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Brazilian
Journal
of
OTORHINOLARYNGOLOGY
ARTIGO
ORIGINAL
Evaluation
of
vestibular
evoked
myogenic
potentials
(VEMP)
and
electrocochleography
for
the
diagnosis
of
Ménière’s
disease
夽
Pauliana
Lamounier
a,b,
Thiago
Silva
Almeida
de
Souza
c,
Debora
Aparecida
Gobbo
be
Fayez
Bahmad
Jr.
a,d,∗aUniversidadedeBrasília(UNB),CiênciasdaSaúde,Brasília,DF,Brasil
bCentrodeReabilitac¸ãoeReadaptac¸ãoDr.HenriqueSantillo(CRER-GO),Goiânia,GO,Brasil cPontifíciaUniversidadeCatólicadeGoiás(PUC-GO),Goiânia,GO,Brasil
dInstitutoBrasiliensedeOtorrinolaringologia,Brasília,DF,Brasil
Recebidoem19deoutubrode2015;aceitoem14deabrilde2016 DisponívelnaInternetem12deabrilde2017
KEYWORDS
Ménière’sdisease; Electrocochleography; Vestibularevoked myogenicpotential
Abstract
Introduction:Ménière’sdisease(MD)isaninnereardisordercharacterizedbyepisodicvertigo, tinnitus,earfullness,andfluctuatinghearing.Itsdiagnosiscanbeespeciallydifficultincases wherevestibular symptomsarepresentinisolation(vestibularMD).The definitivediagnosis ismadehistologicallyandcanonlybeperformedpost-mortem,afteranalysisofthetemporal bone.Endolymphatichydropsisahistopathologicalfindingofthediseaseandoccursmoreoften inthecochleaandsaccule,followedbytheutricleandsemicircularcanals.Vestibularevoked myogenicpotentials(VEMP)emergedasthemethodofassessmentofvestibularfunctionin1994. Untilthen,therewasnouniquewayofassessingsaccularfunctionandtheinferiorvestibular nerve.Giventhatthesacculeisresponsibleformostcasesofseverehydrops,VEMPappearsas anewtooltoassistinthediagnosisofMD.
Objective:ToevaluatethesensitivityandspecificityofVEMPandelectrocochleography (Eco-chG)inthediagnosisofdefiniteMDcomparedwithclinicaldiagnosis.
Methods:Thestudyincludes12patients(24ears)diagnosedwithdefiniteMDdefinedaccording totheclinicalcriteriaproposedbytheAmericanAcademyofOtolaryngology---HeadandNeck Surgery(AAO-HNS)in1995,aswellas12healthyvolunteersallocatedtothecontrolgroup(24 ears).A clinicaldiagnosis bytheAAO-HNScriteria wasconsideredasthegold standard.All
DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2016.04.021
夽 Comocitaresteartigo:LamounierP,deSouzaTS,GobboDA,BahmadJr.F.Evaluationofvestibularevokedmyogenicpotentials(VEMP) andelectrocochleographyforthediagnosisofMénière’sdisease.BrazJOtorhinolaryngol.2017;84:394---403.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:fayezbjr@gmail.com(F.BahmadJr.).
ArevisãoporparesédaresponsabilidadedaAssociac¸ãoBrasileiradeOtorrinolaringologiaeCirurgiaCérvico-Facial.
patientsunderwentanotoneurologicalexamination,includingpuretoneandspeech audiome-try,VEMP,andextratympanicEcochG.Thesensitivityandspecificitytodetectthepresenceor absenceofdiseasewerecalculated,aswellastheir95%confidenceintervals.Thereliabilityof VEMPandEcochGinbothearswasassessedusingthekappaindex.
Results:In bothtestsandinbothears,theabilitytodiagnosehealthycaseswashigh,with specificityrangingfrom84.6%to100%.Moreover,theabilityoftheteststodiagnosethedisease variedfromlowtomoderatesensitivity,withvaluesrangingfrom37.5%to63.6%.Theagreement ofbothtestsintherightear,measuredbythekappacoefficient,wasequalto0.54(95%CI: 0.20---0.89),indicatingamoderateagreement.Intheleftear,thatagreementwasequalto0.07 (95%CI:−0.33to0.46),indicatingaweakcorrelationbetweenthetests.Thesensitivityofthe
VEMPfortherightearwas63.6%andfortheleftear,62.5%.ThesensitivityofEcochGforthe rightearwas63.6%and37.5%fortheleftear.
Conclusion: Thespecificityofbothtestswashigh,andthesensitivityofVEMPwashigherthan thatofEcochG.
© 2017 Associac¸˜ao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia C´ervico-Facial. Published by Elsevier Editora Ltda. This is an open access article under the CC BY license (http:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
PALAVRAS-CHAVE
Doenc¸adeMénière; Eletrococleografia; Potencialevocado miogênicovestibular
Avaliac¸ãodospotenciaisevocadosmiogênicosvestibulares(VEMP)e eletrococleografianodiagnósticodadoenc¸adeMénière
Resumo
Introduc¸ão: A doenc¸a de Ménière (DM) é uma doenc¸a da orelha interna caracterizada por vertigemepisódica,zumbido,plenitudeaural eaudic¸ãoflutuante.Seudiagnósticopodeser especialmentedifícilnoscasosemqueossintomasvestibularesestãopresentesisoladamente (DMvestibular).Odiagnósticodecertezaéhistológicoesomentepodeserfeitonopost mor-tem,apósanálisedoossotemporal. A hidropisiaendolinfáticaéum achado histopatológico dadoenc¸aeocorremaisfrequentementenacócleaesáculo,seguidospeloutrículoecanais semicirculares.Ospotenciaisevocadosmiogênicosvestibulares(VEMP)surgiramcomométodo de avaliac¸ãodafunc¸ãovestibular em 1994.Até então não haviaumamaneira exclusivade avaliac¸ãodafunc¸ãosacularedonervovestibularinferiorecomoosáculoeraresponsávelpor grandepartedoscasosdehidropisiasevera,oVEMPapareceucomoumanovaferramentapara auxiliarnodiagnósticodaDM.
Objetivo: AvaliarasensibilidadeeespecificidadedoVEMPedaeletrococleografia(ECochG)no diagnósticodaDMemcomparac¸ãocomodiagnósticoclínico.
Método: Foram selecionados 12 pacientes (24 orelhas) com diagnóstico de DM definidade acordo comos critérios clínicos propostos pela American Academyof Otolaryngology-Head andNeckSurgery1995(AAO-HNS)e12voluntáriossaudáveis alocadosnogrupocontrole(24 orelhas).Considerou-seodiagnósticoclínicopelaAAO-HNScomopadrãoouro.Todosos paci-entesforamsubmetidosaexameotoneurológico,incluindoaudiometriatonalevocal,VEMPe eletrococleografiaextratimpânica.Asensibilidadeeespecificidadeparadetectarapresenc¸aou ausênciadedoenc¸aforamcalculadaseosrespectivosintervalosdeconfianc¸ade95%obtidos. AconfiabilidadedostestesdediagnósticoVEMPeeletrococleografiaemambasasorelhasfoi avaliadapeloíndicekappa.
Resultados: Emambosostesteseemambasasorelhas,acapacidadeparadiagnosticaroscasos saudáveiséalta,aespecificidadevariade84,6%-100%.Alémdisso,acapacidadedostestespara odiagnósticodadoenc¸avariadebaixaamoderadasensibilidade,comvaloresde37,5%-63,6%. Aconcordânciadosdoistestesnaorelhadireita,medidapelocoeficientedekappa,foiiguala 0,54;95%IC(0,20-0,89)indicaramumaconcordânciamoderada.Paraaorelhaesquerdaessa concordânciafoiiguala0,07com95%IC(-0,33-0,46),oqueindicouumaconcordânciafraca entreos testes.AsensibilidadedoVEMP paraaorelha direitafoide63,6% eparaaorelha esquerda,de62,5%.AsensibilidadedaECochGparaaorelhadireitafoide63,6%e37,5%para aorelhaesquerda.
Conclusão:AespecificidadedeambosostestesfoialtaeasensibilidadedoVEMPfoimaiordo queadaeletrococleografia.
Introduc
¸ão
A doenc¸a de Ménière (DM) é uma enfermidadeda orelha interna, caracterizada por vertigem episódica, zumbidos, plenitude aural e audic¸ão flutuante. O diagnóstico de certezaéhistológicoesomentepodeserfeitonopost mor-tem,apósanálise doosso temporal.AAmericanAcademy of Otolaryngology-Head and Neck Surgery (AAO-HNS), de 1995,1 desenvolveu critérios diagnósticos que são
ampla-menteusados.Recentemente,aBáránySocietydesenvolveu novoguidelineparadiagnósticodaDM.Apósuma compreen-sãoevolutivadaDMedaenxaquecavestibular,odiagnóstico diferencialmaiscomum,ficouevidenteanecessidadedese atualizaremessescritérios.2
Pormuitotempoacreditou-sequeahidropisia endolinfá-ticaseriaosubstratohistopatológicodadoenc¸a;essaocorre maisfrequentementenacócleaenosáculo,seguidospelo utrículoecanaissemicirculares.3,4Estudosrecentes
eviden-ciamqueahidropisiaémaisumachadodaDM,juntamente comseussintomas,umavez queela porsisónãoexplica todasascaracterísticas clínicas,inclusive aprogressão da perdaauditivae afrequênciadeataques vertiginosos.De acordocomoscritériosdaAAO-HNS,indivíduoscomdoisou maisepisódiosespontâneosdevertigem,comdurac¸ãomaior ouiguala20minutos,comperdaauditivadocumentadaem pelomenosumaocasiãoepresenc¸adezumbidoouplenitude auralsãoclassificadosclinicamentecomoportadoresdeDM definida.A doenc¸a é denominada provável quandoocorre um episódio definido de vertigem na presenc¸a de perda auditivaneurossensorialdocumentada(empelomenosuma ocasião), deplenitude auralou dezumbido. Ainda, aDM éclassificada como possívelna presenc¸a devertigem epi-sódica do tipo Ménière sem perda auditiva documentada ouquando há perdaauditiva neurossensorial, fixaou flu-tuante,associadaadesequilíbrio,semepisódiodevertigem definido.1
PeloscritériosdaBáránySociety,aDMéclassificadaem definidaouprovável.NaDMdefinida,opacienteapresenta doisoumaisepisódiosespontâneosdevertigem, cada um comde20minutosa12horas;perdaneurossensorial docu-mentada, de leve a moderada; sintomas aurais (audic¸ão, zumbidos e plenitude) na orelha afetada; e exclusão de outras patologias vestibulares que justificassem os sinto-mas.NaDMprovável, dois oumaisepisódios de vertigem oudesequilíbrio,cadaumde20minutosa24horas; sinto-masauraisflutuantes(audic¸ão,zumbidosouplenitude)na orelhareferida;eexclusãodeoutraspatologiasvestibulares quejustificassemossintomas.2
A causa da hidropisiaainda é desconhecida e a maio-riadas teorias está baseada na alterac¸ão daproduc¸ão ou reabsorc¸ãodaendolinfa.Schuknecht,em1982,acreditaque ahidropisiacause rupturadamembranade Reissner, per-mitequeofluidoendolinfático,ricoempotássio,entreem contatocomaperilinfaeatinjaasuperfíciedascélulas cili-adaseo nervovestibulococleareocasione perdaauditiva eataquesdevertigem.5Algunsacreditamqueatémesmoa
distensãodamembranabasilarpelahidropisiaendolinfática pode levar à degenerac¸ão das células ciliadas e, conse-quentemente,aoseumaufuncionamento,oquegerauma diminuic¸ãodoPA.6Anormalidadesanatômicasevasculares
estãopossivelmenterelacionadascomaetiopatogenia.
Rauchet al.,em 1989, encontraramevidência histoló-gica dehidropisia endolinfática em 13casos depacientes comDM,masumarevisãodeprontuáriosde6de19ossos temporaiscomhidropisiaendolinfáticanãorevelousinaisou sintomasdeDM.Elesobservaramquemuitasorelhas inter-nasapresentavamhidropisiaendolinfáticasemmanifestara síndromeclínica.Algunssugeremqueahidropisia endolin-fática sejaumepifenômenodomecanismo fisiopatológico daDM.7
A hipótese de predisposic¸ão genética é amplamente aceita, uma vez que história familiar positiva está pre-sente em muitos pacientes portadores de DM. Pesquisas evidenciamqueadoenc¸apoderiadecorrerdemutac¸õesno brac¸ocurtodocromossomo6,onde estálocalizadooHLA (antígeno de histocompatibilidade); tais mutac¸ões seriam sinérgicasparaodesenvolvimentodaDM.Aproximadamente 7%dospacientescomDMfamiliartêmummodelo autossô-micodominante,com60%depenetrânciaepadrãogenético deantecipac¸ão,cujossintomasserãomaisintensoseo iní-ciomaisprecocenasgerac¸õessucessivasdafamília.6,8Os
estudosgenéticosfamiliaressugeremque,provavelmente, o mecanismogenéticoassociado à síndromedeMénièreé complexoequehá maisdeumgeneenvolvidonamaioria doscasos.6,8,9
Comooutros distúrbios daorelha interna, DMtambém temsidoconsideradacomoumadoenc¸aautoimune,coma evidênciadeumarelac¸ãocomcomplexosimunes circulan-tes,oquesugeredeposic¸ãonosacoendolinfático.6,9Ateoria
autoimunetambémfoireforc¸adaporrecentedemonstrac¸ão deautoanticorposantissacoendolinfáticonosorode indiví-duosportadoresdeDM.Inalantesealergiasalimentarestêm sidorelacionadoscomDMe,emmuitoscasos,ospacientes acometidospor alergia melhoraramseussintomas quando emterapiaantialérgicaespecífica.6,9,10
A eletrococleografia (ECochG) tem sido usada há anos para diagnóstico da hidropisia endolinfática na cóclea. A sua aplicabilidade clínica, entretanto, ainda é motivo de controvérsiaentreosotorrinolaringologistas,pelasua sen-sibilidade variável, uma vez que, com a perda auditiva decorrentedaprogressãodadoenc¸a,pacientespodem apre-sentar reduc¸ão na amplitude do potencial de ac¸ão (PA), devidoaperdadefibrasnervosasauditivas.11,12
Ospotenciaisevocadosmiogênicos vestibulares (VEMP) surgiram como método de avaliac¸ão da func¸ão vestibu-lar desde 1994,quando Colebatch e Halmagyireportaram potenciais de superfície no músculo esternocleidomastoi-deo,emrespostaacliquesporviaaéreadealtaintensidade (100 dB), com acesso ao reflexo sáculo-cólico.13,14 Esses
potenciaisanalisamafunc¸ãosacularedonervovestibular inferior e estão ausentesou diminuídos em 30 a 54% dos pacientescomDM,sãodefácilexecuc¸ão,nãocausam des-confortoaopacienteenãosofremvariac¸ãodeacordocom aperdaauditiva.13---15Podemserobtidosporvia aérea,via
óssea e estimulac¸ão galvânica, os estímulos sãopor tone burstouclicks.14---16
OdiagnósticodaDMpodeserdifícil,principalmentenos casosemqueossintomasvestibularesestãopresentes isola-damente(DMvestibular).17 Até1994nãoexistiaumaforma
exclusivadeavaliac¸ãodafunc¸ãosacularedonervo vestibu-larinferior.17,18Osáculoeraasegundaáreaemprevalência
formas dehidropisia severa,o VEMP aparece como ferra-mentaauxiliarnodiagnósticodadoenc¸adeMénière.18,19
Oobjetivodoestudofoiavaliarasensibilidadeea espe-cificidadedoVEMPedaeletrococleografianodiagnósticoda doenc¸adeMénièreeograudeconcordânciadosdoisexames entresi.
Método
Foi feito um ensaio clínico, prospectivo, no qual foram selecionados 12 pacientes (24 orelhas) com diagnós-tico de doenc¸a de Ménière definida de acordo com os critérios clínicos propostos pela American Academy of Otolaryngology-Head and Neck Surgery de 1995, sete do gênero feminino e cinco do masculino, com idades entre 33e63anos,commédiade48,41;12indivíduossadios alo-cadosnogrupocontrole(24 orelhas)forampareados para sexoe idade.Os critérios deexclusão foram: impossibili-dadederotac¸ãocervicalepatologiasdeorelhamédiae/ou externa.Osdoisexaminadores quefizeramosexamesnão tinhamconhecimentodeseopacientefaziapartedogrupo casooucontrole.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pes-quisa,medianteoparecer10668613.2.0000.0030.Todosos participantes assinaramo termode consentimentolivree esclarecidoparasuainclusãonapesquisa.
Foiconsideradocomo padrão-ouroodiagnósticoclínico pelaAmericanAcademyofOtolaryngology-Head andNeck Surgeryde1995 e todosospacientesforamsubmetidos a exames otorrinolaringológicose otoneurológicos, inclusive audiometriatonalevocal,VEMPeeletrococleografia extra-timpânica.
Foramfeitosanamnese,examefísico,exclusãode diag-nósticosdiferenciaiseconfirmac¸ãododiagnósticoclínicode doenc¸adeMénièrepeloscritériosdaAAO-HNS1995.
Audiometriatonalevocal/impedanciometria
O examefoifeito em todosospacientes, coma seguinte func¸ão:
• Diagnósticodaperdaauditiva,quefazpartedoscritérios
diagnósticosdeDMpelaAAO-HNS;
• Descartarpatologiasdeorelhamédia;e
• Descartar perda condutiva que altera parâmetros do
VEMP.
VEMP
OequipamentoderegistrousadofoioVivoSonicIntegrity, comprogramac¸ãodestinadaapotenciaisevocadose ouso deumprotocoloespecíficoparadoVEMP.Ospotenciais mio-gênicossãocaptadosporeletrodosposicionadosnomúsculo ECMdopaciente(ipsilateralaoestímulosonoro),oeletrodo referência(negativo)écolocadonapartesuperiordoECM; oeletrodoativo(positivo)noesterno;eoterra,nafronte. Ospacientesforaminstruídosagiraracabec¸aem direc¸ão contráriaaoestímulosonoro,paraquehouvesseacontrac¸ão domúsculoECMipsilateral(fig.1).
Figura1 FeituradeVEMPàdireita.
Estímuloeparâmetrosdeaquisic¸ãoderespostas
Foramusados 150 estímulos tipo tone burst, na frequên-ciade500Hz,comataxadeestímulosde7,1estímulos/s, na intensidadede95 dBNA,filtros passa-altas de30 Hz e passa-baixasde1.000Hz,apresentadospormeiodefones deinserc¸ãoER-A3.Osregistrosforamfeitoscomjanelade 30ms.
Foram considerados os seguintes critérios de análise: presenc¸a ouausência deondas reprodutíveise índicesde assimetriadaamplitudederespostasinteraural.
Foram considerados como VEMP normal a presenc¸a de ondasreprodutíveise oíndice deassimetriadaamplitude derespostasinterauraligualoumenordoque34%.
FoiconsideradocomoVEMPalteradoausênciadeondas reprodutíveis e/ou índice de assimetria da amplitude de respostasinterauralmaiordoque34%.
Eletrococleografia
OequipamentoderegistrousadofoioVivoSonicIntegritye oseletrodosintroduzidosnomeatoacústicoexternoforam do modelo TIPTrode. Foi feita limpeza do conduto audi-tivo,compastaabrasiva.Eletrodosnegativoepositivoforam conectadosaofonedeinserc¸ãomodeloTipTrode,foram esti-muladosoeletrodonegativonoouvido,opositivonoouvido contralateraleoeletrodoterranafronte(fig.2).
Estímuloeparâmetrosdeaquisic¸ãoderespostas
Figura2 FeituradeECochGemorelhadireita.
passa-altasde30Hzepassa-baixasde2.400Hz.Osregistros foramfeitoscomjanelade5ms.
Foiconsideradaalteradaumarelac¸ãoPS/PAmaiordoque 50%.
Análiseestatística
Com o objetivo de validar dois testes diagnósticos(VEMP eECochG), considerou-secomo padrão-ouroodiagnóstico clínico.Ambasasorelhasforamclassificadascomadoenc¸a esem a doenc¸ae como instrumentode testeo resultado positivoou negativo para ela. Medidas de sensibilidade e especificidadepara aocorrência ounão dadoenc¸a foram calculadas e os respectivos intervalos de 95% obtidos. A confiabilidade entre os testes diagnósticos, em ambas as orelhas,foiavaliada pelamedida kappa,usou-sea escala proposta porLandis e Kock,que classifica aconcordância em:≤0,pobre;0,10-0,19,fraca;0,20-0,39,regular;
0,40-0,59, moderada; 0,60-0,79, substancial; 0,80-0,99, quase perfeita;1---perfeita).Asproporc¸õesderesultadospositivos enegativosentreostestesdiagnósticosforamcomparadas
Medidas de especificidade
Direita Esquerda
VEMP
ECochG
Orelha 100
90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
%
Figura3 EspecificidadedoVEMPeECochGnasorelhasdireita
eesquerda.
comotestedeMcNemar.Paraanálisededadosfoiusadoo programaSAS9.3.
Foramconsideradossignificativosvaloresdep<0,05.
Resultados
NafeituradoVEMP,amédiadalatênciadep13paraogrupo controlefoide15,93ms,comdesviopadrão(DP)de0,85ms. A média dalatência de n23 para o grupo controle foi de 22,80ms,com DP=1,16ms.Amédiadoíndice de assime-triaparaogrupocontrolefoide16,22,comDP=15,58.Na feituradaEcochG,amédiadarelac¸ãoPS/PAparaogrupo controlefoide24,39%,comDP=11,61.Todosospacientes dogrupocontroleapresentaramaudiometriatonalevocal eimpedanciometriadentrodoslimitesdanormalidade.
NogrupocasoforamidentificadosseiscasosdeDM bila-teral,cincodeDMunilateralemODeumdeDMemOE,ou 11orelhasdireitasesete esquerdas.Emrelac¸ãoaoVEMP, 14orelhasapresentaramausênciadeondasedez apresenta-rampresenc¸adeondabifásica,somenteemtrêspacientes asduasorelhasapresentarampresenc¸adeondas,oque tor-noupossívelocálculodoíndicedeassimetria.Amédiado índice deassimetria para esses pacientesfoi de 11,22. A médiadarelac¸ãoPS/PAparaospacientesdogrupocasofoi de47,23.
As tabelas 1 e 2 mostram os resultados individuais do
grupocasonasorelhasdireitaeesquerda,respectivamente. Astabelas3e4mostramosresultadosindividuaisdogrupo controlenasorelhasdireitaeesquerda.
Em ambos os testes e em ambas as orelhas a capaci-dadedediagnosticaroscasossadioséalta:aespecificidade variade84,6a100%(fig.3).Poroutrolado,acapacidade dostestesdediagnosticaradoenc¸avariadebaixaa mode-rada, apresenta valores de sensibilidade de 37,5 a 63,6% (fig.4).Atabela5demonstraosvaloresdesensibilidadee especificidadedeambosostestes,emambasasorelhas.
Aconcordânciadosdoisexamesnaorelhadireita,medida pelocoeficientekappa,foiiguala0,54,com95%IC (0,20-0,89),indicouumaconcordânciamoderada. Paraa orelha esquerda,essaconcordânciafoiiguala0,07,com95%IC (-0,33-0,46),indicouumaconcordânciafracaentreostestes (tabela6).
Tabela1 Resultadosindividuaisdogrupocasoorelhadireita
Grupocasoorelhadireita Impedanciometria
Paciente DTclínico VEMP ECochG Audiometria
1 Sim Normal Normal Pansmoderada,ascendente CurvaA
2 Sim Alterado Alterada Pansleve,plana CurvaA
3 Não Alterado Normal Normal CurvaA
4 Sim Alterado Alterada Pansmoderada,plana CurvaA
5 Sim Alterado Alterada Perdacondutivaleve CurvaA
6 Sim Normal Alterada Pansmoderada,descendente CurvaA
7 Sim Normal Alterada Pansleve,plana CurvaA
8 Sim Normal Normal Pansleve,plana CurvaA
9 Sim Alterado Normal Pansmoderada,descendente CurvaA
10 Sim Alterado Alterada Pansmoderada,descendente CurvaA 11 Sim Alterado Alterada Pansleve,emUinvertido CurvaA
12 Sim Alterado Normal Pansleve,descendente CurvaA
Tabela2 Resultadosindividuaisdogrupocasoorelhaesquerda
Grupocasoorelhaesquerda Impedanciometria
Paciente DTclínico VEMP ECochG Audiometria
1 Sim Normal Alterada Pansleve,plana CurvaA
2 Não Normal Normal Normal CurvaA
3 Sim Alterado Normal Pansleve,plana CurvaA
4 Sim Normal Alterada Pansmoderada,plana CurvaA
5 Não Alterado Normal Normal CurvaA
6 Não Normal Normal Normal CurvaA
7 Não Normal Normal Normal CurvaA
8 Sim Alterado Normal Pansmoderada,ascendente CurvaA
9 Sim Alterado Normal Pansmoderada,descendente CurvaA
10 Sim Alterado Normal Pansmoderada,descendente CurvaA
11 Sim Alterado Alterada Pansmoderada,plana CurvaA
12 Sim Normal Normal Pansleve,descendente CurvaA
Tabela3 Resultadosindividuaisdogrupocontroleorelhadireita
Grupocontroleorelhadireita Impedanciometria
Paciente DTclínico VEMP ECochG Audiometria
13 Não Normal Normal Normal CurvaA
14 Não Normal Normal Normal CurvaA
15 Não Normal Normal Normal CurvaA
16 Não Normal Normal Normal CurvaA
17 Não Normal Normal Normal CurvaA
18 Não Normal Normal Normal CurvaA
19 Não Normal Normal Normal CurvaA
20 Não Normal Normal Normal CurvaA
21 Não Normal Normal Normal CurvaA
22 Não Alterado Alterada Normal CurvaA
23 Não Normal Normal Normal CurvaA
Tabela4 Resultadosindividuaisdogrupocontroleorelhaesquerda
Grupocontroleorelhaesquerda Impedanciometria
Paciente DTclínico VEMP ECochG Audiometria
13 Não Normal Normal Normal CurvaA
14 Não Normal Normal Normal CurvaA
15 Não Normal Normal Normal CurvaA
16 Não Normal Normal Normal CurvaA
17 Não Normal Normal Normal CurvaA
18 Não Normal Normal Normal CurvaA
19 Não Normal Normal Normal CurvaA
20 Não Normal Normal Normal CurvaA
21 Não Normal Normal Normal CurvaA
22 Não Normal Normal Normal CurvaA
23 Não Normal Normal Normal CurvaA
24 Não Normal Normal Normal CurvaA
Tabela5 Valoresdesensibilidadeeespecificidadeportipodetesteemambasorelhas
Orelha Testediagnóstico Exameclínico
Doente Sadio
n %(95%IC) n %(95%IC)
Direita VEMP
Positivo 7 63,6(30,8-89,1) 2
---Negativo 4 --- 11 84,6(54,6-98,1)
ECochG
Positivo 7 63,6(30,8-89,1) 1
---Negativo 4 --- 12 92,3(64,0-99,8)
Esquerda VEMP
Positivo 5 62,5(24,5-91,5) 1
---Negativo 3 --- 15 93,7(69,8-99,8)
EcochG
Positivo 3 37,5(8,5-75,5) 0
---Negativo 5 --- 16 100,0
Tabela6 Concordânciaentreostestesdiagnósticos
Orelha VEMP ECochG Kappa(95%IC)
Positivo Negativo Total
Direita 0,54(0,20-0,89)
Positivo 6 3 9(37,5)
Negativo 2 13 15(62,5)
Total 8(33,3) 16(66,7) 24(100,0)
Esquerda 0,07(-0,33-0,46)
Positivo 1 5 6(25,0)
Negativo 2 16 18(75,0)
Total 3(12,5) 21(87,5) 24(100,0)
(fig. 5). Para a orelha esquerda, a proporc¸ão de resulta-dospositivosenegativosdoexameVEMP(25,0%-75,0%)não diferesignificativamentedaproporc¸ãoderesultados positi-vosenegativosdoexameECochG(12,5a87,5%);p=0,2568 (fig.6).
Discussão
Medidas de sensibilidade VEMP ECochG 100 90 80 70 60 50 % 40 30 20 10 0 Direita Esquerda Orelha
Figura4 SensibilidadedoVEMPeECochGnasorelhasdireita
eesquerda.
Porcentagens de resultados positivos e negativos por exame – orelha direita
100 90 80 % 70 60 50 40 30 20 10 0 Positivo Negativo Resultado VEMP ECochG
Figura5 Porcentagemderesultadospositivosenegativospor
exameOD.
Em nosso estudo, o VEMP foi feito na posic¸ão sen-tada, que, de acordo com estudos, é a que oferece melhorativac¸ãodoECM.20---22 Foramusadosestímulostone
burst, uma vez que estímulos com frequências próximas a 500 Hz apresentam maior amplitude de resposta.23 A
grandevariac¸ãodaamplitudedasrespostas,decorrentede diferentesgrausdecontraturamuscularobtidosparacada indivíduo,justificaaanálisedasrespostasdoVEMPpormeio doÍndicedeassimetriainteraural.Combasenarevisãoda literatura,foramconsideradoscomoalteradosvalores supe-riores a34%.22,24 Entretanto,foiencontrada ondabifásica
p13-n23emdezorelhas(41,66%),apenasemtrêspacientes asduasorelhasapresentarampresenc¸adeondas,oque tor-noupossível ocálculodoíndice deassimetria.Seoetal., em 1999,encontraramonda bifásicaem 72%dos casosde DM18eWaele,em1999,em45,7%doscasos.17
Porcentagens de resultados positivos e negativos por exame – orelha esquerda
% 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Positivo Resultado VEMP ECochG Negativo
Figura6 Porcentagemderesultadospositivosenegativospor
exameOE.
Nototal,14orelhas(58,33%)apresentaramausênciade ondasao VEMP. A ausência derespostas sugere hidropisia endolinfática,17,18,24assimcomoíndicedeassimetriamaior
doque34%.Jariengprasertetal.observaramquea ausên-ciade ondas e índice de assimetria alterado foram mais significativos doque latências de P1e N1ou medidasde amplitudenaidentificac¸ãodedisfunc¸ãosacularnadoenc¸a deMénière.25
Adependerdograudeseveridadedahidropisia,alguns pacientes podem apresentar degenerac¸ão irreversível do epitéliosensorialdamáculasacular,apresentarausênciade ondas.Waele,em1999,atribuiuaausênciaderespostaao VEMPempacientescomDMàcontrac¸ãoinsuficientedurante o exame, à afecc¸ão vestibular ocultaou à hipossensibili-dadedosáculo,devidoaoenvelhecimentodamáculasacular emidosos.17 Essacontrac¸ão ineficazpodeserevitadacom
oregistro de eletromiografiacommonitoramento dograu de contrac¸ão muscular, o que não foi possível em nosso estudo, uma vez que o equipamento usado não dispunha desserecurso.
Aeletrococleografiafeitafoiaextratimpânica, que,de acordocomnossarevisãodaliteratura,foiidentificadacomo ummétodoeficazenãoinvasivodemensurac¸ãoda hidropi-siacoclear.26 Foiencontradapresenc¸adePSePAemtodos
ospacientes.
Asrespostasobtidasevidenciaramumasensibilidadede baixaamoderadadoVEMPedaECochGnodiagnósticoda doenc¸adeMénière,emrelac¸ãoaodiagnósticoclínico.A sen-sibilidadedoVEMPparaorelhadireitafoide63,6%epara orelha esquerdafoi de 62,5%, ligeiramente maiordo que oencontrado naliteratura,que variou de40a 54%.16,17,27
AsensibilidadedaECochGparaorelhadireitafoide63,6% epara orelhaesquerda de37,5%; osvaloresdaliteratura variaramde57a71%.26
Ocursoflutuantedadoenc¸adificultaainterpretac¸ãodos exameseletrofisiológicos.Ograndequestionamentodouso dostestesdiagnósticosnaDMéem relac¸ãoàsua sensibili-dade.Egamietal.observaramque,apesardeasensibilidade doVEMPnãoseralta,elaécomparávelàdaprovacalórica, forneceinformac¸õesadicionaisparaidentificaras anorma-lidadesvestibularesnaDM.14
Aespecificidadealta deambosostestesfoicondizente comaencontradonaliteratura,sugereaaltaacuráciados testespara excluir presenc¸ade doenc¸a, auxilia principal-mentenoscasosemquehádiagnósticodiferencial.14,26
Duas orelhas assintomáticas tiveram VEMP alterados. Esse achado é descrito na literatura como resultado da hidropisia sacular oculta ou resultante de interac¸ões binaurais no arco reflexo otolítico-cervical dos potenci-aisevocadosmiogênicosvestibulares.Achadossemelhantes foramencontradosna literatura.15---18 Linet al.,em 2006,
encontraram que 27% dos pacientes com DM unilateral demonstraram limiares elevados na orelha assintomática. IssodemonstrouqueoVEMPpodeseralteradoantesmesmo doaparecimento dos sintomas clássicos dadoenc¸a e que a hidropisia sacular pode preceder os sintomas na DM bilateral.19,28,29 Conlon e Gibson, em 2000, também
rela-taram achados anormais de exames clínicos nas orelhas assintomáticas.30Háaindadiferenc¸asindividuaisnograude
contraturamuscularetônus,28,31oquesetentouevitarcom
A possibilidade de predizer o acometimento da orelha assintomática é uma das grandes ferramentas do VEMP. Saber se o paciente apresenta doenc¸a no ouvido contra-lateralauxilia, porexemplo, na tomada de decisão sobre procedimentosablativosnaorelhadoente.28
SeteorelhascomDMapresentaramVEMPnormal.Essas orelhaspodem tera mácula sacular preservada da hidro-pisia,apresentam,nessecaso,hidropisiacoclear.Okunoe Sando,em1987,examinaram26ossostemporaisde pacien-tescomDMedemonstraramqueahidropisiaendolinfática foiobservadamaisfrequentementenacóclea,seguidapelo sáculo,utrículoecanaissemicirculares.3 Aliteratura
tam-bém relata que muitos dos casos de hidropisia severa, refratária ao tratamento clínico, podem estar localizados nosáculo.16
Em relac¸ão à eletrococleografia (ECochG), nenhuma orelha assintomática apresentou ECochG alterada e nove orelhascomDMapresentaramECochGnormal.Entre elas, cincoapresentavam perdaauditiva neurossensorial mode-radaequatroapresentavamperdaauditivaneurossensorial leve.Limiaresaudiométricosemtornode50dBprejudicam aanálisedahidropisiapelaEcochG,32 éumahipótesepara
aECochG normal noscinco pacientescom perda auditiva moderada.Aliteraturatambémrelata quepacientescom hidropisianosórgãosotolíticospodemteracóclealivrede doenc¸a,oquecaracterizaoutrahipóteseaplicávelaos paci-entescom perdaauditiva leve.Uma grande vantagem do VEMP é o fato de a mácula sacular ser sensível ao som, mesmo após destruic¸ão total da cóclea; assim, o mesmo pode ser obtido em indivíduos com boa ou má acuidade auditiva.14,17,19
Otamanhodaamostrafoiumfatornegativodoestudo. A doenc¸a de Ménière definida, com perda auditiva docu-mentada,nãoédealtaprevalência,dificultaaselec¸ãodos pacientesparaapesquisa. Por essamesma razão,nãofoi possívelcompararpacientescommesmotempodedoenc¸a. Orelhas com maior tempo de sintomas apresentam mais anormalidades na relac¸ão PS/PA e, uma vez que o PS se eleva,persisteporlongosperíodos,26,33 ouseja,mesmono
períodointercrisesaeletrococleografiapodedemonstrara hidropisiacoclear.
OVEMPcervicalporviaaéreapodeestaraumentadonos estágiosprecocesdeDM,talvezpelapressãodahidropisia sacularcontraaplatinadoestribo,o queaumentaa sen-sibilidadesacularao somintenso.16 Suamensurac¸ão pode
serflutuante,comtendênciaadesaparecercoma progres-sãodadoenc¸a,assim comoduranteas24horas pós-crise, podereaparecerapós48horasoucomousodedrogasque reduzamahidropisiaendolinfática.2,11,13,34
A concordância medida pelo coeficiente kappa avalia osresultados semelhantes entre os dois exames. A baixa concordância entre os testes diagnósticos já era espe-rada, uma vez que eles avaliam estruturas diferentes. Alémdisso,apresentamsensibilidadesdiferentesdeacordo com a fase da doenc¸a; o VEMP sofre mais alterac¸ão no períodosintomático,diferentementedaeletrococleografia. A concordância para a orelha esquerda foi fraca, menor do que da orelha direita, provavelmente pelo fato de o tamanho da amostra da orelha esquerda ter sido menor do que o da orelha direita. O teste de Mc Nemar ava-liou a proporc¸ão de resultados positivos e negativos do VEMP e da EcochG e eles não diferem estatisticamente
entresi, tantoparaa orelhadireita quantoparaa orelha esquerda.
Nogrupocontrole, forampareados indivíduos porsexo e idade. Entretanto, estudosposteriores poderiamparear ogrupocontroleparaperdaauditivasemelhanteaos paci-entesdogrupocasoenãoselecionarcontrolescomaudic¸ão normal,umavezqueoslimiaresauditivossãodeterminantes nasensibilidadedaeletrococleografia.
Apossibilidadedemensurac¸ãodahidropisiasacularpor ummétodonãoinvasivo,defácilexecuc¸ão,comooVEMP, auxiliaootorrinolaringologistanomanejodadoenc¸a. Muros-fushi,em2001,relataqueoprolongamentodelatênciano VEMP sugere lesãoretrolabiríntica, auxiliana exclusãode diagnósticosdiferenciais.25
Váriosfatorescorroboramoauxíliodosexames comple-mentarescomooVEMPeaeletrococleografianodiagnóstico daDM.OscasosdepossívelMénière,emquenãoháperda auditiva documentada, a heterogeneidade da doenc¸a e o acometimento de estruturas labirínticas variadas muitas vezesdificultamodiagnósticodadoenc¸a.OVEMPea ele-trococleografiasãoexamescomplementares,umavez que avaliamestruturaslabirínticasdiferentesedevemser incor-poradosà rotinaotoneurológica,auxiliamnaidentificac¸ão dolocaldahidropisiae napossibilidadedeacometimento daorelhaassintomática.
Aavaliac¸ãodafunc¸ãococlearcomaaudiometriaea ele-trococleografiadosáculocomoVEMPcervicaledoutrículo pormeiodoVEMPocular,docanalsemicircularlateralpelas provas calóricas e de todos os canais semicirculares pelo vHITdemonstraoavanc¸odaspesquisasnodiagnóstico oto-neurológico.Novoscaminhossãoabertosparaadescoberta domecanismoetiopatogênicodeumadoenc¸aque foi des-crita hámaisde umséculo e aindanãotemprotocolode tratamentodefinido.
Conclusão
Aespecificidadedeambosostestesfoialtaeasensibilidade doVEMPfoimaiordoqueadaEcochG.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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