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CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS CATEGORIA

5. RESULTADOS DA PESQUISA

5.1. HISTÓRICO DO PLANEJAMENTO DOS PARQUES METROPOLITANOS 5.2. PROTEÇÃO LEGAL DAS ÁREAS 5.3. AVALIAÇÃO DOS PARQUES METROPOLITANOS

Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR

5. RESULTADOS DA PESQUISA

Os trabalhos de campo tiveram três diferentes direcionamentos, subordinados aos objetivos específicos da pesquisa. Os resultados destes conjuntos de atividades são apresentados no presente capítulo, de acordo com cada direcionamento.

O primeiro conjunto de atividades buscou, fundamentalmente, construir um histórico da evolução do pensamento sobre a proteção de áreas verdes e especiais no âmbito do planejamento metropolitano. Para isso, identificou os diferentes períodos em que a temática da proteção de áreas verdes e especiais na RMR foi levantada como prioridade, destacando os momentos em que se fundamentou a implementação dos Parques Metropolitanos.

O segundo conjunto de atividades dos trabalhos de campo se direcionou no sentido de discutir a legislação de proteção de áreas de interesse ambiental, dentro da política ambiental brasileira e sua relação com os Parques Metropolitanos, permitindo apresentar as normativas existentes que direta ou indiretamente incidem nos parques. Tal abordagem permitiu, ainda, apresentar, através das fichas técnicas que integram os Anexos, as leis e demais instrumentos que incidem, direta ou indiretamente nos parque.

Por fim, um quadro com os parques metropolitanos apresenta uma análise comparativa das propostas do planejamento metropolitano no período pesquisado e uma avaliação da situação atual dos parques da RMR.

5.1. HISTÓRICO DO PLANEJAMENTO DOS PARQUES METROPOLITANOS NA RMR

Nesta pesquisa foram analisados, inicialmente, todos os documentos elaborados no nível do planejamento metropolitano, buscando identificar aqueles em que tiveram relevância idéias, conceitos ou ações relativas à proteção de áreas verdes, livres ou especiais, destacando aqueles diretamente ligados à noção de Parques Metropolitanos.

Essa análise permitiu situar a década de 70 como marco inicial do processo de planejamento metropolitano e destacar o conjunto de documentos que formaram a base

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material da segunda etapa dos trabalhos de construção do histórico do planejamento dos parques metropolitanos da RMR:

 Na década de setenta, mais precisamente em 1976, foi elaborado o Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Recife – PDI/RMR. Este documento constitui o primeiro referencial do macro planejamento para a região e trazia um diagnóstico da situação físico-territorial e socioeconômica da região, estratégias para o seu desenvolvimento e indicação para elaboração de planos, programas e projetos;

 Em 1978 foi elaborado o Plano de Preservação de Sítios Históricos da RMR – PPSH/RMR, que introduz a questão da proteção ao ambiente, inclusive de sítios históricos. Também representa o primeiro movimento na RMR no sentido de estabelecer novas categorias do patrimônio edificado, contribuindo, igualmente, para a proteção do patrimônio ambiental;

 Em seguida, em 1980, surgem o Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos – PDSPM/RMR, considerado um desdobramento do PDI/RMR. Ele aborda as áreas ainda livres de ocupação e sua destinação para o lazer e para a preservação de territórios com características ambientais relevantes, onde se inserem os parques metropolitanos;

 Em 1987, um outro documento, intitulado Sistema de Parques Metropolitanos – SPM, teve a perspectiva de focar os planos e projetos existentes para as áreas selecionadas para Parques Metropolitanos, reforçando conscientização sobre a necessidade de equipamentos dessa natureza e envergadura;

 Em 1998, foi elaborado o Plano Diretor da RMR – Metrópole 2010, que estabeleceu diretrizes específicas para a região metropolitana e definiu os territórios de oportunidades;

 Em 2001, foi elaborado um diagnóstico das áreas selecionadas para abrigar os Parques Metropolitanos. Foi com base nesse documento que se viabilizou a análise comparativa das mesmas com as proposições iniciais;

 Finalmente, em 2002, desenvolveu-se o Plano Metrópole Estratégica, que define as estratégias de desenvolvimento da região buscando uma maior inclusão social e constrói um pacto de gestão metropolitana, onde foram destacados projetos territoriais como indutores da competitividade dessa metrópole, reafirmando a importância dos parques como fator de qualidade urbana.

Outros documentos foram considerados, a exemplo do Plano de Ação Regional para a RMR – PAR (2000-2003), o Plano Regional de Inclusão Social (2004-2007) e a Agenda

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21 do Estado de Pernambuco (2002), embora tratem da questão de forma indireta. No caso do PAR-RMR cumpre destacar sua relevância, enquanto Plano de Ação para a RMR, para o período de 2000-2003, resultado de um processo de construção compartilhada das ações para a região. Consta desse Plano proposta de planejamento e gestão descentralizada, inserido no Programa Governo nos Municípios, como marco de uma gestão governamental. No tocante as propostas elencadas, ressaltam-se: a elaboração de planos de desenvolvimento sustentável; a conservação e preservação de ecossistemas bióticos e abióticos; a implementação dos territórios de oportunidades. Quanto ao Plano Regional da RD Metropolitana, para o período 2004-2007 destacam-se as estratégias de desenvolvimento, onde se inserem os projetos territoriais. Os parques metropolitanos, nesse contexto constituem elementos importantes.

Quanto a Agenda 21, o principal objetivo é estabelecer uma estratégia de ação do Estado, baseada em compromissos de mudanças, democratização e de descentralização, promovendo uma reavaliação do desenvolvimento, em bases sustentáveis. No tema Cidades Sustentáveis aborda as questões relativas ao planejamento e gestão urbana; controle e diminuição dos impactos ambientais em áreas urbanas, relação economia e meio ambiente urbano; conservação e reabilitação do patrimônio histórico; rede urbana e desenvolvimento sustentável dos assentamentos humanos, entre outros.

5.1.1. Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Recife

O Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Recife – PDI/RMR foi elaborado em seqüência ao 1º Plano de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco – 1º PDE, onde constam as diretrizes e políticas para assegurar uma melhor distribuição socioeconômica dos benefícios do desenvolvimento no Estado. O PDI/RMR abordou as questões pertinentes aos parques metropolitanos, indicando a necessidade de proteger os bens culturais da sociedade metropolitana.

A partir de quatro objetivos fundamentais para o desenvolvimento da região, o PDI/RMR traçou as estratégias capazes de dar suporte a esse empreendimento. Foram estabelecidos 39 programas, dos quais decorreram 104 projetos que objetivaram:

 assegurar condições para o desenvolvimento, no contexto nacional e regional;

 proporcionar à comunidade metropolitana progressiva melhoria de qualidade de vida e distribuição social dos benefícios;

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crescente atendimento às necessidades da população; e,  consolidar o sistema de administração metropolitana.

Com essa lógica, o planejamento estadual buscava, primeiramente, condicionar as potencialidades distribuídas por micro-regiões do Estado ao seu desenvolvimento, a partir da introdução de uma política espacial. Assim, as atividades econômicas estariam distribuídas sobre o espaço territorial pernambucano visando atender às demandas das micro-regiões. Em segundo lugar, apontava uma preocupação no tocante ao espaço metropolitano, principalmente quanto aos custos decorrentes do processo de ocupação, destacando claramente a força desse espaço econômico, que polarizava a atenção de todos. Finalmente, apresentava como uma questão básica os esforços que já vinham sendo feitos no sentido de ações específicas no território metropolitano visando ao equacionamento de problemas, com alternativas capazes de assegurar um desenvolvimento contínuo e harmônico.

Dessa forma, o Governo buscava entender os problemas da RMR e, também, associar as questões internas e externas da região, notadamente quanto ao processo de migração interna, que desaguava no território metropolitano. Nesse contexto, associou no mesmo momento o planejamento da área rural, através do Plano de Desenvolvimento Rural Integrado – PDRI, aprovado através do Decreto nº 3760, em 29 de outubro de 1975, com políticas que se rebatiam na RMR, apresentando questões como o desafio de reduzir o fluxo migratório com o fortalecimento das atividades produtivas e das infra-estruturas econômica e social no interior. Quanto às questões internas, o PDI apontava uma série de projetos para a superação das dificuldades latentes.

O PDI teve, portanto, a intenção de ser a primeira intervenção coordenada no espaço metropolitano, naquela ocasião com 9 municípios, conforme Mapa 7 – RMR – 1976, a seguir, com função articuladora entre os próprios setores do governo, aliando-se às representações efetivas de Pernambuco. Com o objetivo de ser um referencial preliminar para a atuação dessa nova dimensão, o PDI trazia propostas para o horizonte temporal de 1976-1979, submetido à Comissão Nacional de Regiões Metropolitanas e Política Urbana – CNPU.

Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR