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2. DIMENSÃO PESSOAL

2.1. A LUTA POR UM SONHO

“A possibilidade de realizarmos um sonho é o que torna a vida interessante

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Paulo Coelho

O meu nome é Mariana Magalhães Cardoso Teixeira, nasci na simpática Cidade de Aveiro, terra dos moliceiros e dos ovos moles, cidade que me acolheu durante os meus 23 anos de existência. Desde o meu nascimento até à atualidade vivi circundada por pessoas felizes, com um sorriso no rosto, lutadoras e empreendedoras dos seus objetivos e do seu futuro. Foram as que mais me apoiaram e incentivaram a seguir sempre os meus sonhos e aquilo em que acredito, ensinaram-me a nunca, nunca desistir e a ultrapassar os obstáculos que se cruzavam no meu caminho. A esses Seres que refiro com letra maiúscula, a minha família, devo toda a minha vida, a minha existência e o meu sorriso. Nasci no seio de uma grande família composta pelos meus pais e mais 4 irmãos, todos com uma grande diferença de idades em relação a mim, tornando-me sempre a “benjamin” e a mais protegida da família. Apesar desta proteção toda, sempre me incentivaram o hábito da atividade física, recordo-me que desde cedo, nos intervalos entre as aulas, era das poucas meninas sem qualquer problema de agarrar numa bola e ir jogar com os rapazes da turma, porque me sentia bem e feliz, assim como ter uma participação ativa em atividades no âmbito do desporto escolar, nomeadamente: voleibol e badminton. Paralelamente a estas atividades, a dança sempre me fascinou, comecei a dançar desde os meus tenros 3 anos realizando um percurso por ballet clássico, jazz e hip hop. Ainda hoje essa paixão palpita em mim, é algo que me acompanha e tenho a certeza que me irá acompanhar até muito tarde. Juntamente com a dança e para além do desporto escolar, dediquei-me à natação, ao voleibol federado e a uma atividade que poucos levam a sério mas que para mim tem muito valor e significado, os escuteiros. A combinação de

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todas estas atividades que tornavam os meus dias completos, felizes e com muita cor, fazendo com que o meu caminho seguisse o âmbito desportivo. Alego também que a minha família sempre teve uma vida bastante ativa, onde todos os meus irmãos foram atletas federados e dois deles tornaram-se profissionais do desporto com a vertente de ensino. Ao realizar uma reflexão profunda sobre todo o meu percurso, talvez um dos grandes incentivos, mesmo que não forçados, se centre no percurso dos meus irmãos, pois desde que me recordo de existir no mundo que os encaro como exemplos a seguir.

No ensino secundário optei por envergar a área de ciências e tecnologias que abria um vasto leque de saídas. Por momentos tive um deslize e uma inclinação para as artes performativas, mas depressa percebi que o que me completava como ser humano e que “me enchia as medidas” era sem dúvida o desporto. Não ambicionava chegar ao estrelato como atleta, mas tinha e tenho uma adoração plena por crianças e jovens e no efeito que um professor pode ter sobre elas. Provavelmente, o facto de não ter irmãos mais novos, influência essa minha necessidade de estar perto de crianças. Com decisão tomada e assente, apenas faltava saber qual a faculdade mais indicada para seguir este que se tornou o meu sonho principal, objetivo da minha vida e o caminho para a minha realização profissional e pessoal. A inscrição para os pré-requisitos foi o primeiro passo nesse sentido, e as provas foram na Faculdade de Desporto da Universidade de Coimbra. Quando lá entrei senti aquele frio na barriga, aquela adrenalina, tal e qual, à sentida quando entrava em campo para um jogo ou encarava um público num espetáculo de dança, o medo de falhar falava alto, mas a minha vontade de vencer quebrava qualquer corda vocal. Pré-requisitos aprovados, exames nacionais acabados, 12º ano completo e aproximava-se o momento. Um dia uma das minhas irmãs que partilha do mesmo sonho que eu, levou-me a conhecer a Faculdade onde ela queria um dia ter realizado o curso dela, a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Passado o portão, olhar para a entrada, ler um enorme cartaz com a frase “Pela paixão e pela Razão do Desporto” deu-me automaticamente um suor frio e um arrepio pelo corpo e entrar pela “enorme” Faculdade, conhecer todos os seus recantos através de uma pessoa que eu admiro tanto foi o

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suficiente para ter a certeza que era para ali que eu queria ir, era ali que eu queria impulsionar o meu futuro. No momento que em vi que tinha conseguido alcançar a primeira etapa, a entrada na Faculdade, “Aquela Faculdade”, senti um turbilhão de sentimentos, uma mistura de sensações que se descrevesse por palavras perderia todo o encanto do momento. Após o primeiro pé direito naquela que iria ser a minha segunda casa durante pelo menos 3 anos, dei o meu melhor para não deixar escapar o meu objetivo final. Terminei a licenciatura e nesse terceiro ano, comecei a trabalhar numa colónia de férias que atualmente faz parte de mim, “Colónia de Férias da Torreira”, um Mundo Mágico onde a meu encargo em cada turno fico responsável por crianças que nada têm na sua vida e cujo objetivo dos monitores é transformar aquela semana, na semana que faz valer a existência de cada um. Naquele lugar consegui alcançar a última certeza que me faltava, o ensino. Uma simples ação de ensinar uma criança a andar de bicicleta e tê-la agarrada nos meus braços a chorar porque nunca tinha tido oportunidade de tal, foi a resposta para todas as minhas dúvidas. Um exemplo que me marcou como outros “mil” momentos lá vividos, era o que eu precisava e a partir desse momento sim! Estava certa que o meu futuro unia o desporto ao ensino. Desta forma, durante este ano batalhei por aquilo que acredito, longe da minha família, por um objetivo, conseguir realizar um sonho, agarrar esta oportunidade e dar tudo de mim, lutar para que o meu sacrifício seja correspondido, lutar para que tudo, todos estes 16 anos de estudo e empenho me ajudem a cortar a fita da meta por mim esperada e com a ânsia de que o futuro, esteja ele perto ou longe, me sorria da mesma forma como eu quero sorrir e abraçar esta profissão.