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Capa: Danilo Oliveira. Produção Digital: Geethik. CIP Brasil. Catalogação-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

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■ Capa: Danilo Oliveira ■ Produção Digital: Geethik

■ CIP – Brasil. Catalogação-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

Barreirinhas, Robinson Sakiyama

Como se preparar para o Exame de Ordem, 1.a fase : tributário / Robinson Sakiyama Barreirinhas; coordenador Vauledir Ribeiro Santos. – 11.a ed. – Rio de Janeiro : Forense ; São Paulo : MÉTODO, 2014.

(Resumo: v. 4) Bibliografia ISBN 978-85-309-5417-8

1. Ordem dos Advogados do Brasil Exames. 2. Direito tributário Brasil -Problemas, questões, exercícios. I. Santos, Vauledir Ribeiro. II. Título. III. Série.

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08-5355

CDU:

34:351.713(81)

(7)

À m inha esposa querida, Magally, que tanta alegria m e dá.

(8)

É

NOTA À SÉRIE com enorm e satisfação que apresentam os aos candidatos ao Exam e da OAB a Série Resumo:

como se preparar para o Exame de Ordem – 1.a fase, com posta por quinze volum es, a saber:

Constitucional, Com ercial, Adm inistrativo, Tributário, Penal, Processo Penal, Civil, Processo Civil, Trabalho, Ética Profissional, Am biental, Internacional, Consum idor, Leis Penais Especiais e Direitos Hum anos.

Esta série é m ais um grande passo na conquista de nosso sonho de oferecer aos candidatos ao Exam e de Ordem um m aterial sério para um a preparação com pleta e segura.

Sonho esse que teve início com a prim eira edição de Como se preparar para o Exame de

Ordem – 1.a e 2.a fases, prontam ente acolhido pelo público, hoj e com m ais de 100.000

exem plares vendidos, trabalho que se firm ou com o o guia com pleto de com o se preparar para as provas. Mais adiante, lançam os a série Como se preparar para a 2.a fase do Exame de Ordem, com posta, atualm ente, por seis livros – opção PENAL, CIVIL, TRABALHO, TRIBUTÁRIO,

CONSTITUCIONAL e TÉCNICAS DE REDAÇÃO APLICADAS À PEÇA PROFISSIONAL –, obras

que tam bém foram m uito bem recebidas por aqueles que se preparam para a prova prática nas respectivas áreas.

A série tem com o obj etivo apresentar ao candidato o conteúdo exigível, estritam ente necessário, para aprovação na 1.a fase do Exam e de Ordem , num a linguagem clara e obj etiva.

Para tanto, foi elaborada por professores especialm ente selecionados para este m ister, e estudiosos do tem a Exam e de Ordem , que acom panham constantem ente as tendências e as peculiaridades dessa prova.

Os livros trazem , ao final de cada capítulo, questões pertinentes ao tem a exposto, selecionadas de exam es oficiais, para que o candidato possa avaliar o grau de com preensão e o estágio de sua preparação.

Vauledir Ribeiro Santos (vauledir@grupogen.com .br)

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SUMÁRIO

1. TRIBUTO – DEFINIÇÃO E ESPÉCIES 1.1 Definição de tributo

1.1.1 Prestação pecuniária com pulsória

1.1.2 Prestação que não constitua sanção de ato ilícito 1.1.3 Prestação instituída em lei

1.1.4 Prestação cobrada m ediante atividade adm inistrativa plenam ente vinculada 1.2 Espécies de tributo

1.2.1 Da natureza do tributo 1.2.2 Im postos 1.2.3 Taxas

1.2.4 Preços públicos e tarifas 1.2.5 Contribuição de m elhoria 1.2.6 Em préstim o com pulsório 1.2.7 Contribuições especiais

1.2.7.1 Contribuições sociais

1.2.7.2 Contribuições de intervenção no dom ínio econôm ico – CIDE 1.2.7.3 Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econôm icas 1.2.7.4 Contribuição m unicipal para custeio do serviço de ilum inação pública 1.3 Tabela resum o das espécies tributárias

1.4 Questões

2. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 2.1 Definição

2.2 Classificações das com petências 2.3 Conflito de com petência 2.4 O sim ples nacional (“Supersim ples”) 2.5 Suj eição ativa

2.6 Repartição das receitas tributárias 2.7 As com petências de cada ente federado 2.8 Questões

3. PRINCÍPIOS DA TRIBUTAÇÃO E IMUNIDADES 3.1 Princípios

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3.2 Princípio da legalidade 3.3 Princípio da igualdade ou isonom ia 3.4 Princípio da irretroatividade 3.5 Princípio da anterioridade anual 3.6 Princípio da anterioridade nonagesim al 3.7 Princípio do não confisco

3.8 Princípio da liberdade de tráfego de pessoas e bens 3.9 Princípio da uniform idade territorial

3.10 Princípio da não diferenciação tributária 3.11 Princípios específicos de im postos 3.12 Im unidades

3.13 Questões

4. LEG ISLAÇÃO TRIBUTÁRIA – FONTES 4.1 Introdução

4.2 Leis ordinárias e com plem entares 4.3 Medidas provisórias

4.4 Tratados e convenções internacionais 4.5 Resoluções do Senado

4.6 Decretos

4.7 Norm as com plem entares 4.8 Questões

5. VIG ÊNCIA, APLICAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E INTEG RAÇÃO DA LEG ISLAÇÃO 5.1 Vigência da legislação

5.2 Aplicação da legislação

5.3 Interpretação e integração da legislação 5.4 Questões

6. OBRIG AÇÃO, FATO G ERADOR, CRÉDITO E LANÇAMENTO 6.1 Obrigação tributária e fato gerador

6.2 Crédito tributário e lançam ento 6.3 Modalidades de lançam ento tributário

6.3.1 Lançam ento de ofício 6.3.2 Lançam ento por declaração 6.3.3 Lançam ento por hom ologação

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6.4 Garantias e privilégios do crédito tributário 6.5 Questões 7. SUJEIÇÃO PASSIVA 7.1 Definição 7.2 Contribuinte 7.3 Solidariedade 7.4 Capacidade tributária 7.5 Dom icílio tributário 7.6 Responsabilidade tributária

7.6.1 Introdução

7.6.2 Responsabilidade dos sucessores 7.6.3 Responsabilidade de terceiros 7.6.4 Responsabilidade por infrações 7.7 Questões

8. SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 8.1 Introdução

8.2 Suspensão

8.2.1 Moratória e parcelam ento 8.2.2 Depósito

8.2.3 Reclam ações e recursos adm inistrativos 8.2.4 Concessão de m edida lim inar ou tutela antecipada 8.3 Extinção

8.3.1 Pagam ento, ação consignatória e ação de repetição do indébito 8.3.2 Com pensação

8.3.3 Transação 8.3.4 Rem issão 8.3.5 Decadência 8.3.6 Prescrição

8.3.7 Conversão do depósito em renda 8.3.8 Pagam ento antecipado e hom ologação 8.3.9 Consignação em pagam ento

8.3.10 Decisão adm inistrativa e decisão j udicial 8.3.11 Dação de bens im óveis em pagam ento 8.4 Exclusão

(13)

8.4.1 Isenção 8.4.2 Anistia 8.5 Questões

9. IMPOSTOS EM ESPÉCIE 9.1 Im postos da União

9.1.1 Im posto de Im portação (II) 9.1.2 Im posto de Exportação (IE)

9.1.3 Im posto sobre Renda e proventos de qualquer natureza (IR) 9.1.4 Im posto sobre Produtos Industrializados (IPI)

9.1.5 Im posto sobre operações de crédito, câm bio e seguro, e sobre operações relativas a títulos de crédito e valores m obiliários (IOF)

9.1.6 Im posto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) 9.2 Im postos Estaduais

9.2.1 Im posto sobre Transm issão Causa Mortis e Doação (ITCMD)

9.2.2 Im posto sobre operações relativas à circulação de m ercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual e interm unicipal e de com unicações (ICMS) 9.2.3 Im posto sobre a Propriedade de Veículos Autom otores (IPVA)

9.3 Im postos m unicipais

9.3.1 Im posto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)

9.3.2 Im posto sobre a Transm issão inter vivos de Bens Im óveis e direitos a eles relativos (ITBI)

9.3.3 Im posto Sobre Serviços de qualquer natureza (ISS) 9.4 Questões

10. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 10.1 Introdução

10.2 A fiscalização 10.3 Dívida ativa e certidões 10.4 Questões

11. INTRODUÇÃO ÀS AÇÕES TRIBUTÁRIAS 11.1 Ação declaratória negativa

11.2 Ação anulatória de débito fiscal 11.3 Ação cautelar

11.4 Mandado de segurança

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11.6 Consignação em pagam ento 11.7 Repetição de indébito 11.8 Recurso: Agravo 11.9 Recurso: Apelação 11.10 Questões 12. CRIMES TRIBUTÁRIOS 12.1 Introdução 12.2 Tabelas práticas 12.3 Questões G ABARITOS

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T RI B U T O – DEF I N I ÇÃ O E ES PÉCI ES

1.1 DEFINIÇÃO DE TRIBUTO

O term o “tributo” é utilizado, pela Constituição e pelas leis tributárias, em várias acepções. No entanto, para fins de aplicação da legislação tributária, a definição técnica do que sej a tributo, nos term os do art. 146, inciso III, alínea a, da CF, é dada por lei com plem entar.

O Código Tributário Nacional – CTN, Lei Federal 5.172, de 25.10.1966, foi recepcionado pela atual Constituição Federal com o lei com plem entar. Significa dizer que, apesar de form alm ente tratar-se de lei ordinária federal, o CTN tem força de lei complementar dentro do sistem a tributário nacional.

É no art. 3.º do CTN que encontram os a definição de “tributo”, para fins de nosso estudo.

CTN – Art. 3.º Tributo é toda prestação pecuniária com pulsória, em m oeda ou cuj o valor nela se possa exprim ir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada m ediante atividade adm inistrativa plenam ente vinculada.

A função básica do tributo é garantir recursos financeiros para o funcionam ento do Estado. É a c ha m a da função fiscal. Com o exem plos, o ICMS e o IPTU são tributos de função preponderantem ente fiscal.

Por outro lado, os tributos podem ser utilizados em sua função extrafiscal, não arrecadatória, de intervenção no m ercado, com o no caso dos im postos aduaneiros (im posto de im portação e im posto de exportação), que são, prim ordialm ente, instrum entos de regulação de oferta dos produtos tributados.

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exigido por um ente diverso daquele que tem a com petência tributária (quem tem a com petência, ou sej a, quem pode legislar, é a União, os Estados, o DF e os Municípios). Nessa hipótese, para configurar-se a parafiscalidade, o ente que exige o tributo (norm alm ente é um a autarquia) utiliza os recursos arrecadados para atingir suas finalidades. Com o exem plo, tem os a contribuição que os m édicos pagam ao Conselho Regional de Medicina (trata-se de contribuição de interesse de categoria profissional, da com petência da União – art. 149 da CF – m as cobrada pelos CRM, que ficam com a receita respectiva).

FUNÇÕES DOS TRIBUTOS

Fiscal

Arrecadatória, receitas

para o funcionamento do

Estado

Extrafiscal

Intervenção no mercado,

interferências nas

relações privadas

Arrecadação em favor de

entidades paraestatais,

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Parafiscal

que cobram e ficam com

os recursos

Passem os, agora, a analisar as características dos tributos, tal qual definidos pelo art. 3.º do CTN.

1.1.1 Prestação pecuniária compulsória

O tributo é definido, pelo art. 3.º do CTN, com o um a prestação. A prestação, sabem os, é o obj eto de um a relação obrigacional, aquilo que o devedor deve fazer (ou deixar de fazer, ou entregar) em favor do credor.

A relação obrigacional tributária possui, com o regra, o fisco no polo ativo (credor) e o contribuinte no polo passivo (devedor). Em direito tributário, costum a-se cham ar o credor de sujeito ativo e o devedor de sujeito passivo da relação obrigacional tributária. Eis um a representação gráfica do conceito:

Assim , definir que o tributo é um a prestação pecuniária significa dizer que o suj eito passivo (contribuinte ou responsável) tem o dever de entregar dinheiro ao suj eito ativo (fisco) e que essa prestação (entregar dinheiro) é o tributo. O term o pecuniária quer dizer exatam ente isso: a prestação deve ser cum prida em dinheiro.

A rigor, o direito brasileiro afasta a possibilidade de os tributos serem exigidos em sacos de farinha (in natura) ou pelo trabalho do contribuinte (in labore), apesar da expressão constante do art. 3.º do CTN: em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir.

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vale postal etc.), isso não tira a natureza pecuniária da exação, j á que ela é sem pre representada por um a quantia em m oeda corrente (reais).

O inciso XI do art. 156 do CTN prevê a possibilidade de extinção do crédito tributário por m eio de dação em pagam ento em bens im óveis, na form a da lei. Apesar disso, entendem os que os m odos de extinção do crédito tributário não alteram a característica pecuniária da obrigação.

A prestação é compulsória, pois independe da vontade do contribuinte. Ocorrendo o fato gerador, surge autom aticam ente a obrigação do suj eito passivo recolher o tributo, independentem ente da intenção do agente. A obrigação decorre exclusivam ente da lei (é um a obrigação ex lege), e não de um contrato, por exem plo.

1.1.2 Prestação que não constitua sanção de ato ilícito

A obrigação de pagar tributo (prestação com pulsória) decorre sem pre da ocorrência de um fato lícito previsto em lei. Com o exem plo, a lei define que ocorrendo o fato de alguém receber salário (fato gerador), surge a obrigação de recolher im posto de renda (tributo).

Da m esm a form a, a lei fixa com o fatos geradores a circulação de m ercadoria, a propriedade de um veículo, a industrialização de um produto, a prestação de serviços. Todos eles são fatos lícitos que fazem surgir a obrigação de pagar tributo.

De outra m aneira, caso a lei determ ine o surgim ento de um a obrigação decorrente de um fato ilícito, isso não será tributo. Por exem plo, a lei determ ina que o fato de alguém causar dano a outrem faz surgir a obrigação de repará-lo. Com o a obrigação, ainda que sej a pecuniária (indenizar em dinheiro), surge de um fato ilícito (causar dano), não cabe falar em tributação.

Com o outros exem plos, a legislação norm alm ente prevê m ultas pela ocorrência de diversos ilícitos, com o o atraso no pagam ento de algum tributo, a falta de determ inada escrituração contábil, a declaração falsa ao fisco etc. Todos eles são casos de punição por infração, sanção por um ato ilícito, m ulta, m as não tributo.

A análise da licitude, no entanto, é feita apenas com relação à situação correspondente ao fato gerador (CTN, art. 118). A renda auferida é fato gerador do Im posto de Renda, m as pouco im porta se essa renda deriva ou não de um a atividade ilícita (princípio do non olet – o dinheiro não tem cheiro). Ou sej a, se alguém ganha dinheiro com o j ogo do bicho, por exem plo, deverá pagar im posto de renda sobre isso. Para a definição do tributo, im porta apenas saber se a situação genérica e abstratam ente definida em lei com o necessária e suficiente para o surgim ento da obrigação tributária (CTN, art. 114) é lícita. A m aneira com o esses fatos são realizados pelo contribuinte, ainda que ilicitam ente, é irrelevante para a incidência tributária.

1.1.3 Prestação instituída em lei

Sendo um a prestação com pulsória, o tributo som ente poderia ser instituído por lei, j á que ninguém pode ser im pelido a entregar dinheiro a outrem contra sua vontade, senão em virtude de lei. É o princípio da legalidade (CF, art. 5.º, II) que em m atéria tributária representa princípio específico (CF, art. 150, I).

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Isso significa que os elem entos essenciais do tributo, com o o fato gerador, o suj eito passivo, a alíquota e a base de cálculo, devem ser definidos por lei. Elem entos secundários, com o a form a de recolhim ento, preenchim ento de guias, recursos adm inistrativos e até m esm o quanto ao vencim ento da prestação tributária, podem ser definidos por norm as infralegais, com o decretos, m as sem pre nos lim ites da lei.

1.1.4 Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada

O tributo é sem pre cobrado m ediante atividade vinculada da Adm inistração. Toda essa atividade, desde o lançam ento do tributo até a cobrança j udicial do débito, não depende de qualquer análise de conveniência e oportunidade por parte da Adm inistração, devendo ocorrer independentem ente da vontade dos servidores públicos envolvidos.

Isto significa que a atividade da adm inistração tributária não é discricionária, m uito m enos arbitrária, m as sim pautada estritam ente pela lei. Por essa razão, a eventual om issão da autoridade fiscal gera sua responsabilidade funcional, nos term os do art. 142, parágrafo único, do CTN.

Verificada a ocorrência do fato gerador, o fisco determ inará a m atéria tributável, calculará o m ontante devido, identificará o suj eito passivo e aplicará eventual penalidade (= lançam ento tributário – CTN, art. 142). Não ocorrendo o pagam ento do tributo, o crédito será inscrito com o dívida ativa e cobrado j udicialm ente (CTN, art. 201 e seguintes).

1.2 ESPÉCIES DE TRIBUTO

1.2.1 Da natureza do tributo

Qualquer classificação pressupõe a escolha de um critério. Para determ inarem -se as espécies do gênero tributo, o constituinte e o legislador optaram pelo critério expresso pelo art. 4.º do CTN em conform idade com disposições constitucionais (art. 145, § 2.º, e art. 154, I, da CF).

Analisando os dispositivos citados, podem os afirm ar que a natureza j urídica do tributo é dada pelo conj unto fato gerador e base de cálculo.

Fato gerador é a situação prevista em lei, cuj a ocorrência faz surgir a obrigação de pagar

tributo (por exem plo, auferir renda, ser proprietário de um im óvel, prom over a circulação de m ercadoria).

Base de cálculo é a grandeza adotada pela lei que perm ite a aferição do m ontante a ser

recolhido a título de tributo (por exem plo, o lucro, no caso do im posto de renda das em presas; o valor do im óvel, no caso do IPTU; o valor da operação, no caso do ICMS).

A base de cálculo, além de perm itir o cálculo do tributo devido (com o diz o nom e), deve sem pre refletir o próprio fato gerador, quantificando-o. O que estam os dizendo é que, se o fato gerador do IPVA é a propriedade de veículos autom otores, a sua base de cálculo deve ser algo que quantifique essa propriedade, com o o seu valor venal, e nunca, por exem plo, a renda do

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proprietário.

Assim , ao definirm os cada um a das espécies do gênero tributo, analisarem os seus respectivos fatos geradores, lem brando que a base de cálculo é elem ento quantificador desses fatos geradores, devendo guardar correspondência com eles.

Não interessam , na definição da natureza específica do tributo, elem entos com o a denom inação legal ou outras características form ais e nem m esm o a destinação legal do produto de sua arrecadação (art. 4.º, incisos I e II, do CTN). Não que a destinação legal da arrecadação não sej a relevante para o direito tributário, pois é (vej a-se o caso do em préstim o com pulsório, art. 148, parágrafo único, da CF); apenas é irrelevante para a determ inação da espécie tributária correspondente.

Essa é a razão pela qual farem os sem pre referência ao fato gerador ao definirm os cada um a das espécies tributárias. O im posto, verem os, tem por fato gerador um a situação desvinculada de atividade estatal específica; a taxa, por outro lado, tem por fato gerador a prestação de serviço ou o exercício do poder de polícia.

O art. 145 da CF e o art. 5.º do CTN fazem referência a três espécies de tributos: (i) im postos, (ii) taxas e (iii) contribuições de m elhoria. Classicam ente, são estas as três espécies de tributo (teoria tripartida).

Modernam ente, boa parte da doutrina e da j urisprudência entende que há duas outras espécies tributárias: (iv) em préstim os com pulsórios e (v) contribuições especiais.

1.2.2 Impostos

CTN – Art. 16. Im posto é o tributo cuj a obrigação tem por fato gerador um a situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

CF – Art. 145, § 1.º Sem pre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à adm inistração tributária, especialm ente para conferir efetividade a esses obj etivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos term os da lei, o patrim ônio, os rendim entos e as atividades econôm icas do contribuinte.

CF – Art. 167. São vedados: (...)

IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas (...)

Os artigos acim a transcritos delineiam as características dos im postos. Trata-se de tributo cuj o fato gerador é algo não vinculado a um a atividade estatal específica.

Isto significa que a situação definida em lei, cuj a ocorrência faz surgir o dever de pagar im posto (fato gerador), não pode ser, por exem plo, a lim peza urbana realizada pelo Município, a segurança prestada pelos órgãos policiais, as atividades estatais ligadas ao saneam ento básico etc. Todas essas são atividades estatais voltadas aos cidadãos.

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IPTU, IPVA), transferir um bem (ITCMD, ITBI), prestar serviços ou fazer circular m ercadorias (ISS, ICMS) etc., ou sej a, todas situações que não se referem a um a atividade estatal específica voltada ao contribuinte. Por esta razão, m uitos autores se referem aos im postos com o tributos não vinculados.

A pessoalidade, prevista pelo art. 145, § 1.º, da CF, significa que, sem pre que o im posto com portar, o m ontante exigido refletirá características pessoais do contribuinte, de m aneira a dar eficácia ao princípio da isonom ia, tratando-se diferentem ente aquele que se encontra em situação diferente, na m edida dessa diferença. Com o exem plo, o Im posto de Renda leva em consideração situações pessoais, com o o núm ero de dependentes do contribuinte, para fixar o m ontante devido.

Quanto à graduação do im posto segundo a capacidade econômica do contribuinte, é im portante salientar que não se trata de sim ples proporcionalidade, que sem pre ocorre quando o m ontante do tributo é calculado pela aplicação de um percentual fixo (alíquota fixa) sobre um a base de cálculo variável. Um exem plo de proporcionalidade é o ISS (im posto m unicipal sobre serviços de qualquer natureza) cobrado pela alíquota única de 5% sobre o preço do serviço. Nesse exem plo, dois pintores, que cobrem respectivam ente R$ 100,00 e R$ 200,00 pelo serviço, recolherão proporcionalm ente o m esm o valor de im posto (5% do preço), em bora em reais o prim eiro pague m ais que o segundo (R$ 5,00 e R$ 10,00). Isso não é progressividade; é sim ples proporcionalidade.

A graduação, prevista pelo art. 145, § 1.º, da CF, significa alíquotas progressivas, m aiores conform e m aior for a base de cálculo do im posto. Um exem plo de progressividade é a do im posto de renda. Um a pessoa que tenha renda m ensal de R$ 5.000,00 pagará o IR por um a alíquota m édia m aior que a de um contribuinte que tenha renda m ensal de R$ 2.000,00, por exem plo. Não se trata de sim ples proporcionalidade, m as sim progressividade.

O STF vinha entendendo que outros im postos reais não poderiam ter alíquotas progressivas em relação ao valor da base de cálculo, considerando inexistir expressa previsão constitucional (ver Súm ula 656/STF). Ocorre que recentem ente a Suprem a Corte reviu a questão, especificam ente em relação ao ITCMD, reconhecendo que o im posto pode ser progressivo, atendendo assim o princípio da capacidade contributiva (RE 562.045/RS – Repercussão Geral).

Já com relação ao ITR e ao IPTU, que contam com expressa previsão constitucional de progressividade (arts. 153, § 4.º, I, e 156, § 1.º, I, am bos da CF), adm ite-se a graduação de suas alíquotas.

Em bora a destinação do produto da arrecadação de determ inado tributo sej a irrelevante para definirm os sua natureza (art. 4.º, II, do CTN), é im portante destacarm os que, no caso dos im postos, a vinculação é vedada constitucionalm ente nos term os e com as exceções do art. 167, IV, da CF.

Assim , é considerada inconstitucional um a lei que vincule parte da receita do ICMS a investim entos em habitação, por exem plo.

(22)

CF – Art. 145, II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

CTN – Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da adm inistração pública que, lim itando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem , aos costum es, à disciplina da produção e do m ercado, ao exercício de atividades econôm icas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

CTN – Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o art. 77 consideram -se: I – utilizados pelo contribuinte:

a) efetivam ente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

b) potencialm ente, quando, sendo de utilização com pulsória, sej am postos à sua disposição

m ediante atividade adm inistrativa em efetivo funcionam ento;

II – específicos, quando possam ser destacados em unidades autônom as de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas;

III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadam ente, por parte de cada um dos seus usuários.

CF – Art. 145 (...) (...)

§ 2.º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de im postos.

Se o im posto tem por fato gerador um a situação desvinculada de qualquer atividade estatal voltada ao contribuinte (é tributo não vinculado), com a taxa ocorre exatam ente o oposto, na m edida em que seu fato gerador é sem pre a prestação de um serviço público ou o exercício do poder de polícia pelo Estado (é tributo vinculado).

Tributo

Fato

Gerador

Base de

Cálculo

(quantifica

o fato

(23)

gerador)

Imposto

Desvinculado

de atividade

estatal

voltada ao

contribuinte.

Não quantifica

qualquer

atividade

estatal voltada

ao

contribuinte

(é base de

cálculo

“própria de

imposto”).

Vinculado a

uma

atividade

Quantifica

essa atividade

estatal

(permite que o

(24)

Taxa

estatal

voltada ao

contribuinte

(fiscalização

ou prestação

de serviço).

tributo

cobrado reflita

o custo da

fiscalização ou

do serviço

prestado).

A Adm inistração exerce o poder de polícia quando regula a atuação do particular, lim itando ou disciplinando direito, sem pre em razão do interesse público.

Com o exem plo, em bora o direito à propriedade classicam ente perm ita que o proprietário afixe quaisquer obj etos na fachada de seu im óvel, é possível que o poder público, baseado no interesse público a um a paisagem urbana lim pa, lim ite tal poder, vedando anúncios, afixados na fachada do im óvel, acim a de determ inado tam anho ou abaixo de um a altura m ínim a. Ao exercer esse poder de polícia, fiscalizando o cum prim ento da postura que lim ita a afixação de anúncios, no exem plo dado, o poder público tem um gasto que poderá ser suportado pelos fiscalizados, por m eio de taxa pelo exercício do poder de polícia.

Outros exem plos de exercício de poder de polícia, que podem dar ensej o à taxação (na form a da lei) são a fiscalização do cum prim ento de norm as am bientais pelas em presas, a fiscalização do cum prim ento das norm as urbanísticas quando da construção de prédios, a fiscalização das sociedades abertas (S/A) pelo órgão com petente etc.

Os serviços públicos que são custeados pela taxa, ou sej a, aqueles que ensej am a tributação específica sobre o particular, são aqueles em que não há facultatividade na utilização e que aproveitam especificam ente a cada um dos contribuintes, sendo possível a determ inação do aproveitam ento por cada um deles.

Se houver opção do contribuinte em tom ar ou não o serviço, havendo total facultatividade, não cabe falar em taxa.

Serviços públicos específicos e divisíveis, que adm item a tributação por taxa, são aqueles prestados uti singuli, em que é possível determ inar quanto cada um dos usuários deles se utilizou

(25)

no m ês anterior, por exem plo.

Assim , o serviço de coleta de lixo dom iciliar é específico e divisível, perm itindo determ inar quanto cada um dos usuários aproveitou da atividade estatal (= uti singuli – perm ite a cobrança de taxa – Ver Súm ula Vinculante STF 19).

Já o serviço de lim peza de ruas e praças não é um serviço público específico e divisível, não se podendo determ inar quanto cada um dos cidadãos, individualm ente considerados, aproveitou da atividade estatal (é serviço prestado indistintam ente a toda a coletividade – uti universi – não perm ite a cobrança de taxa).

Outros exem plos de serviços uti singuli, que dão ensej o à taxação (na form a da lei), são o fornecim ento de passaportes, prestação de serviços j urisdicionais pelo Estado, registro de um a escritura pelo Tabelião etc. Por outro lado, são serviços uti universi, que não perm item a cobrança da taxa, os de segurança pública, m anutenção de rodovias, a ilum inação pública (com relação a este últim o exem plo, em bora não caiba exigir taxa, pode ser cobrada a contribuição para custeio da ilum inação pública, prevista pelo art. 149-A da Constituição Federal, com o verem os m ais adiante).

A utilização do serviço público pode ser efetiva ou potencial. É possível a cobrança de taxa sem que haj a efetiva fruição do serviço pelo contribuinte, desde que sua utilização sej a com pulsória.

Ou sej a, se a utilização do serviço for com pulsória, se o contribuinte não tiver opção senão utilizar-se de tal serviço, basta ser colocado à sua disposição para que o tributo sej a devido. Assim , se em determ inado Município o serviço de coleta de lixo é de utilização com pulsória (o cidadão não pode optar por não tom ar o serviço), m esm o que ele não produza nenhum resíduo, o tributo pode ser cobrado, desde que o cam inhão de lixo sirva sua residência (o serviço está à sua disposição – utilização potencial).

Por outro lado, caso o serviço público não sej a de utilização absolutam ente com pulsória, com o o fornecim ento de passaporte, por exem plo, a taxa correspondente som ente pode ser exigida quando da efetiva prestação (não cabe cobrar taxa por prestação potencial, na hipótese). Voltarem os ao assunto ao tratarm os das tarifas e dos preços públicos.

Quanto à taxa, cabe destacar ainda que as atividades estatais que a ensej am devem ser regulares, dentro dos âm bitos de com petência dos entes tributantes. Isso significa que a taxa pela prestação de um serviço público som ente pode ser cobrada por quem tenha com petência para prestar tal serviço (sej a a União, os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios) e na m edida em que o presta, nos term os da lei.

A taxa por exercício de poder de polícia som ente é devida ao ente que exerce tal poder de m aneira efetiva e concreta (não há exercício potencial), lim itando ou fiscalizando a lim itação de direitos e liberdades individuais, dentro de suas com petências, nos term os da lei.

Por fim , im portante frisar que a base de cálculo da taxa não pode ser própria de im posto (art. 145, § 2.º, da CF). Considerando que a base de cálculo deve guardar relação estrita com o fato gerador do tributo, quantificando-o, e considerando que o fato gerador do im posto é situação desvinculada de qualquer atividade estatal específica, podem os afirm ar que base de cálculo própria de im posto é qualquer base de cálculo que não quantifique atividade estatal.

(26)

Evidentem ente, a base de cálculo da taxa deve ser própria de taxa, ou sej a, deve quantificar seu fato gerador, refletindo o custo do serviço prestado ou do exercício do poder de polícia correspondente. Diversas taxas cobradas por m unicípios, para custeio de serviços de coleta de lixo ou pela fiscalização de estabelecim entos, por exem plo, foram derrubadas na Justiça, j á que o valor do tributo não refletia o custo do serviço prestado ou da fiscalização. É im portante ressaltar, entretanto, que, segundo a m ais recente j urisprudência do STF, “é constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou m ais elem entos da base de cálculo própria de determ inado im posto, desde que não haj a integral identidade entre um a base e outra” (Súm ula Vinculante 29).

1.2.4 Preços públicos e tarifas

Assim com o as taxas, os preços públicos servem para rem unerar serviços prestados pela Adm inistração. Os preços não são tributos. Eles rem uneram serviços de utilização absolutam ente facultativa (não com pulsória), não se subm etendo aos princípios da legalidade ou da anterioridade, entre outros (podem ser criados, alterados ou extintos por decretos, portarias etc. e exigidos no m esm o exercício financeiro).

Note-se que tanto o preço público com o a taxa podem ser exigidos em face de um serviço específico e divisível, sendo que boa parte da doutrina entende que o diferencial entre um a e outra cobrança está na com pulsoriedade na utilização de tais serviços. Se a utilização não é facultativa, o contribuinte deve ser protegido pelo princípio da legalidade, pois som ente a lei tributária poderá im por a prestação pecuniária correspondente que se revestirá da form a de taxa. A com pulsoriedade, com o diferencial da taxa e do preço público, é referida pela Súm ula 545 do STF.

Retom ando o exem plo dado anteriorm ente, na m aior parte das cidades a utilização dos serviços de coleta de lixo é com pulsória, ou sej a, o cidadão não pode se recusar a utilizar o serviço por um a questão de saúde pública. Nesses casos, a com pulsoriedade perm ite a cobrança da taxa inclusive quando o cidadão não tom ar o serviço (utilização potencial, CTN, art. 79, I, b).

Com o um segundo exem plo, tam bém apontado anteriorm ente, se um cidadão resolver viaj ar para o exterior, haverá de se valer obrigatoriam ente dos serviços de em issão de passaporte, pagando, portanto, taxa, e não preço público. Mas nesse segundo exem plo, vej a que há um a opção do cidadão, que pode optar em não viaj ar e, portanto, não se valer do serviço público. Por conta disso, em bora possam os falar em utilização facultativa (caso em que seria cobrado preço público), não há, tam pouco, com pulsoriedade absoluta em se tom ar o serviço, não cabendo falar em cobrança de taxa pela utilização potencial (CTN, art. 79, I, b), m as apenas taxa pela efetiva utilização do serviço (CTN, art. 79, I, a).

Com o um terceiro exem plo, um cidadão que solicite cópia sim ples de um processo a um cartório j udicial pagará preço público, j á que há absoluta facultatividade na utilização do serviço, não havendo qualquer com pulsoriedade. O cidadão, se achar que o preço público da cópia sim ples está m uito alto, pode pegar os autos do processo e conseguir as cópias em qualquer papelaria. Tal serviço é prestado pelo Estado em regim e de direito privado, concorrendo com a iniciativa privada, sendo de utilização com pletam ente facultativa pelo cidadão, não cabendo falar

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em cobrança de tributo.

Há entendim ento de que sem pre que o serviço for prestado por um a concessionária de serviço público, nos term os do art. 175 da CF, sua rem uneração se dará por tarifa. Esse posicionam ento tem sido adotado pelos Tribunais Superiores, apesar da discordância de m uitos tributaristas.

Para que fique claro: para essa j urisprudência dom inante, se um serviço público (coleta de lixo, abastecim ento de água, coleta de esgoto etc.) é prestado por um a concessionária, o valor por ela cobrado será tarifa (não taxa), não se suj eitando, portanto, aos princípios tributários (legalidade, anterioridade etc.).

Cobrança por serviços prestados pelo Estado

Tipo de

serviço

Exemplos

Natureza da

contraprestação

Serviços de

utilização

compulsória,

essenciais ao

Coleta de lixo

domiciliar

(utilização

(28)

interesse

público

maior parte dos

Municípios)

Serviços de

utilização

relativamente

facultativa,

indelegáveis,

ínsitos à

soberania

Expedição de

passaportes,

serviços

judiciários

Taxa pela prestação

de serviço público

Serviços de

utilização

absolutamente

facultativa,

não essenciais

ao interesse

Extração de

cópias simples

de processos

administrativos

Preço público (não é

tributo)

(29)

público

Serviço

público

prestado por

concessionária

Fornecimento

de água e

coleta de

esgoto,

realizados por

empresa

concessionária

do serviço

Tarifa (não é tributo)

1.2.5 Contribuição de melhoria

CF – Art. 145 (...) (...)

III – contribuição de m elhoria, decorrente de obras públicas. (...)

CTN – Art. 81. A contribuição de m elhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âm bito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face

(30)

ao custo das obras públicas de que decorra valorização im obiliária, tendo com o limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

A contribuição de m elhoria serve para se cobrar de cada proprietário de im óvel pela valorização advinda de uma obra pública.

Assim , se o Estado constrói um belo parque público onde antes havia um terreno baldio, este investim ento certam ente valorizará os im óveis da região. Em tal hipótese, desde que sej a aprovada a lei no ano anterior ao do fato gerador (= valorização decorrente da obra pública – princípios da anterioridade e irretroatividade), será possível cobrar a contribuição de m elhoria, a ser paga pelos proprietários dos im óveis.

Note-se, portanto, que o fato gerador da contribuição de m elhoria não é, sim plesm ente, a realização de um a obra pública, m as sim a valorização im obiliária decorrente dessa atividade estatal (tributo vinculado). Se houver a obra, m as dela não resultar valorização dos im óveis circundantes, não há fato gerador e, portanto, não é possível a cobrança de contribuição de m elhoria.

Tam pouco será possível a cobrança se ocorrer a desvalorização dos im óveis por conta de um a obra (com o no caso da construção de um depósito de lixo público em frente às casas).

O valor cobrado pela Adm inistração deve guardar estrita correspondência com a valorização dos im óveis considerados, na form a da proj eção previam ente feita, constante do próprio texto legal que instituiu o tributo, podendo ser im pugnada pelos interessados (art. 82 do CTN). Esse valor cobrado tem dois lim ites: um individual, correspondente à valorização do im óvel do contribuinte, e outro total, não podendo ser arrecadado um valor global superior ao custo da obra. Com o exem plo, se a obra pública custou R$ 1 m ilhão, o valor total arrecadado pelo Estado não poderá ultrapassar esse m ontante (lim ite global). Por outro lado, um m orador que teve um a valorização de R$ 1.000,00 em seu im óvel, por conta da construção de um parque público, não poderá ser com pelido a recolher m ais que isso a título de contribuição de m elhoria (lim ite individual).

1.2.6 Empréstimo compulsório

CF – Art. 148. A União, m ediante lei com plem entar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calam idade pública, de guerra externa ou sua im inência;

II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b [anterioridade].

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de em préstim o com pulsório será vinculada à despesa que fundam entou sua instituição.

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Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriam ente o prazo do em préstim o e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.

O em préstim o com pulsório é tributo cobrado exclusivam ente pela União, m ediante lei com plem entar (em regra os tributos são instituídos por lei ordinária), em dois possíveis casos: (i) despesa extraordinária decorrente de calam idade pública ou guerra externa e (ii) investim ento público de caráter urgente e relevante interesse nacional. Não foi recepcionada pela atual Constituição a terceira hipótese de instituição de em préstim o com pulsório, prevista pelo art. 15, inciso III, do CTN (conj untura que exij a a absorção tem porária de poder aquisitivo).

Para que fique claro: som ente a União pode criar (por lei complementar) e cobrar o em préstim o com pulsório, nunca os Estados, o DF ou os Municípios.

Vej a-se que a Constituição Federal não determ ina o fato gerador do em préstim o com pulsório. Apenas fixa taxativam ente as duas situações que perm item sua instituição: despesas extraordinárias (calam idade pública ou guerra externa) e investim entos públicos de caráter urgente e relevante interesse nacional.

Os casos de calam idade pública são aqueles im previstos, de im pacto relevante, decorrentes de fatos da natureza (enchentes, desabam entos, incêndios) ou sociais (turbações, com oção interna) que exigem a im ediata atuação do Estado. Guerra externa (ou sua im inência) que autoriza a criação do em préstim o com pulsório é o conflito bélico que envolva efetivam ente o Brasil, exigindo dispêndios financeiros inadiáveis (um a guerra no Oriente Médio, sem a participação de nosso país, não perm ite a criação do tributo).

Já os investim entos públicos que dão ensej o ao em préstim o com pulsório são aqueles de interesse nacional (investim ento que atenda apenas aos interesses de um Estado ou região não perm ite a instituição do tributo), e cuj a realização sej a urgente.

Em qualquer um dos dois casos (despesa extraordinária ou investim ento urgente), os valores recolhidos a título de em préstim o com pulsório deverão ser obrigatoriam ente utilizados pela União no com bate à calam idade, nas despesas da guerra externa ou no investim ento público que deu ensej o à sua criação, nos term os do art. 148, parágrafo único, da Constituição Federal.

Note-se que, em bora a destinação dos recursos arrecadados sej a irrelevante para a definição de sua natureza específica dos tributos (art. 4.º do CTN), essa destinação é essencial para a constitucionalidade de um em préstim o com pulsório. No caso do em préstim o com pulsório criado para atender a despesa extraordinária, pela própria natureza da calam idade ou da guerra, não há subordinação ao princípio da anterioridade (anual ou nonagesim al). Assim , aprovada a lei com plem entar, o tributo pode ser cobrado im ediatam ente (não é preciso aguardar noventa dias ou o início do exercício seguinte). Essa interpretação é possível, inclusive a contrario sensu, j á que o art. 148 da CF faz referência à anterioridade apenas no caso do em préstim o com pulsório para investim ento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (hipótese em que, após aprovada a lei com plem entar, deve-se aguardar noventa dias ou o início do exercício seguinte – o que vier depois – antes de se exigir o tributo).

O em préstim o com pulsório, com o o nom e indica, é um tributo m uito peculiar, j á que os valores recolhidos ao Erário devem ser posteriorm ente devolvidos aos contribuintes. Assim , a lei

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que o instituir deve obrigatoriam ente indicar com o e quando será restituído pela União, na form a do art. 15 do CTN.

1.2.7 Contribuições especiais

Ao lado dos im postos, das taxas, das contribuições de m elhoria e dos em préstim os com pulsórios, a Constituição Federal prevê um a categoria am pla de tributos: as contribuições especiais previstas em seus arts. 149 e 149-A.

CF – Art. 149. Com pete exclusivam ente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, com o instrum ento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III [lei com plem entar], e 150, I [legalidade] e III [irretroatividade, anterioridade, não confisco, não lim itação ao tráfego e im unidades], e sem prej uízo do previsto no art. 195, § 6.º [anterioridade de 90 dias das contribuições sociais], relativam ente às contribuições a que alude o dispositivo. § 1.º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regim e previdenciário de que trata o art. 40, cuj a alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

§ 2.º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo:

I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;

II – incidirão tam bém sobre a im portação de produtos estrangeiros ou serviços; III – poderão ter alíquotas:

a) ad valorem, tendo por base o faturam ento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de

im portação, o valor aduaneiro;

b) específica, tendo por base a unidade de m edida adotada.

§ 3.ºA pessoa natural destinatária das operações de im portação poderá ser equiparada a pessoa j urídica, na form a da lei.

§ 4.º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão um a única vez.

À União com pete a instituição de: i) contribuições sociais; ii) contribuições de intervenção no dom ínio econôm ico; e iii) contribuições de interesse das categorias profissionais ou econôm icas.

Parte da doutrina costum a definir as contribuições com o tributos finalísticos, caracterizados por sua finalidade, e não pelos respectivos fatos geradores (com o é a regra). Por este ponto de vista, podem os distinguir im postos de contribuições destinadas à seguridade social, que m uitas vezes possuem fato gerador idêntico. É o caso do IR e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, que têm o m esm o fato gerador, m as cuj a cobrança não configura bitributação ou bis in idem indevido.

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1.º prevê a instituição obrigatória de contribuição pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, cobrada de seus servidores para custeio, em benefício destes, de regim e previdenciário, com alíquota não inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

Vej a a seguinte tabela, com im portantes regras relativas à incidência das contribuições sociais e CIDE em relação à exportação e à im portação (art. 149, § 2.º, I e II, da CF):

CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS E

CIDE

Importação

Incidem sobre

importações

Exportação

Há imunidade sobre as

receitas de exportação

1.2.7.1 Contribuições sociais

CF – Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de form a direta e indireta, nos term os da lei, m ediante recursos provenientes dos orçam entos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na form a da lei, incidentes sobre:

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a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à

pessoa física que lhe preste serviço, m esm o sem vínculo em pregatício;

b) a receita ou o faturamento; c) o lucro.

II – do trabalhador e dos dem ais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regim e geral de previdência social de que trata o art. 201;

III – sobre a receita de concursos de prognósticos [loterias];

IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (...)

§ 4.º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a m anutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I [lei com plem entar, não cum ulatividade e não adoção de base de cálculo/fato gerador de im posto j á previsto na CF].

(...)

§ 6.º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou m odificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b [anterioridade].

(...)

§ 9.º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econôm ica, da utilização intensiva de m ão de obra, do porte da em presa ou da condição estrutural do m ercado de trabalho.

(...)

§ 11. É vedada a concessão de rem issão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em m ontante superior ao fixado em lei com plem entar. § 12. A lei definirá os setores de atividade econôm ica para os quais as contribuições incidentes na form a dos incisos I, b, e IV do caput, serão não cum ulativas.

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na form a do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturam ento.

As contribuições sociais servem para financiar a seguridade social, ao lado dos recursos provenientes dos orçam entos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, art. 195). A seguridade social engloba a (i) previdência social (aposentadorias e pensões), a (ii) assistência social (program as de inclusão social, renda m ínim a etc.) e a (iii) saúde (hospitais, postos de saúde, vacinação etc.).

As contribuições sociais são devidas pelos em pregadores, pelos trabalhadores e dem ais segurados da previdência social. Incidem tam bém sobre as loterias (concursos de prognósticos) e, atualm ente, sobre as im portações de bens ou serviços.

As contribuições sociais devidas pelos em pregadores, pela em presa e entidade a ela equiparada incidem : i) sobre a folha de salários e dem ais rendim entos do trabalho pagos ou

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creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, m esm o sem vínculo em pregatício; ii) sobre a receita ou faturam ento; e iii) sobre o lucro. Com o exem plos, no prim eiro caso tem os a cham ada contribuição patronal ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS; no segundo, tem os a Contribuição para Financiam ento da Seguridade Social – COFINS; e no terceiro, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.

Além dessas contribuições previstas pelo art. 195 da CF, a União poderá instituir outras, por m eio de lei com plem entar, desde que observada a não cum ulatividade e que não se utilize base de cálculo ou fato gerador de im posto j á previsto pela CF (art. 195, § 4.º).

Im portante fixar: as contribuições sociais previstas nos incisos I a IV do art. 195 da CF podem ser criadas, m odificadas ou extintas por m eio de lei ordinária federal. Caso a União resolva criar outras contribuições sociais (além das previstas nos incisos), deverá atender aos requisitos do § 4.º desse m esm o artigo (lei com plem entar, não cum ulativa, base de cálculo e fato gerador diverso daqueles j á fixados para os im postos previstos na Constituição).

Não se aplica às contribuições sociais o princípio da anterioridade anual, previsto pelo art. 150, III, b, da CF, apenas a noventena (= anterioridade nonagesim al) do art. 195, § 6.º. Assim , as contribuições sociais podem ser exigidas som ente após noventa dias da publicação da lei que as houver instituído ou m odificado, m as não é necessário aguardar o início do exercício seguinte.

Apesar de o § 7.º do art. 195 da CF falar em “isenção”, trata-se de im unidade, ou sej a, a Constituição exclui da União a possibilidade (com petência) de exigir contribuição social das entidades beneficentes de assistência social, desde que elas atendam às exigências da lei.

O art. 149, § 2.º, da CF prevê tam bém im unidade para as receitas decorrentes da exportação, em bora adm ita a cobrança sobre a im portação de bens e serviços estrangeiros.

Verem os m ais sobre im unidades e isenções nos capítulos seguintes, m as adiantam os que a prim eira (im unidade) é regra negativa de com petência prevista pela Constituição Federal, e a segunda (isenção) é norm a prevista pela lei do ente tributante (União, Estados, DF e Municípios), afastando a incidência em casos específicos.

Salientam os que a contribuição provisória sobre m ovim entação ou transm issão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira – CPMF, prevista pelos arts. 74, 75, 84, 85 e 90 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT e Lei 9.311/1996, com alíquota de 0,38%, não foi renovada pelo Congresso Nacional ao final do período previsto para sua existência (dezem bro de 2007).

Caso haj a nova em enda constitucional recriando o tributo, o entendim ento é de que haverá de observar o princípio da anterioridade nonagesim al, que estudarem os m ais adiante (som ente poderá ser exigida 90 dias após a publicação das norm as instituidoras). Há recentes m anifestações do governo federal no sentido de restabelecer a contribuição (com outra denom inação) por m eio de lei com plem entar (e não em enda constitucional), o que, caso ocorra, suscitará calorosos debates quanto à sua constitucionalidade, j á que o art. 195, § 4.º, com binado com o art. 154, I, am bos da CF, veda a criação de novas contribuições que sej am cum ulativas (para m uitos, a CPMF é cum ulativa).

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A contribuição de intervenção no dom ínio econôm ico – CIDE serve à atuação do governo federal no m ercado, influindo na oferta de bens e serviços, conform e o interesse público (função extrafiscal).

A lei instituidora da CIDE pode prever a incidência sobre a im portação de bens ou serviços (art. 149, § 2.º, da CF). Por outro lado, há im unidade, afastando-se a possibilidade de tributação, com relação às receitas decorrentes de exportação.

Um a im portante contribuição de intervenção no dom ínio econôm ico é a cham ada CIDE sobre com bustíveis, instituída pela Lei 10.336/2001, nos term os do art. 177, § 4.º, da CF. Suas alíquotas podem ser reduzidas e restabelecidas por ato do Executivo, não se lhe aplicando o princípio da anterioridade e m itigando-se o da legalidade. A Constituição Federal não faz referência a exceção ao princípio da anterioridade nonagesim al (CF, art. 150, III, c), instituída de m aneira geral pela Em enda Constitucional 42/2003.

Tal contribuição é destinada: i) ao pagam ento de subsídios a preços ou transporte de álcool com bustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; ii) ao financiam ento de proj etos am bientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e iii) ao financiam ento de program as de infraestrutura de transportes.

Registram os a existência da CIDE sobre rem essas ao exterior, instituída pela Lei 10.168/2000. O entendim ento j urisprudencial m aj oritário é de que as contribuições recolhidas às entidades integrantes do cham ado “sistem a S” (SENAI, SENAC, SESI, SESC, SEBRAE etc.) têm natureza de contribuição de intervenção no dom ínio econôm ico.

1.2.7.3 Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas

As contribuições de interesse de categorias profissionais ou econôm icas, tam bém de com petência exclusiva da União, prestam -se ao financiam ento de entidades que regulam , fiscalizam e representam determ inados setores da econom ia (parafiscalidade).

Norm alm ente essas contribuições são exigidas, na form a da lei federal, por entidades de natureza autárquica federal, com o é o caso dos conselhos de m édicos (CRM), de contadores (CRC), de engenheiros e arquitetos (CREA) etc. Há divergência quanto à natureza dos valores cobrados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de seus associados, por conta da peculiaridade dessa atividade, prevista constitucionalm ente.

A contribuição sindical, prevista pelo art. 578 e seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, é considerada por autores com o contribuição de interesse de categoria profissional ou econôm ica. Já a contribuição confederativa prevista pelo art. 8.º, IV, da CF, de natureza não com pulsória, não seria tributo.

1.2.7.4 Contribuição municipal para custeio do serviço de iluminação pública

CF – Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na form a das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I [legalidade] e III [irretroatividade, anterioridade, não confisco, não lim itação ao tráfego e

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im unidades].

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consum o de energia elétrica.

Muitos m unicípios instituíram taxas relativas aos serviços de ilum inação pública. Com o visto anteriorm ente, não é possível cobrar tais taxas, pois não se trata de serviço específico e divisível (é im possível determ inar quanto do serviço foi tom ado por cada contribuinte). Por conta dessa inconstitucionalidade, o Judiciário vinha afastando sistem aticam ente essa tributação.

Atendendo ao pleito das prefeituras, foi em endada a Constituição Federal, criando-se um a contribuição sui generis, prevista pelo art. 149-A.

Assim , os m unicípios têm agora com petência para instituir contribuição para custeio do serviço de ilum inação pública. O parágrafo único do art. 149-A da CF faculta sua cobrança (notificação ao contribuinte e recebim ento) por m eio da fatura de consum o de energia elétrica.

Por se tratar de um serviço público prestado uti universi, não há consenso quanto à base de cálculo ou ao m ontante a ser exigido de cada contribuinte, havendo cobranças por m ontantes fixos, variáveis conform e o valor da conta de consum o de energia ou m esm o com base em critérios relacionados ao im óvel do contribuinte, a depender de cada lei m unicipal.

Certam ente o fisco não poderá exigir m ais de seus contribuintes do que o valor correspondente ao custo total do serviço m unicipal de ilum inação pública, pois se trata de tributo cuj a finalidade é exatam ente financiar tal atividade estatal.

1.3 TABELA RESUMO DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Espécies Tributárias

Impostos

Fato gerador é situação

desvinculada de

(38)

Teoria

Tripartida

(CF e

CTN)

atuação estatal

específica, relativa ao

contribuinte.

Taxas

Fato gerador é (i)

exercício de poder de

polícia ou (ii)

utilização, efetiva ou

potencial, de serviços

públicos específicos e

divisíveis (

Contribuições

Fato gerador é

valorização imobiliária

(39)

de melhoria

decorrente de obra

pública.

Empréstimos

compulsórios

As únicas situações que

ensejam sua

instituição,

exclusivamente pela

União, por meio de

complementar,

(i) despesa

extraordinária

(calamidade ou guerra)

ou (ii) investimento

público urgente e de

interesse nacional.

(40)

– Contribuições

sociais, cuja finalidade

é custear a seguridade

social. (Competência

exclusiva da União).

– Contribuições de

intervenção no

domínio econômico –

CIDE, cuja finalidade é

a que o nome indica

(Competência exclusiva

da União).

– Contribuições de

interesse de categorias

(41)

Contribuições

especiais

profissionais ou

econômicas, cuja

finalidade é gerar

recursos para os órgãos

de

controle/representação

de tais categorias

(Competência exclusiva

da União).

– Contribuição dos

servidores para custeio

do regime próprio de

previdência

(Competência de todos

os entes federados).

(42)

– Contribuição para

custeio do serviço de

iluminação pública,

cuja finalidade é a que

o nome indica

(Competência exclusiva

dos municípios).

1.4 Q UESTÕES

1. (OAB/SP 134.º) As contribuições de intervenção no domínio econômico podem ser cobradas sobre bases de cálculo1

a) fixadas em regulamento, provenientes de valores obtidos no mercado interno, inclusive sobre a importação e exportação de produtos ou serviços estrangeiros.

b) fixadas em lei, provenientes de valores obtidos no mercado interno, inclusive sobre a importação e exportação de produtos ou serviços estrangeiros. c) fixadas em lei, provenientes de valores obtidos no mercado interno, inclusive

sobre a importação de produtos ou serviços estrangeiros, não incidindo sobre as receitas de exportação.

d) fixadas em regulamento, provenientes de valores obtidos no mercado interno, inclusive sobre a importação e exportação de produtos ou serviços estrangeiros, e com alíquotas estabelecidas por ato do Poder Executivo. 2. (OAB/SP 134.º) As contribuições sociais cobradas do empregador, da empresa e da

(43)

entidade a ela equiparada, na forma do artigo 195, I, da Constituição Federal, que trata da folha de salários, receita ou faturamento e lucro,2

a) devem ter alíquotas ou bases de cálculo idênticas, independentemente da atividade econômica ou utilização intensiva de mão de obra.

b) podem ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas em razão da atividade econômica ou utilização intensiva de mão de obra.

c) devem ter, apenas, alíquotas idênticas em função do princípio da igualdade. d) podem ter alíquotas diferenciadas em função da diversidade da base de

financiamento.

3. (OAB/SP 135.º) Considere que a União institua uma lei visando definir o valor de serviços administrativos de órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento quanto às fiscalizações de estabelecimentos que acondicionam carnes bovinas destinadas à exportação. Nessa hipótese, o valor a ser pago pelos contribuintes constitui3

a) taxa, por decorrer de regime jurídico tributário. b) tarifa, pelo caráter compulsório da cobrança. c) imposto, por decorrer da lei.

d) contribuição, por corresponder a arrecadação de valores para atividade específica.

4. (OAB/SP 135.º) Acerca do empréstimo compulsório, assinale a opção correta.4 a) Em casos de relevância e urgência, é lícito à União instituir empréstimos

compulsórios mediante medida provisória.

b) A importância arrecadada com a cobrança do empréstimo compulsório tem aplicação vinculada à despesa que ensejou sua instituição.

c) Constitui hipótese de instituição de imposto extraordinário a ocorrência de calamidade pública.

d) São fatos geradores do empréstimo compulsório a calamidade pública, a guerra externa ou o investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

5. (OAB/Nacional 2007. I) João auferiu renda superior a R$ 100.000,00 no ano calendário de 2005, mas não apresentou declaração ao fisco federal em virtude de essa renda ter sido proveniente da prática de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes. Em regular atividade fiscal, João foi compelido a pagar multa pecuniária pelo atraso na entrega de sua declaração de renda. Considerando a situação hipotética apresentada acima e as normas do sistema tributário nacional, assinale a opção correta.5

a) Constitui tributo a multa imposta a João pelo atraso na entrega de sua declaração de renda.

b) João não está obrigado a pagar o imposto de renda em razão de os valores por ele auferidos terem sido provenientes de atividade ilícita.

c) O imposto de renda poderá ser instituído por lei complementar, lei ordinária, medida provisória ou decreto.

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