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NATUREZA DO PROBLEMA E ESTRATÉGIA DO ESTUDO

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS CATEGORIA

4.2. NATUREZA DO PROBLEMA E ESTRATÉGIA DO ESTUDO

Os parques metropolitanos foram estudados com base em algumas considerações sobre a natureza do problema, que definiram a abordagem metodológica e a estratégia de trabalho da pesquisa:

 A primeira delas diz respeito ao desenvolvimento sustentável e ao processo de urbanização das cidades, de uma forma geral. No caso particular, observou-se que a relação das áreas verdes destinadas aos parques metropolitanos com os demais espaços urbanos da cidade metropolitana se traduz pelo não diálogo, não permitindo a interação completa e harmônica entre eles. Ao contrário, a cidade tem sido sempre motivo de pressão sobre as áreas periurbanas;

 A segunda trata da necessidade de conservação dessas unidades espaciais, de forma integrada aos elementos urbanos e territoriais, proporcionando a articulação harmônica entre as áreas verdes e as áreas urbanas ocupadas;

 A terceira trata da classificação das unidades de conservação da natureza contidas no SNUC e sua relação com as especificidades de cada unidade da federação brasileira, ou seja, as especificidades do Estado de Pernambuco, particularmente da RMR. Os parques metropolitanos parecem constituir uma unidade diferenciada dentro do sistema formal de UCs. Dentro dessa abordagem, a oferta de lazer é tratada como elemento essencial ao cidadão metropolitano;

 Finalmente, foi considerada a questão, que vem sendo discutida já há algum tempo, da gestão compartilhada das áreas especiais inseridas num proposto sistema metropolitano integrado de unidades de conservação da natureza e áreas de relevante interesse.

Considerando que tanto as questões teóricas do desenvolvimento sustentável e da conservação e gestão de áreas especiais, quanto às questões reais do objeto empírico – os parques metropolitanos – são constituídas de variáveis múltiplas,

Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR

tornou-se fundamental compreender que tratamos de uma relação particular, a dos parques metropolitanos e a RMR, e outra mais geral, da cidade metropolitana (RMR) e o seu sistema de unidades ambientais (conjunto mais amplo do que o dos parques metropolitanos).

A metodologia adotada permitiu a busca contínua de respostas para o grande desafio da pesquisa, que foi responder a questões como: Qual a importância dos parques metropolitanos? Que funções específicas essas áreas teriam, em contraponto às unidades de conservação da natureza, estas últimas respaldadas por leis próprias?

Seguindo o percurso metodológico, foi possível desenvolver uma pesquisa aprofundada e apresentar um levantamento da situação de cada unidade ao longo de períodos distintos, quais sejam:

a) o primeiro, em 1976, quando o Plano de Desenvolvimento Integrado para a RMR incluía programas para o lazer e a recreação da população, bem como para a proteção ambiental das áreas de crescimento urbano;

b) o segundo, no Plano de Preservação de Sítios Históricos da Região Metropolitana do Recife – PPSH/RMR, em 1978, quando foram definidos os sítios históricos integrantes da região. Esse plano estabeleceu um novo conceito de qualidade ambiental, associado à qualidade urbana. A importância desse documento referencial é sua identificação de sítios históricos ou patrimônio edificado no interior de muitos parques metropolitanos, permitindo uma qualificação ainda maior dessas áreas;

c) em terceiro lugar, o Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos – PMSPM/RMR, em 1980. Esse Plano, além de uma leitura da região sob o ponto de vista das condições de cada área destinada a parque metropolitano, enfocou um sistema metropolitano capaz de atender à lógica traçada para a oferta dessas unidades;

PARQUES METROPOLITANOS X RMR

Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR

d) no quarto momento são reforçadas e priorizadas algumas áreas, com a redução territorial de algumas e, conseqüentemente, da oferta ambiental e de lazer, e com alteração da destinação de algumas delas, segundo o Plano Diretor de Sistema de Parques Metropolitanos de 1987;

e) no quinto momento, em 1998, o Plano Diretor da Região Metropolitana do Recife – METRÓPOLE 2010, traz à tona a questão dos territórios de oportunidades, resgatando potencialidades existentes e especificidades locais de cada parcela do território metropolitano, com ênfase na questão ambiental, vocacionado para empreendimentos de apoio ao turismo;

f) um estudo mais atual sobre todas as áreas destinadas a parques metropolitanos encontra-se no documento intitulado Parques Metropolitanos, concluído em 2001, que contém um diagnóstico comparativo dos diversos momentos para cada área, no cenário de evolução da cidade metropolitana;

g) finalmente, foi considerada a contribuição do estudo desenvolvido junto ao Grupo de Trabalho do Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA, intitulado GT Parques Metropolitanos. Neste documento as contribuições de diversos órgãos envolvidos com a temática permitiram estabelecer conceituações e parâmetros entre as unidades de conservação da natureza e os parques metropolitanos, e propor um Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza e Áreas de Relevante Interesse Especial.

Foram elaboradas fichas técnicas onde se procurou condensar as informações pertinentes a cada área selecionada como parte do sistema de parques metropolitanos. Esse sistema ainda tem 2.188 ha de área disponíveis, distribuídos entre os seguintes parques:

 Parque Arcoverde (32 ha) – Olinda

 Parque Histórico Nacional dos Guararapes (224 ha) – Jaboatão dos Guararapes

 Parque Armando Holanda (270 ha) – Cabo de Santo Agostinho  Parque do Janga (616 ha) – Paulista

Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR

 Horto de Olinda (9 ha) – Olinda

 Parque dos Manguezais (240 ha) – Recife  Parque de Itamaracá (200 ha) – Itamaracá

 Parque da Lagoa Olho D´Água (500 ha) – Jaboatão dos Guararapes  Parque do Jiquiá (52 ha) – Recife

 Parque Capibaribe (140 ha) – Recife/São Lourenço da Mata

Embora carentes de projetos, algumas áreas selecionadas merecem atenção quanto à oportunidade de sua manutenção, por se encontrarem ainda livres da ocupação, e por conterem atributos de recursos construídos, representados pelo patrimônio histórico.