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Plano Diretor da RMR – Uso do Solo Proposto

Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR

Fonte: Plano METRÓPOLE 2010. FIDEM.1998

É uma proposta fundamentada na diversidade das formas de urbanização (unidades ambientais), procurando agregar os elementos básicos, que são (os sistemas naturais, as redes de serviços e de mobilidade de pessoas e informação), que mantêm a agregação entre as partes, de forma a alcançar um tecido urbano integrado. Assim, a essência da proposta constitui o planejamento ambiental (natural, cultural e histórico) e o das redes de mobilidade, informação e serviços. Buscou-se, portanto, o melhor aproveitamento das potencialidades existentes, capaz de elevar as oportunidades sociais, associada a especificidades territoriais, conferidas por vocações econômicas, oferta e capacidade de expansão de infra-estruturas e qualidades ambientais.

Nada foi possível tratar sem que se conhecessem as principais linhas que constituíram o espaço metropolitano, com suas tendências de crescimento, os futuros possíveis, as potencialidades, desafios e condicionantes externos e internos ao desenvolvimento. Com

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o conhecimento da realidade e feitas as análises foi possível delinear as propostas para o redirecionamento das práticas de ocupação, no sentido de garantir a sustentabilidade ambiental, no médio e longo prazo.

Na construção dos cenários de futuro para a região foram identificadas as “incertezas críticas” que correspondem aos condicionantes com um elevado grau de incerteza e que são fortemente relevantes e impactantes, sendo em seguida identificados àquelas que também tem elevado grau de relevância e impacto, porém com um considerável nível de previsibilidade de acontecer, as chamadas “mudanças pré-determinadas”.

Principais Incertezas Críticas para o Futuro da RMR:  Padrão de Qualidade Educacional:

 Desenvolvimento Intra-Metropolitano  Migração para a RMR

 Expansão das Atividades Terciárias  Controle do Espaço Urbano Metropolitano

 Qualidade dos Serviços de Saneamento e Controle do Meio Ambiente  Base Científico-Tecnológica Diferenciada

 Gestão Compartilhada das Funções Públicas de Interesse Comum Metropolitana  Rumos da Economia Brasileira

 Redução do Peso do Setor Público

 Avanço Tecnológico no Brasil e no Mundo

Mudanças Relevantes Pré-Determinadas para o Futuro da Região Metropolitana do Recife:

 Riqueza e Diversidade Cultural e ambiental  Localização Geográfica privilegiada

 Crescente Envelhecimento Populacional

 Presença de Segmentos Empresariais Extra-Regionais  Insuficiência de Recursos Públicos para Investimento

 Crescente Exigência de Qualificação de Recursos Humanos  Tendência de Valorização da Coleta e Tratamento de Esgotos  Municipalização dos Serviços Sociais Básicos (Saúde e Educação)  Crescimento dos Fluxos Turísticos no Brasil e no Mundo

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 Sensibilização e apoio Mundial às Questões Ambientais.

A construção de cenários considera alternativas e os contextos internos e externos que necessariamente influenciam os resultados. No caso do PDRMR, quatro futuros alternativos para a metrópole recifense foram estabelecidos. Em todos foram consideradas as dependências do desenvolvimento sócio-econômico e político-institucional do Brasil. Assim, o PDRMR estabelece os 4 cenários a seguir dispostos, possibilitando contextualizar as áreas de proteção ambiental da RMR e os parques metropolitanos.

Cenário 1 - Estagnação Econômica com Inércia dos Atores e Agravamento Social Combinação de crise econômica e instabilidade político-institucional sem um projeto alternativo, concebido pelos metropolitanos;

Cenário 2 - Crescimento Econômico com Hegemonia Liberal

Predomínio do modelo de desenvolvimento de cunho neoliberal, marcado pela estabilidade econômica, retomada do crescimento e redução da presença do Estado na promoção de políticas sociais e regulação da economia com um projeto de desenvolvimento metropolitano que privilegia a lógica de mercado;

Cenário 3 - Crescimento Moderado com Políticas Compensatórias

Cenário nacional de estabilidade com exclusão e restrições de verbas federais, mediado por uma proposta alternativa, do Governo do Estado e alguns Governos Municipais, para promoção de um desenvolvimento com políticas sociais e ambientais mais ativas;

Cenário 4 - Crescimento Econômico com Respeito ao Meio Ambiente e Justiça Social

Combinação de um cenário nacional de estabilidade política e econômica, com o Estado exercendo efetivamente as funções de promotor de políticas sociais e regulador da economia, com um contexto metropolitano balizado por um projeto pactuado pelos diversos

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atores metropolitanos em torno de um desenvolvimento em bases sustentáveis.

Ao se colocar a questão do desenvolvimento em bases sustentáveis, evidencia-se o meio ambiente, de maneira que o projeto de desenvolvimento tende a dar uma atenção especial às questões da consciência ecológica, permeado pelo maior controle e fiscalização por parte do setor público. Aponta-se, portanto, a necessidade de se estabelecer um zoneamento espacial, contendo as áreas de proteção ambiental e paisagística, preservadas ou não, todas buscando apoio na sua execução, e buscando apoio financeiro na iniciativa privada. Complementam essa proposta as ações de saneamento básico, com novas formas de tratamento de esgotos e lixo e com os mananciais devidamente protegidos.

Esta proposta se situa em bases atuais, principalmente por estar de acordo com os movimentos internacionais e políticas de desenvolvimento. O modelo de desenvolvimento sugerido passa a dar relevância à questão ambiental, nos moldes dos avanços conseguidos pelos movimentos ambientalistas do mundo inteiro.

O PDRMR, o METRÓPOLE 2010, faz uma análise detalhada do meio ambiente da região, principalmente no tocante à conservação dos recursos paisagísticos. Nesse contexto, apresenta a situação crítica em que a região se encontra, destacando como causas principais: a expansão desordenada das cidades, as atividades econômicas desenvolvidas sem o devido controle do uso dos recursos naturais e sua destinação final e o lazer depredador, como sendo os maiores responsáveis pelo atual comprometimento do meio ambiente na RMR.

A abordagem do lazer, como um elemento a ser trabalhado na região, é de todo relevante, considerando-se sua escassez na oferta das diferentes modalidades, seja pela forma como vem sendo empreendido, levando a comprometer algumas das áreas consideradas de interesse da população, seja pela ausência de propostas e projetos que permitam tratar o território com perspectiva de uma conservação integrada. A conservação e a valorização da qualidade ambiental conferem identidade, caráter e legibilidade aos lugares, contribuindo para o bem-estar e melhoria da qualidade de vida.

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A cobertura vegetal, a fauna, os cursos d’água, além dos elementos construídos pelo homem, constituem assim um bem único, não-renovável, de cuja conservação depende o futuro da Região.

O PDRMR, ao abordar o comprometimento do meio ambiente em todo o território metropolitano, destaca o processo de degradação do solo por cortes e aterros indiscriminados, com loteamentos implantados de diferentes formas, exploração de jazidas e atividades agrícolas, degradadoras, provocando na maioria as vezes o desmatamento e à erosão. Aterros indiscriminados de mangues, lagoas e riachos são comuns em todas as praias do litoral, onde aparece uma contraditória questão – a riqueza do potencial pesqueiro, incluindo a pesca artesanal dos considerados frutos do mar, gerando emprego e sustentação a diversas famílias e, de outro, o processo de degradação, que, a cada dia, tem reduzido essas potencialidades.

O comprometimento dos rios da região, principalmente por despejo de dejetos, em função da ausência de saneamento básico, notadamente do esgoto sanitário e da exploração predatória de areia e argila, também está comprometendo, sobretudo, as áreas de morro de Paulista e de Jaboatão.

Como ponto de destaque, está citada a proteção dos recursos paisagísticos da região, inclusive as áreas protegidas e os parques metropolitanos. Entretanto, alerta para a necessidade de sua dinamização, destacando que o esforço havido nas décadas de 70 e 80, de normatização do uso de mananciais, manguezais e sítios históricos, embora importante, é insuficiente para assegurar sua proteção. Além das leis instituídas na década de 80, mostra-se necessário prover tais reservas de uso e função específica, principalmente do ponto de vista econômico e de forma sustentável.

A proposta aponta para um planejamento metropolitano voltado para os processos de requalificação urbana, agregando valor ao que já existe de específico, de irreprodutível, e que está vinculado à idéia de lugar. Parte-se, pois, da diversidade das unidades ambientais e das paisagens significativas, em termos de valores da natureza, cultura e história, abandonando a visão quantitativa do espaço e ressaltando as qualidades de cada parte.

O PDRMR aborda a questão dos elementos que permitem a unidade dos espaços, constituindo elementos de ligação entre as partes, num tecido único. Essa idéia é básica

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para os parques metropolitanos, principalmente pela idéia da unidade de sistemas, articulando a diversidade de formas urbanas em uma unidade funcional.

Assim o PDRMR destaca que “reconhecer as grandes estruturas do espaço urbano, sejam elas materiais ou imateriais, destacando que o primeiro tipo de estrutura a ser considerado é o ambiental/natural, formado pelos sistemas de corpos d’água (rios, córregos, canais, lagoas, estuários, praias e mar), o sistema de colinas e o sistema da planície. O segundo tipo de estrutura é aquele construído pelo homem, quais sejam: (i) os espaços construídos com as suas respectivas morfologias e tipologias, (ii) as redes de mobilidade dos bens e pessoas (o sistema de transporte e de comunicação, especialmente as telecomunicações) e (iii) as redes de serviços (abastecimento d’água, saneamento e energia). O terceiro é o da produção da cultura local. São as instituições e as redes de criação e disseminação de informação, como as instituições de pesquisa, ensino superior, treinamento profissional e outras”.

Os territórios de oportunidades, apontados no PDRMR, sintetizam as tendências e vocações predominantes de cada parcela do território, quais sejam:

 Território de oportunidades A - Turismo e lazer náutico/ecológico;  Território de oportunidades B - Produtivo/industrial;

 Território de oportunidades C - Turismo ecológico/rural;

 Território de oportunidades D - Terciário moderno / turismo cultural / formação profissional e científica;

 Território de oportunidades E - Terciário moderno/turismo de negócio/cultural;  Território de oportunidades F - Turismo ecológico/rural/cultural;

 Território de oportunidades G - Turismo e lazer/náutico/ecológico;  Território de oportunidades H - Portuário/industrial;

 Território de oportunidades I - Turismo e lazer náutico/ecológico;  Território de oportunidades J - Produtivo/industrial.

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