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Relatório de Estágio Profissional - "Culminar de um Percurso: O desafio da Prática Pedagógica do Ensino da Educação Física, da Reflexão, da Investigação e da Luta pelo Sonho"

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O CULMINAR DE UM PERCURSO: O DESAFIO DA

PRÁTICA PEDAGÓGICA DO ENSINO DA EDUCAÇÃO

FÍSICA, DA REFLEXÃO, DA INVESTIGAÇÃO E DA LUTA

PELO SONHO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

Relatório de Estágio Profissional, apresentado com

vista à obtenção do 2º Ciclo de Estudos conducente ao

grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos

Ensinos Básico e Secundário (Decreto-lei nº 74/2006

de 24 de Março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de

Fevereiro)

Mariana Magalhães Cardoso Teixeira

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O culminar de um percurso: o desafio

da prática pedagógica do Ensino da

Educação Física, da reflexão, da

investigação e da luta pelo sonho

Relatório de Estágio Profissional

Orientadora: Professora Dra. Paula Maria Leite Queirós

Mariana Magalhães Cardoso Teixeira Porto, setembro de 2013

Relatório de Estágio Profissional apresentado com vista à obtenção do 2.º ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário ao abrigo do Decreto-lei n.º 74/2006 de 24 de março e do Decreto-lei n.º 43/2007 de 22 de fevereiro.

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Ficha de Catalogação

Teixeira, M (2013). O culminar de um percurso: o desafio da prática

pedagógica do Ensino da Educação Física, da reflexão, da investigação e da luta pelo sonho. PORTO: M. Teixeira. Relatório de Estágio Profissional para a

obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física no Ensino Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: REFLEXÃO, ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO

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O conto interminável

Era uma vez uma menina, que sonhava com a vida.

No sonho ela corria, dançava e sorria.

Sua família bem lhe dissera, que a arte do ensino iria florir como a primavera.

O caminho ela seguiu, onde cresceu, estudou

e pelo desporto se apaixonou. Para a muy nobre Facultis

se veio cultivar e no mestrado de ensino

a magia a fez voar. Em terras Açorianas, a estudante estagiária parou e de uma turma do secundário

se responsabilizou.

Navegou pelos vários ofícios do professor e na sua consciência ficou,

ensinar com o coração é aprender com amor. No futuro ela irá sonhar

que é esta a profissão que deseja agarrar! Para o crescimento ela quer contribuir, e através da educação,

fazer um aluno sorrir…

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DEDICATÓRIA

À minha família, de uma forma especial aos meus PAIS e aos meus 4 IRMÃOS. Obrigada por serem o MELHOR EXEMPLO de HUMANIDADE e AMOR que eu

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IV

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha FAMÍLIA, especialmente ao pai Fernando, à mãe Fernanda , às manas Guiduxa e Caty Girl e aos manos Filipe padrini e Bi por todo o amor, todo o apoio incondicional, toda a coragem, união, valores e sacrifícios feitos não só durante o meu percurso académico, mas desde o meu nascimento. Obrigada por me terem estendido a mão e dado toda a força para enfrentar o mundo. Sem vocês eu não era a pessoa que sou hoje.

Aos TEIXEIRAS por me fazerem acreditar que uma família unida vence todos os desafios e que a entreajuda começa entre os mais próximos.

Aos meus avós, que apesar de na sua maioria já não estar aqui para me abraçar, obrigada por todo o amor.

Às minhas amigas de infância, Catarina Gomes, Margarida Regêncio, Inês Costa e Inês Miguel, que apesar da distância, nunca me deixaram para trás e onde a compreensão e o apoio esteve sempre presente. Obrigada por toda a amizade.

À minha melhor amiga de infância, Cátia Antunes, obrigada por teres crescido comigo, por seres mais do que uma amiga, e sim uma verdadeira irmã, por me dares a certeza que as melhores amizades ficam para toda a vida, por toda a tua compreensão, empenho e exemplo. Obrigada por seres quem és e por fazeres parte da minha vida.

Aos meus padrinhos por todo o apoio e orientação durante estes anos académicos.

Aos meus afilhados de praxe e à Sofia Vilas Boas, Ken, Botashake, Catarina, Mara, Dani, Rititi, Viana, Miranda, zé tó, Hugo, por me deixarem muito orgulhosa de todos vocês, por me terem proporcionado os melhores momentos vividos no Porto e por serem como são.

Ao grupo maravilha, Smiles Sousa, Pinipon Sardinha, Puca Nobre, Teorias Vilas Boas, Sérgio Bozingwa, Lopes da Silva, Ti Lates, Tete Ribeiro, Pote Batista, por serem o grupo de amigos que me acompanhou durante estes anos,

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V

que partilha do mesmo sonho que eu, que vai estar sempre no meu coração e que nunca vou querer perder. Obrigada por tudo.

À família Frango, em especial, à Leninha Silva, Corinha Vieira, Emanuas, Márcii Antunes, Kandoo Fernandes, Bruno Ferreira, Mariana Silva, Zé Carlos André e Inês Isidro por todos os momentos, todo o companheirismo, toda a ajuda, toda a amizade que me faz acreditar que os amigos de faculdade são mesmo para toda a vida.

A todos os Colegas de Curso que eu não nomeei por lapso, mas que sabem que tiveram um forte impacto em todo o meu percurso académico.

A todos os docentes da FADEUP por terem contribuído para a minha formação académica e futuro profissional.

À família AEFADEUP por toda a amizade, união, carinho e pelo trabalho desenvolvido em prol de todos os estudantes desta instituição e a todas as funcionárias pela boa disposição e carinho.

À família CFT e a todos os Mágicos por terem sido um apoio muito importante durante todo o meu percurso. Obrigada por me fazerem acreditar em mim e nos meus sonhos. Obrigada também por me darem a oportunidade de ver crianças sorrir, pela amizade e por serem verdadeiros exemplos de vida. A ti Diogo, por todo o carinho, paciência, ajuda, incentivo e por todos os dias me mostrares que tudo o que acreditamos vale a pena.

Ao agrupamento de escuteiros de São Bernardo por me terem dado os melhores momentos enquanto jovem e terem contribuído para a minha formação enquanto pessoa.

À professora Orientadora da Faculdade, Doutora Paula Queirós, por toda a disponibilidade, pelos conselhos e compreensão demonstrada ao longo de todo o percurso.

Ao professor Cooperante da Escola Secundária das Laranjeiras, Mestre Fernando Melo, por todo o auxílio, integração na comunidade escolar, por ser

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VI

um exemplo de que o amor à profissão vence todas a barreiras, por todas as suas palavras, sabedoria e profissionalismo demonstrado. “Porque Juntos, somos mais fortes!”

Aos meus colegas de núcleo de estágio, Raquel Sousa e Hugo Mendonça, por terem estado lado a lado comigo em todas as derrotas e todas as vitórias mostrando que juntos, fomos muito mais do que um grupo. Obrigada por me deixarem viver num cantinho dos vossos corações.

À Escola Secundária das Laranjeiras, em especial, ao Departamento de Desporto e Educação Física e aos colegas Delfim e Raquel Furtado, por todo o apoio prestado.

Ao ESL After School por terem sido muito mais do que colegas de escola, por terem sido amigos, conselheiros e por todos os momentos que me proporcionaram que eu nunca vou esquecer.

A todos os elementos do Volei Clube de São Miguel por me ter acolhido da forma mais carinhosa possível, por me terem ajudado a crescer, por toda a amizade e por me mostrarem que ser equipa é muito mais do que ganhar sets. À turma do 10.ºD por me ter dado a oportunidade de realizar um sonho e por me darem ainda mais certezas que escolhi a profissão certa. Obrigada por me terem ajudado a crescer e por ter aprendido muito convosco.

Às Epic Orange Crew por terem sido um dos desafios mais ritmados que poderia ter tido durante este ano, por serem meninas com talento e com muito para dar. Acreditem sempre em vocês e não deixem de lutar.

E por fim, ao clube naval, por ter aumentado o meu gosto pela natação e pelo seu ensino.

A todos vocês um enorme OBRIGADA sincero e do fundo do Coração!

"Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros, apreciem cada momento e agradeçam e não deixem nada por dizer, nada por fazer..."

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VIII

ÍNDICE GERAL

ÍNDICE DE QUADROS ... XII ÍNDICE DE ANEXOS ... XIV RESUMO... XVI ABSTRACT ... XVIII LISTA DE ABREVIATURAS ... XX

1.INTRODUÇÃO ... 3

2. DIMENSÃO PESSOAL ... 9

2.1. A LUTA POR UM SONHO ... 10

2.2. EXPETATIVAS EM RELAÇÃO AO ESTÁGIO PROFISSIONAL ... 12

3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ... 19

3.1. MACRO CONTEXTO – O MEU ENTENDIMENTO SOBRE O ESTÁGIO PROFISSIONAL ... 19

3.2. CONTEXTO LEGAL E INSTITUCIONAL DO ESTÁGIO PROFISSIONAL ... 21

3.3. A ESCOLA DOS NOSSOS DIAS ... 23

3.4. A ESCOLA SECUNDÁRIA DAS LARANJEIRAS ... 24

3.5. O DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO ... 26

3.6. O NÚCLEO DE ESTÁGIO ... 28

3.7. O PAPEL DO PROFESSOR COOPERANTE NA FORMAÇÃO DO ESTUDANTE ESTAGIÁRIO ... 30

3.8. O PAPEL DA PROFESSORA ORIENTADORA... 32

3.9. O MOTIVO DO MEU EMPENHO, DEDICAÇÃO E MOTIVAÇÃO: 10.ºD ... 33

3.10. O ESTÁGIO LONGE DA TERRA NATAL ... 36

4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ... 41 4.1. O PERCURSO DE ESTUDANTE PARA ESTUDANTE ESTAGIÁRIA . 41

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IX

4.2. ORGANIZAR, GERIR E PLANEAR PARA COLOCAR EM PRÁTICA . 42

4.2.1. A preparação para Prática Pedagógica ... 44

4.2.1.1. A adequação do Programa Nacional à realidade escolar .... 45

4.2.2. Construção e reconstrução do Planeamento anual ... 47

4.2.2.1. A necessidade de ajustamento dos Planeamentos das Unidades Didáticas ... 48

4.2.2.2. Ensino por níveis – Os Grupos Heterogéneos dentro de uma só turma ... 50

4.2.2.3. Planeamento da Unidade Didática de Atletismo ... 53

4.2.2.4. Planeamento da Unidade Didática de Dança ... 55

4.2.3. De alunos a uma Turma/Equipa Unida ... 57

4.2.3.1. O dispêndio numa aula de Educação Física ... 58

4.2.3.2. Implementar o Modelo Instrucional de Educação Desportiva ... 59

4.2.4. A importância da Instrução e Feedback ... 62

4.2.5. Avaliar – Dificuldades e estratégias ... 63

4.2.6. A influência da reflexão na melhoria da Prática Pedagógica .... 67

4.2.7. A observação de aulas ... 70

4.2.8. Troca de turmas ... 72

4.2.8.1. Uma nova experiência – 9.º ano ... 73

4.3. ESTUDO DE INVESTIGAÇÃO-AÇÃO: ... 75

4.3.1. Resumo ... 77

4.3.2. Abstract ... 78

4.3.3. Introdução ... 79

4.3.4. Material e métodos/ metodologia ... 83

4.3.5. Apresentação dos resultados ... 87

4.3.6. Discussão ... 94

4.3.7. Conclusão ... 97

4.3.8. Referências bibliográficas ... 98

4.4. QUANDO A INTERVENÇÃO DO PROFESSOR PASSA PARA FORA DA SALA DE AULA ... 103

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X

4.4.2. Desporto Escolar: Atividades Desportivas Escolares ... 105

4.4.2.1 Taça 3D ... 106

4.4.2.2 Organização do XII Corta-Mato Escolar ... 108

4.4.2.3 Mega Sprinter e Mega Salto ... 112

4.4.2.4 Supertaça Escolar ... 113

4.4.2.5 Segunda Edição School Volei ... 114

4.4.2.6 Orientação do Núcleo de Atividades Rítmicas e Expressivas ... 115

4.4.2.6.1 As demonstrações coreográficas ... 117

4.4.2.7 Organização do Concurso Flash Desportivo ... 118

4.4.3 Colaboração nas Atividades da Escola ... 119

4.4.3.1. Jornadas da Adolescência ... 119

4.4.3.2. Visitas de Estudo com a turma do 10.ºD ... 121

4.4.3.3 Participação da turma 10.ºD em “Poesias de Sophia de Mello Breyner” e “Dia Mundial da Criança” ... 122

4.4.3.4 Participação na VIII Maratona de Dança organizada pela Associação de Estudantes da Escola Secundária das Laranjeiras 123 4.4.4. O contributo do Ensino específico de Natação fora da Escola para a Unidade Didática de Natação ... 124

4.5. CRESCER E EVOLUIR NA PROFISSÃO ... 125

4.5.1. O meu entender sobre o “Bom professor” de Educação Física ... 125

5. E AGORA? COMO SERÁ O FUTURO?... 131

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 137

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XII

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1: Turma 10.ºD. Satisfação com a Imagem Corporal. Primeiro momento e segundo momento. Média, desvio padrão, valores de mean rank, de z e p. ... 88 Quadro 2: Núcleo de Atividades Rítmicas e Expressivas. Satisfação com a Imagem Corporal. Primeiro momento e segundo momento. Média, desvio-padrão, valores de mean rank, de z e de p. ... 89

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XIV

ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1: Body Image Satisfation Questionnaire (BIS) ... iii

Anexo 2: Questionário das opiniões e atitudes acerca da dança nas aulas de educação física ... iv

Anexo 3: Entrevistas semiestruturadas ... v

Anexo 4: Apresentação do quadro 1b e quadro 2b ... vi

Anexo 5: Apresentação dos Quadros 3, 4, 5, 6, 7 e 8 ... vii

Anexo 6: Unidade Didática de Dança ... ix

Anexo 7: Levantamento das entrevistas semiestruturadas ... x

Anexo 8: Cartaz Promocional do 13º Corta Mato Escolas e respetivos placares portáteis ... xvi

Anexo 9: Cartaz de Captação para Torneio “School Volei” ... xviii

Anexo 10: Cartaz promocional do Núcleo de Atividades Rítmicas e Expressivas ... xix

Anexo 11: Regulamento do Concurso de Fotografia “Flash Desportivo” e ... xx

Anexo 12: Cartaz promocional da Atividade “Jornadas da Adolescência” e respetivos panfletos informativos ... xxiv

Anexo 13: Reportagem “Ler a nossa verdade Escondida” ... xxvi

Anexo 14: Reportagem “mais de duas centenas de alunos a dançar em simultâneo na secundária das laranjeiras” ... xxvii

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RESUMO

O presente documento surge no âmbito do Estágio Profissional (EP) inserido no curso de 2º Ciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário conducente ao grau de mestre da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP).

O EP representa muito mais do que a finalização de um curso ou a obtenção de um diploma, significa o culminar de um de muitos percursos a realizar enquanto aprendiz da arte do ensino. O documento espelha os meus principais momentos e aprendizagens vividos enquanto estudante estagiária (EE). Foi na Escola Secundária das Laranjeiras, Ponta Delgada, em São Miguel, que decorreu o meu EP, integrada no núcleo 1 composta também de mais dois colegas, sobre a orientação de um Professor Cooperante da Escola e Professora Orientadora da Universidade. Surge desta forma o respetivo Relatório de Estágio (RE) estruturado em cinco capítulos. O primeiro refere-se à “Introdução”, onde em síntese indico como é que o documento se encontra estruturado. No segundo capítulo surge a “Dimensão Pessoal” onde apresento o meu percurso biográfico, atribuindo destaque às experiências desportivas e acadêmicas, descrevendo as minhas principais expetativas relativas ao estágio. O terceiro é referente ao “Enquadramento da Prática Profissional”, onde realço as circunstâncias em que se desenvolveu o estágio e os seus intervenientes. No quarto capítulo, “Realização da Prática Profissional”, aprofundo a minha experiência, aprendizagem e evolução enquanto estudante estagiária no papel de professora, baseando-me nas reflexões que fizeram parte do meu ano letivo nos momentos de “Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”, da “Participação na Escola e Relações com a Comunidade” e do meu “Desenvolvimento Profissional”. Ainda no capítulo quatro apresento um estudo de investigação-ação que me permitiu estudar a influência da matéria de dança na Satisfação com a Imagem Corporal em alunos voluntários e não voluntários. O quinto e último capítulo “E agora? Como será o futuro?”, como conclusão enuncio de que forma o EP contribuiu para o meu desenvolvimento pessoal e profissional.

PALAVRAS-CHAVE: REFLEXÃO, ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO

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XVIII

ABSTRACT

This paper is under the Placement of Practicum Training inserted in the course of 2nd Cycle in Physical Education Teaching in Primary and Secondary Education leading to the degree of master of the Faculty of Sport of the University of Porto (FADEUP).

The Practicum Training represents much more than the completion of a course or a diploma, it means the culmination of one of many paths to accomplish while apprentice of the art of teaching. The document reflects my key moments and learning experienced as an intern student. It was at the High School of “Laranjeiras, Ponta Delgada, São Miguel”, that was held my Practicum Training, integrated in the nucleus 1 with two other colleagues, under the guidance of a Cooperating Teacher School and teaching professor from the University.

This Report comes in this form structured in five chapters. The first one refers to the "Introduction", which in synthesis explains how the document is structured. In the second chapter emerges the "Personal Dimension" where I present my biographical journey, giving emphasis to the sporting and academic experiences, describing my main expectations regarding the Internship.

The third one makes reference to the "Framework for Professional Practice," where I highlighted the circumstances in which the Practicum Training developed itself as well as all its intervenients.

In the fourth chapter, "Realization of Professional Practice" I‟ve deepened my experience, learning and evolution as an intern student in the role of teacher, grounding myself in the reflections that made part of my school year in "Organization and Management of Teaching and learning” from "Participation in School and Community Relations "and of my " Professional Development". Still in chapter four I present a research study-action that allowed me to study the influence of the field of dance on Satisfaction with Body Image in student volunteers and non-volunteers. The fifth and last chapter, "And now? How will the future be?", in conclusion, I enunciate in what ways the Practicum Training contributed to my personal and professional development.

KEY WORDS: REFLEXION, PRACTICUM TRAINING, PHYSICAL EDUCATION, DANCE, INVESTIGATION

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XX

LISTA DE ABREVIATURAS

1.ºmom. – Primeiro Momento 2.ºmom. – Segundo Momento AD – Avaliação Diagnóstica AE – Associação de Estudantes AF – Avaliação Formativa

AS – Avaliação Sumativa

AVSM – Associação de Voleibol de São Miguel BIS - Body Image Satisfaction Questionnaire BIS– Body Image Satisfaction Questionnaire

DEFD – Departamento de Educação Física e Desporto EE – Encarregados de Educação

EE – Estudante Estagiária EP – Estágio Profissional

ESL – Escola Secundária das Laranjeiras ME – Ministério da Educação

MEC – Modelo de Estrutura do Conhecimento MED – Modelo de Educação Desportiva PAA – Plano Anual de Atividades

PC – Professor Cooperante

PNEF – Programa Nacional de Educação Física PO – Professor Orientador

RE – Relatório de Estágio UD – Unidade Didática

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1.INTRODUÇÃO

“Não há nenhum caminho tranquilizador à nossa espera. Se o queremos, teremos de construí-lo com as nossas mãos.”

José Saramago

O Relatório de Estágio (RE) que aqui se apresenta pretende demonstrar o culminar de um percurso rico em aprendizagens, pesquisas, conhecimento, dúvidas e desafios. Um caminho com base no sonho da conquista pelo nascimento de um novo Professor. Pretende ser o espelho de todas as minhas vivências, experiências e ações enquanto estudante estagiária, mas decerto que nunca será um documento completo atendendo a tudo o que vivi e tudo o que senti, em cada dia e em cada momento.

No âmbito do Estágio Profissional (EP) inserido no curso do 2.ºciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário conducente ao grau de mestre, surge o RE nos 3.º e 4.º semestres (Matos, 2012b).

Segundo Nóvoa (1992), o processo de formação envolve experimentação, inovação, aplicação de novas formas de trabalho pedagógico e ainda a reflexão crítica sobre essas mesmas. A formação percorre processos onde a investigação articulada com a ação educativa, devem ser fatores integrantes. Deste modo, compreende-se a importância do EP na vida de um estudante que pretende seguir o futuro profissional, é durante esse período que se debate o conflito entre a teoria e prática, o saber e a ação. Através deste conflito surge a aprendizagem, reflexão e a necessidade da criação do RE, um livro onde na primeira pessoa é registado todas as experiências e seus contributos nesta fase de formação inicial associada à ação, reflexão e investigação pela procura da evolução enquanto futuro professor.

A reflexão é um ponto fulcral em todo este processo de aprendizagem, pois do seu reflexo surgem novas estratégias de contorno às dificuldades sentidas. Um processo complexo de realizar, exigindo um poder de observação sobre os erros e escolhas de alternativas para a procura de um ensino eficaz.

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Nesta perspetiva, o presente RE revela-se num documento onde a reflexão sobre a reflexão na ação é um aspeto patente em todos os temas analisados, tornando-se assim, num auxílio para a determinação das minhas ações futuras, para a minha compreensão sobre futuros problemas ou fornecendo-me a possibilidade da descoberta de novas soluções (Alarcão, 1996a).

O ato de reflexão arrecada um enorme valor durante a formação inicial e deve ser trabalhado ao longo de toda a carreira enquanto docente. Como nos indica García (1999) o objetivo de qualquer estratégia que proporcione a reflexão centra-se no desenvolvimento da competência dos professores para que estes possam conhecer, analisar, avaliar e questionar a sua prática profissional, o valor da mesma e ética que a sustenta. Podemos comprovar que, segundo as Normas Orientadoras do EP da FADEUP, “O EP visa a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão.” (Matos, 2012a, p. 3).

Durante este ano letivo, “voei” para a Escola que me iria acolher e fazer parte do meu crescimento pessoal e profissional, Escola Secundária das Laranjeiras, em Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel. O meu EP contou com a presença de dois elementos do meu núcleo de estágio e mais duas entidades que se tornaram os meus guias e conselheiros em todas as fases, a Professora Orientadora (PO) da Faculdade e o Professor Cooperante (PC) da Escola.

A meu encargo encontrou-se a turma do ensino secundário, 10.ºD, apesar de que o docente responsável a nível legal era o meu PC. Toda a minha ação prática pedagógica surge através desta turma e é fundamentalmente sobre ela também que este RE ganha vida e consistência. As minhas principais dúvidas e conflitos pessoais surgem a partir do contato com estes alunos que compõem a turma do 10.ºD, sendo que a sua contribuição para todas as minhas reflexões diárias sustenta-se na minha ação perante a turma.

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Desta forma, o presente relatório apresenta-se dividido em cinco capítulos diferenciados: o primeiro designa-se “Introdução” onde se contempla a conceção do Estágio, a sua caraterização e objetivos; a finalidade e processo de envolvência do RE e a sua estrutura. O segundo capítulo debruça-se sobre a “Dimensão Pessoal” onde descrevo o meu trajeto e história de vida ligada ao percurso académico e desportivo, assim como explicito as minhas expetativas relativamente ao EP. Como terceiro capítulo é possível encontrar o “Enquadramento da prática profissional” que evoca todo o contexto em que me inseri e seus intervenientes durante o EP. No quarto capítulo e mais extenso abordo a “Realização da prática profissional”, surgindo todos os aspetos mais reveladores e marcantes que decorreram no âmbito das quatro áreas de desempenho refletidas no EP, como a Área I (Organização e Gestão do Processo de Ensino e Aprendizagem); Áreas II e III (Participação na Escola e Relações com a comunidade) e a Área IV (Desenvolvimento Profissional). Ainda no capítulo quatro apresento o meu estudo de investigação sobre o tema “Satisfação com a imagem corporal no âmbito da dança. Estudo efetuado no

Ensino Secundário com uma turma do 10.º ano e um núcleo de atividades desportivas escolares”.

O quinto e último capítulo denominado “E agora? Como será o futuro?”, irei apresentar as conclusões finais, as minhas perspetivas para o Futuro e de que forma o EP contribuiu para o meu desenvolvimento ao nível pessoal e profissional, marcando um ponto essencial na minha vida.

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2. DIMENSÃO PESSOAL

Antes de se ser profissional, é-se humano. Um ser humano forma-se através de vivências, crenças, valores e costumes. A personalidade e a forma de encarar a vida, as alegrias, as tristezas, faz de si um ser único com caraterísticas que o diferenciam de qualquer outro ser. Uma pessoa cresce, evolui e constrói-se ao longo do tempo, mas não de forma isolada, as pessoas que circundam as suas vidas contribuem para tal crescimento, como é caso da família e dos amigos. Deste modo, um professor, antes de ser professor realiza um longo percurso, aquele que o leva à sua escolha e ao seu futuro. Existe uma panóplia de acontecimentos que encaminham uma pessoa a optar pela profissão de professor, aquela que o acompanhará todos os dias da sua vida. Por estes motivos é que se torna essencial o conhecimento deste percurso biográfico do candidato a professor, a compreensão sobre as problemáticas encaradas pelo mesmo e o que contribuiu para envergar nesta área, até ao momento em que encara de frente a profissão. Penso que os antecedentes são importantes para prever um futuro e neste caso conhecer de que forma o estagiário vai manusear a sua profissão, com que valores e com que perspetivas.

“Entender as afinidades entre narrativas (auto)biográficas no processo de formação e autoformação é fundamental para relacioná-las com os processos constituintes da aprendizagem docente. Desta forma, as implicações pessoais e as marcas construídas na trajetória individual/coletiva, expressas nos relatos escritos, revelam aprendizagens da formação e sobre a profissão.” (de Souza, 2008, p. 4).

Todo o percurso realizado pelo estagiário de Educação Física, toda a sua história e experiências irá ligar-se intimamente à sua futura profissão, isto porque um professor é um humano e para tal não consegue desligar-se totalmente da sua parte pessoal. Será visível em cada ação e pensamento uma parcela pessoal que irá afetar o campo profissional e a sua forma de lidar com diferentes situações, principalmente com os seus alunos. A história de um

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estagiário deve ser realçada também pela importância de “dar voz e vez ao professor” (Nóvoa; Goodson cit. por Folle et al., 2008)

2.1. A LUTA POR UM SONHO

“A possibilidade de realizarmos um sonho é o que torna a vida interessante

.

Paulo Coelho

O meu nome é Mariana Magalhães Cardoso Teixeira, nasci na simpática Cidade de Aveiro, terra dos moliceiros e dos ovos moles, cidade que me acolheu durante os meus 23 anos de existência. Desde o meu nascimento até à atualidade vivi circundada por pessoas felizes, com um sorriso no rosto, lutadoras e empreendedoras dos seus objetivos e do seu futuro. Foram as que mais me apoiaram e incentivaram a seguir sempre os meus sonhos e aquilo em que acredito, ensinaram-me a nunca, nunca desistir e a ultrapassar os obstáculos que se cruzavam no meu caminho. A esses Seres que refiro com letra maiúscula, a minha família, devo toda a minha vida, a minha existência e o meu sorriso. Nasci no seio de uma grande família composta pelos meus pais e mais 4 irmãos, todos com uma grande diferença de idades em relação a mim, tornando-me sempre a “benjamin” e a mais protegida da família. Apesar desta proteção toda, sempre me incentivaram o hábito da atividade física, recordo-me que desde cedo, nos intervalos entre as aulas, era das poucas meninas sem qualquer problema de agarrar numa bola e ir jogar com os rapazes da turma, porque me sentia bem e feliz, assim como ter uma participação ativa em atividades no âmbito do desporto escolar, nomeadamente: voleibol e badminton. Paralelamente a estas atividades, a dança sempre me fascinou, comecei a dançar desde os meus tenros 3 anos realizando um percurso por ballet clássico, jazz e hip hop. Ainda hoje essa paixão palpita em mim, é algo que me acompanha e tenho a certeza que me irá acompanhar até muito tarde. Juntamente com a dança e para além do desporto escolar, dediquei-me à natação, ao voleibol federado e a uma atividade que poucos levam a sério mas que para mim tem muito valor e significado, os escuteiros. A combinação de

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todas estas atividades que tornavam os meus dias completos, felizes e com muita cor, fazendo com que o meu caminho seguisse o âmbito desportivo. Alego também que a minha família sempre teve uma vida bastante ativa, onde todos os meus irmãos foram atletas federados e dois deles tornaram-se profissionais do desporto com a vertente de ensino. Ao realizar uma reflexão profunda sobre todo o meu percurso, talvez um dos grandes incentivos, mesmo que não forçados, se centre no percurso dos meus irmãos, pois desde que me recordo de existir no mundo que os encaro como exemplos a seguir.

No ensino secundário optei por envergar a área de ciências e tecnologias que abria um vasto leque de saídas. Por momentos tive um deslize e uma inclinação para as artes performativas, mas depressa percebi que o que me completava como ser humano e que “me enchia as medidas” era sem dúvida o desporto. Não ambicionava chegar ao estrelato como atleta, mas tinha e tenho uma adoração plena por crianças e jovens e no efeito que um professor pode ter sobre elas. Provavelmente, o facto de não ter irmãos mais novos, influência essa minha necessidade de estar perto de crianças. Com decisão tomada e assente, apenas faltava saber qual a faculdade mais indicada para seguir este que se tornou o meu sonho principal, objetivo da minha vida e o caminho para a minha realização profissional e pessoal. A inscrição para os pré-requisitos foi o primeiro passo nesse sentido, e as provas foram na Faculdade de Desporto da Universidade de Coimbra. Quando lá entrei senti aquele frio na barriga, aquela adrenalina, tal e qual, à sentida quando entrava em campo para um jogo ou encarava um público num espetáculo de dança, o medo de falhar falava alto, mas a minha vontade de vencer quebrava qualquer corda vocal. Pré-requisitos aprovados, exames nacionais acabados, 12º ano completo e aproximava-se o momento. Um dia uma das minhas irmãs que partilha do mesmo sonho que eu, levou-me a conhecer a Faculdade onde ela queria um dia ter realizado o curso dela, a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Passado o portão, olhar para a entrada, ler um enorme cartaz com a frase “Pela paixão e pela Razão do Desporto” deu-me automaticamente um suor frio e um arrepio pelo corpo e entrar pela “enorme” Faculdade, conhecer todos os seus recantos através de uma pessoa que eu admiro tanto foi o

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suficiente para ter a certeza que era para ali que eu queria ir, era ali que eu queria impulsionar o meu futuro. No momento que em vi que tinha conseguido alcançar a primeira etapa, a entrada na Faculdade, “Aquela Faculdade”, senti um turbilhão de sentimentos, uma mistura de sensações que se descrevesse por palavras perderia todo o encanto do momento. Após o primeiro pé direito naquela que iria ser a minha segunda casa durante pelo menos 3 anos, dei o meu melhor para não deixar escapar o meu objetivo final. Terminei a licenciatura e nesse terceiro ano, comecei a trabalhar numa colónia de férias que atualmente faz parte de mim, “Colónia de Férias da Torreira”, um Mundo Mágico onde a meu encargo em cada turno fico responsável por crianças que nada têm na sua vida e cujo objetivo dos monitores é transformar aquela semana, na semana que faz valer a existência de cada um. Naquele lugar consegui alcançar a última certeza que me faltava, o ensino. Uma simples ação de ensinar uma criança a andar de bicicleta e tê-la agarrada nos meus braços a chorar porque nunca tinha tido oportunidade de tal, foi a resposta para todas as minhas dúvidas. Um exemplo que me marcou como outros “mil” momentos lá vividos, era o que eu precisava e a partir desse momento sim! Estava certa que o meu futuro unia o desporto ao ensino. Desta forma, durante este ano batalhei por aquilo que acredito, longe da minha família, por um objetivo, conseguir realizar um sonho, agarrar esta oportunidade e dar tudo de mim, lutar para que o meu sacrifício seja correspondido, lutar para que tudo, todos estes 16 anos de estudo e empenho me ajudem a cortar a fita da meta por mim esperada e com a ânsia de que o futuro, esteja ele perto ou longe, me sorria da mesma forma como eu quero sorrir e abraçar esta profissão.

2.2. EXPETATIVAS EM RELAÇÃO AO ESTÁGIO PROFISSIONAL

Quando se começa um novo ciclo, as expetativas iniciais encontram-se em estado turbulento, mas de certa forma são sempre elevadas. No caso específico do Ensino de Educação Física numa turma do ensino Secundário, as expetativas, ou seria mais correto dizer, os desejos sentidos, foram especificamente centrados na turma de forma a que pudessem encontrar-se

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num nível de acordo com o programa nacional nas diferentes modalidades, que o comportamento fosse o mais adequado em sala de aula e que o respeito tanto para os colegas como para o professor também se encontrasse dentro dos panoramas do ideal. Visto que quando passamos da teoria à prática, verificamos o contraste daquilo que projetamos com a realidade que encaramos, observamos que as turmas e os alunos têm caraterísticas diferentes, revelando serem seres únicos e que o nível pedagógico a estabelecer tem de ser igualmente diversificado. Dentro deste prisma, as expetativas foram de encontro à necessidade de estabelecer em sala de aula um clima tranquilo, tendo como base sempre a confiança e implementação da motivação para a prática desportiva. É neste seguimento que se direcionaram as minhas ações, fazer com que a turma conseguisse ter segurança tanto no meu trabalho como em mim e que dessa confiança resultasse um trabalho em equipa onde se encontrava presente tudo de mim e o máximo deles. Não pretendi, nem tencionei que eles fossem os melhores do mundo, porque assim estaria a ser completamente irreal, pretendi sim que eles conseguissem aprender, evoluir, sentirem-se satisfeitos, motivados e que pudessem olhar para trás e observar um caminho onde realmente tenha valido a pena estar presente nas aulas, terem-se esforçado e quem sabe levar esses ensinamentos para fora da sala de aula, porque sabemos que lidamos com gerações onde os seus “melhores amigos” são as novas tecnologias, que vão contra tudo o que um professor de educação física acredita e trabalha. Se eu conseguisse mudar um pouco a mente dos meus alunos e mostrar-lhes que ganhavam mais vantagens na prática de exercício físico do que a não prática, sentir-me-ia claramente com a sensação de dever cumprido.

Relativamente ao núcleo de estágio, penso que não poderia ter ficado com um grupo melhor, não desfazendo nenhum outro, mas digo isto porque o meu percurso até este ano foi sempre acompanhado pelo Hugo Mendonça e pela Raquel Sousa, desde o primeiro ano, a primeira semana e os primeiros momentos que vivemos na Faculdade que me recordo de serem os meus primeiros amigos, as primeiras pessoas com quem vivi muitos e marcantes momentos. Falando especificamente da Raquel Sousa, desde o primeiro ano

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que fomos da mesma turma, partilhámos as primeiras experiências, vivemos as maiores alegrias juntas e também estivemos presentes em momentos menos bons tanto para uma como para a outra, sempre foi a pessoa com quem pude sempre contar e nada recear. O Hugo Mendonça, apesar de nunca termos partilhado a mesma turma, sempre fomos bastante cúmplices, sempre pudemos contar para o que quer que fosse um com o outro e posto isto penso para mim, que melhor núcleo era difícil encontrar. Somos todos chegados o suficiente para sermos os mais sinceros possíveis, para nos ajudarmos nas nossas dificuldades, para nos abraçarmos nas nossas glórias, para estarmos juntos e progredirmos unidos nesta última viagem académica.

No que respeita ao Professor Cooperante de início revelei algum receio em conhecer a pessoa que me iria acompanhar, aconselhar, criticar e fazer-me crescer durante este processo onde iria colocar finalmente em prática tudo o que consegui absorver durante estes anos de estudo. Mas automaticamente no primeiro momento de contato apercebi-me que estaria em boas mãos, o que se veio confirmar com o decorrer do tempo, porque mais do que tudo é de louvar conhecer um professor que faz de tudo pelos alunos, pela sua motivação, que não atua apenas por “obrigação”, apenas porque “foi o trabalho que escolheu”, é notório a paixão e a alegria que coloca no seu trabalho e penso que é isto que nos quer transmitir, que nos mostra que vale a pena ser professor, que não é uma carreira fácil e que deve ser sempre melhorada, mas que fundamentalmente vale muito a pena, porque não é apenas um trabalho, mas sim uma forma de encarar a vida, ensinando e ajudando quem precisa, para que os alunos sigam um caminho considerado como o correto, mas que o sigam com gosto e com garra.

Relativamente ao Professor Orientador a expetativa era elevada, tratar-se-ia de alguém que certamente já teríamos contactado e que exerceria funções como a própria palavra indica, orientação, apoio e sabedoria. Seguramente que seria uma pessoa aberta a todos os dilemas relacionados com o desenrolar do estágio e um apoio fundamental para esta fase que para nós é derradeira.

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No início deste último percurso ocorreram outras expetativas paralelas às já pronunciadas, tais como seria o relacionamento com os docentes da escola e de que forma iriamos ser acolhidos. Penso que este seja um dos receios de qualquer estagiário e na minha opinião trata-se de algo justificável, pois é um fator essencial para a integração de qualquer “embrião” num mundo que até ao momento ainda não era o seu.

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3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA

PROFISSIONAL

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3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

3.1. MACRO CONTEXTO – O MEU ENTENDIMENTO SOBRE O ESTÁGIO PROFISSIONAL

“Para ensinar há uma formalidadezinha a cumprir – saber”

Eça de Queirós

De acordo com o meu ponto de observação e reflexão, quando se aborda o tema de estágio profissional, ocorre a ideia da aplicação de todos os ensinamentos, todos os anos de estudo efetuados e a sua transcrição para a prática de forma consistente, realista e honesta. Encarei e continuo a encarar o estágio como sendo a fase cessante de um ciclo unicamente direcionado para, neste caso específico, o ensino de Educação Física. Segundo Ribeiro (1989, pp. 19-20) “A componente de preparação profissional para a docência define-se como uma define-sequência teórico-prática que define-se centra no dedefine-senvolvimento de conhecimentos pedagógico-didáticos e no treino de aptidões e competências docentes, incluindo a prática pedagógica orientada, conduzindo, no final, à plena assunção de responsabilidades docentes nas escolas (no caso do professor-estagiário)” Esta citação vai de encontro à minha opinião, de que esta fase se trata da mais crucial de qualquer estudante académico, é o momento em que colocamos à prova tudo o aprendemos e que pretendemos aprofundar de outra forma, de outra perspetiva, a real. Após o término deste ano, posso afirmar que foi exatamente o que aconteceu, em cada ação dei tudo de mim, tudo o que aprendi e tudo o que tive de aprender.

Freire (2001, p. 2) afirmou que estágio permite uma primeira aproximação à prática profissional e “promove a aquisição de um saber fazer e de um saber julgar as consequências das ações didáticas e pedagógicas desenvolvidas no quotidiano profissional”. É no estágio que se encontra a fusão entre o saber e prática, aquilo que nos ficou retido e a forma como

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transformamos e adaptamos esses conteúdos às nossas ações e de que forma essas são percecionadas, encaradas e obtêm efeitos nos nossos alunos.

No seguimento desta linha orientadora, Matos (2012a, p. 3) refere que “O Estágio Profissional entende-se como um projeto de formação do estudante com a integração do conhecimento proposicional e prático necessário ao professor, numa interpretação atual da relação teórica prática e contextualizando o conhecimento do espaço escolar.” De facto, a meu ver o Estágio Profissional coloca-nos ao desafio, tanto a nível dos nossos conhecimentos teóricos como da nossa prontidão em intervir, comunicar, estabelecer contacto com a realidade escolar, uma realidade repleta de alunos peculiares, alunos com caraterísticas muito próprias e coloca-nos a eterna questão da capacidade, até que ponto somos completos o suficiente para encararmos esta prova de “fogo”, esta que se tornou numa experiência que nos irá acompanhar para o resto vida, esta que, como referi anteriormente, se tornará no fim de um ciclo mas também no início do nosso futuro profissional.

Por mais receios que tenha sentido e ainda possa vir a sentir, por mais dificuldades que ocorra durante o meu percurso, estou ciente que um professor nunca deve assumir o seu trabalho como acabado, nem encerrar o seu livro do conhecimento e da procura incessante daquilo que é desconhecido, este caminho irá ter muitos altos e contra tempos, sei que irei falhar em certas alturas, mas vou tentar procurar aprender com os erros, tentar superá-los. É certamente um caminho que nunca terá fim.

Ansiar ser professora no futuro, é o meu objetivo, mas também ansiar ainda mais conseguir encontrar um ponto de ligação com os meus alunos, que eles retenham bons ensinamentos e que eu os possa acompanhar lado a lado, “crescer” e aprender com eles. Posso acrescentar que isso aconteceu este ano e que me deu um maior incentivo para continuar a lutar e nunca desistir daquilo em que acredito, porque eu quero continuar a “crescer” e quero muito que cresçam comigo.

Estou certa que o Estágio Profissional tem essa finalidade, colocar-nos numa corrida do conhecimento, da aplicação e da ligação intrínseca entre estes dois e ainda testar a capacidade de cada um de nós, de quem se aventura e

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procura ser mais do que já é, nunca esquecendo algo tão importante como é a conexão entre o saber e o fazer.

3.2. CONTEXTO LEGAL E INSTITUCIONAL DO ESTÁGIO PROFISSIONAL

Atendendo ao contexto legal do Estágio Profissional (EP), este é regido pelas normas da FADEUP no ano letivo 2012/2013 e pela legislação específica acerca da Habilitação Profissional para a Docência. A sua estrutura e funcionamento consideram os princípios decorrentes das orientações legais nomeadamente as constantes do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro e têm em conta o Regulamento Geral dos segundos Ciclos da UP, o Regulamento geral dos segundos ciclos da FADEUP e o Regulamento do Curso de Mestrado em Ensino de Educação Física (Matos, 2012a).

O Estágio Profissional é definido como sendo uma unidade curricular que decorre no terceiro e quatro semestre do 2.º ciclo de estudos, para que após a sua conclusão o estudante possa alcançar o grau de Mestre em Ensino de Educação Física da FADEUP, podendo-se encontrar habilitado para a docência dos Ensinos Básicos e Secundários da Educação Física e Desporto.

Um estudante que procure alcançar este objetivo só o poderá assumir como completo após a conclusão de todas as Unidades Curriculares presentes no percurso académico e a redação, entrega, apresentação e aprovação do Relatório de Estágio.

O desenrolar do processo de candidatura e colocação dos estudantes pelas diversas escolas dos Ensinos Básicos e Secundários, desencadeia-se de forma comum aos anos anteriores, sendo que é cedido aos estudantes uma lista informativa sobre as escolas que estabelecem protocolo com os Órgãos de Gestão da FADEUP durante o ano letivo 2012/2013 e procede-se a uma candidatura individual sobre as suas preferências de EP. Realiza-se uma distribuição sobre as diferentes Escolas, formando-se núcleos de trabalho em cada uma. A orientação da prática de Ensino Supervisionado é realizada por

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um docente da FADEUP nomeado pelo órgão competente e pelo professor cooperante, escolhido pela comissão científica.

No caso específico dos Arquipélagos Madeira e Açores a seleção é motivada pelos alunos interessados em estagiar nestes locais, sendo estabelecido um protocolo entre a FADEUP e as escolas disponíveis e aptas para a realização de EP. Após o estabelecimento do protocolo, os alunos interessados candidatam-se e caso não atinjam um número superior ao suportado pelas Escolas, tornam-se selecionados.

Como é cedido pelo Regulamento do EP, este tem como objetivo levar o estudante-estagiário a integrar-se no exercício da vida profissional, sendo-lhe atribuído uma turma ou mais do Ensino Básico ou Secundário onde se tornará o responsável pelo seu processo de ensino-aprendizagem. A turma selecionada será atribuída pelo professor cooperante, por ser efetivamente e legalmente o professor da turma em questão. Embora se verifique esta atribuição de prática pedagógica, todo o processo de conceção, planificação e realização é supervisionado pelo professor cooperante e de forma um pouco dissemelhante pelo professor orientador (Matos, 2012b).

Sabe-se que o objetivo do EP encontra-se centrado na progressão e desenvolvimento do Estudante-Estagiário de forma orientada, atribuindo ao jovem candidato a professor uma situação de contexto real que promova: as competências profissionais, o desempenho sobre as componentes reflexivas e criticas, a capacidade de resposta a determinados desafios e exigências da docência.

A abordagem relativa às competências profissionais quando associadas ao ensino da Educação Física e Desporto apresentam-se descritas no Decreto-lei nº 240/2001 de 17 de agosto através do Perfil Geral de Desempenho Profissional do Educado e do Professor dos ensinos básico e secundário, organizado pelas seguintes áreas de desempenho:

I. Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem II. Participação na Escola

III. Relação com a comunidade IV. Desenvolvimento profissional

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Sobre as áreas de Desempenho referidas é que o novo estudante estagiário se irá debruçar para obter a qualificação de docente de educação física dos ensinos básico e secundário e envergar um futuro no mundo da Educação (Matos, 2012a).

3.3. A ESCOLA DOS NOSSOS DIAS

A Escola representa um dos principais cenários de educação repletos de momentos de interação social, ações comportamentais, onde a aprendizagem se encontra presente e constante. Uma instituição que acolhe indivíduos e os ajuda a formar-se Pessoas com valores, ética, cada vez mais autónomos e independentes. Como nos indica Carvalho (2006), é no âmbito da escola e do Sistema Educativo que se retrata um aglomerado de ações, valores e crenças partilhados por toda a comunidade escolar. Nesse sentido, o autor afirma que “A educação é hoje unanimemente considerada um dos principais veículos de socialização e de promoção do desenvolvimento individual. Inserindo-se num contexto histórico, social e cultural mais amplo, os sistemas educativos acabam por ilustrar os valores que orientam a sociedade e que esta quer transmitir. É neste sentido que se pode falar, globalmente, de uma cultura, que se cria e preserva através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade e, especificamente, numa cultura escolar, isto é, num conjunto de aspectos, transversais, que caracterizam a escola como instituição.” (Carvalho, 2006, p. 1).

A escola atualmente apresenta-se com uma heterogeneidade humana exigindo um ensino e uma educação díspar, revogando a prática pedagógica exercida no passado. Impõe-se uma necessidade de atuar conforme a sociedade em que nos inserimos, adaptando-nos procurando atingir os objetivos e exigências individuais. Direcionar o ensino de forma individualizada torna-se uma prioridade, relacionar múltiplas formas de ensino dando primazia à aprendizagem particular, procurando corresponder às prioridades de cada ser, cada aluno. Esta observação sobre a instituição atual encontra um ponto de correlação com Dayrell (2007, p. 1125) quando afirma que “a escola tem de se

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perguntar se ainda é válida uma proposta educativa de massas, homogeneizante, com tempos e espaços rígidos, numa lógica disciplinadora, em que a formação moral predomina sobre a formação ética, em um contexto dinâmico, marcado pela flexibilidade e fluidez, de individualização crescente e de identidades plurais.”

O ensino massivo deixa de fazer sentido quando perante um professor se apresenta uma população jovem com necessidades, dificuldades e timings de aprendizagem completamente diferentes. Luta-se por objetivos semelhantes, mas os caminhos escolhidos necessitam de pistas e direções dissemelhantes para que orientem e motivem todos os alunos. Se o ensino for unicamente numa só direção estará a influenciar todo o processo de aprendizagem e socialização caraterizantes desta instituição que deve ceder uma Escola para todos.

Apesar de ser dever da Escola e dos seus docentes ter em conta a questão da heterogeneidade, a implementação de um ensino individualizado torna-se demasiado complexo de ser aplicado. A realidade escolar dos dias de hoje remete-se para turmas com elevado número de alunos para apenas um docente. Esta situação provoca duas repercussões na sociedade: elevado grau de dificuldade de um trabalho de qualidade individual e um aumento da taxa de desemprego. Vivem-se momentos de crise e sendo a Escola, uma instituição que reflete a sociedade em que vive, este ciclo torna-se cada vez mais visível e na minha opinião preocupante. Considero importante um professor sentir-se capaz de exercer com qualidade o seu trabalho, mas se esta situação continuar a agravar-se, será muito mais desmotivante e irá refletir-se na aprendizagem dos seus alunos, pois a relação professor-aluno encontra-se intimamente relacionada.

3.4. A ESCOLA SECUNDÁRIA DAS LARANJEIRAS

O local onde tive oportunidade de desenvolver a minha ação pedagógica encontrava-se em Ponta Delgada, São Miguel, Açores, na Escola Secundária das Laranjeiras (ESL), criada pelo Decreto Regulamentar Regional n° 6A/86/A,

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de 31 de Março e inaugurada no dia 17 de dezembro de 1986, apesar de apenas ter iniciado as suas atividades no dia 6 de outubro do mesmo ano. O seu logótipo surge pela autoria do professor João Pedro Vaz de Medeiros, e foi desenvolvido com a função de relacionar os dois principais agentes da componente ensino e aprendizagem (aluno e professor) (Laranjeiras, 2010).

Uma das grandes caraterísticas da escola centra-se na diversidade de espaços de sala de aula e laboratórios dos espaços de convívio, destacando-se a biblioteca, o anfiteatro e o refeitório.

As salas de aula distribuem-se por dois pisos, sendo que no superior encontram-se salas destinadas à Educação Visual enquanto no inferior encontram-se os Laboratórios de Física, Química e Biologia/Geologia e ainda salas de Informática e uma Sala Estudo.

A Escola dispõe de um pátio interior com bancos que permitem não só o convívio entre alunos, como um local ideal para proteção quando o clima exterior se torna insustentável.

A área exterior conta com uma Horta Pedagógica destinada às aulas do curso PROFIJ - Horticultura e Fruticultura Biológica (nível II) e toda a restante área escolar encontra-se jardinada e arborizada conferindo-lhe beleza e um ambiente mais agradável repleta de bancos para descanso, tornando-se uma mais valia para a Escola de forma a que os alunos possam escolher quais os seus espaços preferidos sempre em contato com a natureza.

No caso específico das aulas de Educação Física, estas são realizadas nos diferentes espaços que fazem parte do Complexo Desportivo das Laranjeiras que usufrui de uma gestão autónoma.

Durante o tempo letivo, as instalações são cedidas para as aulas de Educação Física, mas, em tempo extracurricular, servem também a comunidade. O atual Diretor do Serviço de Desporto de S. Miguel é professor do Quadro de Nomeação Definitiva da nossa Escola.

O Complexo encontra-se subdividido em diversos ambientes: Pavilhão polidesportivo, sala de atletismo, sala de ginástica, sala de judo, piscina, pista exterior e campo relvado. Todas estas áreas contribuem para a procura de um nível de qualidade elevado das aulas de Educação Física. Sendo que durante

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este ano letivo, a procura pela prática pedagógica e a vivência da docência foram primordiais, o fato de ter à disposição uma variedade de espaços foi deveras proveitoso para que pudesse explorar várias modalidades. Caso as condições espaciais e materiais não fossem as que nos foram cedidas, acredito que não iria ter a oportunidade deste leque de vivências e aprendizagens. Por outro lado, teria de procurar estratégias de conseguir chegar aos alunos para que as suas aprendizagens e conhecimentos não fossem prejudicados.

É importante referenciar que a Escola das Laranjeiras, dadas as suas condições técnico-funcionais, bem como as suas caraterísticas ao nível da arquitetura, foi galardoada com o prémio Excelência pela Organização de Desenvolvimento e Cooperação Económica, no ano de 2000 (Laranjeiras,2010).

3.5. O DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO

Na minha projeção imaginária inicial sobre o Departamento de Educação Física e Desporto, surgiam imagens de um grupo de professores que se reunia esporadicamente com o intuito de projetar atividades extracurriculares para os alunos. Esta era a minha única concepção sobre este Departamento. Ao longo de todo o ano letivo esta imagem foi-se alterando dando oportunidade à criação de uma outra mais clara e consciente do papel do Departamento de Educação Física para o funcionamento e dinâmica da Escola, importância para o Estudante Estagiário e para o seu futuro.

“Dada a importância que o grupo ocupa, este não pode ser um amontoado de pessoas gerido segundo orientações pessoais. O grupo de Educação Física da escola é o berço da socialização da profissão. É aqui que se embalam vontades quotidianas, se estabelecem vínculos, se reforçam compromissos, se estabelecem hábitos, se projeta a Educação Física em função do “jogo” estratégico dos seus actores. Sem grupo e sem projeto não se é. Ou então é-se aquilo que ficou por é-se projectar.”(Brás & Monteiro, 1998, p.1). Segundo estes autores e segundo a minha experiência enquanto estudante estagiária, todo o Departamento de Educação Física revelou um papel fundamental para a minha integração, participação e evolução nesta minha nova personagem

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profissional. O receio de não ser bem recebida, ouvida ou ser completamente transparente fazia parte das minhas preocupações. Caso qualquer uma destas situações se verificasse, a minha intervenção e interação iria ser visivelmente condicionada, pois para que pudesse viver completamente a realidade de um professor em todos os contextos, era necessário sentir-me parte deste grupo de professores. Felizmente, verificou-se o contrário, desde o primeiro momento que todos os professores demonstraram uma postura recetiva e afável, tornando todos os momentos sociais, em momentos de aprendizagem constante. Diversas foram as reuniões estabelecidas e presenciadas por mim que contribuíram sempre para o aumento do meu conhecimento.

Nas primeiras reuniões de Departamento os temas centravam-se na distribuição de turmas, com os respetivos horários, as instruções relativas ao funcionamento das mesmas e das aulas. Em paralelo, a estruturação do Plano de Atividades Anual fazia parte da ordem de trabalhos de ambas as reuniões, sendo debatidas as atividades que deveriam ser desenvolvidas ao longo do ano letivo e retirando atividades já conhecidas que não iriam surtir a mesma adesão.

Sendo que a minha presença efetiva nas reuniões funcionava um pouco como observador “transparente”, em vários momentos eu tive o desejo de ser uma presença ativa para poder expressar as minhas opiniões. Embora a minha visibilidade não fosse notada, foram deveras importante todos os debates presenciados e todos os pontos escolhidos para aprovação. Consegui conhecer um pouco mais sobre o Departamento e de que forma ele atuava de modo a que a sua ação reflita sobre as necessidades desportivas dos alunos da Escola Secundária das Laranjeiras.

O Departamento de Educação Física e Desporto é composto por professores efetivos e contratados, ou seja, professores com diferentes níveis de experiência e visão relativamente ao ensino. As diferentes perspetivas e formas de encarar a profissão auxiliaram-me em variadas situações do meu estágio e a auto construir as minhas próprias formas de atuar. Julgo que não existirá uma única forma correta de resolver situações e problemas que surjam,

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pois cada professor as abordará sempre, com base nos seus valores, histórias de vida e a acumulação de momentos profissionais vividos.

O caminho da docência é longo, mas é-me possível perceber que sem interação e convivência não poderei evoluir e tornar-me cada vez mais qualificada. Se formos professores e só nos preocuparmos com o cumprimento dos horários de trabalho e esquecermos este lado tão importante e que contribui para moldar e fortificar a nossa intervenção, seremos apenas mais um indivíduo sem paixão no trabalho e com pouca vontade de melhorar, reconstruir e atualizar a relação do professor com o professor refletindo-se posteriormente na relação professor-aluno em sala de aula.

3.6. O NÚCLEO DE ESTÁGIO

“… fazer de um grupo de trabalhadores uma equipe

de trabalho é realmente um grande desafio. Desafio que passa pelo aprendizado coletivo da necessidade de uma comunicação aberta, de uma prática democrática que permita o exercício pleno das capacidades individuais e uma atuação mais criativa e saudável de cada sujeito, evitando, assim, a cristalização de posições, a rotulação e deterioração das relações interpessoais. Desta forma, o grupo poderá buscar seus objetivos, responsabilizando-se, solidariamente, pelos sucessos e fracassos.”

(Piancastelli et al., 2000, p.49)

Quando penso em núcleo de estágio surge-me a ideia de um grupo, da união, do espírito de equipa, de um conjunto de pessoas num mesmo barco rumo ao mesmo porto. Este era o meu pensamento inicial, antes de tudo começar. Agora ao olhar para trás e ao rever cada acontecimento, cada atividade, cada dia menos bom, cada dia desesperante, outro bom e ótimo, o retrato é sempre composto por dois “alicerces”: os meus companheiros de luta, aqueles que me deram a mão quando estava em baixo, e que me atribuíram sorrisos nos momentos felizes.

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De facto, este caminho apesar de ser meu reparte-se um pouco com eles. Os pensamentos, as dúvidas, os medos e as incertezas que surgiram durante o meu ano de estágio, ganharam outros contornos com a força e a confiança que eles me transmitiram.

Recordo-me de um primeiro momento marcante. Encontrava-me a planear a minha primeira aula de ginástica e entrei num estado de ansiedade que parecia atrofiar as minhas energias, deixando apenas espaço para o medo de falhar, para o sentimento de incapacidade e de negação das minhas competências. Naquele momento e em tantos outros, tenho a certeza que se não os tivesse por perto, teria sido bem mais complicado de ultrapassar. Ao longo deste ano, ambos me fizeram crescer, e cresceram comigo, lado a lado.

A importância do núcleo de estágio, para o enriquecimento do meu conhecimento, da minha prática pedagógica e da forma como encarava e interpretava diversas situações, não tem limite. Se hoje eu posso olhar para trás e ver que dei mais uns passos nesta estrada do conhecimento e da ação pedagógica, deve-se sem qualquer dúvida a eles também.

Para mim, o trabalho de equipa é algo sério e fundamental para que tudo o que se encontre inerente ao estágio resulte de forma mais produtiva e dinâmica. É assim que eu retrato o meu núcleo de estágio: dinâmico e produtivo. Ao longo deste ano, passámos horas sobre horas juntos. O facto de estarmos longe de casa, numa ilha, fez com que procurássemos uma casa em conjunto para viver. Devido à nossa situação habitacional o nosso entrosamento e coesão enquanto grupo foi total, pois não realizámos nada, sem a aprovação de um de nós, nem o deixámos de fazer. Fomos uma verdadeira família, que tal como um grupo partilha os mesmos objetivos. Batalhámos em todos os campos juntos, sendo nós mesmos, o escudo e a espada de cada um de nós. Esta tamanha união evidenciou-se na realização das atividades, tanto no contexto escolar como em cada turma. Não obstante, não fomos um grupo fechado, mas sim flexível. Em todas as atividades quer fossem elas, sugeridas por nós, ou não, evocámos o auxílio do outro núcleo presente na nossa escola. Aliás, fizeram igualmente parte do meu crescimento

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e aprendizagem, trabalhei com eles e espero igualmente ter auxiliado nos seus processos de aprendizagem.

Estamos no início de um caminho, as solas das sapatilhas encontram-se novas e lavadas e é necessário a ajuda de todos para que elas comecem a desgastar-se absorvendo todo o tipo de conhecimento.

3.7. O PAPEL DO PROFESSOR COOPERANTE NA FORMAÇÃO DO ESTUDANTE ESTAGIÁRIO

O estágio Profissional envolve várias entidades, entre elas surgem pilares que dão vida a um ano repleto de ensinamentos, aprendizagens, falhas, conquistas, derrotas e vitórias. O professor cooperante (PC), o professor orientador (PO) e o estagiário realizam um trabalho em equipa, sendo que o último referido é colocado à prova sob a orientação cuidada dos outros dois. Durante este tema irei abordar a importância do professor cooperante na caminhada do estagiário, sendo que incluirei a minha experiência.

Segundo Alarcão & Tavares (2003, p. 18), “entendemos Supervisão como o processo em que um professor, em princípio mais experiente e mais informado, orienta um outro professor ou candidato a professor no seu desenvolvimento humano e profissional… E situa-se no âmbito da orientação de uma ação profissional; daí chamar-se-lhe também Orientação da prática pedagógica.”. Aqui temos o professor orientador, como um guia no desenvolvimento humano e profissional, ambas componentes necessárias para a estruturação de um futuro professor. Adquirimos a noção de que sem este “suporte” um novo professor não se forma, pelo menos da forma mais completa.

No meu entendimento, o orientador deve ter bases e capacidades para poder levar um candidato a estagiário a um outro nível, mais profissional e congruente com a realidade escolar envolvida. A escola também deve ter a consciência de que este processo deve ser orientado por um professor com determinada experiência capaz de dar resposta a todas as dificuldades e necessidades que possam vir a ser sentidas pelo candidato. Desta forma, julgo

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