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Parques metropolitanos: gestão proteção de áreas espaciais

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO URBANO MESTRADO DE DESENVOLVIMENTO URBANO. MARIA JOSÉ MARQUES CAVALCANTI. PARQUES METROPOLITANOS GESTÃO E PROTEÇÃO DE ÁREAS ESPECIAIS. Recife - Agosto de 2005.

(2) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO URBANO MESTRADO DE DESENVOLVIMENTO URBANO. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO. PARQUES METROPOLITANOS GESTÃO E PROTEÇÃO DE ÁREAS ESPECIAIS Região Metropolitana do Recife – 1975 / 2004.. Aluna - MARIA JOSÉ MARQUES CAVALCANTI Profª. Orientadora - Dra. MARIA DE FÁTIMA R. DE G. FURTADO. Recife - Agosto de 2005.

(3) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. MARIA JOSÉ MARQUES CAVALCANTI. PARQUES METROPOLITANOS GESTÃO E PROTEÇÃO DE ÁREAS ESPECIAIS Região Metropolitana do Recife – 1975 / 2004.. Dissertação apresentada como requisito final para obtenção do Grau de MESTRE em Desenvolvimento Urbano, no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal de Pernambuco, sob a orientação da Profa. Dra. Maria de Fátima Ribeiro de Gusmão Furtado.. Recife – 2005.

(4) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. Cavalcanti, Maria José Marques PARQUES METROPOLITANOS – GESTÃO E PROTEÇÃO DE ÁREAS ESPECIAIS - Estudo de Caso / Maria José Marques Cavalcanti. – A Região Metropolitana do Recife num recorte temporal de 1975 a 2004: o Autor,2005. 195 folhas: il., fig., tab., quadros, mapas. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CAC. Desenvolvimento Urbano, 2005. Inclui bibliografia e anexos. 1. Desenvolvimento Sustentável – Conceito – Avaliação. 2. Conservação Integrada Urbana e Territorial – Conceito – Avaliação. 3. Unidades de Conservação da Natureza – Política – Avaliação. 3. Gestão UrbanaMetropolitana (1975/2004) – RMR (PE) – Avaliação. 5. Parques Metropolitanos – Conceito..

(5) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução.

(6) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. Se mantiver meus olhos fechados, um pensamento se passa na minha mente, numa velocidade vertiginosa me trazendo fatos e lembranças da minha infância, brincando e correndo nos campos das cidades do interior de Pernambuco, onde moramos, passando logo em seguida para a adolescência voltada para a escolha de uma profissão, onde pudesse me aproximar da razão. Sempre me acompanha a imagem de meu pai a quem dedico esse trabalho e que hoje, só no pensamento, novamente com os olhos fechados, posso agradecer..

(7) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. AGRADECIMENTOS Muitos foram os que direta ou indiretamente se envolveram, participaram e contribuíram para este trabalho. Agradeço a todos que me ajudaram a perseguir o meu objetivo. Agradeço aos meus filhos – Tiago, Patrícia, Eduardo e Gustavo e ao meu marido Ronaldo, pelo imenso estímulo ao meu crescimento profissional e pelas longas horas em que contribuíram de forma silenciosa nessa construção, permitindo a minha imersão nas pesquisas e na produção do trabalho. Fundamental também, agradecer ao órgão estadual de planejamento, a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco CONDEPE/FIDEM, integrante da Secretaria de Planejamento do Estado de Pernambuco, da qual faço parte, desde 1976, e cujas referências me permitiram aprofundar as questões aqui tratadas. A todos os técnicos que se envolveram, em particular a equipe do planejamento metropolitano, composta por Cláudia Paes Barreto, Zuleide Fontes, Lourdes Burégio, Tamar Lima, Manuel Feliciano, Vera Martins, Sandra Rangel, Zenóbio Santos, DaiseOliveira e Eliane Silva, cujas contribuições se configuram através do processo cotidiano, e ainda, nas revisões legislativas das áreas de interesse especial, sempre apontando os espaços de parques como necessários à expansão das cidades. Ainda, a Marisa Figueiroa, da equipe de gestão metropolitana, pelo apoio e avaliação do conteúdo, assim como das regras de apresentação do trabalho e a Roseane Lacerda, com contribuições sobre a gestão metropolitana. Ainda, a Luís Moriel e Leila Maria Prado de Brito, equipe técnica que conduziu a pesquisa de atualização dos Parques Metropolitanos, finalizada em outubro de 2001, permitindo uma visão retrospectiva e um re-lançamento dessa temática. Em particular agradeço a Eleonora Delgado, advogada da instituição, que muito contribuiu no processo de esclarecimento dos condicionamentos legais, permitindo avanços conceituais de grande relevância, juntamente com o Grupo de Trabalho do Conselho Estadual de Meio Ambiente - GT CONSEMA Parques Metropolitanos, a quem também dedico este trabalho, não só aos integrantes do mesmo, como também a Cláudio Marinho, Secretário Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente/SECTMA e Presidente do CONSEMA, e Alexandrina Sobreira, Secretária Executiva do referido Conselho, pela forma como abrigaram esse tema. Á Amélia Reynaldo, cujos estímulos foram infindáveis e, de grande importância, na medida em que articularam os caminhos para que esse tema ganhasse destaque, não se limitando ao temático-conceitual, mas, sobretudo na priorização governamental, enquanto Presidente do órgão estadual supracitado, no período 1999 a 2003. Cabe ainda agradecer a minha orientadora Fátima Furtado, que com seu conhecimento fecha um grupo seleto de técnicos que me ajudaram a conseguir esse feito. Por fim, em especial agradeço a Graça Barreto, pelo apoio fundamental na finalização dos trabalhos e a Vera Lima, ambas colegas de trabalho. O que espero, parece hoje mais provável e próximo e, por isso, tenho que agradecer a todos que comigo vivenciaram essa batalha, desde aqueles que me são mais próximos até os que direta ou indiretamente contribuíram, cada um na sua maneira própria, pelo que agradeço, a todos..

(8) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. APRESENTAÇÃO O propósito dessa dissertação consiste em aprofundar o conhecimento acerca da relação entre as áreas verdes selecionadas para parques metropolitanos e as áreas urbanizadas da Região Metropolitana do Recife – RMR. Esta é a questão central que orientou a pesquisa, cujos resultados compõem esse trabalho, em complementação ao Mestrado de Desenvolvimento Urbano – MDU/UFPE: os parques metropolitanos, notadamente no que se refere à proteção e gestão desses espaços, considerando a possibilidade de integrá-los em um sistema de unidades de conservação e áreas de relevante interesse. Também é foco dessa pesquisa a relação entre essas áreas verdes destinadas ao lazer metropolitano e as áreas urbanas ocupadas na Região Metropolitana do Recife - RMR. O propósito de dotar a RMR de espaços livres e protegidos para o lazer de massa é recorrente no planejamento metropolitano, desde a década de 70. Entretanto, apesar de constituírem importantes áreas de patrimônio ambiental, algumas delas contendo edificações do patrimônio histórico, esses espaços têm permanecido sem cumprir sua função social e estão sujeitos à forte pressão antrópica. Nesse sentido, as áreas verdes que integram a mancha verde da RMR não se articulam com as manchas urbanas ocupadas e, assim, não permitem que a cidade usufrua do potencial ambiental existente, da mesma forma que a mancha verde não interage com cidade, impedindo que a mesma exerça funções complementares às diversas atividades urbano-metropolitanas. Embora exista um aparato jurídico direcionado a essas unidades de proteção ambiental e patrimonial e apesar das propostas para dotar a RMR de áreas livres para o lazer, na prática essas áreas são extremamente vulneráveis, e a sociedade está perdendo um estoque de capital natural, reduzindo as possibilidades de elevação do nível de qualidade de vida. É fundamental, portanto, responder ao desafio de aliar ao processo de urbanização da região, alternativas possíveis e defensáveis de mesclar o território com áreas de amenidades, muitas situadas em espaços periurbanos, permitindo o equilíbrio na oferta de lazer e recreação para a cidade metropolitana. O esforço em aprofundar o conhecimento e referenciar as diversas questões que envolvem a gestão e proteção dos parques metropolitanos, a partir dos resultados da pesquisa documental realizada, permitiu conhecer as possibilidades de implementação e identificar as questões relacionadas à vulnerabilidade de cada área selecionada para parque metropolitano. Confirma-se a necessidade desses equipamentos e suas funções precípuas, a partir de uma sistematização do conhecimento, permitida pela pesquisa realizada nas 10 áreas diagnosticadas no âmbito metropolitano, em seus diferentes momentos, num recorte temporal de 1975 a 2004. Essa investigação teve, ainda, como objetivo, contribuir para o debate atual sobre esse tema, colocando novamente na agenda das políticas públicas o compromisso com a oferta de espaços de lazer, de caráter público ou privado e, ao mesmo tempo, servir como reflexão para todos que queiram dar continuidade às pesquisas e observações, considerando a responsabilidade de cada um com a proteção dos recursos naturais representados por estas áreas..

(9) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. RESUMO Objetivando aprofundar o conhecimento sobre os parques metropolitanos da Região Metropolitana do Recife – RMR, a partir da evolução dos conceitos vigentes e das ações integrantes do planejamento urbano-metropolitano, no período entre 1975 e 2004, esse trabalho, apresenta um estudo comparativo entre o que foi planejado e o que de fato ocorreu nas áreas selecionadas para parques, abordando os aspectos da crescente urbanização e a necessidade de conservação de importantes áreas ambientais, permitindo o equilíbrio e a interação entre as áreas verdes e as áreas urbanas ocupadas. Sob a abordagem do desenvolvimento sustentável, em suas dimensões econômica, ecológica e social, foram analisadas as áreas selecionadas desde 1975, como espaços que abrigariam os parques metropolitanos e, sua relação com a cidade metropolitana, sob o ponto de vista da conservação do ambiente, da qualidade de vida e das questões políticoadministrativas. Da mesma maneira foi analisado o sistema legal de proteção ambiental e sua relação com os parques metropolitanos, na perspectiva de que os mesmos possam constituir uma unidade de conservação diferenciada e, portanto, permitir melhor qualidade ambiental urbana na RMR. A carência de estudos sobre o objeto - parque metropolitano, aliada ao desafio de instalar atividades produtivas, em áreas periurbanas com grande pressão do setor imobiliário, são fatores relevantes porquanto se tratam de espaços que deveriam cumprir funções sociais, garantindo a sustentabilidade ambiental, num processo de urbanização e conservação da natureza, em perfeita interação cidade-parque. Diversos documentos foram analisados como referenciais do planejamento metropolitano buscando responder ao desafio de aliar o processo de urbanização ao processo de conservação das áreas prioritárias para parques metropolitanos, resultando numa análise de sua proteção legal e dos aspectos relacionados ao grau de vulnerabilidade e perspectivas de implementação. PALAVRAS-CHAVE. Desenvolvimento Sustentável; Conservação Integrada Urbana e Territorial; Unidades de Conservação da Natureza; Gestão Urbana e Metropolitana; Parques Metropolitanos..

(10) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. ABSTRACT The scope of this work is to contribute for a deeper knowledge about the metropolitan parks of the Recife Metropolitan Area (RMA), taking into account the evolution of the valid concepts as well as the actions set down in the metropolitan-urban master plan, for the period 19752004, this work presents a comparison between the effectively executed actions with those foreseen in the design studies carried out for the selected park sites of the RMA, considering the growing urbanization and the conservation necessity of important environmental areas, allowing the balance and integration of green areas and urban occupied sites. The since 1975 selected areas were studied under a sustainable development approach, considering its economical, ecological and social extents, as sites to lodge metropolitan parks and its connection with the city itself, accounting for the conservation of the environment, the quality of life and the political-administrative matters. The environmental legislation was observed, considering metropolitan parks being elected as protected areas, so allowing better urban environmental quality in the RMA. The lack of a specific studies for the object metropolitan park, connected with the challenge of installing productive activities in periurban areas under great real estate pressure, are significant factors when dealing with areas that should comply with social requirements, assuring the environmental sustainability in a process of urbanization and nature conservation with complete city-park interaction. Several documents were analysed as references for the metropolitan plan, trying to overcome the challenge of joining the processes of urbanization with conservation of priority areas for metropolitan parks, resulting in an analysis of its legal protection and those aspects related to the vulnerability degree and implementation perspectives. KEYS WORDS. Sustainable Development; Urban Conservation; Protected Areas; Administration; Metropolitan Parks.. and Territorial Integrated Urban and Metropolitan.

(11) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AMUPE APA APP BID CECI CEF CESP CIPOMA CIUT CNPU COMPESA CONAMA CONDERM CONSEMA CPRH CREA/PE CSU EMPETUR FAUR FIAM FIDEM FNEM FUNCEF FUNDARPE FUNDERM GT IAHGPE IBAMA IBGE ICMS ICMS INCRA IPEA IPHAN LBA LEPUR MMA MPE OMT PAR PCR PDE PDI/RMR PDRI PDSPM PPA PPSH/RMR PRODIUR PIU. Associação Municipalista de Pernambuco Área de Proteção Ambiental Área de Preservação Permanente Banco Interamericano de Desenvolvimento Curso de Conservação Integrada Urbana e Territorial Caixa Econômica Federal Fundação Brasileira para Conservação da Natureza Companhia de Policiamento do Meio Ambiente Conservação Integrada Urbana e Territorial Comissão Nacional de Regiões Metropolitanas Companhia Pernambucana de Saneamento Conselho Nacional de Meio Ambiente Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife Conselho Estadual de Meio Ambiente Companhia Pernambucana de Meio Ambiente Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Pernambuco Centro Social Urbano Empresa Pernambucana de Turismo Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de PE Fundação de Desenvolvimento e Apoio aos Municípios do Interior do Estado de Pernambuco Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife (1974 a 1998) – Fundação de Desenvolvimento Municipal (1999 a 2003) Fórum Nacional de Entidades Metropolitanas Fundação dos Economiários da Caixa Econômica Federal Fundação do Patrimônio Artístico e Histórico de Pernambuco Fundo de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife Grupo de Trabalho Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco Instituto Brasileiro de Proteção e Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Legião Brasileira de Assistência Laboratório de Estudos Periurbanos Ministério do Meio Ambiente Ministério de Planejamento do Estado de Pernambuco Organização Mundial do Turismo Programa de Arrendamento Residencial Prefeitura da Cidade do Recife Plano de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Recife Plano de Desenvolvimento Rural Integrado Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos Plano Plurianual Plano de Preservação dos Sítios Históricos - Região Metropolitana do Recife Programa de Dinamização Urbana – Parque dos Manguezais Peri-urban Interfaces.

(12) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. RPPH RMR RPPM SECTMA SEMA SEUC/PE SNE SNUC SPM/RMR SUDENE UC UFMG UFPE UNCHS UNESCO ZEEC ZEPE ZEPL. Capítulo 1 - Introdução. Reserva Particular do Patrimônio Natural Região Metropolitana do Recife Reserva Particular do Patrimônio Natural Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de PE Secretaria Especial de Meio Ambiente do Governo Federal (1973) Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza e de Áreas de Relevante Interesse de Pernambuco Sociedade Nordestina de Ecologia Sistema Nacional de unidades de Conservação Sistema de Parques Metropolitanos da Região Metropolitana do Recife Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste Unidades de Conservação da Natureza Universidade Federal de Minas Gerais Universidade Federal de Pernambuco United Nations Center for Human Settlements United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas). Zoneamento Ecológico – Econômico Costeiro Zona Especial de Proteção Ecológica Zona Espacial de Proteção Ambiental.

(13) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. LISTA DE QUADROS QUADRO 1 QUADRO 2 QUADRO 3 QUADRO 4 QUADRO 5 QUADRO 6 QUADRO 7 QUADRO 8 QUADRO 9 QUADRO 10 QUADRO 11 QUADRO 12 QUADRO 13 QUADRO 14. QUADRO 15. QUADRO 16 QUADRO 17 QUADRO 18 QUADRO 19 QUADRO 20 QUADRO 21 QUADRO 22 QUADRO 23. EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA NO BRASIL E NA RMR (%) ÁREA TOTAL URBANA E RURAL COM % DOS MUNICÍPIOS DA RMR MUNICÍPIOS DA RMR E OS PARQUES METROPOLITANOS RANKING DAS MAIORES CIDADES BRASILEIRAS, EM POP. URBANA POPULAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE, POR DÉCADA (total , urbana, rural e % de população urbana) POPULAÇÃO/2000 – MUNICÍPIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE ÁREAS SELECIONADAS PELO PDSPM / RMR – 1980 ÁREAS SELECIONADAS POR MUNICÍPIO DA RMR – 1980 PARQUES POR MUNICÍPIO – ÁREAS PRIORITÁRIAS/1980 – PDSPM/RMR PARQUES POR MUNICÍPIO – ÁREAS SECUNDÁRIAS/1980 PDSPM/RMR PARQUES POR MUNICÍPIO – ÁREAS ALTERNATIVAS/1980 PDSPM/RMR ÁREAS SELECIONADAS PELO SISTEMA DE PARQUES METROPOLITANOS / RMR – 1987 ÁREAS SELECIONADAS POR MUNICÍPIO DA RMR – 1987, área e município PARQUES POR MUNICÍPIO – ÁREAS PRIORITÁRIAS/1987, segundo SISTEMA DE PARQUES METROPOLITANOS – SPM/RMR PARQUES POR MUNICÍPIO – ÁREAS SECUNDÁRIAS/1987, segundo SISTEMA DE PARQUES METROPOLITANOS – SPM/RMR PARQUES METROPOLITANOS – 2001 ÁREAS SELECIONADAS POR MUNICÍPIO DA RMR – 1987 PARQUES METROPOLITANOS – 2001 PARQUES METROPOLITANOS E PATRIMÔNIO HISTÓRICO COMPARATIVO ENTRE AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E OS PARQUES METROPOLITANOS PARQUES NACIONAIS INSTITUÍDOS NO BRASIL ATÉ 1991 PARQUES POR CATEGORIAS – ÁREA E CAPACIDADE PROTEÇÃO LEGAL EXISTENTES NAS ÁREAS. 14 15 17 18 19 20 25 25 26 26 27 30 30 31. 31. 32 33 34 52 65 67 68 132.

(14) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. LISTA DE QUADROS - ANEXOS QUADRO I QUADRO II QUADRO III QUADRO IV QUADRO V QUADRO VI QUADRO VII QUADRO VIII QUADRO IX QUADRO X QUADRO XI QUADRO XII QUADRO XIII QUADRO XIV QUADRO XV QUADRO XVI QUADRO XVII QUADRO XVIII QUADRO XIX QUADRO XX QUADRO XXI QUADRO XXII QUADRO XXIII QUADRO XXIV QUADRO XXV QUADRO XXVI QUADRO XXVII QUADRO XXVII QUADRO XXIX QUADRO XXX. POPULAÇÃO RESIDENTE NO BRASIL, por região. 1940 / 2000. POPULAÇÃO RESIDENTE EM PERNAMBUCO E REGIÃO NORDESTE. 1940 / 2000 POP. URBANA E RURAL– TOTAL E PERCENTUAL, POR REGIÃO DO BRASIL - ENTRE 1950 E 2000. POP. EM 1940 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE POP. EM 1950 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE POP. EM 1960 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE POP. EM 1970 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE POPULAÇÃO EM 1980 - REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE POPULAÇÃO EM 1991– REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE POPULAÇÃO EM 1996 – REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE CÓDIGO FLORESTAL DE 1934 – CATEGORIAS DE ÁREAS PROTEGIDAS CATEGORIA DE ÁREAS PROTEGIDAS, SEGUNDO CONVENÇÃO DE 1948 ÁREAS PROTEGIDAS ATÉ 1965 CÓDIGO FLORESTAL DE 1965 - CATEGORIAS DE ÁREAS RESERVADAS LEI FEDERAL Nº 6.902, 27.04.1981 - CATEGORIAS DE ÁREAS PROTEGIDAS ÁREAS PROTEGIDAS NO BRASIL ATÉ 1983 DEC. FED. Nº 89.336, 31.01.1984 - CATEGORIAS DE ÁREAS PROTEGIDAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL, ENTRE 1983 E 1986 CATEGORIAS DE ÁREAS, EM 1990 PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 - CATEGORIAS DE UNID. DE CONSERVAÇÃO SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 – CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL COMPARATIVO ENTRE O PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 E O SUBSTITUTIVO COMPARATIVO ENTRE O PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 E O SUBSTITUTIVO ESCALA DE HIERARQUIZAÇAO - SÍTIOS HISTÕRICOS RMR SÍTIOS HISTÓRICOS DA RMR – CATEGORIA POR MUNICÍPIO SÍTIOS HISTÓRICOS NA ÁREA URBANA DOS MUNICÍPIOS LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE ÁREAS PROTEGIDAS LEGISLAÇÃO ESTADUAL SOBRE ÁREAS PROTEGIDAS. 197 197 198 200 200 200 201 201 201 202 204 204 205 205 206 206 206 206 207 208 208 208 210 211 211 213 213 213 215 217.

(15) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. LISTA DE TABELAS TABELA 1 INDICADORES SOCIAIS DE POBREZA – PERNAMBUCO E REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE – 2000 TABELA 2 ÍNDICE DE POBREZA DOS MUNICÍPIOS DA RMR TABELA 3 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DA RMR TABELA 4 HIERARQUIA DAS VINTE PIORES LOCALIDADES DA RMR. 43 43 44 47.

(16) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. LISTA DE MAPAS MAPA 1 PERNAMBUCO E REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE MAPA 2 ÁREA URBANIZADA DA RMR MAPA 3 AMBIENTE NATURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE MAPA 4 PARQUES 1980 MAPA 5 PARQUES 1987 MAPA 6 PARQUES – 2001 MAPA 7 RMR COM 9 MUNICÍPIOS – 1976 MAPA 8 PLANO DIRETOR DA RMR – USO DO SOLO PROPOSTO MAPA 9 TERRITÓRIOS DE OPORTUNIDADES MAPA 10 ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO MAPA DOS PARQUES (1 a 14). 4 16 20 24 29 35 90 112 118 122 150.

(17) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 FIGURA 2 FIGURA 3 FIGURA 4 FIGURA 5 FIGURA 6. % DE DOMICILIOS COM ABASTECIMENTO D’ÁGUA INADEQUADO 2000 % DE CHEFES DE DOMICILIOS GANHANDO ATE 1 SALARIO MIN. 2000 % DE DOMICILIOS C/ ESGOTAMENTO SANITARIO INADEQUADO 2000 TAXA DE MORTALIDADE POR HOMICIDIO 2000 TAXA DE ANALFABETISMO DA POPULAÇÃO DE 15 A 24 ANOS 2000 TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL 2000. 44 45 45 45 46 46.

(18) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. LISTA DE FOTOS FOTO 1 FOTO 2 FOTO 3 FOTO 4. PARQUE METROPOLITANO SANTIAGO DO CHILE CENTRAL PARK – NOVA YORK PARQUE DO IBIRAPUERA - SÃO PAULO PARQUE BARIGÜI - GUIA GEOGRÁFICO. PARQUES DE CURITIBA.. 69 69 70 71.

(19) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. SUMÁRIO AGRADECIMENTOS APRESENTAÇÃO RESUMO ABSTRACT LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS LISTA DE QUADROS LISTA DE QUADROS ANEXOS LISTA DE TABELAS LISTA DE MAPAS LISTA DE FIGURAS LISTA DE FOTOS 1. INTRODUÇÃO. 1.1. Objetivos 1.2. Estrutura do Documento 2. CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1. Pressão Antrópica sobre os Espaços Livres na RMR 2.2. Referenciais dos Parques Metropolitanos 2.3. Áreas Selecionadas para Parques Metropolitanos 3. BASE TEÓRICA E CONCEITUAL 3.1. Desenvolvimento Sustentável e Cidades 3.2. Conservação Integrada Urbana e Territorial 3.3. Áreas de Interface Periurbanas 3.4. Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza 3.5. Parques Metropolitanos na RMR 4. METODOLÓGIA 4.1. Métodos Utilizados 4.2. Natureza do Problema e Estratégia do Estudo 4.3. Estratégia de Trabalho 5. RESULTADOS DA PESQUISA 5.1. Histórico do Planejamento dos Parques Metropolitanos 5.2. Proteção Legal das Áreas 5.3. Avaliação dos Parques Metropolitanos 5.4. Fichas Técnicas dos Parques Metropolitanos 5.5. Mapas dos Parques Metropolitanos 6. RECOMENDAÇOES E CONCLUSÕES 7. REFERÊNCIAS 8. ANEXOS 8.1. Quadros do Crescimento da População Urbana no Brasil 8.2. Quadros do Crescimento da População Urbana na RMR 8.3. Processo Histórico da Política de Conservação Ambiental no Brasil 8.4. Proteção Legal 8.5. Proteção Ambiental 8.6. Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti. vi vii viii ix x xii xiii xiv xv xvi xvii 1. 9 9 12 13 21 23 37 38 47 53 55 66 73 75 77 80 85 86 124 134 135 150 165 188 195 196 199 203 212 214 218.

(20) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Capítulo 1 - Introdução. 1. INTRODUÇÃO 1.1. OBJETIVOS 1.2. ESTRUTURA DO DOCUMENTO.

(21) 1. INTRODUÇÃO Qualidade urbana e qualidade ambiental, hoje, são conceitos muito próximos no discurso e na prática do planejamento urbano. Um dos aspectos mais relevantes da qualidade ambiental urbana refere-se à definição e à gestão dos espaços livres (não construídos) e áreas especiais (protegidas legalmente) das cidades. A gestão desses espaços de interesse especial, livres e protegidas da cidade metropolitana é o tema que se desenvolve com a presente pesquisa. Quanto à definição torna-se relevante ressaltar que estudiosos no assunto apontam para dificuldades e similaridades que existem quanto ao uso dos diferentes termos utilizados, tais como áreas ou espaços livres, espaços abertos, áreas verdes, sistema de lazer, parques urbanos, unidades de conservação em área urbana, áreas especiais e outros. Trabalho desenvolvido por pesquisadores universitários em São Paulo3, que tiveram por base as definições de Lima et al. (1994) destacam esse problema nos níveis da pesquisa, ensino, planejamento e gestão dessas áreas. Guzzo et al. (2005) define como espaço livre aquele que se contrapõe ao espaço construído, em áreas urbanas, dentro de uma conceituação mais ampla e abrangente, que permite integrar os demais espaços. Ainda estabelece como área verde, espaço onde há predomínio de vegetação arbórea, englobando as praças, os jardins públicos e os parques urbanos e complementa alertando para a restrição de uso dos termos como área livre ou aberta, pela imprecisão na sua aplicação e espaço aberto, este traduzido erroneamente do termo inglês “open space”. É praticamente consenso entre teóricos e estudiosos que os espaços livres e ambientalmente protegidos dentro dos perímetros urbanos são necessários para uma melhor qualidade de vida nas cidades, principalmente nas áreas metropolitanas. Uma das vertentes dessa argumentação relaciona-se com a questão do lazer.. 3. Texto sobre “ÁREAS VERDES URBANAS” do autor Perci Guzzo, ecólogo da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Ribeirão Preto, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente da UNESP – Rio Claro, com apoio de André Jean Deberdt, MSc Alexandre Schiavetti e MSc Flávia Cristina Sossae..

(22) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Segundo GUZZO et al. (2005) os serviços prestados pelas áreas verdes à cidade está relacionado com a qualidade e quantidade dessas áreas distribuídas na malha urbana, promovendo melhorias de clima, qualidade do ar, da água e do solo, consequentemente da qualidade de vida e, ainda, pela possibilidade de lazer que as mesmas podem oferecer à população. Segundo Medeiros (1971), a necessidade de lazer é básica para o homem pelas condições em que a vida se desenrola no ambiente urbano e o seu progressivo afastamento da natureza. Gera-se assim uma demanda por oportunidades de lazer que vem aumentando junto com a automação progressiva das tarefas, das leis de proteção ao trabalho, com o crescimento populacional e com o ritmo de vida determinado pela urbanização, no qual o tempo de folga fica altamente valorizado.. A autora chega a advogar a constituição de um Conselho, com a cooperação de órgãos locais, para estabelecer linhas e diretrizes para uma política de uso das horas livres, capaz de estabelecer planos de âmbito regional, estadual e municipal de uso do lazer, com aproveitamento das oportunidades, em qualquer meio, seja urbano ou rural. Considera como essencial à atenção dos poderes públicos para a necessidade da reserva compulsória de áreas no planejamento urbano como uma das principais medidas para minimizar problemas centrais da sociedade, como a violência urbana e a delinqüência de adolescentes e jovens.. Uma outra linha de argumentação, na qual a posição de Antas (1995) se inscreve, apóiase na concepção de que a produção dos espaços públicos de lazer contribui para a produção do espaço urbano, no qual estão inseridos, como uma potencialidade, permitindo as relações entre a sociedade e o espaço da cidade, num constante embate entre forças sociais transformadoras e forças espaços-temporais, condicionadoras.. Para Lefevbre (1976), os parques, como espaços públicos de lazer, integrantes de um sistema de objetos técnicos passam a constituir elementos importantes na regulação das relações sociais, juntamente com a cultura, a educação e a produção do conhecimento nas universidades.. Não obstante a importância dessas áreas na cidade, a sua gestão se constitui em um dos principais problemas para as administrações municipais, em particular.

(23) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. com relação ao modo de se conseguir uma gestão que garanta o uso coletivo dessas áreas, preservando-se o seu suporte ambiental.. A presente pesquisa parte do princípio de que proposições sobre uma gestão dos espaços livres e especiais, direcionada pela conservação das estruturas ambientais, pressupõe o entendimento dos conceitos e abordagens teóricas que fundamentam a definição física e funcional dessas áreas.. Assim, este estudo se propõe a construir um histórico da evolução do pensamento e da ação sobre espaços livres e especiais na Região Metropolitana do Recife – RMR, no âmbito do órgão responsável pelo planejamento metropolitano, a FIDEM4, desde a sua criação, em 1975, até o início dos anos 2000, considerando, inclusive, o processo de planejamento urbano e regional, no período e, o contexto onde se insere a definição de áreas denominadas Parques Metropolitanos.. O território abordado é a Região Metropolitana do Recife – RMR, que se constitui importante região, entre as 12 Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco, Mapa 01, com uma população de 3.337.565 habitantes, dos quais 3.234.647 (96,91%) se encontram em áreas urbanas.. Mapa 1 – Pernambuco e Região Metropolitana do Recife. Fonte: Agência CONDEPE/FIDEM – Governo de Pernambuco – 2003 4. O órgão metropolitano inicialmente era denominado Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife – FIDEM, passando a Fundação de Desenvolvimento Municipal, em 1999. Atualmente constitui a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – CONDEPE-FIDEM..

(24) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Sua história de formação é semelhante a das demais regiões metropolitanas brasileiras. A Lei Complementar no 14, de 08 de junho de 1973, institucionalizou nove regiões metropolitanas no Brasil, marcando uma nova etapa de vida administrativa nacional, com o propósito de assegurar ao desenvolvimento nacional as condições de dinamismo econômico, bastante prejudicado pelos inadequados processos de urbanização. Foram instituídos processos para que as políticas setoriais buscassem no planejamento regional as soluções para os problemas gerados pela crescente urbanização.. Desde então, as ações para superação de alguns problemas urbanos – carência de serviços públicos, de habitação e de emprego e renda –, vinham ao encontro de expectativas sociais de uma convivência saudável em locais com qualidade urbana e ambiental.. Em Pernambuco, a institucionalização da RMR ocorreu em 03 de julho de 1975, através da Lei Estadual no 6708/75, com a criação da Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife – FIDEM, como instância de apoio técnico e administrativo para a gestão metropolitana. Cabiam a esse órgão as atribuições de execução do planejamento integrado do desenvolvimento metropolitano, a programação e a coordenação das intervenções, a articulação dos organismos governamentais e a modernização da administração dos municípios integrantes dessa região.. Os principais planos e projetos realizados, pela FIDEM, nas décadas de 70, 80 e 90 refletem uma grande demanda por infra-estruturas, dada à expansão urbana da região. Mas, ao longo desse período, ocorreu uma série de mudanças na prática do planejamento da cidade metrópole, passando o planejamento metropolitano a buscar entender as dinâmicas espaciais, sociais e econômicas, para melhor propor diretrizes que garantissem, no futuro, uma cidade metropolitana com qualidade para seus cidadãos. No bojo desse esforço, fica cada vez mais evidente a necessidade de conservar ambientes de interesse especial, sob o ponto de vista da qualidade ambiental e conseguir sua relação com as áreas urbanizadas de forma ecologicamente equilibrada..

(25) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Com base no entendimento da contribuição de opções de lazer ao ar livre para o de desenvolvimento psíquico e social do cidadão urbano nesse processo de urbanização sem fronteiras, a FIDEM propôs a criação de Parques Metropolitanos para a Região Metropolitana do Recife. Foram selecionadas inicialmente 20 áreas que abrigariam esses parques – sendo 6 áreas prioritárias: Armando Holanda Cavalcanti, Itamaracá, Guararapes, Janga, Capibaribe e Tapacurá, totalizando 4.439 ha.; 6 áreas secundárias: Estuário do Rio Beberibe, Ilha de São Simão, Horto de Olinda, Lagoa Olho D’Água, Estuário do Rio Timbó e Barra de Orange, totalizando 2.021 ha.; e 8 áreas alternativas: Açude Jangadinha, Engenho Novo, Engenho Uchoa, Istmo do Paiva, Açude Gurjaú, Serra do Cotovelo, Paratibe e Engenho Pintos e Pereira, totalizando 4.900 ha.. A presente pesquisa elaborou um levantamento da situação inicial dessas áreas e da lógica urbanística e ambiental que ensejou a definição física, funcional e operativa desses parques. A partir desse período, foi possível observar a trajetória desses espaços, sob vários aspectos. Percebem-se as diversas transformações ocorridas, em termos da dimensão físico-territorial ofertada, do entendimento conceitual, dos aspectos da gestão – pública e privada – e das ações propostas para as mesmas, como forma de assegurar sua função social, enquanto espaços ainda livres de ocupação, a serem protegidos.. Depois de quase 30 anos das primeiras abordagens sobre a preservação de áreas e sua destinação como espaços de lazer cultural, contemplativo e desportivo, tratadas no Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos – PDSPM, em 1979, que teve como referência o 1o Plano de Desenvolvimento Integrado da RMR – PDI/RMR – em 1976, tem-se como desafio maior a institucionalização, a implementação e a gestão dessas áreas de interesse comum, que hoje totalizam 10 áreas prioritárias, totalizando 1.873 ha.. Também integra este levantamento um breve relato das experiências que paralelamente vinham ocorrendo na RMR na defesa da função ambiental e social dos parques na cidade metropolitana, já bastante comprometida frente às pressões do setor privado de ocupação os vazios urbanos da cidade metropolitana. Pois a análise dos espaços de lazer não teria valor mais significativo sem a sua inserção no espaço urbano, posto que não são independentes, embora possuam qualidades bem específicas que lhe dão significado e valor.. Na análise que se desenvolveu, coube uma reflexão sobre as legislações, ambiental e urbana, relevantes na definição e relação das unidades ambientais e dos parques.

(26) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. metropolitanos. Também se discorreu sobre as competências no âmbito das políticas públicas e procedeu-se a uma avaliação do papel dos órgãos e entidades responsáveis pela conciliação de interesses entre os segmentos sociais envolvidos em uma possível gestão público-privada dessas áreas, uma vez que as condições sociais, ambientais e econômicas dos diferentes municípios da RMR são bastante diversificadas.. Tratar dos parques da Região Metropolitana do Recife não tem sido uma tarefa simples, inclusive do ponto de vista teórico. A escassez de produção teórica e temática sobre parques metropolitanos e a decisão de trabalhar com a noção de espaços livres e especiais em interação com os demais espaços urbanos, inclusive prestando serviços ambientais necessários ao cidadão, representou uma dificuldade, pois faltaram parâmetros teóricos, o que acarretou um empobrecimento dos conceitos utilizados. É emblemático o fato de que, apesar do termo parque metropolitano ser utilizado desde 1976, pela FIDEM, nesta pesquisa observou-se que uma conceituação técnica adequada só foi elaborada no âmbito de um grupo de trabalho constituído pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente, em 2001, quando se discorreu sobre as relações entre a unidade tratada e as unidades de conservação da natureza.. Esse conceito de parque metropolitano se pautou na perspectiva de um sistema espacial de localização de áreas de conservação ambiental com oferta de lazer à população metropolitana, sob a orientação de uma gestão compartilhada entre o Estado e os Municípios integrantes da região, como forma de intervenção no espaço urbano. Assim, em sintonia com Antas (1995), considerou-se que os parques metropolitanos também integram os espaços públicos de lazer e não apresentam função unívoca, cientificamente estabelecida. Mas, representam um serviço prestado pelo Estado à sociedade, serviço este cada vez mais procurado e necessário. Os parques são assim tratados como parte do conjunto de objetos técnicos presentes na cidade, interferindo de forma diferenciada na produção social do espaço urbano e na qualidade da vida da população.. Muito há para se aprofundar no tocante aos parques metropolitanos, mais ainda se os entendemos como partes de um sistema capaz de contribuir para a oferta de lazer para a população metropolitana, sob uma gestão compartilhada entre o Estado e os Municípios integrantes da região, resultando de uma intervenção pública no espaço urbano.. Apesar de se encontrar, na literatura específica existente sobre o assunto, autores que comungam da perspectiva de complementaridade territorial entre espaços livres e verdes, onde cada parque possa cumprir uma função temática, formando um sistema de espaços.

(27) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. públicos de lazer, pode-se afirmar que não se contempla adequadamente a questão da gestão compartilhada dessas áreas. Esse é o caso de Antas (1995), para quem os espaços públicos de lazer apresentam diferentes potencialidades enquanto objetos técnicos funcionais, a partir da intervenção do Estado. Essa perspectiva traria para o cidadão metropolitano a diversidade de escolha de locais para o seu lazer e, ainda, contribuiria para a conservação de estruturas ambientais importantes naqueles espaços.. Ainda, segundo Antas, o fenômeno da reserva de áreas para o lazer das cidades – tão necessário e tão pouco aprofundado, tem sua importância a partir da concepção da geografia, que parte da noção de espaço enquanto instância da sociedade e não como um receptáculo. (1995: p. 11).. Para o autor, o incremento demográfico e o acirramento da desigualdade social, a partir da década de 60, com intenso processo de urbanização nas metrópoles brasileiras, concorreram para uma nova prática espacial, isto é, a criação de espaços de lazer com o objetivo de contribuir para a melhoria das relações sociais na cidade. Tal posição encontra respaldo em Antas (1995) apud Santos (1987) e Lefebvre (1976) no tocante à necessidade de atividades de lazer – entendido como tempo livre da jornada de trabalho e das obrigações – e sua relação com a manutenção da produtividade espacial e a sucessiva reconstrução da sociedade.. Assim, argumenta-se, no presente trabalho que a gestão compartilhada dos parques metropolitanos possibilitaria a interação desses parques com o sistema que abriga as Unidades de Conservação da Natureza – UC. Haveria, na Região Metropolitana do Recife, um diálogo entre as áreas de conservação das UCs e as áreas verdes dos parques metropolitanos. Estes, por sua vez, abrigariam áreas de proteção ambiental, com resquícios de ecossistemas fundamentais para nossa biodiversidade e, inclusive, com a presença de importante acervo do patrimônio histórico, em alguns casos, permitindo novas oportunidades de geração de emprego e renda, na medida em que novos usos e funções poderiam ser admitidos, dinamizando a economia local.. O grande desafio, portanto, é o de transpor barreiras políticas e administrativas para conseguir chegar a uma gestão compartilhada entre estado e municípios dos parques metropolitanos. Cidades que já venceram esse desafio – a exemplo de Curitiba, que tem vários parques metropolitanos implantados – demonstram que os mesmos são benéficos para os processos de urbanização e de conservação da natureza, de forma simultânea e harmônica..

(28) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Esta pesquisa muito pode contribuir para a defesa e proteção dessas áreas no território metropolitano da RMR, sendo particularmente oportuna na medida em que alguns dos espaços selecionados há quase trinta anos ainda estão reservados para tal finalidade, mesmo com redução de áreas, como poderá ser visto, de forma mais detalhada no capítulo 2, que trata da contextualização..

(29) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. 1.1. OBJETIVOS O Objetivo Geral dessa Dissertação é construir um histórico da evolução do pensamento e da ação sobre os espaços livres da RMR destinados aos parques metropolitanos no período entre 1976 e 2004, permitindo considerações sobre as formas de gestão mais adequadas do ponto de vista ambiental e social.. Quanto aos Objetivos Específicos, são relacionados, principalmente: •. Apresentar um estudo comparativo dessas áreas em três momentos do período estudado, apresentando o que foi planejado e o que de fato ocorreu, visando avaliar as mudanças nelas ocorridas;. •. Analisar alguns dos referenciais do planejamento metropolitano, notadamente dos parques metropolitanos, de forma a permitir uma avaliação histórica, situando a década de 70 como marco inicial;. •. Analisar a legislação de proteção ambiental, visando propor mudanças que permitam incluir os parques metropolitanos como unidades de conservação diferenciada e, portanto, na perspectiva de melhorar a qualidade ambiental urbana na RMR; e,. •. Analisar a situação atual do conjunto de áreas urbanas e periurbanas selecionadas como parques metropolitanos na RMR, avaliando seu grau de vulnerabilidade e implementação, exemplificando com mais detalhes o Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti (anexo), como forma de apresentar as condições de uma gestão compartilhada, no âmbito metropolitano.. 1.2. ESTRUTURA DO DOCUMENTO. Quanto à estrutura, este trabalho apresenta seis capítulos, além das referências e dos anexos. Mapas da Região Metropolitana do Recife, nos períodos detalhados foram elaborados visando à espacialização das informações, assim como mapas de cada parque, com fotos que melhor representam à área.. O presente capítulo 1, denominado Introdução levanta a questão que motivou a realização dessa investigação – a história de evolução do processo de planejamento e gestão dos espaços destinados aos parques metropolitanos, permitindo uma reflexão sobre os espaços livres e as relações com os espaços da.

(30) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. cidade metropolitana, sob a concepção de que a produção dos espaços públicos para o lazer contribui para a produção do espaço urbano. Aborda ainda a gestão como um dos principais problemas para as administrações municipais, em particular com relação ao modo de se conseguir uma gestão que garanta o uso coletivo dessas áreas, preservando-se o seu suporte ambiental, tudo a partir da análise do processo de planejamento metropolitano. O segundo capítulo trata do contexto no qual estão inseridos os parques metropolitanos, desde a análise do processo de urbanização acelerada e a necessidade de conservação desses espaços livres, passando pelo conhecimento acerca dos referenciais do planejamento metropolitano que tratam dos parques, chegando às interfaces de uma gestão compartilhada para utilização dos mesmos. Os mapas contendo a espacialização dos parques metropolitanos estão inseridos nesse capítulo.. O terceiro capítulo contém a base teórico-conceitual que permitiu as relações diretas e indiretas com a questão central desse estudo. Busca-se, nesse capítulo, estabelecer a relação entre o desenvolvimento sustentável e as cidades, bem como entre os parques metropolitanos e o desenvolvimento sustentável. Na conservação integrada urbana e territorial foram abordados os desafios da sustentabilidade e os novos desenhos de cidades, como forma de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das cidades no mundo contemporâneo. Ainda, quanto às questões das pressões antrópicas nos espaços urbanos, foi tratada a relação dos parques no contexto das áreas periurbanas. Destacase, em seguida, a necessidade de recreação e lazer do homem, associada à preservação de espaços de valor ambiental, temática que envolve os parques metropolitanos, determinando suas possibilidades atuais e futuras. São tratadas, igualmente, as unidades de conservação da natureza, visando identificar as divergências e similaridades conceituais entre estas e os parques metropolitanos, e inserção destes no sistema de unidades de conservação.. O quarto capítulo, por sua vez, apresenta o percurso metodológico utilizado nessa pesquisa, justificando os passos e procedimentos adotados para atingir os objetivos propostos.. Os resultados da pesquisa são objetos do quinto capítulo, onde estão dispostas as informações dos documentos referenciais utilizados, com base nas informações do planejamento das áreas selecionadas como parques metropolitanos, permitindo uma.

(31) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. visão geral de cada uma, sob o ponto de vista da proteção legal, das características gerais de cada área e das propostas nos período de 1980, 1987 e 2001, além das condições de vulnerabilidade e possibilidade de implementação.. O capítulo 6, denominado Recomendações e Conclusões apresenta uma abordagem geral mais conclusiva, com recomendações específicas sobre os seguintes itens: área, propostas. existentes,. proteção. legal,. recursos. naturais,. recursos. construídos,. conservação integrada, grau de vulnerabilidade, nível de implementação, situação fundiária, prioridades político-administrativas e gestão.. Finalmente, é apresentado um conjunto de anexos, contendo dados da pesquisa realizada nos referenciais metropolitanos..

(32) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. 2. CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1. PRESSÃO ANTRÓPICA SOBRE OS ESPAÇOS LIVRES NA RMR 2.2. REFERENCIAIS DOS PARQUES METROPOLITANOS 2.3. ÁREAS SELECIONADAS PARA PARQUES METROPOLITANOS.

(33) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. 2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA Este capítulo aborda os principais eventos que marcaram o planejamento e a implementação dos parques metropolitanos, ao longo das três últimas décadas. Enfocase, inicialmente a evidente pressão antrópica sobre essas áreas, caracterizadas como espaços livres, públicos ou privados, urbanos ou periurbanos, da RMR, dotados de importante patrimônio ambiental, natural e construído, dentro de um processo de urbanização acelerada e desordenada. Em seguida, contextualizando-se os parques do ponto de vista conceitual, apresenta-se um conjunto de comentários sobre as referências do pensamento sobre essas áreas na RMR e as conseqüentes mudanças na sua configuração espacial.. A análise do contexto objetivo das áreas selecionadas para abrigar os parques no planejamento metropolitano, e do contexto conceitual em que elas foram planejadas evidencia três aspectos importantes: (i) as enormes pressões da ocupação urbana sobre os espaços livres, remanescentes do planejamento metropolitano; (ii) a contínua busca do planejamento metropolitano de ofertar espaços de lazer para o cidadão, como condição básica para o seu equilíbrio emocional e físico; e (iii) o fato, central, de que os parques, apesar de tratados em diversos momentos do planejamento metropolitano, dentro de diferentes abordagens, ainda carecem de um projeto sustentável.. 2.1. PRESSÃO ANTRÓPICA SOBRE OS ESPAÇOS LIVRES NA RMR. O ambiente metropolitano vem se deteriorando gradativamente em termos de qualidade urbana e ambiental, na medida em que parte do patrimônio natural e construído vem se perdendo ao longo das últimas décadas, principalmente devido à enorme pressão antrópica sobre essas estruturas.. Durante a década de 70 a população urbana ultrapassou a população rural no Brasil, como mostra o Quadro 1..

(34) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA NO BRASIL5 E NA RMR – (%). ANO. POP. URBANA - BRASIL. 1900 9,40 % 1920 10,70 % 1940 31,24 % 1950 36,16 % 1960 44,93 % 1970 55,92 % 1980 67,59 % 1990 75,59 % 2000 81,23 % Fonte – Dados do IBGE e FIDEM - 2000. POP. URBANA – RMR 72,10% 78,78% 85,48% 90,85% 90,03% 94,42% 96,91%. Esse fato acarretou, de um lado, a preocupação com a vida moderna e o processo acelerado de urbanização brasileira e, de outro, a necessidade de proteger antecipadamente as estruturas urbanas e periurbanas mais sujeitas à pressão imobiliária. As áreas que deveriam abrigar os parques metropolitanos foram selecionadas justamente neste período, consolidando a intenção de prover os habitantes com uma quantidade adequada de áreas verdes e de lazer.. A oferta de áreas verdes em territórios de grande densidade urbana, caso das regiões metropolitanas brasileiras, tem sido objeto de inúmeros estudos em todo o mundo. Dados e indicadores relativos a várias cidades demonstram que a proporção de áreas verdes em relação à área urbana total varia muito. Na Comunidade Européia (Relatório do Ambiente na Europa, 19986) esse percentual passa de 60% na capital da Eslováquia e cai para 5% em Madrid, segundo dados de 1995. Esse estudo destaca, ainda, a necessidade do planejamento, do desenho e da ordenação da vegetação e das áreas florestais como valores atrativos, tanto em áreas urbanas como periurbanas, vinculando a paisagem e as condições de desenvolvimento da vegetação à qualidade da vida urbana.. Em outras grandes metrópoles, como a Cidade do México – cidade mais populosa do mundo com aproximadamente 31,6 milhões de habitantes – esse número se reduz a 2,2%, representando 1,94 m2/hab, índice bem inferior aos 9,0 m2/hab recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Na Turquia, a média varia de 0,3 a 10 m2/hab. Já em Copenhague, as áreas verdes e ajardinadas representam 23% da superfície urbana, correspondendo a 43 m2/habitante. A cidade conta ainda com 48 árvores por km de rua e 1 parque de recreação e lazer para cada 459 crianças ou jovens.. 5. No capítulo de anexos apresenta-se Quadro I – População Residente no Brasil, por região. 1940 a 2000; Quadro II População residente em Pernambuco e Região Nordeste, 1940/2000; Quadro III – População Urbana e Rural, total e percentual por Região Brasileira, 1950/2000, onde aparece o fenômeno da urbanização, desde a década de 50. 6 Relatório elaborado pelo Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Européias, em seqüência ao Relatório – O Ambiente na Europa: A Avaliação de Dobris (1995), decorrente da solicitação dos ministros do Ambiente de todos os países europeus, visando a quarta Conferência Ministerial de Arhus, Dinamarca, em junho de 1998..

(35) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Os dados sobre as áreas verdes nos municípios da RMR são extremamente precários, não sendo possível avaliar o seu percentual no território ou a quantidade de área verde por habitante. A cidade do Recife, uma exceção a essa regra, vem realizando estudos e levantamentos sobre a questão ambiental e construindo um aparato legal e de gestão para a proteção dessas áreas. Nesse esforço, elaborou o Cadastro de Unidades de Conservação7, que permitiu não apenas formar um banco de dados, mas um diagnóstico para formulação de propostas de ação, tudo amparado pela Política Ambiental da cidade do Recife. Embora Recife8 apresente dados importantes sobre os espaços livres existentes no município, duas observações devem ser consideradas: a primeira trata do conceito adotado referente aos espaços livres que considera, avenidas, ruas, passeios, vielas, pátios, largos, parques, praças, jardins, maciços arbóreos cultivados representados pelos quintais, matas, manguezais, lagoas, restingas, praias fluviais e marítimas, porquanto considera que a denominação espaços livres está apoiada na condição de oferecer livre acesso. E, a segunda é que não há informações para os demais municípios da RMR que possibilite uma análise qualitativa.. Os dados mais aproximados que existem para a RMR referem-se à relação entre área total, área urbanizada e área rural dos municípios, mostrados no Quadro 2. Esses dados demonstram que, na RMR, 28,65% do território é de área urbanizada, como mostrado no Mapa 2, a seguir. QUADRO 2 – ÁREA TOTAL URBANA E RURAL COM % DOS MUNICÍPIOS DA RMR* ÁREA TOTAL MUNICÍPIO(ha) Abreu e Lima 12,850 Igarassu 30,290 Ilha de Itamaracá 6,510 Itapissuma 7,390 Olinda 3,790 Paulista 10,180 Recife 21,780 Jaboatão dos Guararapes 25,620 Cabo de Santo Agostinho 44,650 Ipojuca 51,260 Moreno 19,130 São Lourenço da Mata 26,330 Camaragibe 48,100 Araçoiaba 9,650 Fonte – Projeto Análise do Solo Urbano da RMR-FIDEM-2003. (*) A RMR tem um total de 2.742km2. MUNICÍPIOS. 7. ÁREA URBANA (ha) ha % 2,8257 21,99 3,5802 11,82 2,7400 42,09 0,5609 7,59 3,4898 92,08 7,1483 70,22 21,7800 100 14,9774 58,46 7,6172 17,06 2,6245 5,12 2,6131 13,66 3,5782 13,59 4,8100 100 0,2113 2,19. ÁREA RURAL (ha) ha % 10,0242 78,01 26,7097 88,18 3,7699 57,91 6,8231 92,41 0,3001 7,92 3,0316 29,78 0,00 0,00 10,6425 41,54 37,0327 82,94 48,6354 94,88 16,5168 86,34 22,7517 86,41 0,00 0,00 9,4386 97,81. O Cadastro de Unidades de Conservação da Cidade de Recife foi elaborado pela Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Recife, em atendimento à Lei Municipal nº 16.243, de 13.09.1996, que instituiu a Política de Meio Ambiente da Cidade do Recife e o Código de Meio Ambiente e do Equilíbrio Ecológico da Cidade. 8 Documento sobre os Espaços Livres do Recife, elaborado pela Prefeitura da Cidade do Recife e Universidade Federal de Pernambuco, em 2000, conceitua e quantifica os espaços livres..

(36) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. Mapa 2 – ÁREA URBANIZADA DA RMR. Quanto à questão de áreas de parques por município na RMR, o Quadro 3 apresenta dados sobre a proporcionalidade dessas áreas com a área total e com a área urbana de cada um dos municípios..

(37) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. QUADRO 3 – MUNICÍPIOS DA RMR E OS PARQUES METROPOLITANOS. Municípios. Parque Metropolitano. Abreu e Lima Igarassu Ilha de Itamaracá Itapissuma Olinda. Área total do municipio (ha) 12.850 30.290 6.510 7.390 3.790. Área urbana (ha). 2,8257 3,5802 ITAMARACÁ 2,7400 0,5609 ARCOVERDE/ 3,4898 HORTO DE OLINDA Paulista JANGA 10.180 7,1483 Recife MANGUEZAIS/ 21.780 21,7800 JIQUIÁ/ CAPIBARIBE Jaboatão dos Guararapes GUARARAPES/ 25.620 14,9774 LAGOA OLHO D’ÁGUA Cabo de Santo Agostinho ARMANDO HOLANDA 44.650 7,6172 Ipojuca 51.260 2,6245 Moreno 19.130 2,6131 São Lourenço da Mata 26.330 3,5782 Camaragibe 48.100 4,8100 Araçoiaba 9.650 0,2113 Fonte – Elaboração própria com base nos dados do IBGE e FIDEM - 2000. % 21,99 11,82 42,09 7,59 92,08. Área do parque % sobre % sobre (ha) a área do a área Município urbana 200 3,07 7,29 41 1,08 1,17. 70,22 100. 616 337. 6,05 1,55. 8,62 1,55. 58,46. 724. 2,82. 4,83. 17,06 5,12 13,66 13,59 100 2,19. 270 -. 0,60 -. 3,54 -. Para entender o contexto das áreas dos parques metropolitanos da Região Metropolitana do Recife é necessário ir além dos dados quantitativos, objetivos, sobre a pressão antrópica que elas sofrem e retroagir ao final da década de 70, para compreender o contexto histórico da sua criação, em termos de gestão urbana no Brasil. A partir de 1974, em resposta ao crescimento urbano acelerado – a metropolização ou a conurbação de cidades – em um momento de recessão econômica, o governo federal criou as regiões metropolitanas, buscando a promoção do melhor desempenho econômico dessas áreas e a melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos. Essa preocupação do poder público surgiu a partir do perfil do crescimento urbano que se estabeleceu no país a partir do início do século passado, quando a população urbana salta de 10,70%, em 1920, para 31,24% em 1940, seguindo-se por 36,16% em 1950, 44,93% em 1960, 55,92% em 1970, 67,59% em 1980, 75,59% em 1990, chegando a 81,23% em 20009. Esses números demonstram da busca de habitantes pelo espaço urbano, gerando um processo de crescimento sem precedentes das grandes cidades brasileiras e dos vários problemas a serem enfrentados. O Quadro 4, mostra a situação das 13 maiores cidades brasileiras em termos de grau de urbanização da população, em 2000.. 9. Quadro III – População Urbana e Rural, total e percentual por Região Brasileira, 1950/2000, já citado..

(38) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. QUADRO 4 – RANKING DAS MAIORES CIDADES BRASILEIRAS, EM POP. URBANA Ranking. 13 maiores metrópoles do Brasil. População total 2000. 1. São Paulo (SP). 2. Rio de Janeiro (RJ). 3. Salvador (BA). 4. Belo Horizonte (MG). 2.238.526. 5. Fortaleza (CE). 6. Brasília (DF). 7 8. População urbana 2000. 10.434.252. %. 9.813.187. 94,05. 5.857.904. 5.857.904. 100,00. 2.443.107. 2.442.102. 99,96. 2.238.526. 100,00. 2.141.402. 2.141.402. 100,00. 2.051.146. 1.961.499. 95,63. Curitiba (PR). 1.587.315. 1.587.315. 100,00. Recife (PE). 1.422.905. 1.422.905. 100,00. 9. Manaus (AM). 1.405.835. 1.396.768. 99,36. 10. Porto Alegre (RS). 1.360.590. 1.320.739. 97,07. 11. Belém (PA). 1.280.614. 1.272.354. 99,35. 12. Goiânia (GO). 1.093.007. 1.085.806. 99,34. 13. Guarulhos (SP). 1.072.717. 1.049.668. 97,85. 34.389.320. 33.590.175. 97,68. TOTAL. Fonte – Elaboração própria com base nos dados do IBGE e FIDEM - 2000. Esse processo de urbanização colocou a necessidade de enfrentamento das questões de interesse comum, considerando que várias cidades passaram a constituir um aglomerado urbano, conurbado, com outras cidades, levando à necessidade de uma gestão colegiada para resolver problemas que afetam várias gestões político-administrativas.. A institucionalização das regiões metropolitanas brasileiras baseou-se, portanto, no conceito dos serviços públicos de interesse comum, passando posteriormente, mas precisamente em 1994, às funções públicas de interesse comum. Compreende-se, assim, que não apenas os serviços, mas as funções públicas do interesse comum são co-responsabilidade das três esferas de setor público governamental, cabendo a todos a organização, o planejamento e a execução das ações de desenvolvimento e de equilíbrio dessa região.. Esse momento histórico do processo de gestão urbana no Brasil associou as três esferas de poder num ambiente de negociação dos diferentes interesses. Nesse esforço, planos, programas e projetos foram traçados dentro da lógica urbana da RMR, numa rede de funções complementares, diferentemente de uma visão isolada do crescimento municipal.. Recife e sua região metropolitana, constituída por 14 municípios, não diferem de outras realidades brasileiras e apresentam uma população urbana bem maior do que a parcela rural, conforme está demonstrado no Quadro 5. A semelhança de.

(39) Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR. outras metrópoles isso já ocorria mesmo antes de se constituir na unidade regional metropolitana, em 1974.. QUADRO 5 – POPULAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE, POR DÉCADA (total , urbana, rural e % urbana) Ano de referência. População Total. População Urbana. População Rural. % pop. Urbana. 1940 576.467 415.668 160.799 72,10% 1950 843.409 664.451 178.958 78,78% 1960 1.275.125 1.090.050 185.075 85,48% 1970 1.827.173 1.660.039 167.134 90,85% 1980 2.386.461 2.148.574 237.887 90,03% 1991 2.919.979 2.757.088 162.891 94,42% 1996 3.087.967 2.926.174 162.793 94,76% 2000 3.337.565 3.234.647 102.918 96,91% Fonte – Diagnóstico Preliminar da Região Metropolitana do Recife – Volume 1 – Recife-1974. Governo do Estado de Pernambuco/Secretaria de Coordenação Geral – Conselho de Desenvolvimento de Pernambuco – CONDEPE e BDE – Banco de Dados do Estado de Pernambuco – CONDEPE/FISEPE, Governo do Estado de Pernambuco, 2004.. Entretanto, o fenômeno da metropolização, não ocorre igualmente em todos os municípios que integram a Região Metropolitana do Recife10. A urbanização varia de município a município, em função das potencialidades locais ou de outros fatores internos, como uma gestão de qualidade, ou externos, como a instalação de um programa de desenvolvimento local com infra-estrutura.. É importante considerar, também, que alguns desses municípios apresentam especificidades ambientais relevantes para a metrópole, a exemplo das áreas de proteção de mananciais hídricos em quase toda a parcela oeste da RMR. Esses fatos restringem a ocupação urbana e deveriam promover compensações, inclusive em termos financeiros, para esses municípios. Um exemplo é Araçoiaba, onde quase 90% do seu território apresenta restrições à ocupação por se tratar de área estratégica para o abastecimento de água da área norte da RMR. Também Igarassu, com mais de 50% de sua área com restrições ao uso e ocupação por questões ambientais.. O Mapa 3 apresenta a fatia da RMR comprometida com restrições ambientais legais, em relação à área urbanizada da RMR. Na parte litorânea é onde se concentra a ocupação predominante urbana. O Quadro 6 apresenta a população urbana e rural em cada município da RMR.. 10. Quadros demonstrativos do crescimento urbano por município da RMR (Quadros IV ao X), desde a década de 40 até 2000 encontram-se, no capítulo de anexo, desta dissertação, permitindo a análise do crescimento da região..

Referências

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