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A Igreja no processo da assimilação nacional

No documento Ano I 1 / 2010 CURITIBA - PR (páginas 112-118)

E HOMOGENEIZAÇÃO NA AMÉRICA LATINA

5. A Igreja no processo da assimilação nacional

A assimilação deve conduzir à homogeneização cultural e à con- solidação dos grupos étnicos numa única nação. Parcialmente esse tipo de fenômeno ocorre na América Latina, mas não se trata de um processo unidirecional nem geral. Elementos inalienáveis da estrutura social nesse continente são os grupos étnicos, de genealogia autóctone ou imigratória. A população indígena é a que apresenta as coletividades de mai- or índice de diversidade, vivendo muitas vezes em isolamento espacial e cultural em regiões de difícil acesso da bacia do Amazonas no Brasil ou no planalto andino na Bolívia, no Peru ou no Chile.

Os ambientes étnicos distintos formam igualmente numerosas ca- tegorias de população mista, dos chamados mestiços, e esse fenômeno é observável em toda a América Latina.

Uma outra categoria de coletividade étnica é formada pelos ne- gros descendentes dos escravos da África, que constituem, em pequenas porcentagens, uma parte componente das sociedades de cidadãos da América Latina. O grupo mais numeroso de negros, chegando a 10% da população, existe no Brasil.

Os mulatos e a população mestiça de origem parcialmente negra constituem uma categoria bem mais numerosa e mais influente que as categorias da população negra. Em um e outro caso, tanto em meio à população negra como em meio à mestiça, mantém-se um grande índice

de diversidade tribal e étnica. Nos últimos tempos assinala-se nitidamen- te a animação da atividade étnica e a revitalização das culturas de raízes africanas. Essa tendência é especialmente forte no âmbito dos grupos cultuais e religiosos afro-americanos (PALECZNY, 1999).

Mais uma categoria de coletividades com nítidas características de diversidade é formada pelos imigrantes brancos e pelos seus descen- dentes. Constituem uma categoria distinta nessa área os agrupamentos de imigrantes dos países da América Latina.

A Igreja católica na América Latina, da mesma forma que a popu- lação desse continente, é multiétnica. Cresce o número de religiosos de origem indígena, nativa. O trabalho pastoral nos agrupamentos compac- tos nas comunidades tribais locais, em paróquias de nítida concentração e predomínio de membros oriundos por vezes de um grupo étnico unifor- me, é cumprido por padres que se originam justamente desses ambientes. Um exemplo dessa tendência é a presença de missionários religiosos poloneses no Brasil ou na Argentina. Esses religiosos, tanto padres como irmãs religiosas, satisfazem sobretudo as necessidades religiosas e cultu- rais de membros de núcleos polônicos. Mas ao mesmo tempo eles ultra- passam os limites da própria pertinência nacional, exercendo funções pastorais também diante de brasileiros ou peruanos de origem étnica diferente da nacional.

Os padres católicos, especialmente os missionários, são bilíngues. Propagam assim, através do seu biculturalismo, certo modelo de assimi- lação, que consiste na sobreposição de dois tipos de identidade: de uma mais ampla, nacional, cívico-estatal (p. ex. brasileira), e de uma mais es- treita, racial-tribal, étnica, local, relacionada com a pertinência à comuni- dade paroquial. Sem realizar diretamente uma política de assimilação, os religiosos católicos são um exemplo e um símbolo da aculturação que ocorre. Eles preservam a lealdade tanto diante da instituição do Estado como da coletividade de nítidos traços de diversidade étnica, inclusive linguística. Transmitem valores e símbolos de valor humano universal, ensinando ao mesmo tempo aos fiéis da Igreja as regras da integração cívica, as normas legais, o significado dos símbolos nacionais. Com efeito, os padres católicos não ocupam em nenhum país da América Latina uma posição apatriota ou alienante. Eles se tornam membros das sociedades nas quais cumprem o seu ministério religioso. Por isso, assim como po-

demos de alguma forma falar da existência de “Igrejas nacionais” (p. ex. brasileira, chilena ou mexicana), algumas vezes se torna igualmente ade- quado o conceito de “Igrejas étnicas” (p. ex. indígena, afro-americana, polônica). E ao mesmo tempo as formas de religiosidade, de prática do culto, os ritos e as cerimônias assumem no caso de muitas coletividades um caráter étnico, isto é, incorporam elementos próprios da religiosidade, da personalidade e também da cultura das tribos indígenas ou africanas. É por isso que em muitas formas do culto dos indígenas ou afro- brasileiros tornam-se muito populares a dança ou a música resultantes diretamente dos costumes e das formas tradicionais, primitivas, pagãs de prestar culto à divindade. Nos últimos tempos tem-se transformado até em norma que a Igreja não apenas não proíbe a adoção de formas de culto “étnicas”, tradicionais, mas as adapta e acomoda às normas teológi- cas da religião romano-católica.

O processo da sobreposição e da fusão de valores religiosos par- ticulares, étnicos com elementos universalistas nada mais é que uma manifestação da aculturação ou assimilação que se processa.

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RESUMO – STRESZCZENIE

Autor stawia Brazylię jako przykład wielokulturowości i zarazem jedności. Wielką rolę w utrzymywaniu jedności spełnia Kościół katolicki. On to, przez swoje instytucje proklamuje jedność w wielorożności. Kościół, obserwując znaki czasu, staje się prawdziwym światłem dla współczesnego społeczeństwa. Poprzez swoje różnorodne duszpasterstwa pozwala na wejście w nowe, co świat daje, bez utraty tego, co zachowało się z bogatej tradycji miejscowej, oraz tej przyniesionej przez liczne etnie. Społeczeństwo

brazylijskie stanowi wspaniałą mozaikę, ludów ras i narodów, uzupełniających się wzajemnie. Występuje tutaj jedność narodowa z poszanowaniem różnic etnicznych.

No documento Ano I 1 / 2010 CURITIBA - PR (páginas 112-118)