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A formação do professor de ciências contábeis : a importância do aprendizado para a docência

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Academic year: 2021

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(1)CLAUDIO MARCOS PRAXEDES DIAS. A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS: A IMPORTÂNCIA DO APRENDIZADO PARA A DOCÊNCIA. Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe obtenção do título de Mestre em Educação sob a orientação da Profa. Dra. Veleida Anahí da Silva. SÃO CRISTÓVÃO MAIO DE 2010.

(2) FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE. Dias, Claudio Marcos Praxedes D541f A formação do professor de ciências contábeis : a importância do aprendizado para a docência / Claudio Marcos Praxedes Dias. – São Cristóvão, 2010. 92 f. : il. Dissertação (Mestrado em Educação) – Núcleo de Pós-Graduação em Educação, Pró-Reitoria de PósGraduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2009. Orientador: Profª Drª Veleida Anahí da Silva. 1. Educação – Formação profissional. 2. Docência. 3. Contabilidade. I. Título. CDU 378.22:657.

(3)

(4) Aos meus pais pelo carinho e dedicação, a Deus pela vida e a todos que se fizeram presente em minha jornada..

(5) Agradecimentos À cidade de Aracaju pela acolhida. À professora Veleida pela paciência e compreensão. À professora Inêz e Anamaria Bueno modelos de profissionais aos quais me inspiraram. Aos amigos Marcelo e Janaína que deram o pontapé inicial para que se realizasse este sonho. Particularmente ao professor Bernard Charlot que, mesmo sem saber, contribuiu para esta etapa, por sua conduta e sua humildade. Ao amigo Glauber pela caminhada e companheirismo no decorres deste mestrado A todos que direta ou indiretamente contribuíram com a pesquisa e com a conclusão deste mestrado..

(6) “Todo o homem recebe duas espécies de educação: a que lhe é dada pelos outros, e, muito mais importante, a que ele dá a si mesmo.” Edward Gibbon.

(7) RESUMO. O presente trabalho teve como foco o estudo da formação dos professores de Contabilidade e sua importância para o exercício da docência. Foram pesquisados no total quatorze professores, sendo sete do Centro Universitário de Gurupi – UNIRG, em Tocantins e sete da Universidade Tiradentes – UNIT, em Sergipe. Foram aplicados questionários e entrevistas para levantamento dos dados. A pesquisa sobre a formação do professor de Contabilidade é complexa por se tratar de um curso extremamente tecnicista em que o mercado oferece melhores remunerações do que a atividade docente. Alia-se isso ao não preparo do docente ao longo de sua formação, seja na graduação seja na pós-graduação. A maioria possui somente a especialização e esta aborda a área pedagógica de forma superficial não sendo suficiente para o exercício da docência. Ainda há a pouca participação das IES em suprir tais demandas, salvo algumas que realmente tendem a oferecer cursos de capacitação em didática. Apesar de ser uma profissão antiga o seu ensino superior é recente, tendo muito a galgar. A pesquisa abordou os aspectos relativos à formação do professor, sua importância para o exercício da atividade docente e permeou-se entre os aspectos relevantes para os professores através de entrevistas orais e aplicação de questionários. Observa-se, ao final, que a ampliação dos cursos strictu sensu, melhorias salariais, de estrutura nas IES são alguns pontos, de vários, a serem superados para que se consiga qualificar os docentes, e podemos acrescentar aí como conseqüência, um aumento nos estudos na área do ensino de Contabilidade. Palavras-chave: Formação, Ensino-Aprendizagem, Contabilidade, Docência.

(8) RÉSUMÉ. Le travail en question avait des études sur la formation de professeur de comptabilité et la influence dans l`enseignement et d`apprentissage . Nous avons cherché quatorze professeurs , sept professeurs du Centre Universitaire de Gurupi – UNIRG localizé Tocantins et sept de l`Université Tiradentes – UNIT localizé en Sergipe. Ont été appliquées des questionnaires et d`entretiens pour échanttilonnage données. L`étude sur la formation du professeur de comptabilité est nécessaire dedicacer et travail , parce qu`il est um stage techinique ou le marche offre les meilleur salaires que l`activité d`enseigment. Il y a aussi le manque de préparation en premier cycle ou troisieme cycle. Le grand part a seulement spécilalisation et l`approche est superficielle, ce n`est pas suffisant pour l`exercice de l`enseignement.Il ya encore peu de participation des IES , sauf quelques uns qui donnent des cours couvrent. Tout en étant un ancien métier leurs études supérieures est récente, ayant beaucoup a faire . Grossissement des cours strictu sensu, les meilleur salaires , structures IES sont quelques points a surmonter pous la qualification des professeurs et la consequénce va augmenter les études de comptabilité. Mots clés – Formation, éducation, apprentissage , comptabilité, enseignement..

(9) SUMÁRIO. Lista de Figuras.................................................................................................................... 09 Lista de Quadros .................................................................................................................. 10 Lista de Tabelas ................................................................................................................... 11. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12. I. O ENSINO DA CONTABILIDADE E SUA HISTÓRIA ................................................. 15 1.1 A História da Contabilidade no Brasil ................................................................... 15 1.2 O Brasil Colônia e as Aulas de Comércio .............................................................. 16 1.3 Os Cursos Profissionalizantes ou de Ensino Técnico ............................................. 19 1.3.1 O Curso profissionalizante comercial .................................................... 21 1.4 O Ensino Superior de Contabilidade: Criação e Formas Atuais .............................. 25 1.5 O ensino contábil em Sergipe ................................................................................ 25 1.6 O ensino contábil em Tocantins............................................................................. 25. II. A FORMAÇÃO DOCENTE ........................................................................................... 27 2.1 A Formação do Professor de Contabilidade ........................................................... 27 2.2 Habilidades e Competências Exigidas ao Professor de Contabilidade .................... 30 2.3 Ensino e Aprendizagem no Curso de Ciências Contábeis ...................................... 33. III. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 38 3.1 Caracterização da Pesquisa, Universo, Amostra e Seleção de Sujeitos ................... 38 3.2 Da Construção do Questionário e da Entrevista ..................................................... 40. IV. RESULTADOS DA PESQUISA ................................................................................... 44 4.1 Análise e Interpretação dos Questionários ............................................................. 44 4.2 Análise e Interpretação das Entrevistas .................................................................. 54. V. CONCLUSÕES .............................................................................................................. 62. REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 64.

(10) APÊNDICES ....................................................................................................................... 67 Apêndice I: Questionário de entrevista dos professores ........................................................ 68 Apêndice II: Carta de concessão de direitos ......................................................................... 70 Apêndice III: Roteiro de entrevista ....................................................................................... 71 Apêndice IV: Entrevista professores UNIRG ....................................................................... 72 Apêndice V: Entrevista professores UNIT............................................................................ 86.

(11) LISTA DE FIGURAS. Figura 01: Classificados do Jornal do Commercio ................................................................ 17 Figura 02: Classificados do Jornal do Commercio ................................................................ 18 Figura 03: Evolução do Ensino da Contabilidade no Brasil .................................................. 18 Figura 04: Formação Técnica e Acadêmica do Professor de Contabilidade ........................... 29.

(12) LISTA DE QUADROS. Quadro 01: Reforma do Ensino Comercial de Nível Médio .................................................. 21 Quadro 02: Instituições de Ensino Superior em Contabilidade de Sergipe ............................ 22 Quadro 03: Instituições de Ensino Superior em Contabilidade de Tocantins ......................... 23 Quadro 04: Formação técnica e acadêmica do professor – característica e principais elementos............................................................................................................. 30 Quadro 05: Competência Global do Professor ...................................................................... 32 Quadro 06: Identificação do Pesquisado ............................................................................... 41 Quadro 07: Formação e Capacitação .................................................................................... 41 Quadro 08: Relação Ensino-Aprendizagem .......................................................................... 41 Quadro 09: Formação e Capacitação .................................................................................... 42 Quadro 10: Relação Ensino-Aprendizagem .......................................................................... 43.

(13) LISTA DE TABELAS. Tabela 01: Cursos strictu sensu no Brasil ............................................................................. 24 Tabela 02: Grau de Formação .............................................................................................. 27 Tabela 03: Tempo de Docência Superior .............................................................................. 39 Tabela 04: Sexo dos Pesquisados ......................................................................................... 39 Tabela 05: Idade dos Pesquisados ........................................................................................ 40 Tabela 06: Tempo de Dedicação à Faculdade ....................................................................... 40 Tabela 07: Pontuação por Professor da UNIRG .................................................................... 55 Tabela 08: Pontuação Por Professor da UNIT ...................................................................... 55 Tabela 09: Variação de Pontuação entre UNIRG e UNIT por Professor ............................... 55.

(14) INTRODUÇÃO. O estudo do ensino da Contabilidade é por si só um grande desafio, seja por seu caráter peculiar, tendo em vista tratar-se de um curso com foco tecnicista, prático, seja por produções incipientes dentro da área. Levando-se em conta que é uma das profissões mais antigas que se tem conhecimento, pois data-se da pré-história, o seu ensino ainda caminha a passos lentos. No Brasil particularmente, percebemos que há uma demanda considerável por esta área de concentração, tanto no que se concerne à pesquisa quanto na produção literária voltada às técnicas pedagógicas aplicáveis ao ensino contábil e também aos temas técnicos e específicos da Contabilidade. A própria formação do professor de Contabilidade é pouco abarcada nas graduações. Não se contempla dentro da grade curricular do curso a possibilidade de que o profissional venha a se tornar professor, apesar de constar no quadro de profissões expostas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) na Resolução 560/1983: Art. 2º O Contabilista pode exercer as suas atividades na condição de profissional liberal ou autônomo, de empregado regido pela CLT, de servidor público, de militar, de sócio de qualquer tipo de sociedade, de diretor ou de Conselheiro de quaisquer entidades, ou em qualquer outra situação jurídica pela legislação, exercendo qualquer tipo de função. Essas funções poderão ser as de: analista, assessor, assistente, auditor ,interno ou externo, conselheiro, consultor, controlador de arrecadação, "controller", educador, escritor ou articulista técnico, escriturador contábil ou fiscal, executador subordinado, fiscal de tributos, legislador, organizador, perito, pesquisador, planejador, professor ou conferencista, redator, revisor [...] Art.3º São atribuições privativas dos profissionais da contabilidade: [...] 44) - magistério das disciplinas compreendidas na Contabilidade, em qualquer nível de ensino no de pós-graduação; (grifo nosso). Normalmente o aluno de destaque dentro do meio acadêmico do curso geralmente é convidado a ministrar aulas após o término da graduação e muitas vezes não possui nem ao menos uma especialização. Há também aquele profissional prático no mercado o qual é requisitado a se tornar um docente e que não possui nenhum preparo pedagógico para exercer tal função. Uma das justificativas para a baixa procura da profissão docente é que a remuneração do mercado para o profissional contador é maior do que se oferece ao docente, o que deixa de atrair bons profissionais. Conforme Fávero (apud Nossa, 1999, p.8), “a área contábil ainda encontra um outro agravante que é o setor empresarial oferecendo melhores.

(15) condições de trabalho aos profissionais mais qualificados, e retirando do ensino aqueles que poderiam dar maior impulso ao seu desenvolvimento”. Nesse contexto faz-se uma reflexão crítica quanto à exigência da LDB/96 sobre a indissociabilidade de ensino-pesquisa-extensão. Se por um lado os cursos de Ciências Contábeis são carentes de docentes e aí aceitam-se profissionais despreparados para tal, por outro lado não há como se atender tal exigência da LDB, sendo que, pelo despreparo e desqualificação principalmente na área de pesquisa, adquirida pela formação strictu sensu, não há que se dizer em triangulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão. Assim sendo, cabe responder a seguinte questão: De que forma se dá a formação do professor em Contabilidade e qual a sua importância no exercício da docência? Busca-se então, compreender a formação do docente em Contabilidade e como se transmite o conhecimento deste para como os discentes. Assim, ter estas informações é de suma importância para que se caminhe em direção a uma progressão consistente dos conhecimentos pedagógicos e de ensino. Para a execução do trabalho foram escolhidas duas Instituições de Ensino Superior (IES), uma localizada em Tocantins e outra em Sergipe. Estas foram escolhidas por terem similaridades nos cursos de Ciências Contábeis e por ser de fácil acesso às informações tendo em vista que trabalhei nestas instituições como professor e em uma delas como coordenador de curso. Foram utilizados como instrumentos de pesquisa o questionário e a entrevista, direcionados aos professores contadores de cada instituição. Este trabalho abarca inicialmente a contextualização histórica do ensino da Contabilidade, permeando sua criação oficial no Brasil e sua trajetória até os dias atuais. No segundo capítulo apresento a sobre a formação dos professores em Contabilidade, habilidades e competências, ensino-aprendizagem e a discussão de alguns trabalhos dentro da área como Ivam Ricardo Peleias (2006). Já no terceiro capítulo abordo toda a trajetória da metodologia e métodos para a execução do trabalho, desde as escolhas, dificuldades e alterações ao longo do trajeto. No quarto capítulo apresento os resultados da pesquisa, os dados quantitativos obtidos através do questionário e a discussão das entrevistas. Finalizando, são colocados as considerações finais e as sugestões de futuros trabalhos considerados complementares ao aqui apresentado. Estudar a trajetória de formação do professor por si só requer muito estudo e trabalho tendo em vista haver uma gama de variáveis implícita nesta formação. E quando se estuda esse professor em um curso de caráter mais tecnicista como o de Ciências Contábeis as dificuldades aumentam ainda mais. Mora aí então a relevância de tal estudo: buscar.

(16) compreender o caminho trilhado por professores com formação técnica e como estes têm influência no cotidiano de aprendizagem dos discentes. Com isso talvez possamos dar uma luz sobre pontos que para muitos se tornam obscuros e, quem sabe, auxiliar no entendimento da realidade docente do curso, movimentando de forma contundente para uma prática pedagógica, não se atendo somente às matérias específicas do curso..

(17) I O ENSINO DA CONTABILIDADE E SUA HISTÓRIA. 1.1 A História da Contabilidade no Brasil. O ensino da contabilidade no Brasil se dá com a chegada da família real ao país em 1808. Não se pode dizer, porém, que não havia tal atividade antes, posto que a Contabilidade é tão antiga quanto a humanidade: Não é descabido afirmar-se que a noção intuitiva de conta e, portanto, de Contabilidade seja, talvez tão antiga quanto a origem do Homo sapiens. Alguns historiadores fazem remontar os primeiros sinais da existência de contas a aproximadamente 2.000 anos a.C. Entretanto, antes disto, o homem primitivo, ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos, ao contar suas ânforas de bebidas, já estava praticando uma forma rudimentar de Contabilidade. (IUDÍCIBUS, 2006, p.34). Entretanto tem-se este marco pela instituição formal das aulas de Comércio no país. Esta se deu inicialmente na cidade do Rio de Janeiro, no Instituto Comercial do Rio de Janeiro. A preocupação com o ensino da Contabilidade foi cristalizado pelo aumento na atividade comercial no país, justo por tornar-se sede do Império Português, modificando, conforme Peleias (et al. 2007), toda a sua estrutura econômica, política e social: a “Colônia sofreu grandes alterações. Dentre as mudanças ocorridas, realçou a preocupação do governo com os negócios públicos e privados”. Em 23 de novembro de 1808 foi criada uma cadeira de Aula Pública de Ciências Econômicas no Rio de janeiro, cujo docente era o Visconde de Cairú (José da Silva Lisboa) que contribuiu de sobremaneira para os estudos de Contabilidade. Um dos marcos importantes para a propulsão da Contabilidade foi a derrocada do regime escravocata, levando os recursos a se instalarem em outras atividades produtivas, impulsionando os negócios em diversas áreas. Peleias (2007, p.24) afirma que “o país conheceu, pela primeira vez, um período financeiro áureo de grande movimento de negócios.” A Contabilidade então precisou se adaptar e evoluir para atender a esta nova fase do país. Percebe-se que há uma correlação intrínseca entre a evolução da contabilidade e as transformações históricas da sociedade. A crescente industrialização do Brasil no final do século XIX e intensificação no séc. XX, principalmente após as duas grandes guerras, efetivaram a concretização do ensino contábil, principalmente em atendimento à demanda.

(18) produtiva existente. Neste contexto houve a instalação do Ensino Comercial pelo decreto n.° 1339 de 09.01.1905 e os Cursos Profissionalizantes pelo Decreto n.° 17329 de 28.05.1926.. 1.2 O Brasil Colônia e as Aulas de Comércio A História da Contabilidade no Brasil data de 1530 aproximadamente (SILVA et al., 2008) com o desenvolvimento das primeiras Alfândegas. Em 16 de julho de 1679 cria-se, através da Carta Régia, a Casa dos Contos, órgão incumbido da fiscalização das receitas e despesas do estado. Do período de 1.500 a 1.808, as atividades mercantis no Brasil eram incipientes, pois estas eram meramente especulativas. Conseqüentemente houve reflexo na educação e na atividade profissional dos responsáveis pela contabilidade, conhecidos como “Guarda-livros” ou “Contador Geral”, estes ligados à esfera pública. Araújo (p. 28, 1999) destaca que “há, para o nosso atraso bibliográfico, razões muito plausíveis do ponto de vista do colonizador. Em princípio, o século XVI brasileiro só tem, para Portugal, um interesse especulativo”. Temos com a vinda para o Brasil da Família Real, em 1.808, uma forma mais concreta de ensino profissionalizante na área contábil. Conforme Peleias (2007) a atividade comercial no Brasil era resumida à revenda de mercadorias produzidas fora do país. Ainda, “ao tornar-se sede do Império Português, a situação econômica, política e social da, então, Colônia sofreu grandes alterações. Dentre as mudanças ocorridas, realçou a preocupação do governo com os negócios públicos e privados” (PELEIAS, 2007). Não se pode falar, porém, que não existia método contábil no período anterior a 1.808. Existia, porém com relatos ou fontes esparsas. Ricardino (2001) cita três datas principais como primeiros passos para o ensino da contabilidade no Brasil: 1808 – Em 23 de fevereiro, criação da Cadeira de Economia Política, que, foi mais tarde denominada “Aula de Comércio”, pelo Decreto 456 de 6 de julho de 1846. 1810 – Criação da Academia Real Mineira. 1856 – Criação do Instituto Comercial do Rio de Janeiro por transformação da “Aula de Comércio”.. Já Peleias (2007) atribui a data da criação da Cadeira de Aula Pública de Ciências Econômica ao dia 23 de “novembro” de 1808, no Rio de Janeiro por mérito de José da Silva Lisboa, Visconde de Cairú. E em 1809, foram criadas as Aulas de Comércio, por meio de.

(19) Alvará de 15 de julho desse ano, iniciando-se o ensino comercial no Brasil. Para Silva (et al. 2008): O processo de escrituração contábil nos órgãos públicos tornou-se obrigatório em Portugal através do Alvará de 24 de dezembro de 1768. No Brasil, a primeira referência oficial à escrituração e relatórios contábeis ocorreu no ano de 1808, elaborada pelo Príncipe Regente D. João VI, conforme dispõe o texto da Carta: Para o método de Escrituração e fórmulas de Contabilidade de minha real fazenda não fique arbitrário a maneira de pensar de cada um dos contadores gerais, que sou servido criarem para o referido Erário: - ordeno que a escrituração seja mercantil por partidas, por ser a única seguida pelas nações mais civilizadas, assim pela sua brevidade, para o manejo de grandes somas como por ser mais clara e a que menos lugar dá a erros e subterfúgios, onde se esconde a malícia e a fraude dos prevaricadores.. Ericeira (apud PELEIAS, 2003) levanta a possibilidade de ter existido Aulas de Comércio anterior a 1808, no Maranhão a partir de 1755. A partir de 1830 houve uma maior configuração das Aulas, “por meio de decretos, ao qual o governo imperial aprovou, estabeleceu e modificou as condições de ofertas dessas Aulas” (PELEIAS, 2007 p. 24). Com a derrocada do regime escravocrata, entre 1810 e 1888, o Brasil tem um período áureo nos negócios, devido ao desvio dos recursos públicos para outras áreas produtivas. Peleias (2007, p. 24) afirma que: Somado ao efeito indireto do incremento das atividades comerciais inglesas, que voltaram ao país após o final do conflito em razão do comércio de escravos, a perda de importância relativa desse comércio até sua extinção teve impacto positivo no desenvolvimento econômico do Brasil no período. Esse foi o cenário para uma maior regulamentação do ensino comercial e da Contabilidade.. Na figura 01 e figura 02 mostram-se as exigências para o profissional da contabilidade à época.. Figura 01: Classificados do Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 13/10/1835 Fonte: Silva (et al. 2008).

(20) Figura 02: Classificados do Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 23/01/1850 Fonte: Silva (et al. 2008). A partir da Proclamação da República, grandes mudanças no ensino foram verificadas no Brasil. A extinção do Instituto Comercial do Rio de Janeiro e sua substituição pela Academia do Comércio do Rio de Janeiro em 1905 foi um marco para o ensino da contabilidade no século XX. Ainda em 1905 o Decreto n° 1339 que referendava a Academias de Comércio do Rio de Janeiro, também abrangeu a Escola Prática de Comércio de São Paulo e à Academia de Comércio de Juiz de Fora (PELEIAS p. 26, 2007). Entre 1905 e 1931 ocorreram ainda várias mudanças, entre elas Peleias (p. 26, 2007) cita: O Decreto no. 20158, de 30.06.1931, regulamentou a profissão de contador e reorganizou o ensino comercial, dividindo-o nos níveis propedêutico, técnico e superior. O propedêutico exigia o mínimo de doze anos para ingresso e realização de exames admissionais. No técnico, dividiu o ensino comercial em ramificações: secretário, guarda-livros e administrador-vendedor, com duração de dois anos, e atuário e perito contador, com duração de três anos. A análise da grade curricular revela a oferta de disciplinas contábeis aplicadas aos negócios mercantis, industriais, agrícolas e bancários.. Conforme a figura 03 pode-se verificar a evolução do ensino da Contabilidade no Brasil.. Figura 03: Evolução do ensino da Contabilidade no Brasil Fonte: PELEIAS (et al 2007)..

(21) Em 1943, pelo Decreto-lei n.° 6141, há a normatização das bases de organização e de regime do ensino comercial, centrando-o em dois ciclos: “o primeiro com um curso comercial básico e um segundo com cinco cursos de formação, denominados cursos comerciais técnicos, dentre eles o de Contabilidade. Na mesma data, o Decreto no. 14373 regulamentou a estrutura dos cursos de formação do ensino comercial” (PELEIAS p. 26, 2007).. 1.3 Os Cursos Profissionalizantes ou de Ensino Técnico. Pode-se entender como curso profissionalizante ou de ensino técnico os destinados a formar profissionais de nível técnico e que em alguns casos são equiparados ao ensino médio. Veiga (2007, p. 250) descreve que desde o início da República houve empreendimentos voltados ao ensino profissionalizante, mas somente a partir de 1940 ele se acentua, com a decretação das leis orgânicas d ensino técnico-profissional. No período de 1909, na presidência de Nilo Peçanha, foram criadas escolas de aprendizes1 e artífices2 para o ensino profissional primário gratuito e eram destinados a meninos entre 10 e 13 anos, para prepará-los para o trabalho e para serem úteis á nação (VEIGA, 2007). Essa acentuação descrita por Veiga (2007) dá-se principalmente devido à industrialização ocorrida no período do governo de Getúlio Vargas: A partir da década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, a industrialização brasileira sofre expressiva transformação quantitativa e, fundamentalmente, qualitativa, sobretudo na fase do Estado Novo, quando é adotada uma série de medidas visando à implantação de um núcleo urbano-industrial, que acaba por gerar mudanças significativas na economia do país. (CEFET, 2008). Não obstante, o aquecimento da indústria brasileira ocasiona a intensificação na qualificação ou preparação de mão-de-obra mais especializada para atuarem nas indústrias, principalmente as de base. As políticas nacionais da era Vargas são voltadas para diminuir a dependência do país frente à importação de insumos e matérias-primas de básicas. Com isso 1. Conforme o dicionário Escolar Língua Portuguesa, significa Pessoa que aprende um ofício ou arte; principiante, inexperiente. 2. No dicionário Escolar Língua Portuguesa, obreiro significa artesão, operário, oficial mecânico; o que professa alguma arte..

(22) foram criadas a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em 1941; A Companhia Vale do Rio Doce em 1942; a Fábrica Nacional de Motores (FNM) e da Fábrica Nacional Álcalis em 1943. O Brasil tenta implantar uma indústria de base modera, buscando o desenvolvimento econômico do país, alo lado dos demais setores tradicionais. Neste contexto as reformas implantadas por Gustavo Campanema entre 1942 e 1946, época em que esteve à frente do Ministério da Educação e Saúde Pública, são de fundamental importância para a organização do ensino de um modo geral, e em particular ao ensino profissionalizante. Uma das importantes medidas foi a criação da Escola Técnica Nacional, inaugurada oficialmente em 07 de outubro de 1944, apesar de estar funcionando desde 1942. Sua função básica era a de formar profissionais especializados para a indústria e atuava em dois níveis: cursos industriais básicos, equivalente ao chamado curso ginasial e os cursos industriais técnicos. Os cursos industriais básicos, em número de 15 e com duração de quatro anos, eram ofertados àqueles que tivessem o então curso primário, completo, (atual ensino fundamental de 1a à 4a série), nas seguintes modalidades: Alfaiataria; Aparelhos Elétricos e Telecomunicações; Carpintaria; Cerâmica; Corte e Costura; Chapéus, Flores e Ornatos; Fundição; Marcenaria; Máquinas e Instalações Elétricas; Mecânica de Máquinas; Mecânica de Precisão; Mecânica de Automóveis; Serralheria; Tipografia e Encadernação; e, ainda, Pintura. Já os cursos técnicos, destinados aos portadores de certificado do antigo ginasial ou dos cursos industriais básicos, tinham duração de três anos e eram em número de sete, abrangendo as modalidades: Construção de Máquinas e Motores; Eletrotécnica; Edificações; Decoração de Interiores; Desenho Técnico e Eletrotécnico; Desenho Técnico de Arquitetura e Móveis; e, ainda, Construção de Aeronáutica. (CEFET, 2008). O modelo econômico proposto ao país determinava as políticas adotadas à educação. Durante o período de 1945 a 1964, prevaleceram duas propostas de modelo de desenvolvimento econômico, bastante antagônicas na maioria dos pontos, entre eles a sua fundamentação, pois, para Vargas (1951-1954) o desenvolvimento perpassava pelo nacionalismo, culminado com o lema “O Petróleo é Nosso” e criação da Petrobrás. Já entre 1956-1961 no governo de Juscelino Kubischek baseava-se no crescimento econômico associado ao capital estrangeiro e seu lema era “50 anos em 5”. Outras propostas implantadas por Vargas influenciaram bastante no ensino profissionalizante, como a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários (Senai) em 22 de janeiro de 1942 para a qualificação do profissional industrial, e em 10 de janeiro de 1946 foi criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) com o objetivo de oferecer cursos profissionalizantes para os empregados de empresas comerciais..

(23) 1.3.1 O Curso profissionalizante comercial O Curso Técnico de Contabilidade era integrado às Ciências Econômicas e os Cursos Profissionalizantes Comerciais foram instituídos pelo Decreto n°. 17329 de 23.08.1923 e eram oferecidos da seguinte forma: um com formação geral de quatro anos e outro, superior, de três anos. De acordo com Peleias (et al 2007) “o curso geral conferia o diploma de Contador e o superior o título de graduado em Ciências Econômicas. Par ingresso no cursos Geral, a idade mínima era de treze anos e, no curso superior, dezessete anos.” Em 1931 o Decreto n°. 20158 regulamenta a profissão de Contador e reorganiza o ensino comercial, dividindo-o nos níveis propedêutico, técnico e superior (Quadro 01). Para o ingresso no propedêutico era exigida a idade mínica de doze anos e a realização de exames admissionais.. Quadro 01: Reforma do Ensino Comercial de Nível Médio. Primeiro ciclo. Segundo ciclo. Elementar (2 anos): Auxiliar de comércio Propedêutico (3 anos): Preparação para o 2° ciclo e habilitação de professores do 1° ciclo Técnico: Secretário (1 ano); guarda-livros (2 anos); administradorvendedor (2 anos) Técnico-propedêutico (3 anos): Atuário; perito contador. Fonte: Otaiza Romanelli (apud VEIGA, 2007). Em 22 de setembro de 1945 é instituído o curso superior de Ciências Contábeis e Atuariais, através do Decreto-lei n°. 7988, com duração de quatro anos. Observa-se nesse período uma intensa busca pelo desenvolvimento das forças produtivas. Assim sendo, vê-se a importância de uma maior profissionalização do profissional contábil.. 1.4 O Ensino Superior Geral: Papel da Universidade As grandes transformações econômicas, sociais e políticas que o mundo enfrentou e enfrenta, principalmente no final do século XIX, todo o século XX e início deste, demanda, na grande maioria das profissões, uma adequação ou mesmo um repensar de suas funções. Na Contabilidade não é diferente. Antes o profissional da área de Comércio era conhecido como Guarda-livros, denominação esta que restringia seu papel e era vinculada somente ao controle fiscal das empresas, que com o advento da Revolução Industrial, principalmente, levou a uma.

(24) nova perspectiva para a profissão. O surgimento de novos campos de conhecimento dentro desta ciência forçou a uma preocupação e, conseqüentemente, uma reestruturação no ensino, restrito até início do século XX às escolas profissionalizantes. No Brasil essa nova visão, a de melhor qualificação do ensino na Contabilidade se deu no final da metade do século XX com a criação de uma Faculdade, em São Paulo e somente na década de setenta do século passado é que surgiu o curso de mestrado strictu sensu. Apesar de a primeira instituição especializada no ensino da contabilidade seja a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado - FECAP, criada em 1902, têm-se a Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas – FCEA, instalada nas dependências da Universidade de São Paulo como a pioneira no ensino superior nessa área através do Decretolei n°. 15601/46 após a criação do curso superior de Ciências Contábeis e Atuariais, por meio do Decreto-lei n°. 7988 de 22.09.1945. (PELEIAS et al, 2007). Somente em 13 de junho de 1949, através do Decreto Federal 26.775 que é reconhecido o curso Superior de Ciências Contábeis na FECAP (SILVA, s.d.). A implantação do curso ocorre em um período de grandes transformações mundiais, com o fim da segunda guerra mundial e no Brasil com o nacionalismo de Getúlio Vargas e a busca pela industrialização mantida também pelo Presidente Juscelino Kubitschek. O ensino da Contabilidade até meados da década de 50 era predominado pela doutrina italiana, através da Escola Patrimonialista, que teve como seu maior pesquisador Vicenzo Masi. Entretanto, com a vida de grandes empresas americanas para o Brasil esta influência foi aos poucos sucumbindo à necessidade de uma padronização com as normas americanas. Com a edição da Lei 6.404/76 o país passa definitivamente a integrar os padrões internacionais, concretizando-se ainda os estudos promovidos pelos pesquisadores contábeis como Hilário Franco (SILVA, s.d.). Atualmente há 1.049 instituições cursos habilitados no Ministério da Educação e Cultura (MEC), conforme site do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Em Sergipe são cadastradas 09 (nove) Instituições, conforme Quadro 01. Quadro 02: Instituições de Ensino Superior em Contabilidade de Sergipe Curso / Habilitação Instituição Ciências Contábeis Universidade Federal de Sergipe - UFS Ciências Contábeis Faculdade Amadeus - FAMA Ciências Contábeis Faculdade José Augusto Vieira - FJAV Ciências Contábeis Instituto Sergipe de Ensino Superior - ISES Ciências Contábeis Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe - FANESE Ciências Contábeis Universidade Federal de Sergipe - UFS. Cidade/UF ITABAIANA-SE ARACAJU-SE LAGARTO-SE ARACAJU-SE ARACAJU-SE SAO CRISTOVAO-SE.

(25) Ciências Contábeis Ciências Contábeis Ciências Contábeis Fonte: INEP-2008. Universidade Tiradentes - UNIT Instituto Aracaju de Ensino e Cultura - IAEC Universidade Tiradentes - UNIT. ARACAJU-SE ARACAJU-SE ESTANCIA-SE. Já em Tocantins estão cadastradas 11 (onze) e instituições que oferecem o curso de Contabilidade, em sua maioria localizada na capital, Palmas. Quadro 03: Instituições de Ensino Superior em Contabilidade de Tocantins Curso / Habilitação Instituição Ciências Contábeis Centro Universitário Luterano de Palmas Ciências Contábeis Centro Universitário Unirg Ciências Contábeis Faculdade Católica do Tocantins Ciências Contábeis Faculdade de Ciências Contábeis de Araguaína Ciências Contábeis Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Paraíso Ciências Contábeis Faculdade Integrada de Ensino Superior De Colinas Ciências Contábeis Faculdade ITOP Ciências Contábeis Faculdade Serra do Carmo Ciências Contábeis Universidade Federal do Tocantins Ciências Contábeis Instituto de Pesquisa Objetivo Ciências Contábeis Instituto Palmas de Ensino Superior Fonte: INEP-2009. Cidade/UF PALMAS-TO GURUPIT-TO PALMAS-TO ARAGUAÍNA-TO PARAÍSO-TO COLINAS-TO PALMAS-TO PALMAS-TO PALMAS-TO PALMAS-TO PALMAS-TO. Esta mudança no cenário mundial e brasileiro além de exigir a criação de mais Instituições de Ensino Superior – IES, necessitou também a reformulação do ensinoaprendizagem, como aponta Fahl (p.31, s.d.): As evoluções e tendências do cenário econômico mundial enfatizam a necessidade de mudanças na forma e conteúdo da educação e treinamento de contadores. No passado, o ensino estava concentrado em princípios, normas, conceitos e fatos contábeis. A partir dos anos 80, passou a existir maior preocupação com a preparação do profissional contábil, com ênfase na metodologia que permitia ao estudante aprender a aprender, de forma a estar sempre atualizado.. Já a pesquisa em Contabilidade tem seus primeiros programas Stricto Sensu nos anos de 1970 e como pioneiro destaca-se o Programa de Mestrado da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. O estudo realizado por Peleias (et al 2007) demonstra a progressão dos mestrados no país. Na mesma década de 1970 foi criado o Programa de Mestrado em Ciências Contábeis da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro., que em 1991 foi reestruturado e transferido para a Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Em 1978 foi implantado o Programa de Doutorado em Ciências Contábeis na FEA/USP, pioneiro e único com alunos em nosso país, que vem influenciando de maneira decisiva a pesquisa contábil brasileira, pois a maioria absoluta dos doutores em Ciências Contábeis brasileiros é egressa desse Programa. Ainda, em 1978, foi implantado o Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Contábeis da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, fortemente apoiado por professores da FEA/USP..

(26) Na década de oitenta houve uma redução no número de programas de mestrado, retomando o crescimento na década de noventa e início deste século. Atualmente são oferecidos 16 (dezesseis) cursos em nível de mestrado e 03 (três) de doutorado, reconhecidos pela Capes, conforme Tabela 01. Algumas razões para esta implantação são apontadas por Peleias (et al 2007), sendo que as exigências da Lei n.º 9394/96 exigem 1/3 do corpo docente das instituições superiores em nível mínimo de mestrado. Outro é o aumento da oferta de cursos superiores de contabilidade aliado à necessidade de formação de profissionais voltados à pesquisa. Tabela 01 – Cursos strictu sensu no Brasil Conceito: 3 GRANDE ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ÁREA: ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA ATUÁRIA CIÊNCIAS CONTÁBEIS CIÊNCIAS CONTÁBEIS CIÊNCIAS CONTÁBEIS CIÊNCIAS CONTÁBEIS CIÊNCIAS CONTÁBEIS CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS CONTABILIDADE CONTABILIDADE CONTABILIDADE CONTABILIDADE E CONTROLADORIA CONTROLADORIA CONTROLADORIA E CONTABILIDADE. IES PUC-RIO FUCAPE. UF RJ ES. M 3 3. CONCEITO D -. F -. UFMG UFPE UERJ UNIFECAP PUC/SP UFBA UFPR UFSC UFAM UFC USP/RP. MG PE RJ SP SP BA PR SC AM CE SP. 3 3 3 3 3 3 3 3 3. -. 3 3 -. M 4 4 3 4. CONCEITO D 4 4. F 4 4 -. M 5. CONCEITO D 5. F -. Conceito: 4 GRANDE ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ÁREA: ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA CIÊNCIAS CONTÁBEIS CIÊNCIAS CONTÁBEIS CIÊNCIAS CONTÁBEIS CIÊNCIAS CONTÁBEIS CIÊNCIAS CONTÁBEIS CONTABILIDADE - UNB - UFPB - UFRN. IES FUCAPE UFRJ UNISINOS FURB UPM UNB. UF ES RJ RS SC SP DF. Conceito: 5 GRANDE ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ÁREA: ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA CONTROLADORIA E CONTABILIDADE Fonte: Capes - 2010. IES USP. UF SP.

(27) 1.5 O Ensino Contábil em Sergipe Assim como no resto do país, Sergipe sente a necessidade de formar pessoas habilitadas na área de comércio. Assim, apesar do desenvolvimento econômico ocorrido em Sergipe, do que é uma demonstração a existência, em 1820, de 163 engenhos, e do crescimento da população que era, então, de 114.916 habitantes, dela apenas uma parcela mínima chegava à escola. [...] Havia muitos negociantes abastados que não sabiam ler, e difícil era achar jovens habilitados para caixeiros e guarda-livros. (NUNES, p. 34). O ensino das Aulas de Comércio que tinha no Ateneu Sergipano como uma das escolas da época, foi substituído pelo ensino Superior em 1956, com a instituição do Curso de Ciências Contábeis, sob a diretriz da antiga “Faculdade de Ciências Econômicas de Sergipe”, instituição esta mantida pelo governo do Estado de Sergipe. A primeira turma a concluiu o curso em 1959, com um número bastante reduzido de formandos. Entretanto, em 1968 a Faculdade foi incorporada à recém criada Universidade Federal de Sergipe – UFS. Os Cursos de Contabilidade da UFS funcionam atualmente em São Cristóvão e Itabaiana. Outra instituição de importância para o ensino da contabilidade foi o Colégio Tiradentes, que oferecia em 1962 o curso Profissionalizante em Contabilidade. Em 11 de julho de 1972 foi autorizado o funcionamento do Curso de Ciências Contábeis pela Faculdade Tiradentes, atual Universidade Tiradentes – UNIT, através do Decreto MEC n°. 70.818 e reconhecido três anos mais tarde, em 17/12/1975. Atualmente em Sergipe conta com nove cursos registrados no MEC, conforme demonstra o Quadro 02.. 1.6 O Ensino Contábil em Tocantins O Estado do Tocantins por ser jovem, tendo sua criação em 1988 com a promulgação da atual Constituição Federal, tem seu ensino superior em Contabilidade ainda em construção. Antes da separação dos estados de Goiás e Tocantins, já existiam algumas faculdades, como a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas de Gurupi – FAFICH, atual Centro Universitário Unirg de Gurupi. Com a criação da capital Palmas, houve um avanço considerável no ensino superior, instalando-se aí Instituições de renome nacional, como Instituto Luterano – ULBRA e Universidade Católica. Outro marco fundamental foi a instalação do Conselho Regional de Contabilidade, agregando-se os profissionais de forma.

(28) regulamentar e, aliado à demanda das empresas existentes e as que vieram se instalar no Estado, exigiu-se a formação acadêmica que atendesse a essa nova perspectiva de mercado. Atualmente o Estado conta com 11 (onze) instituições de nível superior em Contabilidade, muitas das quais estão concentradas na capital Palmas, como apresentado no Quadro 03..

(29) II A FORMAÇÃO DOCENTE. 2.1 A Formação do Professor de Contabilidade A preparação do professor universitário era até pouco tempo tratada de forma secundária, pois conforme Gil (2008, p. 19): Durante muito tempo, não se manifestou em nosso país preocupação com a formação do professor para atuar no Ensino Superior. As crenças amplamente difundidas de que “quem sabe ensinar” e “o bom professor nasce feito” contribuíram para que a seleção de professores para os cursos superiores fosse determinada principalmente pela competência no exercício da profissão correspondente. Assim ocorreu com os cursos de Direito, Medicina e Engenharia instalados ao longo do século XIX e início do século XX.. Colocando sob o foco a formação do professor universitário na área contábil essa realidade ainda figura em muitos lugares no país onde se busca o profissional atuante no mercado e o coloca em uma cadeira docente e que, na maioria dos casos, não há uma preparação adequada para o exercício do magistério. Há a tendência de que aquele “excelente” profissional de mercado, que atua em uma das várias áreas contábeis, como por exemplo, em Auditoria, Perícia, Tributarista, Controller, consigam também ter o mesmo êxito como professores em sala de aula. Outro fator influencia esta situação: como não têm a carreira docente como foco principal, estes não buscam dar sequência em sua formação, não almejando os cursos strictu sensu que poderiam prepará-los melhor na área de ensino, pesquisa e extensão. A Tabela 02 apresenta a formação dos professores nas Instituições de Ensino Superior – IES, do Brasil. Tabela 02: Grau de Formação. Região Norte Nordeste Sudeste. Sul Centro-Oeste Distrito Federal Total. Total 20.554 65.127 158.874 64.645 29.690 8.871 338.890. Sem Graduação Graduação 5 2.051 29 8.089 23 17.713 27 5.045 13 3.114 3 97. Fonte: INEP, Censo Educação Superior, 2008. 871 36.012. Especialização. Mestrado. Doutorado. 8.773 21.948 42.291 16.706 10.701. 6.832 22.232 55.234 26.801 10.449. 2.893 12.829 43.613 16.066 5.413. 2.613 100.419. 3.344 121.548. 2.040 80.814.

(30) Ainda há várias IES que têm em seu quadro, docentes com somente a graduação. Parte desses docentes encontra-se no curso de Ciências Contábeis. Houve sem dúvida alguma uma melhora significativa nos últimos dez anos, com a exigência, por parte das IES, de titulação mínima latu sensu para os professores. Entretanto somente essa formação não prepara o profissional para a área docente, é necessário que o mesmo aprofunde seus conhecimentos na área pedagógica. Apesar de a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB exigir que um terço do corpo docente seja composto por mestres ou doutores não há uma prerrogativa legal para que se exerça a função de professor. Este é um dos problemas apontados por Nossa (1999):. Para ingressar na docência do ensino superior, o professor não tem muitas exigências legais no que se refere à titulação e à formação pedagógica. Nem a antiga Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB nem a atual mencionam qualquer exigência sobre a formação didático-pedagógica como pré-requisito para o exercício do magistério superior. E ainda, quanto à titulação, basta que o professor tenha curso de graduação na área para concorrer à vaga docente. Resta a cada instituição determinar o seu nível de exigência que a atual LDB faz [...]. Uma dificuldade no curso de Contabilidade apontado por Nossa (1999) é a tendência de atrair alunos pouco qualificados seja pela baixa concorrência, seja pelo curso ser de pouca tradição ou ainda, no caso das particulares, o valor das mensalidades serem menores. São levantadas aí duas problemáticas: uma, o docente tem que lidar com estes alunos sem nenhuma preparação pedagógica o que ocasionam conflitos devido ao mesmo não saber lidar com tais deficiências e solucioná-las; segunda, uma parte destes alunos serão posteriormente docentes em alguma instituição. Para Strassburg (2003, p. 94), os professores de Contabilidade podem ser divididos em quatro tipos: professor de início de carreira, professor com razoável conhecimento da matéria em âmbito nacional, professor profissional e professor transformador social. Professores em começo de carreira. São aqueles que não têm uma experiência anterior com o magistério e, sim, na maioria das vezes, no dia-a-dia das empresas. No caso da Contabilidade, geralmente possuem a graduação ou, no máximo, especialização. Professores com razoável conhecimento da matéria em âmbito nacional. São aqueles que utilizam como base somente a bibliografia nacional e possuem um bom conhecimento na área de atuação. No caso da Contabilidade, estão à busca de qualificação em nível de mestrado e doutorado, mas muito tempo irá passar até que se consiga cumprir o que a LDB enfatiza neste sentido. Professor profissional. É aquele professor que direciona o ensino para a formação profissional, estritamente para o mercado de trabalho. No caso da Contabilidade, a ênfase é dada ao tecnicismo. Professor transformador social. É aquele professor que geralmente se dedica, exclusivamente, à universidade ou faculdade e procura aplicar suas idéias,.

(31) influenciando, assim, politicamente os seus alunos e colegas a utilizar o senso crítico. No caso da Contabilidade, atua na graduação e procura desenvolver artigos e trabalhos científicos, enfatizando suas idéias e buscando a transformação social. (STRASSBURG, 2003, p. 92-93). Como podemos observar na Tabela 01, na página 27, a existência de poucos cursos de aperfeiçoamento strictu sensu cria uma tendência em haver uma maior quantidade de professores que se enquadram como professor de início de carreira e professor profissional, o que acaba prejudicando o aprendizado. Para Celerino e Pereira (2008, p. 67) atualmente há uma maior preocupação com o aumento da qualidade de ensino e “deve continuar sendo alvo de muitas discussões e estudo nesta década” e “o professor ocupa posição-chave no processo educacional e sobre ele pesa grande responsabilidade na qualidade do ensino.” Vasconcelos (apud PELEIAS et al 2006, p. 69) aponta quatro características pertinentes ao professor de contabilidade, conforme Figura 04.. Formação prática. Formação técnica científica. Formação social e política. Formação pedagógica. Figura 04: Formação técnica e acadêmica do professor de Contabilidade Fonte: Peleias (et al 2006, p. 70). Na formação prática, o autor destaca a vivência profissional nas organizações, e a atuação como docente e pesquisador. Este deve trazer para dentro da sala de aula estas experiências, buscando interagir com os alunos sobre seu dia-a-dia nas organizações. A formação técnico-científica refere-se ao conhecimento técnico das disciplinas, necessário para a transmissão dos conteúdos aos alunos. O professor precisa transmitir os conteúdos aos alunos e oferecer uma visão realista das empresas no atual cenário de negócios, no qual novas técnicas surgem a todo instante. Ele tem de estar atualizado sobre o desenvolvimento de suas disciplinas, para auxiliar os alunos a obterem excelente preparo técnico e se tornarem profissionais que excedam as necessidades do mercado. (PELEIAS, et al, 2006, p. 73). Quanto à formação pedagógica entende-se que esta seja mais ampla, envolvendo muitas variáveis como o professor, a IES no âmbito dos diretores, coordenadores e os demais.

(32) professores. Deve abranger um projeto político pedagógico que esteja atualizado com a realidade de mercado e dos alunos, as disciplinas devem estar interligadas aos objetivos do curso e da instituição e não menos importante, a utilização por parte dos professores de diversas estratégias de ensino melhorando a aprendizagem em sala de aula. A formação social e política urgem de forma imperativa na prática docente. Para Peleias (et al 2006, p. 79), O professor do ensino superior de Contabilidade deve ter consigo que sua postura e suas atitudes em sala de aula podem influenciar o comportamento dos alunos. Ele precisa transmitir conteúdos, estimular e orientar, mas sem exercer influência sobre as crenças e os valores dos estudantes. O aluno do curso superior de Ciências Contábeis precisa saber que o curso oferece muito mais do que simplesmente debitar e creditar, e que a Contabilidade pode trazer relevante contribuição para os negócios e para a sociedade como um todo.. Tais formações para o autor são essenciais para o bom desempenho dentro da sala de aula. Entenda-se aqui que sala de aula não é somente o local restrito às quatro paredes, mas o lugar de aprendizado, devendo o educador buscar os melhores meios para a transmissão do conhecimento, não devendo este se ater aos muros da Faculdade. Buscar transcender o ensino tradicional seja com pesquisa de campo, visitas técnicas, práticas extensionistas são formas de chamar a atenção dos discentes. Peleias (et al 2006, p. 80) aponta os principais elementos da formação do professor:. Principais Elementos. Quadro 04: Formação técnica e acadêmica do professor – característica e principais elementos. Prática Experiência no Mercado Pesquisas Publicadas Domínio Prático. Características de Formação Técnica Pedagógica Científica Conhecer a Didática Técnica Apropriada Objetivos da Saber Ensinar Instituição Atender Objetivos das Necessidades do Disciplinas Mercado. Social Política Indivíduo Cidadão Visão Globalizada. Fonte: Peleias (et al, 2006, p. 80). 2.2 Habilidades e Competências Exigidas ao Professor de Contabilidade Ao estudarmos sobre o ensino da contabilidade, perpassa em nossas mentes as competências e habilidades a serem desenvolvidas através do ensino-aprendizagem e quais os atores estão presentes na construção desse saber. São dois os principais: o aluno e o professor. Como não poderia ser diferente há uma relação muito instável entre os mesmos, onde a linha.

(33) entre esses indivíduos é tênue e construída aos poucos no cotidiano da sala de aula. Tal relação é influenciada por variáveis que afetam direta e indiretamente na aprendizagem dos alunos e o professor está presente em grande parte dos momentos. Chamamos a isso de relação professor-aluno. Nesta relação está inserida a formação do professor, tanto técnica quanto pedagógica, a relação de afetividade e psicológica entre outros fatores. Para Peleias (et al, 2006, p. 82) competência se confunde com conhecimento, “pois o professor que não conhecer com profundidade as disciplinas sob sua responsabilidade certamente não terá competência para ministrá-las da melhor forma possível”. Para Perrenoud (2000, p.15) competência é uma “capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações”. O autor trabalha ainda com dez domínios de competências para formação continua das professoras e dos professores do ensino fundamental, que podem ser adaptadas para o ensino superior:. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.. Organizar e dirigir situações de aprendizagem Administrar a progressão das aprendizagens Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação Envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho Trabalhar em equipe Participar da administração da escola Informar e envolver os pais Utilizar novas tecnologias Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão Administrar sua própria formação contínua. (PERRENOUD, 2000. p. 20). O item seis pode ser adaptado para a participação em colegiado e nas decisões da IES, com o mesmo objetivo, que é buscar melhores condições para o ensino-aprendizagem nas suas diversas variáveis. Quanto ao item sete, podemos substituir os pais por agentes que influenciam no cotidiano das Instituições e do aluno, como órgãos representativos da sociedade, da profissão e do estado por exemplo. Estas competências devem então, levar o indivíduo a buscar conhecimentos para o exercício das atividades profissionais e, acima de tudo, da conscientização como ser humano. A competência diferencia-se das habilidades por seu aspecto mais amplo e no entendimento de alguns autores, por ser a reunião de várias habilidades com o talento. Observando o agrupamento proposto por Perrenoud (2000) podemos perceber a dificuldade que o professor de Contabilidade enfrenta no exercício da profissão, justamente pela defasagem em sua formação. São competências que requerem conhecimentos em.

(34) didática, psicologia, sociologia, filosofia e pedagogia com o foco específico no ensino e que não é comumente oferecido na graduação e nas especializações da área contábil. Neste mesmo caminho, Di Giorgio, Pizolato e Morretin (2001) apresentam as principais competências para o professor.. Quadro 05: Competência Global do Professor Nível Global Áreas principais Base de conhecimento específico. Competência Global do professor. Planejamento e preparação. Ensino interativo. Modelo profissional abrangente. Auto desenvolvimento profissional. Subáreas Recursos curriculares Recursos pedagógicos Experiência profissional Conhecimentos claros a respeito dos alunos, contexto e recursos 5. Média adequada de atividades e recursos para os alunos 6. Assistência inteligente e eficiente ao aprendizado do aluno, à organização e à pesquisa 7. Avaliação e monitoramento efetivo do aprendizado e progresso do aprendizado do aluno 8. Adequado relacionamento para influenciar alunos, seu comportamento, motivação e bemestar 9. Avaliação e monitoramento efetivos do comportamento, motivação e bem estar do aluno 10. Cumprir a tarefa de construir um modelo profissional abrangente, por meio de colaboração efetiva e outros meios 11. Desenvolvimento de conhecimento básico específico da matéria, pedagogia e profissional 12. Melhoria da capacidade profissional, por meio do estudo, reflexão e mudança 1. 2. 3. 4.. Fonte: Di Giorgio, Pizolato e Morretin (2001). Já habilidade “é a capacidade de executar alguma atividade, é o modo de empreender uma ação de forma mais rápida, fácil e eficiente” (PELEIAS et al, 2006, p. 84). Estas são desenvolvidas por meio de treinamentos, exercícios, técnicas e variam muito de indivíduo para indivíduo. Mas não é restrita somente à capacidade humana tendo em vista que robôs têm habilidades para substituir o ser humano em atividades de trabalho e do dia-a-dia. Especificamente para o professor, este necessita desenvolver ou mesmo adquirir habilidades de ensino, procurando repassar ao aluno o conteúdo da matéria, de forma simples, preservando a individualidade do mesmo. Percebemos ao longo dos anos professores que vão adquirindo estas habilidades, entretanto com grande perda do ensino, pois aprende com os próprios erros e estes erros acabam frustrando o corpo discente. Normalmente são docentes que ingressaram muito cedo na atividade de magistério ou mesmo profissionais que não tinham preparo algum e esta capacitação não foi oferecida pela IES. Nossa (1999) enfatiza que as IES devem dar.

(35) oportunidades e condições para capacitação e atualização dos docentes e estes devem ter o compromisso de conscientização da necessidade buscar novos conhecimentos, novas técnicas de ensino, de realmente se comprometerem com a educação. O professor deve possuir as habilidades técnicas de ensino como também habilidades pessoais, pois é necessário manter um bom relacionamento com os estudantes. Posso citar algumas habilidades como empatia, entusiasmo, confiança, paciência, senso de humor, carisma entre várias outras. A própria legislação pertinente ao curso de Contábeis aponta a necessidade de competências e habilidades básicas para a formação do acadêmico. Na Resolução CNE/CES 10/2004 são apresentados tais requisitos: Art. 4º O curso de graduação em Ciências Contábeis deve possibilitar formação profissional que revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades: I - utilizar adequadamente a terminologia e a linguagem das Ciências Contábeis e Atuariais; II - demonstrar visão sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil; III - elaborar pareceres e relatórios que contribuam para o desempenho eficiente e eficaz de seus usuários, quaisquer que sejam os modelos organizacionais; IV - aplicar adequadamente a legislação inerente às funções contábeis; V - desenvolver, com motivação e através de permanente articulação, a liderança entre equipes multidisciplinares para a captação de insumos necessários aos controles técnicos, à geração e disseminação de informações contábeis, com reconhecido nível de precisão; VI - exercer suas responsabilidades com o expressivo domínio das funções contábeis, incluindo noções de atividades atuariais e de quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, que viabilizem aos agentes econômicos e aos administradores de qualquer segmento produtivo ou institucional o pleno cumprimento de seus encargos quanto ao gerenciamento, aos controles e à prestação de contas de sua gestão perante a sociedade, gerando também informações para a tomada de decisão, organização de atitudes e construção de valores orientados para a cidadania; VII - desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação contábil e de controle gerencial, revelando capacidade crítico analítica para avaliar as implicações organizacionais com a tecnologia da informação; VIII - exercer com ética e proficiência as atribuições e prerrogativas que lhe são prescritas através da legislação específica, revelando domínios adequados aos diferentes modelos organizacionais. (MEC, 2004). Se é exigido que o graduado tenha essa formação mínima, é suposto que o professor deste profissional tenha no mínimo as mesmas competências e habilidades, vale então o compromisso das IES e dos próprios docentes em aperfeiçoá-las ou adquiri-as.. 2.3 Ensino e Aprendizagem no Curso de Ciências Contábeis É sabido que apenas o domínio do conteúdo não é o suficiente para que ocorra o aprendizado. O exercício do magistério requer, além da segurança no conteúdo específico, domínio do instrumental didático-pedagógico. Para Santos (2001, p.69), “na prática, o que se.

(36) observa é a existência de uma lacuna no desempenho do docente do ensino superior: o professor se caracteriza como um especialista no seu campo de conhecimento (este é, inclusive, o critério para sua seleção e contratação), porém não necessariamente domina a área educacional e pedagógica”. No curso de contabilidade, por suas particularidades, essa dinâmica é muito evidente, onde os professores, em sua maioria, não possuem preparação na área pedagógica para ingressarem como docentes. O próprio currículo do curso não abrange a possibilidade de o futuro profissional contador vir a ser um professor. Seu foco principal é a preparação para as empresas, tanto públicas quanto privadas, ou seja, a busca pela maximização do capital é um, se não o ponto fundamental da técnica contábil. Há ainda a visão técnica da profissão, onde a influência da formação pessoal do professor é determinante dentro do contexto epistemológico para a construção da própria formação do aluno. Para o bom desempenho do aluno em sala de aula é fundamental que se tenha uma relação de ensino-aprendizagem construída sobre bases sólidas. Passmore (1980) faz uma reflexão sobre o que seria o ensino e o ensinar. Para ele ensinar é promover a aprendizagem. Entretanto há uma dicotomia, pois, pode haver a promoção da aprendizagem sem muitas vezes consegui-la. Um professor pode dizer que a turma aprendeu o que foi ensinado, e algumas vezes não. O aluno poderá também dizer que não aprendeu nada com o professor, o que nos releva ao pensamento da tentativa de promover a aprendizagem. Vimos que o ensinar parte do pressuposto de aprender, e que este modifica o ser através da aquisição de novos conhecimentos, alterando a si e o mundo que o cerca. Para que haja uma efetiva aprendizagem é necessário que se observe alguns pormenores: o professor, o aluno, o conteúdo e a estrutura disponibilizada (tanto física quanto humana). Mas o foco que se dá ao ato de ensinar ou ao de aprender é que realmente define a atuação do professor. O professor que foca no ensino somente, tende a ser como Gil (2008, p. 6) retrata, “reproduz os processos pelos quais passaram ao longo de sua formação, centralizase em sua própria pessoa, em suas qualidades e habilidades. Assim, acabam por demonstrar que fazem uma inequívoca opção pelo ensino”. Este se torna um mero reprodutor do conhecimento, trabalhando de forma expositiva, percebendo-se como especialista de determinada área do conhecimento. Neste contexto ele é o agente do processo educativo e o aluno o sujeito passivo. Tal processo é caracterizado por Paulo Freire (apud Gil, 2008, p. 7-8) como educação Bancária, pois:.

Referências

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