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Intubação orotraqueal e disfunção temporomandibular: estudo longitudinal controlado.

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Academic year: 2017

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REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Intubac

¸ão

orotraqueal

e

disfunc

¸ão

temporomandibular:

estudo

longitudinal

controlado

Cláudia

Branco

Battistella

a,

,

Flávia

Ribeiro

Machado

b

,

Yara

Juliano

c

,

Antônio

Sérgio

Guimarães

a

,

Cássia

Emi

Tanaka

a

,

Cristina

Talá

de

Souza

Garbim

a

,

Paula

de

Maria

da

Rocha

Fonseca

a

e

Monique

Lalue

Sanches

a

aDepartamentodeGenéticaeMorfologia,EscolaPaulistadeMedicinadaUniversidadeFederaldeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil bDepartamentodeAnestesiologia,DoreTerapiaIntensiva,EscolaPaulistadeMedicinadaUniversidadeFederaldeSãoPaulo,

SãoPaulo,SP,Brasil

cDepartamentodeSaúdePública,UniversidadeSantoAmaro,SãoPaulo,SP,Brasil

Recebidoem7demaiode2014;aceitoem26dejunhode2014 DisponívelnaInternetem12demarçode2015

PALAVRAS-CHAVE

Transtornos daarticulac¸ão temporomandibular; Síndromedador miofascial; Anestesiageral; Intubac¸ão; Dororofacial

Resumo

Justificativaeobjetivos: Determinaraincidênciadesinaisesintomasdedisfunc¸ão temporo-mandibular(DTM)empacientesdecirurgiaeletivasubmetidosàintubac¸ãoorotraqueal.

Métodos: Estudolongitudinalcontroladocomdoisgrupos.Ogrupodeestudoincluiupacientes queforamsubmetidosàintubac¸ãoorotraquealeumgrupo controle.Usamosoquestionário daAcademiaAmericanadeDorOrofacial(AAOP)paraavaliarossinaisesintomasdaDTMno primeiro diadepós-operatório(T1) eosestadosbasaisdospacientesantesdacirurgia (T0) tambémforamregistrados. Omesmoquestionáriofoiusadoapóstrês meses(T2).A ampli-tudedaaberturabucalfoimedidaemT1eT2.Consideramosumvalorpinferiora0,05como significativo.

Resultados: Nototal,71pacientesforamincluídos,com38pacientesnogrupodeestudoe 33nogrupocontrole.Nãohouvediferenc¸asignificativaentreosgruposquantoàidade(grupo deestudo:66[52,5-72];grupocontrole:54[47-68],p=0,117)ougênerofeminino(grupode estudo:57,9%;grupocontrole:63,6%,p=0,621).NoT1,nãoforamencontradasdiferenc¸as esta-tisticamentesignificativasentreosgruposquantoàincidênciadelimitac¸ãodeaberturabucal (grupo de estudo: 23,7% vs. grupo controle: 18,2%, p=0,570) ou amplitude de abertura bucal(grupodeestudo:45[40-47]vs.grupocontrole:46[40-51],p=0,278).EmT2,os resul-tadosobtidosforamsemelhantes.Nãohouvediferenc¸asignificativanarespostaafirmativaa todasasperguntasindividuaisdoquestionárioAAOP.

Autorparacorrespondência.

E-mails:cbb4680@yahoo.com.br,contato@indof.com.br(C.B.Battistella).

http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2014.06.009

(2)

Conclusões: Emnossapopulac¸ão,aincidênciadesinaisesintomasdeDTMdeorigemmuscular nãofoidiferenteentreosgrupos.

©2014SociedadeBrasileira deAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

KEYWORDS

Temporomandibular jointdisorders; Myofascialpain syndromes;

Generalanesthesia; Intubation;

Orofacialpain

Orotrachealintubationandtemporomandibulardisorder:alongitudinalcontrolled study

Abstract

Backgroundandobjectives: Todeterminetheincidenceofsignsandsymptomsof temporoman-dibulardisorderinelectivesurgerypatientswhounderwentorotrachealintubation.

Methods:Thiswasalongitudinalcontrolledstudywithtwogroups.Thestudygroupincluded patients whounderwent orotrachealintubationandacontrolgroup.We usedtheAmerican AcademyofOrofacialPainquestionnairetoassessthetemporomandibulardisordersignsand symptomsone-daypostoperatively(T1),andthepatients’baselinestatuspriortosurgery(T0) wasalsorecorded.Thesamequestionnairewasusedafterthreemonths(T2).Themouth ope-ningamplitudewasmeasuredatT1andT2.Weconsideredapvalueoflessthan0.05tobe significant.

Results:Weincluded71patients,with38inthestudygroupand33inthecontrol.Therewas nosignificantdifferencebetweenthegroupsinage(studygroup:66[52.5-72];controlgroup: 54[47-68];p=0.117)orintheirbelongingtothefemalegender(studygroup:57.9%;control group:63.6%;p=0.621).AtT1,therewerenostatisticallysignificantdifferencesbetweenthe groups intheincidence ofmouthopeninglimitation(study group:23.7% vs. controlgroup: 18.2%;p=0.570)orinthemouthopeningamplitude(studygroup:45[40-47]vs.controlgroup: 46[40-51];p=0.278).AtT2weobtainedsimilarfindings.Therewasnosignificantdifferencein theaffirmativeresponsetoalltheindividualquestionsintheAmericanAcademyofOrofacial Painquestionnaire.

Conclusions: In ourpopulation,the incidenceofsignsandsymptomsoftemporomandibular disorderofmuscularoriginwasnotdifferentbetweenthegroups.

© 2014SociedadeBrasileirade Anestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Allrights reserved.

Introduc

¸ão

A disfunc¸ão temporomandibular (DTM) compreende uma série de condic¸ões clínicas que envolvem osmúsculos da mastigac¸ão, a articulac¸ão temporomandibular (ATM) e as estruturasassociadas.OssinaisesintomascomunsdaDTM são ruídos articulares (estalos), capacidade limitada de abertura mandibular, desvios nos movimentospadrões da mandíbulaedornos músculosdamastigac¸ãoena ATMou facial.1-3ADTMé,delonge,amaisprevalentedetodasas condic¸õesdedororofacial crônica.4AprevalênciadeDTM entreosindivíduosqueapresentampelomenosumsinal clí-nicovariade40%a75%.2NoBrasil,pelomenosumsintoma deDTMfoirelatadopor39,2%dapopulac¸ão.5RuídosdaATM edesviosnaaberturadabocaedosmovimentosde fecha-mentoocorrememaproximadamente50%dapopulac¸ãonão paciente e são considerados normais, sem a necessidade detratamento.6OsubtipomaiscomuméoDTMdeorigem muscular,7caracterizadopordorlocalizadaesensibilidade nosmúsculosdamastigac¸ão.8

Durante a intubac¸ão, as manobras de rotac¸ão e translac¸ão da ATM usadas pelo anestesista para obter a abertura máxima da boca do paciente e a passagem

atraumática de um tubo endotraqueal pode resultar em danosdoaparelhodaATM,devidoàsforc¸asexcessivas apli-cadas manualmente ou com o laringoscópio. Além disso, podemocorrerdanosdevidoaoperíododetempoem que asestruturasficamemposic¸ãodetensão.Hámuitoquese consideraa intubac¸ão orotraqueal umfator derisco para odesenvolvimentoouexacerbac¸ão daDTMque incluidor facial.9,10

(3)

Métodos

Estudo longitudinal controlado feito com pacientes cirúr-gicos eletivos de um hospital universitário. O estudo foi aprovadopeloComitêdeÉticaemPesquisadainstituic¸ão, sobonúmero00595012.1.0000.5505,etodososindivíduos assinaramoformuláriodeconsentimentoinformado.Os cri-tériosde inclusãoforampacientesconsecutivos com mais de18anos,admitidosemunidadedeterapiaintensiva(UTI) após cirurgia eletiva sob anestesia geral. Esses pacientes foramdivididosem doisgrupos. Ogrupodeestudo consis-tiuempacientessubmetidosàintubac¸ãoorotraquealpara anestesiageraleogrupocontroleincluiuospacientes sub-metidosa umprocedimentoalternativodeanestesia,sem intubac¸ão.Nogrupocontrole,tambémincluímosos pacien-tesnasenfermariasdecuidadospós-operatórios.Oscritérios de exclusão foram pacientes incapazes de responder ao questionárioou assinar o termo deconsentimento, aque-lescomumatraqueostomia ouque usassem umamáscara laríngeaduranteacirurgia,aquelessubmetidosacirurgias decabec¸a oupescoc¸oe aquelescom trauma facialouda ATMoucomtratamentoprévioparaaDTMoudororofacial. Dadosdemográficos,idade,sexoedurac¸ãodaintubac¸ão foramregistrados.Depoisdainclusão,ospacientes respon-deramaumquestionáriomodificadodetriagemdeDTMda AcademiaAmericanadeDorOrofacial(AAOP).2Esse questi-onáriotem10perguntasobjetivassobreossinaisesintomas mais frequentes de DTM e dor orofacial. Como não foi possívelavaliarospacientesantesdacirurgia,eles foram solicitadosaresponderasperguntasreferentestantoaoseu estadoinicialantesdacirurgia(T0)quantoao seuestado atualapósacirurgia(T1).Asperguntasoitoe10nãoforam avaliadasporqueospacientesdoestudonãopoderiam apre-sentarascondic¸õesmencionadasdevidoaosnossoscritérios deexclusão.

Tambémmedimosaamplitudemáximadeaberturabucal desses pacientes com uma régua de papel descartável, conforme relatado anteriormente.21 Medimos a distância entreosincisivoscentraissuperioreseinferiores,enquanto ospacientesabriam a boca. Em usuáriosde prótesesque estavamsemelas,medimosadistânciadoincisivocentral direitoatéabordaalveolarantagonista,subtraindo10mm casofossemparcialmenteanodontes.Nocasodepaciente totalmenteanodonte, medimosa distância desdea borda alveolarsuperioratéainferioresubtraímos15mmconforme relatadoanteriormente.22Aaberturadabocafoimedidapor umúnico examinador.Ospacientesreceberam umarégua depapelsemelhanteeinstruc¸õesparaoseuuso.Apóstrês meses (T2), o questionário foi aplicado por telefone e a aberturamáximadaboca foimedidapelopaciente sobas mesmascondic¸õesdeT1(comousempróteses).

Umamedidainferiora40mmfoiconsideradacomouma limitac¸ãodeaberturadaboca.23 Ospacientescomumaou maisrespostaspositivasaoquestionáriodetriagemdaAAOP foramconsideradoscomoportadoresdesinaisesintomasde DTM.

Análiseestatística

Otamanhodaamostrafoicalculado combasena frequên-ciadalimitac¸ãodeaberturadaboca(<40mm).Esperava-se

que 20% dos pacientes no grupo de estudo teriam uma limitac¸ão, enquanto no grupo controle nenhum paciente teria limitac¸ão. Considerando um erro alfa de 0,05 e um poderde80%eusandoumtestebicaudal,estimou-se que 35pacientesseriamnecessáriosemcadagrupo.

Paraa análiseestatística,o testedeMann-Whitney foi usado para comparar as características gerais e a ampli-tude de abertura da boca entre os grupos. O teste de Wilcoxon foi usado para comparar a amplitude da aber-tura da boca em T1e T2 entreos grupos. O teste exato deFisher ouotestedoqui-quadrado foiusadopara com-parar a presenc¸a de limitac¸ão de abertura da boca e as respostas ao questionário entre os grupos. Fizemos uma análise descritiva para relatar as mudanc¸as intragrupos, comparamos T1 e T2, e os resultados foram comparados com o teste do qui-quadrado com correc¸ão de Yates. O teste de Spearman foi usado para avaliar a correlac¸ão entre o tempo de intubac¸ão e a amplitude de abertura da boca em T1. A significância estatística foi estabele-cida em p<0,05. Todosos dados foram analisados com o programa SPSS11.0paraWindows(SPSSInc.,Chicago,IL, EUA).

Resultados

Entre fevereiro e maio de 2012, 159 pacientes interna-dos em UTI foram triados e 101 foram excluídos. Outros 34 de enfermarias foram incluídos. Assim, 92 receberam a primeira avaliac¸ão em T0 e T1.Para 21 deles,o acom-panhamentodurantetrêsmesesnãofoipossível.Portanto, nossaamostrafinalfoicompostapor71,com38nogrupode estudoe33nogrupocontrole.Ofluxogramadospacientes está disponívelnafigura 1.Nãohouve diferenc¸a significa-tiva entreosgrupos quanto àidade (grupo deestudo: 66 [52,5-72];grupocontrole:54[47-68];p=0,117)ougênero feminino (grupode estudo: 57,9%;grupo controle: 63,6%; p=0,621).

Não houve diferenc¸a estatisticamente significativa na incidênciadelimitac¸õesdeaberturadabocaquandoogrupo de estudo foi comparado com o grupo controle em T1 e T2. Quandoanalisamosa amplitudede aberturadaboca, nenhumadiferenc¸afoiencontradatantoemT1quantoem T2.Nãohouvediferenc¸aestatisticamentesignificativaentre asavaliac¸õesemT1eT2daamplitudedeaberturadaboca emnenhumgrupo(tabela1).Nãohouvecorrelac¸ãoentreo tempodeintubac¸ãoeaamplitudedeaberturadabocaem T1(r=0,07;p=0,671).

(4)

Pacientes selecionados / cirurgia eletiva (n = 159)

Grupo de estudo (n = 47)

Pacientes incluídos (n = 58)

Perda do acompanhamento (n = 9)

Grupo de estudo (n = 38)

Grupo controle (n = 33)

Perda do acompanhamento

(n = 12) Grupo controle

(SRPA, n = 11; enfermaria, n = 34) Cirurgia de cabeça e pescoço (n = 55)

Incapaz de responder o questionário (n = 33) Máscara laríngea / traqueostomia (n = 10)

Facial ou ATM (n = 3)

Figura1 Fluxogramadoestudo.ATM,articulac¸ãotemporomandibular.

Discussão

Nesteestudo,descobrimosquenãohouvediferenc¸ana inci-dência de sinais e sintomas de DTM de origem muscular nospacientessubmetidosàintubac¸ãoorotraquealem cirur-giaseletivasemcomparac¸ãocomospacientessubmetidos à cirurgia sem intubac¸ão. Esses sinais e sintomas foram

avaliadoscomousotantodeumamedidaobjetivada aber-tura da boca quanto de respostas subjetivas dadas pelos pacientesnoquestionáriodetriagemdaAAOP.

Nossosresultadossãoconsistentescomosdeumestudo anteriorquenãoassociouaintubac¸ãoaosurgimentoou pio-riadaDTM.14Noentanto,estudosmaisrecentesmostraram queosurgimentoouaprogressãodaDTMfoiassociado(a)

Tabela1 DadosdemográficosecaracterísticasdaDTM

Variável Grupodeestudo (n=38)

Grupocontrole (n=33)

pa

Idade,anos 66(52,5-72) 54(47-68) 0,117

Mulher 22(57,89%) 21(63,63%) 0,602

Tipodecirurgia

Gastrointestinal 16(42,1%) 0

---Ginecológica 1(2,63%) 14(42,42%)

---Urológica 2(5,26%) 11(33,3%)

---Vascular 3(7,89%) 2(6,06%)

---Ortopédica 6(15,78%) 6(18,18%)

---Neurológica 6(15,78%) 0

---Torácica 2(5,26%) 0

---Outro 2(5,26%) 0

---Limitac¸ãodeaberturadaboca

T1 9(23,7) 6(18,2%) 0,570

T2 10(26,3%) 5(15,2%) 0,246

Amplitudedeaberturadaboca

T1 45(40-47) 46(40-51) 0,278

T2 42(36,25-50)b 50(40-52)b 0,128

T1,períodopós-operatório;T2,trêsmesesdeacompanhamento.Osresultadossãoexpressoscomomediana±primeiroquartil-terceiro quartiloupercentagens,comoapropriado.

a Testedoqui-quadrado,testetdeStudentoutestedeMann-Whitney.

(5)

Tabela2 QuestionáriodetriagemdaAAOPparaDTMaplicadoapacientessubmetidosàanestesiageralcomintubac¸ão(estudo) esemintubac¸ão(controle)antesdacirurgia(T0),apósacirurgia(T1)etrêsmesesapósacirurgia(T2)

AcademiaAmericanadeDorOrofacial-Perguntas Gruposa Taxasderespostaspositivasb

T0 T1 T2

1---Vocêtemdificuldade,dor,ouambas,aoabrir aboca,porexemplo,aobocejar?

Controle 0(0) 0(0) 1(3) Estudo 0(0) 0(0) 2(5,3) 2--- Suamandíbulaficapresa,travadaousaido

lugar?

Controle 0(0) 0(0) 0(0) Estudo 0(0) 0(0) 1(2,6) 3--- Vocêtemdificuldade,dor,ouambas,ao

mastigar,falarouusarseusmaxilares?

Controle 0(0) 0(0) 0(0) Estudo 0(0) 1(2,6) 0(0) 4---Vocêperceberuídosnaarticulac¸ãodeseus

maxilares?

Controle 5(15,1) 4(12,1) 4(12,1) Estudo 8(21,0) 4(10,5) 6(15,8) 5---Seusmaxilaresficamrígidos,apertadosou

cansadoscomregularidade?

Controle 2(6,1) 2(6,1) 4(12,1) Estudo 3(7,9) 6(15,8) 2(5,3) 6---Vocêtemdornasouaoredordasorelhas,

têmporasoubochechas?

Controle 1(3) 2(6,1) 2(6,1) Estudo 2(5,3) 2(5,3) 0(0) 7---Vocêtemcefaleia,doresnopescoc¸oounos

dentescomfrequência?

Controle 6(18,2) 5(15,2) 12(36,4) Estudo 12(31,6) 11(28,9) 18(47,4) 8---Vocêsofreualgumtraumarecentenacabec¸a,

pescoc¸ooumaxilares

Controle --- --- ---Estudo --- --- ---9---Vocêobservouqualqueralterac¸ãorecentena

suamordida?

Controle 0(0) 0(0) 1(3) Estudo 0(0) 1(2,6) 3(7,9) 10---Vocêrecebeutratamentoanteriorparador

facialnãoexplicadaouparaalgumproblemada articulac¸ãomandibular?

Controle --- --- ---Estudo --- ---

---T0,pré-cirurgia;T1,pós-cirurgia;T2,trêsmesesdeacompanhamento.

aGrupocontrole,n=33;grupodeestudo,n=38. b Todasascomparac¸õesnãoforamsignificativas.

àintubac¸ãoorotraqueal.9,11-13Amaioriadessesestudosnão teveumgrupo controle,usou uma avaliac¸ão subjetiva da DTMenãoconsiderouosdiferentessubtiposdeDTMemsuas análises.Ascondic¸õesrelacionadasaosmúsculos represen-tamomaiorsubtipoentreasváriasdisfunc¸õesreunidassob adefinic¸ãoDTM,responsávelpor50-70%doscasos.Em25% desses pacientes osmúsculos damastigac¸ão são a princi-palfontededor.24,25Outroestudorecentetambémmostrou queem 31,4-88,7%detodososcasosdeDTMaorigemera muscular.26 Essespacientesapresentaramdorcomoqueixa principalquelevou aumalimitac¸ãodomovimento mandi-bular.Emnossoestudo,nãosóincluímosumgrupocontrole, mastambémusamosaberturadabocacomonossodesfecho primáriodemensurac¸ão,oquepermitiuumaavaliac¸ão obje-tivadaDTM.Amédiaaltadeidadedanossapopulac¸ãopode tercontribuídoparaafalhaemdetectarossinaisesintomas deDTM.Comorelatadoanteriormente,aDTMémais preva-lenteemjovenseadultosdemeia-idade,7emboratambém hajadadosquesugeremqueospacientesmaisvelhospodem apresentar sinais e sintomas objetivos de DTM com mais frequência.27

Aamplitudedeaberturadabocanãofoidiferenteentre osgrupostanto emT1quantoemT2.Essesresultadossão consistentescomasdescobertasanteriores,nasquaisuma limitac¸ãonãofoiobservada;9,14 embora emoutro relatoa reduc¸ãodaaberturamáximatenhasidoobservadaem66% dospacientesnodiaseguinteàanestesiacomintubac¸ão.13 Umadaspossíveisexplicac¸õesparaaausênciadelimitac¸ão emT1éousodeanalgésicosduranteainternac¸ãoemUTI,

poisadoréumdosfatoreslimitantesmaisimportantespara omovimento.Nossasmensurac¸õesemT2tambémnãoforam diferentesentreosgrupos.Afaltadeumaassociac¸ãoentrea aberturadabocaeotempodeintubac¸ãoreforc¸aahipótese dequenãohádanosàATMeàsestruturasassociadas,tanto imediatamenteapósacirurgiaquantotrêsmesesdepois.

(6)

poiscefaleiaedordegargantatambémsãocondic¸õesmuito prevalentesnapopulac¸ãoemgeral.Aincidênciasemelhante nogrupocontrolesugerequeessasrespostaspositivasnão estãoassociadasaoprocedimentodeintubac¸ão.Tais sinto-masestãointimamenteassociadosàDTM,masnãopodem serosúnicosdeterminantesdadoenc¸a.

Nosso estudo tem algum poder.Analisamos uma amos-tradetamanhoadequadodeumapopulac¸ãohomogênea.A presenc¸adeumgrupocontroleemnossoestudo permitiu--nosinterpretarmelhorosnossosachados.Nossaavaliac¸ão daDTMfoiobjetivaecombaseemvariáveispré-validadas --- a amplitude de abertura da boca e o questionário da AAOP.Contudo,comocomqualquerpesquisadeavaliac¸ão, a nossa deve ser considerada como uma ferramenta de pré-triagem,enãodediagnóstico. Tivemostambém algu-maslimitac¸ões:nãomedimosaaberturadaboca antesda cirurgia e nossaavaliac¸ão dacondic¸ão pré-operatóriados pacientesfoiautorrelatadapelos pacientesapósacirurgia como usodoquestionáriodaAAOP.Aamplitude de aber-turadabocaemtrêsmesesfoideterminadapelospróprios pacientes, e não pelos investigadores. Embora isso possa terresultado emalgum viés,essa pareceserumamedida confiável,comopreviamenterelatadoporoutros.21Nós tam-bémnãoavaliamospacientesmaisjovensouintubac¸õesde emergência.

Opresenteestudotevecomoobjetivocontribuirparaa compreensãodasconsequênciassintomáticasdaintubac¸ão orotraqueal ea incidênciadeDTMem pacientesde cirur-giaeletiva porquea literaturaé escassa nessecampo.Os resultadosnãoapontamparaumefeitonegativodesse pro-cedimentoporqueonossogrupocontrole apresentouuma frequênciasemelhantedesinaisesintomas.Novosestudos devemserfeitoscomamostrasmaioresetempode acompa-nhamentomaisprolongadoparaconfirmaressesresultados.

Autoria

CBBattistella,desenhodoestudo,feituradoestudo,coleta de dados, análise de dados e preparac¸ão do manuscrito. FRMachado,YJuliano,CETanaka,CTSGarbim,PMR Fon-seca e ML Sanches, desenho do estudo, análise de dados epreparac¸ãodomanuscrito.ASGuimarães, preparac¸ãodo manuscrito.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Agradecimentos

AgradecemosaoAmericanJournalExpertspelarevisãoda versãoeminglêsdenossomanuscrito.

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