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O entendimento sobre o desenvolvimento sustentável permite uma nova ordem, no sentido do uso e das funções de espaços livres anteriormente destinados a uma preservação, que tinha por objetivo perpetuar determinado espaço, garantido sua proteção em lei.

A necessidade de que cada Estado da Federação defina suas especificidades em termos de unidades de conservação da natureza permite que sejam redefinidas unidades constituídas, re-classificadas áreas que tiveram um enquadramento provisório e hoje apresentam razões específicas para um novo enquadramento, e ainda, que sejam definidas novas categorias complementares, a exemplo dos parques metropolitanos e áreas de relevante interesse especial.

Assim, uma proposta para um Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza e Áreas de Relevante Interesse Especial – SEUC, foi trabalhada por um Grupo

de Técnicos45 constituído pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA de

forma a que o Estado seja suprido de uma política estadual, bem como de um sistema que forneça as bases legais, institucionais e financeiras para disciplinar, orientar e gerir, de forma articulada e orgânica, uma rede integrada de unidades de conservação, apoiando o seu planejamento e a gestão necessária para abrigar todo o sistema, objetivando principalmente:

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O esforço do GT– Parques Metropolitanos, desde 2001, foi direcionado para a elaboração de uma proposta preliminar de criação de um SISTEMA ESTADUAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DE ÁREAS DE RELEVANTE INTERESSE – SEUC, que se justifica necessidade de um Sistema Estadual, para legislar de forma complementar ao SNUC – Lei nº 9.985, 18 de julho de 2000, e também, adicionando o disciplinamento das Áreas de Relevante Interesse do Estado de Pernambuco. Ao longo das discussões, o GT verificou que o objeto de seu estudo inicial propiciava uma visão mais ampla do problema, tendo concluído, ser oportuno, um avanço no seu posicionamento no sentido de desenvolver propostas para um sistema que abrigasse as unidades de uso sustentável com agregação de outro valor, o de lazer.

Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR

 Contribuir para a manutenção da diversidade e dos recursos genéticos do território estadual;

 Promover a sustentabilidade do uso dos recursos naturais;

 Promover a educação e a interpretação ambientais, a recreação em contato com a natureza e o ecoturismo;

 Contribuir para a manutenção de populações viáveis em seu meio natural;  Recuperar e restaurar ecossistemas degradados; e,

 Valorizar econômica e socialmente a diversidade ecológica.

O sistema estadual de unidades de conservação estaria embasado na conservação da diversidade biológica a longo prazo, centrando-a como eixo fundamental do processo de conservação de ambientes naturais necessários a qualidade de vida atual e futura e ainda, a necessária relação de complementaridade entre as diferentes categorias de unidades, organizando-as de acordo com os seus objetivos de manejo e tipos de uso: proteção integral e uso sustentável. A referida proposta levou em consideração:

 A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente que prevê como um dos seus instrumentos a criação de espaços especialmente protegidos pelo Poder Público estadual;

 A Constituição Brasileira, de 1988 que incumbe ao Poder Público definir em todas as unidades da federação espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos. Por sua vez, estabelece como responsabilidade do poder público, a proteção da fauna e da flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade;

 Todos os estudos em curso visando a revisão da Lei Estadual Nº 11.206/ 95, que estabelece a Política Florestal para o Estado de Pernambuco e dispõe sobre as unidades de conservação;

 O Plano Estadual de Desenvolvimento Florestal e de Conservação da Biodiversidade;

 A falta de uma política e de um sistema estadual de áreas protegidas no Estado e a carência de recursos humanos e financeiros para apoiar o planejamento e a sua gestão;

 A existência do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC;

 A inclusão do critério “unidades de conservação” na nova Lei que estabelece a distribuição do ICMS no Estado (Lei nº 11.899/00) --- ICMS Socioambiental;

Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR

 A situação do Estado em termos da necessidade de proteger seu patrimônio natural, a partir dos estudos e diagnóstico das áreas de interesse de Pernambuco e do Atlas da Biodiversidade de Pernambuco;

 A necessidade de enquadramento e da implementação das Reservas Ecológicas e Implantação de Parques Metropolitanos, entre outros;

 A definição de várias unidades de conservação estaduais como zonas núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica de Pernambuco;

 O acelerado ritmo de degradação de várias das unidades de conservação estaduais (Reservas Ecológicas da RMR – Lei Nº 9.989/87), conforme apontam os diagnósticos realizado pela FIDEM, em 1993 e pela SECTMA, em 2001;

 Ainda que, apenas 4% do território brasileiro e 6,26 % do pernambucano é composto por unidades de conservação (federais, estaduais, municipais e particulares), das quais apenas 0,27% das unidades criadas no Estado se enquadram na categoria de proteção integral dos recursos, muito abaixo da média nacional de 2, 61%;

 A necessidade de uma base legal visando a ordenação e definição de critérios técnico-científicos uniformes para a criação, o manejo e a escolha de categorias de UCs estaduais e municipais; e,

 A necessidade da definição de instrumentos que permitam uma maior participação da sociedade civil organizada e facilitem o estabelecimento de parcerias com instituições públicas, ONGs, a comunidade científica e a iniciativa privada na gestão compartilhada das UCs.

Torna-se necessário estabelecer uma política estadual, bem como um sistema que forneça as bases legais, institucionais e financeiras para disciplinar, orientar e gerir, de forma articulada e orgânica, uma rede integrada de unidades de conservação estaduais, apoiando o seu planejamento e gestão.

Neste sentido, é necessário “resguardar” determinadas áreas visando dar limite à expansão de atividades destrutivas, buscando garantir um meio ambiente equilibrado e a salvaguarda de ecossistemas, espécies, paisagens e recursos naturais, com outros instrumentos e medidas de prevenção e controle ambiental. Uma das principais estratégias adotadas mundialmente para conservar remanescentes de ecossistemas e sua biodiversidade é baseada na constituição de unidades de conservação. A experiência tem demonstrado que, embora existam outras estratégias para a consecução deste objetivo, nenhuma tem se evidenciado tão eficiente quanto o estabelecimento e