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O uso dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável [ODS] e do indicador de sustentabilidade Programa Cidades Sustentáveis [PCS] para uma urbanização sustentável e social na cidade de Barueri - SP

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(1)1. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE MESTRADO EM CIDADES INTELIGENTES E SUSTENTÁVEIS. MERIELLEN NUVOLARI PEREIRA MIZUTANI. O USO DOS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL [ODS] E DO INDICADOR DE SUSTENTABILIDADE PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS [PCS] PARA UMA URBANIZAÇÃO SUSTENTÁVEL E SOCIAL NA CIDADE DE BARUERI - SP. São Paulo 2019.

(2) 2. Meriellen Nuvolari Pereira Mizutani. O USO DOS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL [ODS] E DO INDICADOR DE SUSTENTABILIDADE PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS [PCS] PARA UMA URBANIZAÇÃO SUSTENTÁVEL E SOCIAL NA CIDADE DE BARUERI - SP. THE USE OF SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS [ODS] AND SUSTENTAINABLE INDICATOR SUSTAINABLE CITIES PROGRAM [PCS] FOR SUSTAINABLE AND SOCIAL URBANIZATION IN BARUERI – SP. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como requisito para obtenção do grau de Mestre em Cidades Inteligentes e Sustentáveis.. Orientador: Prof. Dr. Diego de Melo Conti. São Paulo 2019.

(3) 3. Mizutani, Meriellen Nuvolari Pereira. O uso dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável [ODS] e do indicador de sustentabilidade Programa Cidades Sustentáveis [PCS] para uma urbanização sustentável e social na cidade de Barueri – SP. / Meriellen Nuvolari Pereira Mizutani. 2019. 165 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Nove de Julho – UNINOVE, São Paulo, 2019. Orientador (a): Dr. Diego de Melo Conti. 1.. Urbanismo Sustentável. 2. Indicadores de Sustentabilidade. 4. ODS. 5. Programa Cidades Sustentáveis.. I. Conti, Diego de Melo.. II. Título. CDU 711.4. 3. Cidades..

(4) 4. O USO DOS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL [ODS] E DO INDICADOR DE SUSTENTABILIDADE PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS [PCS] PARA UMA URBANIZAÇÃO SUSTENTÁVEL E SOCIAL NA CIDADE DE BARUERI – SP. Por Meriellen Nuvolari Pereira Mizutani Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Cidades Inteligentes e Sustentáveis, apresentada à Banca Examinadora formada por:. ___________________________________________________________________________ Prof. Dr. Diego de Melo Conti – Universidade Nove de Julho – UNINOVE. ___________________________________________________________________________ Prof. Dr. Jeroen Johannes Klink – Universidade Federal do ABC – UFABC. ___________________________________________________________________________ Prof. Dra. Cintia Elisa de Castro Marino – Universidade Nove de Julho – UNINOVE. ___________________________________________________________________________ Prof. Dr. Cristiano Capellani Quaresma – Universidade Nove de Julho – UNINOVE (suplente). ___________________________________________________________________________ Prof. Dra. Vanessa Cuzziol Pinsky – Fundação Instituto de Administração – FIA (suplente). São Paulo, 16 de dezembro de 2019..

(5) 5. "Como são belas as cidades que superam a desconfiança doentia e integram os que são diferentes, fazendo desta integração um novo factor de progresso! Como são encantadoras as cidades que, já no seu projecto arquitectónico, estão cheias de espaços que unem, relacionam, favorecem o reconhecimento do outro!" Carta encíclica "Laudaro Si" do Papa São Francisco sobre o cuidado da casa comum.

(6) 6. Dedico este trabalho aos meus filhos Julia, Lais e Mateus com amor, que eles possam compor um futuro melhor. E ao meu anjo no céu Márcia quem me inspirou e inspira a ser uma professora pelo mais profundo amor e o despertar do melhor de mim e de todos..

(7) 7. Agradecimentos Agradeço tudo e todos que me permitiram realizar este mestrado, buscando realizar um sonho, uma nova fase profissional rica, desafiadora e apaixonante. Foi difícil abandonar o conforto de uma profissão estabilizada com mais de 15 anos de experiência, em busca do sonho da docência, por justamente acreditar que é compartilhando que se aprende mais e se evolui mais. À minha família, pelo apoio incondicional, minha mãe Eliza e meu pai Rode por me guiarem e incentivarem a sempre me dedicar aos estudos e a um pensamento crítico. Ao meu marido Ioser, pelo amor, companheirismo e paciência, obrigada por acreditar que eu superaria as limitações que em muitos momentos eu mesma não acreditava, por ser o meu maior incentivador, Te Amo infinitamente. Aos meus filhos Julia, Lais e Mateus, que entendiam que a mamãe estava “trabalhando” e não poderia dar atenção que tanto demandavam. Aos amigos Douglas, Zé, João, Mariana, Patrícia e Virgínia por aguentarem minhas reclamações, faltas e falas que “em breve seria um ser humano melhor e com mais tempo” e esse “em breve” não chegava nunca. Ao meu cunhado Ivan por fazer a revisão ortográfica, e “enxergar” quando o meu olho não enxergava mais, e a minha sogra Yoner por “segurar a casa” durante o módulo internacional. Agradeço em especial ao meu orientador Dr. Diego de Melo Conti, primeiramente por ter acreditado em meu projeto, abraçando a proposta de um urbanismo de forma mais sustentável e participativo. Obrigada pela disponibilidade, por todo conhecimento e auxílio pelas valiosas orientações e principalmente por ter acreditado no meu potencial mesmo quando eu não o fazia. Grata especialmente a banca de qualificação pelas contribuições e refinamentos Prof. Dr. Jeroen Johannes Klink e Prof. Dra. Cintia Elisa de Castro Marino, meu muito obrigada. À Universidade Nove de Julho pela oportunidade da bolsa de estudos concedida, e a todos os discentes do PPGCIS que foram fundamentais ao longo desta jornada, todos vocês são incríveis e inspiradores. Aos profissionais que gentilmente participaram da pesquisa, principalmente aqueles que dispuseram de seu tempo para a realização das entrevistas, em especial a Sra. Yara M. Garbelotto por todo auxílio e apoio junto a Prefeitura de Barueri. Um agradecimento especial a melhor turma CIS2018 pela amizade, histórias e piadas compartilhadas, pela convivência, carinho e laços criados eternamente, em especial aos “irmãos de alma” Carlinhos e Juliana, parceiros de todos os momentos, companheiros das madrugadas e dos artigos instantâneos, anjos da guarda com suas palavras de incentivo, carinho e inspiração. Levo vocês para todo sempre no meu coração. A CAPES, pelo incentivo a pesquisa e apoio financeiro concedido. E por fim, e acima de tudo, à Deus, por tudo que me tem concedido. “Quando não souberes para onde ir, olha para trás e sabe pelo menos de onde vens” Provérbio Africano..

(8) 8. Resumo A recorrente dinâmica no crescimento das cidades, acarretam danos ao meio ambiente, e as próprias cidades sofrem consequências desta acelerada e desorganizada ocupação humana, sendo necessário se alterar as formas de pensar o planejamento e a administração dos espaços urbanos. Diante disso, torna-se imprescindível abordar a reflexão e prática quanto às questões de sustentabilidade dentro do planejamento e organização das urbes, pois sua infraestrutura e os demais investimentos sociais precisam ser entendidos como benefícios perenes, a serem usufruídos também futuramente. Associado às novas agendas sustentáveis, o uso de indicadores como ferramenta para um crescimento mais ordenado e sustentável, em busca da redução das iniquidades dentro das grandes, médias e pequenas cidades. Auxilia as decisões políticas, estratégicas e empresariais dos gestores, versando atender além dos objetivos de ordem econômica e ambiental, similarmente as questões sociais, culturais, físicas e políticas, viabilizando uma melhor qualidade de vida do cidadão e um uso mais equitativo dos espaços. Neste sentido, a presente pesquisa buscou estudar os princípios e conceitos quanto ao desenvolvimento urbano sustentável, o emprego de indicadores de sustentabilidade como uma ferramenta aos processos para o planejamento urbano, em específico o Programa Cidades Sustentáveis [PCS] em seu eixo 5, em concílio com as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável [ODS] focada no objetivo 11 Cidades e comunidades sustentáveis. O PCS é um indicador muito fomentado dentro das cidades brasileiras desde 2012, em especial na cidade de Barueri – SP – Brasil, definido como área de estudo desta pesquisa. Adotou-se como critério de recorte para a análise in-loco dois bairros, um com maior e o outro com menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal [IDHM]. A pesquisa classifica-se como qualitativa exploratória, e baseou-se em levantamento bibliográfico e registros documentais, entrevistas semiestruturadas formando a hélice quádrupla (governo, sociedade civil organizada, empresas e universidades), observação participante e direta. As conclusões apresentadas permitiram reflexões quanto aos resultados obtidos com o uso de indicadores dentro do planejamento urbano municipal, apontando que o alcance da sustentabilidade urbana e a redução das desigualdades socioespaciais é algo difícil e ainda não atingido dentro da cidade de Barueri, mas possível o seu alcance, dependendo do elo entre as iniciativas públicas, privadas e do envolvimento do coletivo. Palavras-chave: Urbanismo Sustentável, Indicadores de Sustentabilidade, Cidades, ODS, Programa Cidades Sustentáveis..

(9) 9. Abstract The recurrent dynamic in the growth of cities causes damage to the environment, and the cities themselves suffer consequences of this acc exelerated and disorganized human occupation, being necessary to change the ways of thinking the planning and management of urban spaces. Given this, it is essential to address the reflection and practice regarding sustainability issues within the planning and organization of cities, because their infrastructure and other social investments need to be understood as perennial benefits, to be enjoyed also in the future. Associated with the new sustainable agendas that the country has been committing to, the use of indicators as a tool for a more orderly and sustainable growth, seeking to reduce inequities within large, medium and small cities, helps the political, strategic and business decisions of managers. aiming to attend beyond the objectives of economic and environmental order, similarly to social, cultural, physical and political issues, enabling a better quality of life of the citizen and a more equitable use of spaces. In this sense, the present research sought to study the principles and concepts regarding sustainable urban development, the use of sustainability indicators as a tool to the processes for urban planning, specifically the Sustainable Cities Program [PCS] in its axis 5, in council. with the goals of the Sustainable Development Goals [SDG] focused on goal 11 Sustainable cities and communities. The PCS is a very encouraged indicator within Brazilian cities since 2012, especially in the city of Barueri - SP - Brazil, defined as the area of study of this research. It was adopted as a clipping criterion for the analysis inloco two neighborhoods, one with larger and the other with lower Municipal Human Development Index [MHDI]. The research is classified as exploratory qualitative, and was based on bibliographic survey and documentary records, semi-structured interviews forming the quadruple helix (government, organized civil society, companies and universities), participant and direct observation. The results presented allowed reflections on the results obtained with the use of indicators within the municipal urban planning, pointing out that the achievement of urban sustainability and the reduction of socio-spatial inequalities is difficult and not reaching within the city of Barueri, but it is possible to reach, depending on the link between public, private and collective involvement. Keywords: Sustainable Urbanism, Sustainability Indicators, Cities, SDG, Sustainable Cities Program..

(10) 10. Lista de Abreviaturas ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. AREA. Associação Residencial e Empresarial de Alphaville. APP. Área de Preservação Permanente. BOVESPA. Bolsa de Valores de São Paulo. CBCS. Comitê Barueri Cidade Sustentável. CDHU. Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano. CDP. Carbon Disclosure Project. CERFLOR. Certificação Florestal. CNODS. Comissão Nacional para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. CNU. Congresso para o Novo Urbanismo. COMAD. Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. COP. Conferência das Partes. COP-21. 21º Conferência das Partes. CPTM. Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. ECO92. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. EGCA. European Green Capital Award. EMEF. Escola Municipal de Educação Fundamental. EMEI. Escola Municipal de Educação Infantil. EUA. Estados Unidos da América. FSC. Florest Stewardship Council. FUNDESB. Fundo de Desenvolvimento Sustentável. GEE. Gases do Efeito Estufa. GPS. Guia de Gestão Pública Sustentável. GRI. Global Report Iniciative. GTA-ODS. Grupo AdTac de Trabalho Aberto sobre os Objetivos do Desenvolvimento. IAEG-SDG. Inter-Agency and Expert Group on SDG indicators. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IDH. Índice de Desenvolvimento Humano. IDHM. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. IDS. Indicadores de Desenvolvimento Sustentável IBGE. IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. IPVS. Índice Paulista de Vulnerabilidade Social. ISE. Índice de Sustentabilidade Empresarial. ISO. International Organization for Standardization. LEED. Leadership in Energy and Environmental Design.

(11) 11. ODM. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. ODS. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. OMS. Organização Mundial de Saúde. ONG. Organização não Governamental. ONU. Organização das Nações Unidas. OSCIP. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. PCS. Programa Cidades Sustentáveis. PDE. Plano Diretor Estratégico. PIB. Produto Interno Bruto. PLHIS. Plano Local de Habitação de Interesse Social de Barueri. PNUD. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. PNUMA. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. PRAHAB. Programa Habitacional de Barueri. RFSC. Reference Framework for Sustainable Cities. RMSP. Região Metropolitana da Grande São Paulo. SEADE. Sistema Estadual de Análise de Dados. SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. SEMA. Secretaria do Meio Ambiente. UN. United Nations. UNEP. United Nations Environment Programme. UNFCC. Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima. USGBC. United States Green Building Council.

(12) 12. Lista de Figuras Figura 1. Resultantes finais das referências utilizadas para desenvolvimento da dissertação ............. 25 Figura 2. Ciclo de Dependência automotiva ........................................................................................ 31 Figura 3. O Triple Bottom Line e o dimensionamento da Sustentabilidade para Ignacy Sachs ........... 36 Figura 4. Pilares para alcançar a sustentabilidade das cidades............................................................. 39 Figura 5. Exemplo de Transecto Urbano-rural .................................................................................... 43 Figura 6. Exemplo do Código da Forma ............................................................................................. 43 Figura 7. Exemplo do Código da Forma .............................................................................................. 43 Figura 8. Da cidade atual para a cidade sustentável ............................................................................. 47 Figura 9. 17 ODS - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ......................................................... 56 Figura 10. Os cinco pilares da Agenda 2030 ....................................................................................... 56 Figura 11. Síntese da Produção dos Indicadores Globais por Objetivo (%) ........................................ 58 Figura 12. Os Indicadores de Acompanhamento do ODS 11 .............................................................. 59 Figura 13. 12 eixos do Programa de Cidades Sustentáveis .................................................................. 63 Figura 14. Ferramentas que serão incorporadas nos próximos anos no PCS ....................................... 73 Figura 15. Caracterização da Região Metropolitana de São Paulo e da Cidade de Barueri................. 75 Figura 16. Evolução do Índice de Desenvolvimento Humano em Barueri .......................................... 76 Figura 17. Delimitação do Trecho do Estudo 1 no Ranking de Desenvolvim. Humano de Barueri ... 83 Figura 18. Delimitação do Trecho do Estudo 2 no Ranking de Desenvolvim. Humano de Barueri ... 84 Figura 19. Delimitação do recorte do Estudo 1.................................................................................... 85 Figura 20. Delimitação do recorte do Estudo 2.................................................................................... 85 Figura 21. Mapa de Setorização da Cidade de Barueri PDE................................................................ 88 Figura 22. Mapa de Zoneamento da cidade de Barueri........................................................................ 89 Figura 23. Ocupação 2004 Zonas Homogêneas e Divisões quanto ao Uso e Ocupação do Solo ....... 90 Figura 24. Ocupação 2014 Zonas Homogêneas e Divisões quanto ao Uso e Ocupação do Solo ....... 90 Figura 25. Ocupação 2014 de Áreas de interesse Social (mapa 85 do PDE) ....................................... 91 Figura 26. Mapa dos equipamentos esportivos e de lazer (mapa 141 do PDB) .................................. 94 Figura 27. Mapa da rede municipal de educação (mapa 97 do PDB) ..................................................93 Figura 28. Mapa de abrangência de atendimento das unidades básicas de saúde municipais .............94 Figura 29. Mapa dos equipamentos esportivos e de lazer (mapa 141 do PDE) ................................... 95 Figura 30. Mapa dos equipamentos de cultura (mapa 142 do PDE) .................................................... 95 Figura 31. Relação Coeficiente de Aproveitamento e Taxa de Ocupação ......................................... 104 Figura 32. Resultados do Relatório 2013-2016 no Eixo 5 de Planejamento Urbano ......................... 109 Figura 33. Mapa situacional do recorte do estudo 1 indicando confrontantes e zoneamento ............ 113 Figura 34. Mapa de atendimento da AREA em comparação a área do recorte de estudo 1 .............. 114 Figura 35. Mapa de fotos coletadas dentro da área de estudo 1 ......................................................... 115 Figura 36. Sistema de segurança área de estudo 1 ............................................................................. 116 Figura 37. Calçamento área de estudo 1 ............................................................................................ 117 Figura 38. Transposição Subterrânea da Avenida Rio Negro ............................................................ 117 Figura 39. Equipamentos Urbanos área de estudo 1 .......................................................................... 118 Figura 40. Arborização e paisagismo da área de estudo 1 ................................................................. 119 Figura 41. Morfologia Urbana da área de estudo 1 ............................................................................ 120 Figura 42. Mapa situacional do recorte do estudo 2 indicando confrontantes e zoneamento ............ 123 Figura 43. Mapa de fotos coletadas dentro da área de estudo 2 ......................................................... 124 Figura 44. Calçamento área de estudo 2 ............................................................................................ 125 Figura 45. Equipamentos Urbanos área de estudo 2 .......................................................................... 125 Figura 46. Arborização e paisagismo área de estudo 2 ...................................................................... 126 Figura 47. Equipamentos Públicos área de estudo 2 .......................................................................... 127.

(13) 13. Figura 48. Morfologia urbana área de estudo 2 ................................................................................. 129 Figura 49. Residências unifamiliares utilizadas como multifamiliar ou comércio área de estudo 2 . 129 Figura 50. Afetividade da fachada das residências área de estudo 2 ................................................. 131 Figura 51. Mapa síntese do ponto de vista do planejamento urbano sustentável de Barueri ............. 136 Figura 52. Fluxograma síntese do ponto de vista do uso dos ODS e do PCS dentro da cidade......... 143.

(14) 14. Lista de Tabelas Tabela 1. Conceitos de Cidade ............................................................................................................. 27 Tabela 2. Predecessores do Urbanismo Sustentável............................................................................. 34 Tabela 3. Conceituação das 8 Dimensões da Sustentabilidade ............................................................ 37 Tabela 4. Princípios da Carta para o Novo Urbanismo ........................................................................ 41 Tabela 5. Indicadores de Sustentabilidade ........................................................................................... 48 Tabela 6. Metas Nacionais do ODS 11 conforme relatório IPEA ........................................................ 61 Tabela 7. Objetivos e Indicadores do Eixo 5 Planejamento e Desenho Urbano do PCS ..................... 67 Tabela 8. Indicadores do PCS relacionados ao ODS11 distribuídos em outros eixos além do eixo 5 Planejamento e Desenho Urbano .......................................................................................................... 70 Tabela 9. Ranking de Desenvolvimento Humano em Barueri ............................................................. 77 Tabela 10. Recorte Amostral da Pesquisa ............................................................................................ 78 Tabela 11. Listagem de entrevistados .................................................................................................. 81 Tabela 12. Recorte Amostral da Pesquisa ........................................................................................... 84 Tabela 13. Recorte resumo dos resultados apontados do questionário realizado na revisão do Plano Diretor da cidade de Barueri em 2015. ................................................................................................. 96 Tabela 14. Leis e Decretos relacionados a Sustentabilidade .............................................................. 101 Tabela 15. Análise morfológica construtiva segundo Plano Diretor de Barueri ................................ 105 Tabela 16. Calendário de eventos organizados pela CBCS ............................................................... 108 Tabela 17. Participação da Cidade de Barueri nos Prêmios Cidades Sustentáveis ............................ 108 Tabela 18. Resultados do desempenho do relatório 2013-2016 apresentados pela Prefeitura Municipal de Barueri relacionados ao ODS11 ..................................................................................................... 110 Tabela 19. Indicadores PCS do eixo 5 dos anos 2012 e 2013 ............................................................ 111 Tabela 20. Observação participante com usuários da área de estudo 1 .............................................. 121 Tabela 21. Observação participante com usuários da área de estudo 2 .............................................. 130 Tabela 22. Avaliação das características positivas e negativas da cidade de Barueri quanto o desenvolvimento urbano sustentável ................................................................................................... 137 Tabela 23. Principais falas apresentadas durante a entrevista semiestrurada ..................................... 144 Tabela 24. Matriz SWOT das características do urbanismo sustentável encontradas ........................ 146.

(15) 15. Sumário. 1. Introdução.................................................................................................................................... 17 1.1 1.1.1 1.2. 2. Problema de Pesquisa ............................................................................................................ 21 Questão de Pesquisa ...................................................................................................... 22 Objetivos ............................................................................................................................... 22. 1.2.1. Objetivo Geral ............................................................................................................... 22. 1.2.2. Objetivos Específicos .................................................................................................... 22. 1.3. Justificativa ........................................................................................................................... 23. 1.4. Estrutura do Trabalho ............................................................................................................ 24. Referencial Teórico ..................................................................................................................... 26 2.1 O Urbanismo e as Cidades .......................................................................................................... 26 2.1.1. Urbanismo Contemporâneo: Uma Sociedade Pós-Moderna ............................................... 29 2.1.2 A Sustentabilidade Urbana ................................................................................................... 33 2.1.3 O Novo Urbanismo .............................................................................................................. 40 2.2. Indicadores de Sustentabilidade ............................................................................................. 46 2.2.1. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030 [ODS 2030] ......................................... 55 2.2.2 Programa Cidades Sustentáveis [PCS] ................................................................................. 63 2.3. A Cidade de Barueri ................................................................................................................... 74. 3.. 4.. Procedimentos Metodológicos .................................................................................................... 79 3.1.. Delineamento de Pesquisa ..................................................................................................... 82. 3.2.. Procedimentos de Coleta e Análise dos Dados ..................................................................... 86. Análise e Discussão dos Resultados ........................................................................................... 87 4.1 Plano Diretor de Barueri e Legislações relacionadas a sustentabilidade .................................... 87 4.2 Morfologia Urbana permitida nos zoneamentos do recorte de estudo ...................................... 103 4.3 Relatórios e Resultados da Cidade de Barueri dentro da Plataforma do PCS ........................... 107 4.3.1 Relatório Final Programa Cidades Sustentáveis 2013-2016 .............................................. 109 4.3.2 Relatório Final Programa Cidades Sustentáveis 2017-2018 .............................................. 112 4.4 Observação Participante e Diagnóstico em Campo .................................................................. 112 4.4.1 Observação do Recorte 1 – Tamboré / Alphaville ............................................................. 113 4.4.2 Observação do Recorte 2 – Jd. Silveira.............................................................................. 122 4.5 Entrevistas Semiestruturadas..................................................................................................... 132 4.5.1 Desenho Urbano Sustentável ............................................................................................. 132 4.5.2 Objetivos Desenvolvimento Sustentável e o Programa Cidades Sustentáveis ................... 138 4.6 Resultados das Análises e Discussão ........................................................................................ 145. 5. Considerações Finais ................................................................................................................. 151. 6. Referências ................................................................................................................................. 154.

(16) 16. Apêndice A – Carta Compromisso .................................................................................................. 163 Apêndice B – Entrevistas (Roteiro de entrevista semi-estruturada a todos os entrevistados). .. 165.

(17) 17. 1. Introdução “Não é a mais forte nem a mais inteligente das espécies que sobrevive, mas a que melhor se adapta e responde às mudanças”. Charles Darwin. A população mundial segundo a Organização das Nações Unidas [ONU] crescerá nos próximos 40 anos mais de 2 bilhões habitantes, ultrapassando assim mais de 9 bilhões de habitantes na Terra, e dessas mais de 65% residirão nas cidades (Organizações das Nações Unidas [ONU], 2012). A população urbana mundial entre 1950 a 1990 saltou de 200 milhões para mais de 2 bilhões de habitantes, tornando o centro urbano a moradia da maior parte da população mundial, portanto, a cidade é uma das maiores responsáveis pela produção e consumo dos recursos naturais, propiciando logo um maior impacto ambiental. Por consequência é o principal objeto capaz de mudar o destino da vida do planeta (Silva, 2011). O crescimento das urbano populacional está direcionando ao espalhamento urbano, com a aparição de novas ocupações irregulares ou insalubres, criando um desenvolvimento desequilibrado e com desigualdade de renda cada vez maior entre as pessoas, forçando-as a se mudar para cidades-satélites ou cidadesdormitórios e por assim proporcionando um potencial impacto ambiental e social ao ecossistema global. Isto posto, vivenciamos para Noleto (2016) a Terceira Revolução Urbana, que carrega consigo um efeito acumulativo dos problemas herdados de períodos anteriores, bem como o aquecimento global, a escassez hídrica, a poluição dos rios e oceanos, o crescente individualismo e conflito entre diversas classes sociais, o déficit habitacional, violência urbana, falta de emprego, entre diversos outros. Uma das questões mais desafiadoras para diversos países neste início de século, é conciliar o desenvolvimento econômico, a sustentabilidade ambiental e justiça social, gerando debates em torno do papel das cidades e observando o intenso acúmulo das pessoas dentro delas. Passando a ser fundamental observar as tendências socioeconômicas das cidades e a análise da intensa urbanização com relação a perda das funcionalidades básicas, desperdícios, má gestão dos recursos naturais, das restrições nos sistemas de educação, saúde e segurança pública, a obsolescência e limitação da mobilidade urbana e da durabilidade das infraestruturas públicas (Weiss, Bernardes & Consoni, 2015). Para Guerra e Lopes (2015), a humanidade vive atualmente dentro da capacidade máxima que a Terra nos oferta, e a sustentabilidade possui diversos paradigmas, se destacando a eficiência quanto a racionalidade econômica e o conflito ao desperdício, da escala de limitação.

(18) 18. do crescimento econômico quanto à escassez dos recursos naturais às ordens, da ética ao desenvolvimento econômico sem afetar o futuro das próximas gerações e quanto a equidade dos direitos sociais igualitários. E as cidades sustentáveis buscam sanar os problemas urbanos, com a priorização do transporte público, da redução dos resíduos gerados, formas alternativas de energia e a redução da poluição, criando assim um espaço que retenha o sucesso dos sistemas humanos e dos ecossistemas (Programa Cidades Sustentáveis [PCS], 2012). Atualmente fala-se e ouve-se muito sobre sustentabilidade, sua relevância e benefícios, bem como a preservação do planeta para as futuras gerações, porém é necessário se ater aos conceitos corretos da sustentabilidade, bem como sua história. Pode-se afirmar segundo Secretaria do Meio Ambiente [SEMA] (São Paulo, 2011), que o conceito de sustentabilidade iniciou a partir de 1972 na Conferência das Nações Unidas em Estocolmo, que a partir desse momento passou-se a iniciar a metodologia para a percepção ambiental mundialmente. As alterações climáticas que são observadas nos últimos tempos representam um divisor de águas para o setor da construção civil, isso, pois as formas de alternativas de construções constantemente se alteram graças às mudanças climáticas e o impacto que o setor da construção civil tem referente este aspecto. Cada vez mais a sociedade vem cobrando um posicionamento na gestão sustentável por parte das empresas e dos produtos oferecidos (São Paulo, 2011). “Se nós somos os únicos seres inteligentes na galáxia, nós deveríamos nos assegurar de que sobreviveremos e continuaremos. Mas nós estamos entrando num período gradativamente mais perigoso de nossa história. Nossa população e nossa utilização de recursos finitos do planeta Terra estão crescendo exponencialmente, assim como nossa habilidade técnica de modificar o ambiente para o bem ou para o mal. Mas nosso código genético ainda carrega os instintos egoístas e agressivos que foram vantajosos para nossa sobrevivência no passado. Já será difícil o suficiente evitar o desastre durante a próxima centena de anos, quanto mais os próximos milhares ou milhões.” Stephen Hawking (Hawking, 2008).. O enfoque dos sistemas sustentáveis da arquitetura e o urbanismo são intrínsecos, pois segundo Malard (2005), o fracionamento no entendimento entre a cidade e o edifício pode provocar problemas para o projeto de arquitetura igualmente ao planejamento urbano, repreendendo o especialista que trabalha as duas concepções de formas separadas e distintas. Klink, Momm, Zioni, Favaeto e Mencio (2016) apresentam a complexidade quanto o planejamento urbano nos países do hemisfério sul, com a proliferação de assentamentos.

(19) 19. precários, desigualdades e informalidades, e as dinâmicas complexas e contraditórias quanto às questões ambientais e urbanas em torno do tema da sustentabilidade. E com o desafio quanto ao crescimento global intrínseco ao nosso futuro, é necessário o alinhamento ao desenvolvimento equilibrado, conforme Vitiello, Conti, Oliveira, Quaresma e Mizutani (2019) com o planejamento estratégico a longo prazo da construção e evolução urbana, aderindo às questões socioambientais e de sustentabilidade, mantendo a vertente quanto a temática das cidades sustentáveis conforme as diversas Conferências, Eventos e Simpósios Internacionais e Nacionais de grande impacto e relevância, tais como a Habitat I, II e III, a Nova Agenda Urbana, definindo ações estratégicas para a construção das cidades para uma direção sustentável (Bento, Conti, Baptista & Ghobril, 2018). A evolução das cidades em direção ao desenvolvimento saudável e equilibrado exige um foco especial na procura por resultados positivos e regulares, mediante a indicadores de sustentabilidade, abrangendo para Souza, Paulella, Tachizawa e Pozo (2009) não apenas a área ambiental, mas também as áreas econômicas, sociais e institucionais. Os indicadores permitem que a mensuração e avaliação das políticas públicas e da comunidade local quanto a sustentabilidade nas cidades e bairros, demonstrando as falhas para uma maior atenção, e as qualidades a serem valorizadas e melhoradas. Os indicadores corroboram na tomada de decisão e na supervisão dos resultados obtidos, tornando-se uma importante ferramenta para o planejamento e gestão urbano-ambiental municipal. Aliás, os indicadores permitem a comparação entre municípios e a divulgação dos resultados obtidos para a população, tornandose assim um grande instrumento de pressão (Sarubbi & Moraes, 2018). Faz-se, portanto, relevante falar sobre sustentabilidade dentro da contextualização urbana. A derivação da sustentabilidade segundo Leite (2012) trata-se da compreensão de que os recursos do planeta são finitos e seu uso inadequado deve ser inibido. A associação da sustentabilidade na arquitetura e no urbanismo é um desafio expressivo, existindo uma dissociação expressiva entre o natural e o artificial em face às necessidade humanas de abrigo e de sua vida em sociedade, bem como das necessidades do meio ambiente, propiciando uma antítese na definição de desenvolvimento sustentável, tendo em vista a conceitualização das duas palavras segundo São Paulo (2011), já que desenvolvimento remete-se a um aspecto econômico de crescimento e progresso, logo sustentável compete ao equilíbrio e equidade entre o ambiente e o humano. Os avanços tecnológicos andam em paralelo com a conscientização ambiental, apresentando uma perspectiva futura de maior estabilidade e coerência de consumo.

(20) 20. e produção no geral, demonstrando uma maior consciência com relação aos impactos das nossas ações e escolhas no meio em que vivemos (São Paulo, 2011). O desenvolvimento de uma cidade sustentável como um sistema holístico, é mencionado por Shemelev e Shemeleva (2009), no qual os aspectos sociais, econômicos, ambientais e institucionais devem estar harmoniosamente integrados, e possuem uma interdependência entre eles. Dentro da visão de Burgess, Carmona e Kolstee (1997) e De Roo e Miller (2000) para uma cidade se tornar mais sustentável, é imprescindível a participação da sociedade, das organizações não governamentais e dos cidadãos dentro dos processos de tomada de decisão do planejamento e formação das cidades. É indispensável refletir a cidade como um indivíduo vivo sustentável, capaz de reduzir os impactos sociais e ambientais do simples existir e do crescimento desenfreado, tornando-se o principal objetivo a ser almejado por gestores, planejadores e sociedade do século XXI. No entanto refletir a cidade como um indivíduo vivo sustentável, é necessário defender o tecido social da cidade, ou sua “alma” segundo Marino (2018), mantendo sua pluralidade enquanto espaço de expressão social. Sachs (2007) traz a ideia do desenvolvimento sustentável ser conceito polissêmico, incluindo distintas dimensões, a econômica, a social e a ambiental, por exemplo, assim como prazos, assim como prazos curtos e longos. Neste contexto, privilegia a criação de instrumentos que propiciem a prática do planejamento e desenvolvimento sustentável, com o emprego de indicadores econômicos e sociais, como Produto Interno Bruto [PIB], taxa de desemprego, inflação, dentre outros são utilizados desde o início do século XX pelos governantes para uma avaliação de performance das cidades. A ONU em 2015 propõe os 17 Objetivos de Desenvolvimento da Sustentabilidade [ODS], com a proposição em simplificar o desenvolvimento de ações integradas, com uma percepção de futuro positiva e comum a grupos diferenciados, gerando impactos reais na construção do desenvolvimento sustentável (Bencke & Perez, 2018), buscando incentivar as cidades a criarem indicadores conectados aos ODS locais, com escolhas corretas, priorizando o acompanhamento dos resultados na transformação do ambiente urbano com uma melhor qualidade de vida (Kaplan & Norton, 2000). Assim, os conceitos da sustentabilidade e da problemática urbana representam o início na identificação e criação de indicadores de sustentabilidade urbana, dos quais os sistemas formam instrumentos de avaliação dos métodos de progresso e sustentabilidade dos espaços. Para refutar a objetivos diferentes, diversos instrumentos de sustentabilidade urbana já foram construídos, em destaque neste trabalho será trabalhado o Programa de Cidades Sustentáveis.

(21) 21. [PCS], baseados nas ODS da Agenda 2030, que possibilita a análise de uma forma simplificada dos dados das cidades de diferentes aspectos relacionados à sustentabilidade do ambiente urbano. A aplicação dos indicadores concede a operacionalização do conceito atribuindo sentido ao transpassá-lo em algo mensurável, a proposta de usar indicadores torna-se popular unificar/compilar estes dados para sua acessibilidade, e diversas agências e governos dedicam recursos para seu desenvolvimento. A forma de medir, portanto, ajuda na redefinição pela tangibilidade do conceito, ainda que incompleto, e com isso auxilia a estabelecer políticas e avaliar desempenho (Melo & Van Bellen, 2019). Ressalta-se que o trabalho parte das concepções teóricas da sustentabilidade, estabelecendo uma realidade prática, por intermédio dos indicadores urbanos, gerando informações que orientam as decisões das políticas públicas e metodologias de desenvolvimento urbano das cidades. Desta forma, sua relevância está em viabilizar uma supervisão da sustentabilidade extensivo aos dois recortes estudados. Assim, o objetivo desta dissertação é analisar de que forma estão sendo empregados os ODS dentro da cidade de Barueri, partindo do pressuposto de uma metodologia qualitativa exploratória, com a pesquisa documental e em fontes secundárias, a observação participante direta indo a campo, uso de entrevistas semiestruturadas entre os atores das organizações públicas, terceiro setor, sociedade civil e universidade, formando assim a hélice quádrupla, e, permitindo uma triangulação de todos os dados, para a análise do nosso objeto, definindo-se como prioritárias a verificação da efetividade no emprego do ODS 11 e do eixo 5 do PCS dentro dos dois bairros de recorte definidos, e dos impactos e observações por parte do cidadão. O estudo pretendeu trazer contribuições para o avanço da área de conhecimento, preenchendo lacunas e ampliando as possibilidades no entendimento de como a problemática da sustentabilidade vem sendo empregada dentro da cidade, permitindo trazer a reflexão acerca das práticas utilizadas pelo poder público e das organizações do terceiro setor dentro da cidade para um desenvolvimento sustentável como alegação fundamental para o planejamento urbano. 1.1. Problema de Pesquisa A preservação da vida humana está relacionada a uma série de fatores, desde as. inovações e tecnologias, o prolongamento da saúde até aos cuidados ambientais e naturais, porém dentre todos, um dos mais importantes é a existência e a defesa do meio ambiente. "As cidades estão produzindo uma instabilidade social desastrosa e levando a um declínio ambiental adicional" (Rogers, 2011, p.7), além desse declínio ambiental, o impacto social torna-se visível,.

(22) 22. fazendo assim com que as cidades devam ser pensadas de forma sustentável e social, tornando de forma igualitária a ocupação do espaço urbano bem como a ocupação do espaço ambiental. Como consequência do crescimento desordenado das cidades, perdura a dificuldade na construção de uma Cidade Sustentável capaz de atender às necessidades ambientais, sociais, políticas, culturais e econômicas da nova sociedade urbana mundial, e por meio da aplicação de indicadores de sustentabilidade urbana e possível mensurar e indicar as tendências do cenário real da cidade a seus gestores e cidadãos, reduzindo assim a dificuldade no entendimento e transformação do planejamento urbano das cidades e bairros de modo mais sustentável, permitindo assim que uma “cidade sustentável”, vá além da conservação dos recursos naturais, mas sobretudo o êxito de um planejamento territorial compatível as especificidades de cada cidade (Bento, et al, 2018; Noleto, 2016; Nunes, Mayorga, Gullo & Pedone, 2016). 1.1.1 Questão de Pesquisa Como os indicadores de sustentabilidade baseados nos ODS podem contribuir para uma urbanização de forma mais sustentável e social dentro da cidade de Barueri - SP? 1.2. Objetivos 1.2.1. Objetivo Geral. No intuito de responder à questão de pesquisa, este trabalho tem por objetivo geral investigar como os indicadores de sustentabilidade do Programa Cidades Sustentáveis [PCS] e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [ODS] podem auxiliar no planejamento urbano da cidade de forma mais sustentável e social, propondo a sua aplicação na cidade de Barueri. 1.2.2 Objetivos Específicos Para atingir ao objetivo geral e direcionar o desenvolvimento desta pesquisa, foram definidos como objetivos específicos: 1) Compreender a relação dos conceitos de urbanismo, sustentabilidade e igualdade social aplicada aos espaços urbanos;.

(23) 23. 2) Analisar o Programa Cidades Sustentáveis, suas ferramentas e potencialidades como um indicador para a gestão das cidades de forma mais sustentável; 3) Aferir dentro da cidade de Barueri as características do urbanismo sustentável em dois bairros de extremidades quanto ao seu IDHM, apresentando as diferenças e igualdades entre eles; 4) Identificar e analisar os resultados apresentados pela cidade de Barueri dentro do Programa Cidades Sustentáveis. 1.3. Justificativa As cidades segundo United Nations Environment Programme [UNEP] (2012) em 2011. ocupavam 3% da superfície terrestre, no entanto, são responsáveis por 50% dos resíduos produzidos, 60 a 80% da emissão de Gases Efeito Estufa [GEE] e de 75% do consumo dos recursos naturais. As cidades no que lhe diz respeito, são igualmente responsáveis por grande parte do consumo de energia e dos recursos naturais, configurando grande preocupação referente à gestão dos recursos hídricos, do saneamento e a gestão dos resíduos. E um dos principais desafios dentro do planejamento urbano refere-se à criação de cidades onde seus espaços sejam lugares agradáveis e seguros para viver, não excluindo as questões do desenvolvimento social, econômico e cultural (Tavares, 2019). Gehl (2013) levanta a necessidade de as cidades estarem atentas às necessidades humanas e a qualidade do espaço construído. Charlot-Valdieu e Outrequin (2006) apontam que uma cidade será sustentável quando o conjunto dos seus bairros for equitativamente sustentável, neste sentido justifica-se o estudo do desenvolvimento sustentável partindo da escala dos bairros para as cidades. Posto que reduzindo a escala de estudo para o bairro ao invés da cidade, é possível se replicar posteriormente as conclusões obtidas dentro do micro-estudo (bairro) para um macro-estudo (cidade). O recorte do bairro definido para área de estudo deu-se pelo fator histórico de discrepância social e urbana, com a construção dos grandes residenciais de alto padrão de Alphaville na cidade de Barueri, situada na região metropolitana de São Paulo, e o recorte dentro da cidade foi determinado através da análise do IDHM dentro da cidade de Barueri, escolhendo as duas extremidades do ranking apresentado por Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil [Atlas Brasil] (2019). Neste contexto, a pertinência do estudo se demonstra na medida em que a busca por ambientes urbanos mais sustentáveis é cada vez mais iminente, haja vista os desafios.

(24) 24. ambientais, sociais e econômicos dentro do ambiente urbano, partindo do pressuposto em analisar a utilização de indicadores como ferramenta para um desenvolvimento urbano sustentável, com a construção colaborativa da cidade, a participação na produção do espaço urbano, as dinâmicas socioeconômicas e ambientais no desenvolvimento sustentável, o desafio da inovação e da interação entre os atores: sociedade civil, instituições, organizações e políticas públicas e a universidade na formação das cidades. Buscando contribuir para o enriquecimento, debate e produção acadêmica alinhado a linha de pesquisa 2 “Espaço Urbano, Sociedade Civil e Democracia” dentro do programa de mestrado em planejamento urbano desta instituição, e contribuindo assim para a sociedade no aprimoramento do processo e transformação do planejamento urbano. Deste modo, os resultados obtidos poderão contribuir para o avanço acadêmico do planejamento urbano, reflexões acerca das práticas dos indicadores do desenvolvimento sustentável dentro dos municípios, em especial o Programa Cidades Sustentáveis [PCS]. 1.4. Estrutura do Trabalho A dissertação foi estruturada de forma que, o Capítulo 1 apresenta a introdução dentro. da temática do planejamento urbano sustentável e do emprego dos indicadores dentro da gestão, o problema de pesquisa e os objetivos a serem atingidos, juntamente com a justificativa de pesquisa, e a partir dos objetivos traçados o desenvolvimento da pesquisa pode ser concretizado. Em um primeiro momento o embasamento teórico no que se refere a sustentabilidade, o planejamento urbano e o urbanismo social (Leite, Maricato, Noleto, Rogers, Romero, Vaconcelos, Villaça), a problemática da crescente expansão urbana (Asher, Duran, Frumklin, Macedo, Noleto, Romero, Silva), a identificação dos principais índices e indicadores de sustentabilidade já estabelecidos (Araujo, Albuquerque, Leite, Moraes, Navascinsk, Negreiros, Van Bellen), o estudo do PCS e os ODS estabelecidos na Agenda 2030 ( Barroso, Navascinsk, Negreiros, Van Bellen, Rede Nossa SP) e histórico de formação da cidade de Barueri (Coelho, Guerra, Reis Filho), escolhida para esta pesquisa, o estudo das legislações municipais vigentes e do plano diretor, formando assim o Capítulo 2 do trabalho. A pesquisa recorreu de referências nacionais e internacionais com base de dados no Scopus Elsevier, com acesso por meio do Portal de Periódicos Capes, com as palavras-chaves “desenvolvimento. sustentável”,. “sustentabilidade. urbana”,. “cidades. sustentáveis”,. “indicadores de sustentabilidade”, “programa cidades sustentáveis”, “objetivos do desenvolvimento sustentável” e “Barueri”, focando a pesquisa no título, objetivos e palavras-.

(25) 25. chaves. Permitindo assim, o entendimento da conceituação da cidade sustentável nos dias atuais, refletindo os principais conceitos do urbanismo sustentável, com o propósito de tornar possível a compreensão do papel que cada pessoa exerce sobre a concepção do espaço urbano e da cidade em si, tornando possível destacar as potencialidades do uso do urbanismo sustentável dentro da formação da cidade. A seguir do embasamento teórico geral, o Capítulo 3, apresentará o processo metodológico bem como a apresentação do recorte da área de estudo. Em continuidade, o Capítulo 4 apresenta o estudo de caso, levantamento, verificação e análise local de um recorte de dois bairros dentro da cidade de Barueri escolhidos através do maior e menor IDHM segundo [Atlas Brasil] (2019). A análise do emprego do PCS como um indicador de gestão dentro do município, e entrevistas semiestruturadas com os atores locais compreendidos na hélice quádrupla, apresentando de que forma a sustentabilidade urbana está representada nos dois contextos e como os ODS e o PCS pode beneficiar as potencialidades de melhorias baseada no planejamento urbano sustentável e social. O diagnóstico será composto por mapas que permitam visualizar a extensão territorial, a interpretação dos dados demográficos, observação ao espaço de recorte definido, ajudando na construção do perfil urbano da região e de sua população frequentadora. Dentro de todo desenvolvimento desta dissertação obteve-se um total de 158 consultas, sendo 78% documentos nacionais e 22% documentos internacionais. Deste total, 42 eram artigos, 42 livros e 9 documentos acadêmicos, apresentado conforme Figura 1. 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. Legenda: 1) Periódico Qualis A1 2) Periódico Qualis A2 3) Periódico Qualis B1 4) Periódico Qualis B2 5) Periódico Qualis B3 6) Periódico Qualis B4 7) Periódico Qualis B5 8) Periódico Qualis C 9) Periódico sem qualis 10) Livro 11) Dissertação Mestrado 12) Dissertação Doutorado 13) Sites 14) Congressos e Simpósios 15) Documentos Orgãos Públicos. Figura 1. Resultantes finais das referências utilizadas para desenvolvimento da dissertação Fonte: Elaborado pela autora (2019).. Após o embasamento teórico, e a construção do estudo de caso, suas análises e resultados apresenta-se na sequência o Capítulo 5 com a considerações finais do estudo, propostas de estudos futuros, referências utilizadas, anexos e apêndices para a produção deste..

(26) 26. 2. Referencial Teórico 2.1 O Urbanismo e as Cidades “As cidades são o maior artefato já criado pelo homem. Sempre foram objetos de desejos, desafios, oportunidades e sonhos”. Carlos Leite. Para Jorge Wilheim, grande urbanista e um dos responsáveis pela implementação da Habitat II, o ser humano ao procurar viver em uma cidade, busca satisfazer um conjunto de quatro sentimentos e qualidades básicas que é sentir-se abrigado, sentir-se saudável, sentir-se protegido e sentir-se livre (Wilheim, Maglio & Lima, 2018). O sentimento de abrigo implica primeiramente no espaço privativo de onde morar, acolhendo a si e sua família, um espaço de segurança do indivíduo às intempéries e pressões. O sentir-se saudável implica antes de tudo na alimentação para si e sua família, na sustentabilidade da saúde física e mental. A proteção para Wilheim traz a garantia de obtenção do trabalho com renda suficiente, a oportunidade de se trabalhar, educar-se e ser aceito na sociedade sem preconceitos e a segurança sobretudo da proteção ao perigo de vida em relação aos acidentes de tráfego, malfeitores, criminosos e perseguidores, já a sensação de liberdade está na raiz da transformação das cidades, da livre mobilidade, do ir e vir de forma simples e sem impedimentos. É a satisfação desses sentimentos, que serve de base para a busca de uma “cidade boa do século XXI”. A definição de cidade compreende diversas interpretações e conceitos, principiando daquilo que é comum a todos os cidadãos, a contar de espaços públicos e da paisagem urbana. A palavra cidade tem origem do latim “civitate”, próximo a palavra “civitas” originária das palavras cidadão e civilização. Já a palavra urbano origina do latim “urbs”, que também tem como significado cidade. Buscando o significado da palavra cidade vinda do grego “polis”, a mesma, deu origem a palavra política. Grandes pensadores e estudiosos já trabalharam o conceito e definição de cidades, e apresentamos algumas dessas reflexões na Tabela 1..

(27) 27. Tabela 1. Conceitos de Cidade Autores Filósofos criadores do Socialismo Científico. Ano 1846. Obra/Produção Livro a Ideologia Alemã. Engenheiro Urbanista responsável pelo plano de expansão de Barcelona Geógrafo. 1867. Teoria Geral de La Urbanización. 1882. Livro Antropogeographie. Paul Meuriot. Historiador. 1897. René Maunier. Sociólogo. 1910. Robert Ezra Park. Sociólogo fundador da Escola de Sociologia Urbana de Chicago. 1916. Tese as aglomerações urbanas na Europa contemporânea Tese a origem e a função econômica das cidades livro The City de 1925. Le Corbusier. Arquiteto. 1930. Frank Lloyd Wright. Arquiteto. 1932. Lewis Mumford Kevin Lynch. Historiador. 1938. Urbanista. 1960. Jean Gottmann. Geógrafo. 1961. Jane Jacobs. Urbanista. 1961. Livro Morte e vida das grandes cidades. Henri Lefebvre. Filósofo. 1968. livro O Direito à Cidade livro A Revolução Urbana. Karl Marx e Friedrich Engels Ildefonso Cerdá. Friedrich Ratzel. 1970 David Harvey. Geógrafo. 1973. A Ville Radieuse apresentado CIAM de Bruxelas livro The Disappearing City. livro A Cultura das Cidades livro A Imagem da Cidade Livro Megalopolis. Definição de Cidade A realidade da concentração da população, dos instrumentos da produção, do capital, dos prazeres, das necessidades. Fragmentos das épocas passadas muito mal reunidas. Um adensamento contínuo de pessoas e habitações humanas, que ocupa uma considerável área do solo e que está localizado no centro das principais linhas de tráfico A reunião em um espaço relativamente restrito de uma população mais ou menos considerável Sociedade complexa cuja base geográfica é particularmente restrita relativamente a seu volume Cidade é, sobretudo, um estado de espírito, um conjunto de costumes e tradições, de atitudes e sentimentos organizados, inerentes à esses costumes e que são transmitidos com essas tradições Em que o tempo, a circulação e a racionalidade são os principais eixos de trabalho. Propôs a ideia de “Broadacre City”, ou “cidade dispersa”, em que cada família teria um lote mínimo de um acre (cerca de 4.000 m²), estruturada em uma super autoestrada, onde reinaria o automóvel Representa fisicamente a cultura e a vitalidade de uma sociedade específica Existe mais do que a vista alcança, mais do que o ouvido pode ouvir Área urbanizada com uma estrutura nebulosa; e seria o resultado de um crescimento excepcional e uma área pioneira Um imenso laboratório de tentativa e erro, fracasso e sucesso, em termos de construção e desenho urbano A projeção da sociedade sobre o terreno O urbano é uma forma pura: o ponto de encontro, o lugar de reunião, a simultaneidade Sistema dinâmico complexo no qual a forma espacial e o processo social estão em contínua interação. (continua).

(28) 28. Jean Bastié e Bernard Dezert. Urbanista. 1980. Paul Claval. Geógrafo. 1988. Dictionnaire de l´urbanisme et de l´aménagement. Roberto Lobato Corrêa Marcel Roncayol. Geógrafo. 1989. livro O Urbano.. Geógrafo. 1990. Francesco Indovin. Urbanista. 1990. Saskia Sassen Milton Santos Denise Pumain. Sociólogo. 1991. Geógrafo. 1994. Geógrafa. 2006. Richard Rogers. Arquiteto. 2011. Espaço. Livro The Global City Dictionnaire La ville et l´urbain. (continuação Tabela 1) Um espaço geométrico, mas também como um espaço físico, um espaçotempo, um espaço econômico, um espaço social e um espaço percebido e vivido Uma organização destinada a maximizar a interação social, onde três condições são indispensáveis para a constituição de uma cidade: aglomeração das construções; certos traços sociais da população e uma certa dimensão Espaço fragmentado e articulado, reflexo e condicionante social, um conjunto de símbolos e campos de lutas É um território particular ou uma combinação de territórios, e para o estudo das cidades deveriam ser analisadas a população, as funções, a cultura, a morfologia, a divisão social e divisão funcional do espaço urbano, a política e o território Uma massa consistente de população, serviços e atividades produtivas; dispersão em um território muito vasto; e alta conexão entre os distintos pontos do território Uma aglomeração de funções centrais Seria o particular, o concreto e o interno, ao mesmo tempo, uma região e um lugar Um meio de habitat denso, caracterizado por uma sociedade diferenciada, uma diversidade funcional, uma capitalização e uma capacidade de inovação que se inscrevem em múltiplas redes de interação e que formam uma hierarquia, que incluem nós de mais em mais complexos que vão desde as pequenas cidades até as maiores Habitat da humanidade. livro Cidades para um pequeno planeta Jan Gehl Arquiteto 2013 livro Cidades para Cheia de vida, segura, sustentável e Pessoas saudável Fonte: Elaborado pela autora a partir de Vasconcelos (2015); Universidade Federal da Bahia [UFBA] (2019).. Inúmeros significados e simbolismos atribuídos a cidade se faz necessário, a fim de assimilar seu papel particular dentro da contemporaneidade. O importante em buscar como síntese de todas as conceituações sobre cidade apresentados na Tabela 1 é que a cidade é um organismo vivo complexo, em transformação conforme sua época, vinculada ao convívio social e não apenas as formas e construções, sendo necessário contextualizar sempre os períodos históricos e geográficos..

(29) 29. 2.1.1. Urbanismo Contemporâneo: Uma Sociedade Pós-Moderna "A cidade que dispõe da velocidade dispõe do sucesso" Le Corbusier. A cidade contemporânea segundo Noleto (2016) passa a ser identificada no início do século XIX como um modelo de cidade, uma forma física que refletida espacialmente no processo de transformação da sociedade mundial iniciado no período pós-guerra. Le Corbusier em 1930 desenvolveu como conceito para a cidade moderna as 4 funções de: habitar, trabalhar, recrear (cultivar o corpo e o espírito) e circular. Para Silva (2011) e Noleto (2016) o desmembramento de áreas domiciliares, de recreação, do comércio e da prestação de serviços e das indústrias, sendo conectadas por meio de um sistema viário, elegendo o automóvel como indispensável meio de transporte no tecido urbano, surgindo a necessidade dos projetos complexos de sistemas viários, hierarquizando as vias conforme velocidade, classificação e volume de deslocamento. Desta forma, o cidadão passa a ser desestimulado a caminhar e circular a pé, ou utilizar os meios alternativos de deslocamento devido à grande dispersão, tornando-se esse hoje, a maior problemática urbana a ser vencida nas grandes metrópoles, onde a necessidade das longas viagens diárias entre trabalho, escola e domicílio. Le Corbusier idealizava a cidade moderna como uma “máquina de morar”, com um certo aspecto tecnocrático e elitista (Silva, 2011). Após a elaboração da Carta de Atenas em 1993, o urbanismo moderno passa segundo Noleto (2016) a abandonar a visão da máquina representando o futuro da sociedade. Em consonância a isto, a Carta de Atenas possui um plano instrumental idealizador que promove uma nova organização espacial voltada no zoneamento rígido de 16 funções específicas dentro do território urbano, buscando esclarecer os problemas da sociedade industrial do século XX, mediante a ênfase da funcionalidade, e acarretando uma nova cultura urbana. Preconizando o desmembramento das áreas domiciliares, diversão e de trabalho passando a ser interligadas a uma rede de trajeto eficiente (Noleto, 2016). Este é o princípio do noção de zoneamento empregado em diversas cidades ao redor do mundo, incluindo as cidades brasileiras, de que com o zoneamento a cidade passa a ser um local organizado, seguro e previsível para a sociedade urbana. Romero (2009) defende que este modelo de cidade traz a impessoalidade dos espaços urbanos, conduzindo a um esvaziamento do espaço público e a eliminação dos valores simbólicos e referenciais das edificações, diminuindo assim o sentido de vizinhança e pertencimento do espaço, resultando muitas vezes na negligência dos espaços públicos e.

(30) 30. comuns, e uma rápida redução gradual urbana. A cidade moderna racionalista e com espaços ordenados, onde cada função tem seu devido lugar dentro do espaço urbano, já não se encaixa a complexidade dinâmica da cidade contemporânea com um sistema adaptativo e com múltiplos atores, representada nos dias atuais como a terceira revolução urbana, que de acordo com Asher (2010) busca romper o racionalismo do progresso linear e dos futuros previsíveis, tornando-se um sistema de feedback e requerendo uma grande reflexão antes, durante e depois de todo processo, e podendo por diversas vezes retornar a etapa anterior se preciso. A terceira revolução urbana é marcada pela velocidade dos fluxos de informação, pelo enfraquecimento das comunidades locais e o surgimento de novas e mais complexas relações sociais, passando o capitalismo a deixar de ser industrial e passando a ser cognitivo (Noleto, 2016). Em consequência da forma de zoneamento e setorização dos espaços, surge o fenômeno da expansão urbana, espalhamento ou dispersão urbana, conhecida também como Urban Sprawl, um modelo urbano em evolução ao longo da história do urbanismo, pela necessidade de se organizar o território das cidades em crescimento, especialmente, após a Primeira Revolução Industrial (Duran, 2004). Apropriando-se do conceito modernista, foi consolidado na segunda metade do século XX, principalmente nos EUA e Europa, a circulação como prioridade na disposição das cidades e em seu desenho viário. A cidade dispersa dentro os países desenvolvidos e em desenvolvimento, é composta de espaços fragmentados, tanto em sua morfologia quanto em suas questões socioeconômicas e ambientais (Macedo, 2011). "(...) Quanto mais estradas construímos, menos tempo parece ter cada indivíduo (...). Quanto mais ênfase se dá à economia de tempo, mais se orienta o conjunto de sistema de transporte para atender às necessidades dos mais ricos da sociedade.” John Whitelegg apud Durán, 2004p. 47.. A evolução urbana baseada no automóvel, aos moldes dos bairros de periferia americanos, para Macedo (2011) criou um fenômeno apontado pelo jornalista Joel Garreau como as “cidades fronteiriças” ou Edge Cities, sendo elas situadas em entroncamentos de autoestradas e anéis viários, geralmente constituída de um aglomerado comercial e vários condomínios fechados, exigindo assim o uso do automóvel para locomoção a qualquer lugar, escola, supermercado, trabalho, lazer. Essas cidades fronteiriças localizadas nas franjas dos conglomerados urbanos seguem os moldes das cidades jardim do início do século XX, dando origem ao desenvolvimento de suburbanização das cidades americanas, e se analisarmos o urbanismo das cidades brasileiras a manifestação mais evidente desse espraiamento das cidades são os condomínios AlphaVille,.

(31) 31. desenvolvidos pela empresa loteadora AlphaVille Urbanismo S.A. que já efetuou mais de 50 empreendimentos em 20 estados brasileiros. Esses loteamentos mantêm muito essa tipologia, com baixíssima densidade, habitações unifamiliares e segregamento de usos. As famílias que optam por morarem nestes condomínios tem motivações diversas, mas em sua maioria segundo Macedo (2011) escolhem morar em bairros distantes das grandes cidades fundamentado no alto índice de criminalidade das cidades e na procura por mais segurança. Estes condomínios anuem com os preceitos do Novo Urbanismo, e “apresentam” uma imagem de sustentabilidade e consciência ambiental, comprovando sua tipologia (Macedo, 2011). O espraiamento das cidades deve ser analisado com critério, pois o resultado de tal urbanismo beneficia a segregação, o predomínio do automóvel e o aumento da poluição. Usos distintos dos espaços segundo Frumkin (2001) são reunidos de forma a dar função a dispersão urbana, com conjuntos rígidos, separados uns dos outros, monofuncionais e setorizados em espaços públicos, habitações, escritórios, escolas, hospitais, indústrias, parques de lazer e conduzido pelo planejamento urbano e as leis de zoneamento, onde por sua vez, estradas extensas são construídas, criando uma dependência automotiva conforme Figura 2, onde até mesmo para comprar um jornal ou um litro de leite é necessário o uso de um carro.. Figura 2. Ciclo de Dependência automotiva Fonte: Silva (2011).. Segundo Frumkin (2001), as fontes automotivas nos EUA são autoras por aproximadamente 30% das emissões de óxido de nitrogênio, 30% de hidrocarbonetos, e 18% da emissão de GEE após a década de 1990. É de conhecimento que os efeitos dos gases emitidos.

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