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QUADRO 20 COMPARATIVO ENTRE AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E OS PARQUES METROPOLITANOS

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO PARQUES METROPOLITANOS

Conceito:

Compreendem espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais com características naturais relevantes, legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

Objetivos:

I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;

II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito estadual;

III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;

IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;

V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;

VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;

VIII - proteger e recuperar recursos hídricos; IX - recuperar /restaurar ecossistemas degradados; X - proporcionar meios e incentivos para pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;

XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contrato com a natureza e o turismo ecológico;

XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo- as social e economicamente.

Conceito:

São áreas integrantes do território metropolitano a serem protegidas ambientalmente da ocupação urbana e equipadas para o exercício de atividades de lazer, contemplação e esportes, atendendo as funções públicas de interesse comum, no âmbito metropolitano. Devem, portanto, conter espaços verdes, que favoreçam o desenvolvimento físico e intelectual das pessoas, satisfazendo as suas necessidades de contato com a natureza. Podem concentrar várias atividades e devem atender a um grande número de habitantes, de todas as faixas etárias e diferentes condições socioeconômicas. e culturais. Sua localização não precisa estar necessariamente em área urbana, face à relevância de preservar enclaves naturais e de conter o crescimento desenfreado, com medidas conservacionistas. Cumprem, dessa forma, o papel de preservar o meio ambiente. Em geral, são áreas com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características históricas, culturais ou artísticas extraordinárias ou que dele se vislumbra notável beleza cênica, e que atrai visitantes de toda a RMR.

Objetivos

I - suprir as necessidades de lazer e convivência, considerando que seu uso como parque permita a preservação de fatias do território metropolitano, como salvaguardas do patrimônio natural (matas e reservas ambientais florestais, faunísticas e de recursos hídricos), e do patrimônio histórico edificado, e possibilite uma ocupação compatível com a referida proteção ambiental;

II – conservar o patrimônio histórico, cultural e artístico, as notáveis belezas cênicas e promover a saúde física e mental da população metropolitana.

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Definição adotada pelo GT CONSEMA - Maria José Marques Cavalcanti (Presidente do GT) e Eleonôra Delgado – Fundação de Desenvolvimento Municipal – FIDEM; Geraldo Margela Correia – Ministério Público de Pernambuco - MPE; Marcelo Mesel – Sociedade Nordestina de Ecologia – SNE; Roberto Lemos Muniz – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA/PE; Francisco de Assis Araújo – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA; Alberto Jorge da Rocha Silva – Prefeitura da Cidade do Recife – PCR; Normando Carvalho Oliveira da Silva – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco – SECTMA; Giannina Cysneiros e Maria Lúcia Costa Lima – Companhia Pernambucana de Meio Ambiente – CPRH.

Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR

3.5. PARQUES METROPOLITANOS

Parque pode ser definido como “terreno murado ou vedado onde há caça; jardim extenso e murado; ainda, no sentido mais amplo, como região natural que o governo de um país coloca sob proteção do Estado a fim de conservar flora e fauna, como defesa contra as devastações feitas pelo homem”. 63,

O parque metropolitano tem um conceito mais amplo, sendo parte de um sistema capaz de abrigar as áreas destinadas ao lazer coletivo do cidadão metropolitano com a possibilidade de abrigar em seu interior as unidades de uso sustentável, com agregação de outra função urbana: a oferta de espaços para atividades de lazer.

Na construção de uma possível definição é importante estabelecer a diferenciação entre

uma área com as características de oferta de lazer e uma unidade de conservação64.

Atribui-se à última, além das características estipuladas na Lei Federal nº 9.985/00, a qualidade de ser área ambiental passível de administração especial.

Assim, discute-se a seguir, de forma breve os conceitos e das características de parque nacional, regional metropolitano e de unidade de conservação da natureza.

Em 1937, através do Decreto Federal nº 1.713, de 14 de junho de 1937, foi criado o Parque Nacional de Itatiaia. Levou-se em consideração que as terras dessa região já estavam incorporadas, desde 1914, ao Patrimônio do Jardim Botânico e que ali já existia e funcionava a Estação Biológica de Itatiaia, com área de 11.943 ha., coberta de matas primitivas, com nascentes de rios e flora diversificada. A necessidade de transformar essa área em um parque nacional visava, também, à perpetuação de sua conservação no aspecto primitivo e, dessa maneira, ao atendimento das necessidades de ordem científica decorrente. Outra questão relevante diz respeito ao entendimento da área também como fator de atratividade para o turismo, permitindo ao parque abrigar um centro de atração de viajantes, tanto nacionais como estrangeiros. Finalmente, a localização desse Parque atendia, simultaneamente, à proteção da natureza, às ciências

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Pequeno Dicionário da Língua Brasileira – 13ª Edição, supervisionado por Aurélio Buarque de Hollanda Ferreirra, com a assistência de José Baptista da Luz – GAMMA, 3º volume.

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Unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR

naturais, ao incremento das correntes turísticas e às necessidades de reserva para as gerações vindouras.

Em 1939 são criados mais dois parques nacionais, também por Decretos Federais, o de nº 1.035, de 19 de janeiro e o de nº 1.822, em 30 de novembro, constituindo os Parques Nacionais de Iguaçu e o da Serra dos Órgãos, respectivamente. Vinte anos depois (1959) voltam à tona os Decretos de criação de parques. Nesse intervalo são constituídas as Florestas Protetoras no território nacional. No Quadro 21, a seguir consta a evolução quantitativa dos parques nacionais instituídos.

QUADRO 21 – PARQUES NACIONAIS INSTITUÍDOS NO BRASIL ATÉ 1991

Categoria 1934/60 1960/65 1965/80 1981/83 1983/86 1986/91 Parque Nacional 06 10 09 02 02 05 Total em 1991 34

Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias e IBAMA.

Os parques nacionais, portanto, vêm sendo instituídos desde o Código Florestal de 1934, constituindo áreas remanescentes de domínio público, com proibição de qualquer atividade contra a flora e a fauna.

Os parques regionais metropolitanos são definidos no Relatório do Grupo de Trabalho do Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA de Pernambuco, como áreas com capacidade de atendimento de um grande número de pessoas e que não precisam estar necessariamente em área urbana, posto ser relevante preservar enclaves naturais existentes, retendo o crescimento desenfreado com medidas conservacionistas e cumprindo o papel de preservar o meio ambiente. Há uma grande aproximação entre o conceito acima disposto e o conceito de parque regional, ambos de abrangência de uma região, apenas se diferenciando por se constituir o primeiro em ambiente de uma metrópole.

Segundo o Plano Diretor de Sistema de Parques Metropolitanos – PDSPM/RMR existem diversas categorias, que podem constituir um sistema de proteção ambiental e de lazer, a saber:

Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR

Parques de Recreação – áreas de oferta de lazer localizadas próximas às escolas e aos centros habitacionais;

Parques de Vizinhança – mais diretamente ligados aos núcleos ou conjuntos residenciais devem estar próximos às concentrações habitacionais;

Parques Distritais – mais voltados ao atendimento às demandas entre bairros;

Parques Municipais – permitem atender a uma demanda maior por espaços de lazer e devem estar localizados em espaços intra-municipais;

Parques Metropolitanos – com características especiais devem ofertar uma vasta gama de atividades recreativas, desportivas e culturais, além de abrigar atividades científicas de pesquisa e preservação do patrimônio natural e construído.

Parques Regionais – área necessária para salvaguardar unidade de conservação da natureza. Quando localizados no espaço metropolitano, passam à categoria anterior, ou seja, parque regional metropolitano.