorrinola-ringológicas. ÓculosdeFrenzelforamusados em todosos

pacientes.

A primeiramanobradeDH foifeitacom ouso deuma

cadeiradeexameclínicoreclinadaem posic¸ãohorizontal.

Os pacientes foram sentados em posic¸ão vertical, com a

cabec¸aviradaa45◦paraadireitaouesquerda,edepois

posi-cionados horizontalmente com extensão da cabec¸a sobre

o pescoc¸o. O diagnóstico de VPPB requer manobra de

DH positiva com os seguintes critérios: 1) breve latência

entreoiníciodonistagmoevertigemeposicionamentoda

cabec¸a;2)presenc¸adenistagmotorsionalparoxísticocom

movimentoparacima(componenterápidodopolosuperior

domovimentorotatóriodoolhonadirec¸ãodaimplantac¸ão

baixadaorelha)associadoaumapercepc¸ãodevertigem.15

Ospacientes com resultados negativos na manobrade

DHforamsubmetidossequencialmente aroll-test,quefoi

feitoemdecúbitodorsal,comacabec¸afixadaa30◦de

fle-xãoegiradaparaadireitaouesquerda.Ospacientescom

nistagmohorizontalgeotrópicoouageotrópicoforam

diag-nosticadoscomVPPBdocanalhorizontal.16

Os pacientes com resultados positivos nas primeiras

manobras de DH e roll-test foram designados para o

Grupo 1. Os pacientes que se queixaram de vertigem

posicional e com resultados negativos nas manobras de

DH e roll-test foram imediatamente encaminhados (após

30segundos)paraumasegundamanobradeDHeroll-test.

Osresultadosforamregistrados.Ospacientescom

resulta-dospositivosnassegundasmanobras(DHeroll-test)foram

designadosparaoGrupo2.

Os pacientes com resultados positivos nas manobras

foramencaminhados paramanobrade Epleyparao canal

posterioredamanobrado‘‘churrasco’’paraocanal

hori-zontal.Emnenhumdospacientesfoiadministradovibrador

ósseooutratamentomedicamentoso.

Os pacientes com resultados negativos nas manobras

foram encaminhados para exame de RM para identificar

qualquerlesãoorgânicanosistemanervoso central.Todos

ospacientesforamsolicitadosacompletar aversão turca

doDizzinessHandicapInventory(DHI)antesdasmanobras.

Paracontrole, dois atrês dias apósos procedimentosdas

manobrasdeEpleye do‘‘churrasco’’,asmanobrasdeDH

eroll-testforamrepetidasnaqueles,compositividadeem

intervalosdedoisatrêsdiasepor,nomáximo,trêsvezes

paraumlado.Arecuperac¸ãofoiconsideradaquandohouve

melhoriadossintomasenegativac¸ãonasmanobrasdeDHe

roll-test.TodosospacientesrefizeramoDHIapósduas

sema-nasdaadmissão.Ospacientescomresultadosnegativosnas

manobrasnãoprecisaramcompletaroDHI.

AsanálisesestatísticasforamfeitascomoprogramaSPSS

19.0(SPSSInc.Chicago,IL,EUA).Asestatísticasdescritivas

foramexpressasemfrequênciaeporcentagem.Otestedo

qui-quadradofoiusadoparadeterminarasdiferenc¸asentre

osgrupos.As medidasrelacionadasforamavaliadascomo

testedeMcNemar.Otestetdeamostraspareadasfoiusado

paracompararosresultadosdoDHIpréepós-tratamento.

Umvalorpinferiora0,05foiconsideradoestatisticamente

significativoparatodosostestes.

Resultados

Aproporc¸ãoentremulheresehomens(tabela1)eosdados

demográficos(tabela2)foramregistados.Nototal,207

paci-entes(98 homens,109mulheres)com queixadevertigem

foramadmitidos.

Dos207 pacientes,135(65%; 58homens, 77mulheres)

apresentaramresultadospositivosnaprimeiramanobrade

DH e foram encaminhados para a manobra de Epley. Os

72 pacientes restantes foram encaminhados para o

roll--test.Quatropacientes(2%;trêshomens,umamulher)com

resultadospositivosforamencaminhadosparaamanobrado

(4)

Tabela1 Proporc¸ãodemulheresparahomens

Validade Frequência Porcentagem Porcentagemválida Porcentagemcumulativa

Homem 98 47,3 47,3 47,3

Mulher 109 52,7 52,7 52,7

Total 207 100,0 100,0

Tabela2 Característicasclínicasedemográficasdos paci-entescomVPPB

Ladoafetado (direito/esquerdo)

1/1,5

Canalafetado Canalposterior:97,7% Canalhorizontal:2,3% Durac¸ãodavertigem(dias) 6,3±9,8

Etiologia Trauma:17,3%Idiopática: 82,7%

Primeiroepisódiode vertigem

72%

Tabela3 Comparac¸ãoentreosgrupos

Grupo1 Total

+

Grupo2

− Contagem 40 139 179

%dentrodoGrupo2 21,3% 78,7% 100,0% %dentrodoGrupo1 55,5% 100,0% 86,5%

+ Contagem 28 0 28

%dentrodoGrupo2 100,0% 0,0% 100,0% %dentrodoGrupo1 38,9% 0,0% 13,5%

Total

Contagem 68 139 207

%dentrodoGrupo2 32,8% 67,2% 100,0% %dentrodoGrupo1 100,0% 100,0% 100,0%

nasprimeirasmanobrasdeDHeroll-testeentãotratados (Grupo1).

Repetimos a manobra de DH imediatamente após as primeirasmanobrasdeDHeroll-testem68pacientescom resultados negativos. Desses pacientes, 28 (13 homens, 15 mulheres) apresentaram resultados positivos. Nenhum paciente apresentou resultado positivo após repetir o

roll-test(Grupo 2).Nototal,40pacientescomresultados negativosemtodasasmanobrasforamencaminhadospara examedeRMenenhumadoenc¸aorgânicafoidetectada.

Comoresultado,diagnosticamos135pacientes(65%)na primeira manobra de DH e quatro (2%) no primeiro roll--test.Dos68pacientesrestantes,28foramdiagnosticados nasegundamanobradeDH.Essataxa representou13% do totale41%dos68pacientesrestantes.

DetectamosVPPBem139dos207pacientesnaprimeira manobra e em 167 na segunda. Uma comparac¸ão entre osgrupos revelou uma diferenc¸a significativa(p < 0,001) (tabela3).

Acomparac¸ãoentreasfaixasetáriasdosgruposnão

mos-troudiferenc¸a significativaentreospacientescom idades

Tabela4 Diferenc¸aentreosgruposemrelac¸ãoaoescore geraldasubescalaDizzinessHandicapInventory

MédiatotalnoDHI pré-tratamento

MédiatotalnoDHI pós-tratamento

Grupo1 64,85 12,35 p<0,001 Grupo2 60,20 10,85 p<0,001

DHI, Dizziness Handicap Inventory (Inventário da Deficiência FísicanaVertigem).

acima eabaixo de 50 anos,em relac¸ãoaos resultadosdo Grupo1(p=0,748)eGrupo2(p=0,378).

Acomparac¸ão entreosgêneros nãomostrou diferenc¸a significativaentrehomensemulheres,emrelac¸ãoaos resul-tadosdoGrupo1(p=0,084)eGrupo2(p=1,000).

A comparac¸ão do total das pontuac¸ões no DHI antes das manobras e após a recuperac¸ão revelou uma melho-riaestatisticamentesignificativadospacientes(p <0,001) (tabela4).

Nãohouverecidivaduranteostrêsmesesde

acompanha-mentodospacientesquefizeramasmanobrasdeEpleyedo

‘‘churrasco’’.Nenhumacomplicac¸ãofoiobservada.

Discussão

A vertigem posicional paroxística benigna é o tipo mais

comumdevertigemnapráticageral.Éresponsávelporaté

25%detodososcasosdevertigem,geralmenteobservadana

quintaesextadécadas,eéacausamaiscomumdevertigem

apósumtraumatismocraniano.17,18

Com mais frequência, os pacientes com VPPB relatam

períodos discretose episódicosdevertigem, com durac¸ão

de um minuto ou menos, e muitas vezes modificac¸ões

ou limitac¸ões dos movimentos em geral para evitar a

provocac¸ãodeepisódiosvertiginosos.19 Outrossintomasda

VPPBincluemdesequilíbrio,aumentodoriscodequedase

medodecair,tontura,náuseas,diminuic¸ãodosníveisde

ati-vidade, ansiedade, problemas de visão, dor de cabec¸a e

vômito.11---18

Osepisódiossãoquasesempreprovocadosporatividades

cotidianasecomumenteocorremaorolarnacamaou

recli-naracabec¸aparaolharparacima(p.ex.:paracolocarum

objetoemumaprateleiraacimadacabec¸a)ouinclinarpara

frente(p.ex.:paraamarrarossapatos).13,18

Adetecc¸ãodocanalenvolvidonaVPPBéimportantepara

definirotratamento.Quandoadoenc¸aéidentificadaecom

otratamentoadequado,astaxasdesucessopodem

aumen-tarainda na primeiramanobra.20 Enquanto a manobrade

DHéusadaparadetectarcomprometimentodocanal

pos-terior,oroll-testéusadoparadetectarocomprometimento

(5)

Como o envolvimento do canal posterior é

frequente-mente observado ou o envolvimento dos canais posterior

ousuperioréconsideradocombasenahistóriaepresenc¸a

denistagmorotatórioemumcasocomsuspeitadeVPPB,a

primeiratentativadediagnósticodeveserfeitacoma

mano-bra.AmanobradeDHéopadrão-ouroparaodiagnósticode

VPPB.11,13,18

A VPPBdecanal posterior foirelatadacomo

responsá-vel por60 a 90% detodos oscasos deVPPB e a VPPBde

canalhorizontal(tambémdenominadaVPPBdecanal

late-ral)comoresponsávelpor5a30%doscasos.21,22Asvariantes

doscanaishorizontaleanteriorsãomenosprevalentes,pois

nãoestãoemumaposic¸ãodependentedagravidade.Emum

estudofeitoporCakiretal.,VPPBdecanalposteriorfoio

diagnósticoconfirmadoem144(85,2%)pacientes;VPPBde

canal horizontalem 20 (11,8%); e VPPBdecanal anterior

em2(1,2%).22 Emnossoestudo,detectamosenvolvimento

docanalposteriorem97,7%dospacientesedocanal

hori-zontal em 2,3%. Nãoidentificamosenvolvimento do canal

anterior.

Portanto, uma manobra de DH negativa não exclui o

diagnósticodeVPPBdecanalposterior.Devidoaosvalores

preditivosnegativosmaisbaixosdamanobradeDH,

sugeriu--sequepodesernecessáriorepetiressamanobraemuma

consultaemseparado,paraconfirmarodiagnósticoeevitar

umresultadofalsonegativo.Emumestudo,Lopez-Escamez

etal.relataramumasensibilidadede82%eespecificidade

de71%paraamanobradeDHemVPPBdecanalposterior.23

HanleyeO’Dowdrelataramumvalorpreditivopositivode

83%eumvalorpreditivonegativode52%.17Logo,um

resul-tadonegativonamanobradeDHnãoeliminaumdiagnóstico

deVPPBdecanalposterior.10,12,24

Osfatoresqueafetamovalordiagnósticodamanobrade

DHincluemavelocidadedosmovimentosdurantea

mano-bra, a hora dodia e o ângulo doplano occipital durante

amanobra.24 Burstonetal.nãoencontraramevidência de

quea horadodia afetasseo resultadodamanobradeDH

para VPPBem uma populac¸ão clínica nãoapontada como

possuidoradehistóricodeprobabilidadeparaVPPB.25

Emnossoestudo,fizemosasmanobrassequencialmente,

comresultadospositivosem28dos68pacientesque

apre-sentaramresultadosnegativosnasprimeirasmanobras.Em

outraspalavras,nãoavaliamosadequadamente28

pacien-tes nas primeiras manobras. Da mesma forma que Viirre

et al., acreditamos que essa condic¸ão se deu,

provavel-mente,devidoadetritos dispersosnocanalposterior,que

formamumcoágulo,queémaiseficazemdeslocaracúpula

duranteobreveperíododesupinac¸ão.12

Brandt et al. relataram que a VPPB inadequadamente

tratadapodepermanecerpormeses.26 Portanto,é

impor-tantefazerumdiagnósticocorreto.Emcasoscomsuspeita

de VPPB, a manobra de reposic¸ão canalicular é a

tenta-tivadetratamentomaisfrequente.Bonsresultadosforam

obtidos com a administrac¸ão da manobra de reposic¸ão

canalicular de Epley projetada para depositar osdetritos

endolinfáticosdocanalsemicircularposterior novestíbulo

ou a manobra de liberac¸ão de Semont.24,27 Epley, Wolf e

Ruckensteinrelataramtaxasdesucessode97,93,4e70%,

respectivamente, com umamanobra.4,28 PRC ou manobra

modificadade Epleysão geralmente ineficazespara VPPB

decanal horizontal.8,22,29,30 Variac¸õesdamanobrado

roll--test (manobra de Lempert ou do ‘‘churrasco’’) são os

tratamentos mais amplamente publicados para VPPB de

canalhorizontal.8,22,30,31

O Dizziness HandicapInventory (DHI) é uma escalade

25itens para avaliara qualidadede vidafuncional,

emo-cional e física de pacientes com vertigem e distúrbios

deequilíbrio.32,33 Relatou-se que o DHI é uma escalaque

podeauxiliarosmédicosnodiagnósticoeacompanhamento

de pacientes com VPPB.10 Melhoria da qualidade de vida

foiobservada em pacientescom VPPB após o tratamento

commanobrasdereposicionamento.23 Andreetal.

relata-ram que a versão brasileira do DHI administrada antes e

apósotratamentodaVPPBébenéficaparaavaliaraeficácia

dotratamento.7Nesseestudo,ospesquisadoresobtiveram

melhoriados parâmetrosfuncionais, emocionais e físicos,

bemcomodaqualidadedevida,comaaplicac¸ãodoDHIem

pacientescom VPPB. Da mesma forma,em nossoestudo,

umaanálisedosresultadosdoDHIreveloumelhoria

signifi-cativaapósasmanobrasemambososgruposdepacientes.

Obtivemosmenorpontuac¸ãonoDHIcomamanobradeDH

umasegundavezemumapopulac¸ãocomvertigemque

apre-sentouresultadosnegativosnaprimeiramanobradeDH.

A‘‘complicac¸ão’’maiscomumdotratamentode

reposi-cionamentonaVPPBéaconversãodocanal.Considerandoa

faixaetáriadapopulac¸ãonaqualotratamentoégeralmente

feito,háumacarênciasurpreendentedepublicac¸õessobre

ascomplicac¸õesneurológicase dacolunacervical.29,34 Em

nossoestudo,ospacientesforamtratadoscomêxito,sem

qualquercomplicac¸ão.

Arepetic¸ão damanobrade DHem pacientesmal

diag-nosticadospode reduziro custo do tratamento, ao evitar

testesdiagnósticosdesnecessários.Ospacientespodemser

diagnosticadoscommaisrapidezeexamescomplementares

caros e inconvenientes podem não ser necessários.

Estu-dosmaisabrangentessãoimprescindíveisparaavaliarsea

repetic¸ãodamanobradeDHreduziráocustodotratamento.

Ofatodenãousarmosmétodosobjetivos, comoENGe

VNG,podeserumalimitac¸ãodesteestudo.

Conclusão

Aplicarasmanobrasdiagnósticasumasegundavezem

paci-entescomvertigemnaprimeiraavaliac¸ãoclínicaaumentao

sucessododiagnósticonaVPPB.Asmanobrasde

reposicio-namentosãométodosdetratamentoeficazesesatisfatórios

naVPPB.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

1.BalohRW.Differentiatingbetweenperipheralandcentral cau-sesofvertigo.JNeurolSci.2004;221:3.

2.HalmagyiGM,CremerPD.Assessmentandtreatmentof dizzi-ness.JNeurolNeurosurgPsychiatry.2000;68:129---34.

(6)

4.Schuknecht HF. Cupulolithiasis. Arch Otolaryngol. 1969;90: 765---8.

5.HallSF,RubyRRF,McClureJA.Themechanicsofbenign paroxys-malpositionalvertigo.JOtolaryngol.1979;8:151---8.

6.Furman JM,CassSP. Benignparoxysmal positionalvertigo. N EnglJMed.1999;341:1590---6.

7.AndreAPR,MorigutiJC,MorenoNS.ConductafterEpley’s mane-vrainelderlywithposteriorcanalBPPVintheposteriorcanal. BrazJOtorhinolaryngol.2010;76:300---5.

8.BhattacharyyaN, BaughRF, OrvidasL, Barss D,BronstonLJ, CassS,etal.AmericanAcademyofOtolaryngology-Headand Neck Surgery Foundation.Clinical practiceguideline: benign paroxysmal positional vertigo. Otolaryngol Head Neck Surg. 2008;139:47---81.

9.Vanni S, Pecci R, Casati C, Moroni F, Risso M, Ottoviani M, etal.STANDING,afour-stepbedsidealgorithmfordifferential diagnosisofacutevertigointheEmergencyDepartment.Acta OtorhinolaryngolItal.2014;34:419---26.

10.NorréME.Diagnosticproblemsinpatientswithbenign paroxys-malpositionalvertigo.Laryngoscope.1994;104:1385---8.

11.KramerPD,KleimanDA.Dix-Hallpikemanevraresultsarenot influencedbythetimeofdayofthemanevra.ActaOtolaryngol. 2005;125:145---7.

12.Viirre E, Purcell I, BalohRW.The Dix-Hallpike manevra and thecanalith repositioningmanevra. Laryngoscope.2005;115: 184---7.

13.WhitneySL,MarchettiGF,MorrisLO.Usefulness ofthe dizzi-nesshandicapinventoryinthescreeningforbenignparoxysmal positionalvertigo.OtolNeurotol.2005;26:1027---33.

14.HiltonM,PinderD.TheEpleymanoeuvreforbenignparoxysmal positionalvertigo---Asystematicreview.ClinOtolaryngolAllied Sci.2002;27:440---5.

15.DixR,HallpikeCS.Thepathology,symptomatology,and diagno-sisofcertaincommondisordersofthevestibularsystem.Ann OtolRhinolLaryngol.1952;6:765---78.

16.McClureJA.HorizontalcanalBPV.JOtolaryngol.1985;14:30---5.

17.HanleyK,O’DowdT.Symptomsofvertigoingeneralpractice:a prospectivestudyofdiagnosis.BrJGenPract.2002;52:809---12.

18.Von Brevern M, Radtke A, Lezius F, Feldmann M, Ziese T, LempertT,etal.Epidemiologyofbenignparoxysmalpositional vertigo:apopulationbasedstudy.JNeurolNeurosurg Psychia-try.2007;78:710---5.

19.RuckensteinMJ,ShepardNT.Thecanalithrepositioning proce-durewithandwithoutmastoidoscillationforthetreatmentof benignparoxysmalpositional vertigo.ORLJOtorhinolaryngol RelatSpec.2007;69:295---8.

20.CohenHS,KimballKT.Effectivenessoftreatmentsforbenign paroxysmalpositionalvertigooftheposteriorcanal.Otol Neu-rotol.2005;26:1034---40.

21.MoonSY, Kim JS,Kim BK,Kim JI, Lee H, SonSI, et al. Cli-nicalcharacteristics of benign paroxysmal positional vertigo in Korea: a multicenter study. J Korean Med Sci. 2006;21: 539---43.

22.CakirBO,ErcanI,CakirZA,CivelekS,SayinI,TurgutS.What isthetrue incidence ofhorizontalsemicircularcanalbenign paroxysmal positional vertigo? Otolaryngol Head Neck Surg. 2006;134:451---4.

23.Lopez-Escamez JA, Gamiz MJ, Fernandez-Perez A, Gomez-Finana M. Long-term outcome and health related qualityoflifeinbenignparoxysmalpositionalvertigo.EurArch Otorhinolaryngol.2005;262:507---11.

24.NunezRA,CassSP,FurmanJM.Shortandlongtermoutcomesof canalithrepositioningforbenignparoxysmalpositionalvertigo. OtolaryngolHeadNeckSurg.2000;122:647---52.

25.BurstonA, Mossman S,Weatherall M.Aretherediurnal vari-ations in the results of the Dix-Hallpike manoeuvre? J Clin Neurosci.2012;19:415---7.

26.BrandtT, DaroffRB. Physicaltherapy for benignparoxysmal positionalvertigo.ArchOtolaryngol.1980;106:484---5.

27.Haynes DS, Resser JR, Labadie RF, Girasole CR, Kovach BT, SchekerLE,etal.Treatmentofbenignpositionalvertigousing thesemontmanevra: efficacyinpatientspresenting without nystagmus.Laryngoscope.2002;112:796---801.

28.RuckensteinMJ.TherapeuticefficacyoftheEpleycanalith repo-sitioningmanevra.Laryngoscope.2001;111:940---5.

29.HerdmanSJ,TusaRJ.Complications ofthecanalith repositi-oningprocedure.ArchOtolaryngolHeadNeckSurg.1996;122: 281---6.

30.HornibrookJ.Horizontalcanalbenignpositionalvertigo.Ann OtolRhinolLaryngol.2004;113:721---5.

31.Nuti D, Agus G, Barbieri MT, Passali D. The management of horizontal-canalparoxysmalpositionalvertigo.Acta Otolaryn-gol.1998;118:455---60.

32.ArdicFN, Topuz B,Kara CO. Impactof multipleetiology on dizzinesshandicap.OtolNeurotol.2006;27:676---80.

33.Hansson EE, Mansson NO, Hakansson A. Balance perfor-mance and self-perceived handicap among dizzy patients in primary health care. Scand J Prim Health Care. 2005;23: 215---20.

Imagem

Tabela 1 Proporc ¸ão de mulheres para homens

Referências

Documentos relacionados

k) Percepc ¸ão subjetiva de valência afetiva (PSA): usada para mensurar as respostas afetivas durante o esforc ¸o.. Essa escala foi aplicada na avaliac ¸ão controle e na avaliac

A avaliac¸ão clínica pode ser feita por meio de escalas de intensidade dos sintomas, instrumentos específicos de avaliac¸ão da doenc¸a como o Questionário de Impacto da Fibro-

no diagnóstico, na determinac¸ão da atividade da doenc¸a e na avaliac¸ão da resposta ao tratamento com drogas modificado- ras do curso da doenc¸a (DMCD) em pacientes com

Orientac¸ões preliminares da Sociedade Brasileira de Reumatologia para avaliac¸ão e tratamento da tuberculose infecc¸ão latente em pacientes com artrite reumatoide, na

Os critérios ACR 2010 eliminam a contagem de pontos dolo- rosos, essenciais para o diagnóstico pelos critérios ACR 1990, trazem para a avaliac¸ão clínica sintomas

Em relac¸ão à diferenc¸a observada entre os dois testes usa- dos na avaliac¸ão funcional do membro acometido devemos salientar que o teste de Sollerman tem como foco a

Objetivo: Fazer uma avaliac¸ão comparativa radiográfica retrospectiva da reduc¸ão e posic¸ão do implante na cabec¸a femoral em pacientes com fraturas pertrocantéricas tratados

Gross et al (2000) relataram melhora apenas parcial da VPPB após as manobras, com persistência da vertigem de posicionamento, tolerável durante as atividades rotineiras. Comentaram