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A LITERATURA POLONESA NA ESTEIRA DOS EMIGRADOS POLONESES NO BRASIL

No documento Ano I 1 / 2010 CURITIBA - PR (páginas 81-95)

Mariano KAWKA *

Introdução Os emigrados poloneses começam a estabelecer-se no Brasil e a

fazer parte da paisagem social do país a partir da terceira década do sécu- lo XIX (por exemplo, em 1839 fixaram-se no Brasil o engenheiro e geólogo André Przewodowski e o médico Pedro Napoleão Luís Czerniewicz), mas a grande emigração da Polônia para o Brasil teve início na segunda metade do século XIX e prolongou-se pela primeira do século XX. Na história da Polônia, quase toda essa fase corresponde a um período em que o país havia perdido a sua soberania política. Com a perda da sobe- rania da Polônia, os programas políticos e toda a cosmovisão polonesa tiveram de ser submetidos a uma crítica e uma revisão. Diante disso, também para a literatura ocorreu uma época de grandes mudanças. O início da emigração polonesa ao Brasil coincide na Polônia com o movi- mento literário chamado Romantismo, um novo movimento cultural que teve a sua origem na Inglaterra e na Alemanha no final do século XVIII, justamente na época em que a Polônia perderia a sua independência por um período superior a um século.

O Romantismo polonês, que se desenvolveu em condições histó- ricas específicas, foi importante para a inflamação dos sentimentos nacio- nais e patrióticos. Antecipando-se ao pragmatismo de correntes literárias posteriores, tais como o Positivismo, o Romantismo polonês era visto pelos seus próprios criadores como uma ferramenta para a reconquista da liberdade e uma forma de viver a liberdade, da qual a língua e a cultu- ra polonesa nunca haviam abdicado. Pelo contrário, no decorrer desses mais de cem anos de perda de autonomia política a Polônia mostrou uma

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Mariano Kawka, residente em Curitiba, é tradutor e professor. O presente artigo reproduz uma comunicação apresentada na 2ª Vitrine Literária Polônica do Bra- sil, 27 a 29de novembro de 2009, Curitiba-PR.

extraordinária vitalidade em todos os domínios da cultura e da civiliza- ção. Basta citar a contribuição de Fryderyk Franciszek Chopin (1810-1849) na música, o primeiro prêmio Nobel de Literatura a um escritor polonês, pela obra de Henryk Sienkiewicz (1846-1916) em 19051 ou o prêmio No-

bel outorgado por duas vezes a Maria Skłodowska-Curie (1867-1934): em 1903 (Física) e 1911 (Química).

Alguns dos criadores do Romantismo polonês estavam próximos do ideal messiânico, que via a Polônia e a nação polonesa predestinadas para um papel de salvadoras na história europeia futura. Dentro desse simbolismo a Polônia, escolhida para redimir os pecados do mundo, era crucificada à imagem e semelhança de Cristo, para com a sua ressurrei- ção trazer a paz e a liberdade aos outros povos. Não é de admirar, por- tanto, que naquela época um poeta merecesse na Polônia o máximo res- peito, concentrando os traços de um líder espiritual da nação e um bardo capaz de visões proféticas.

O ano de 1818 costuma ser assinalado como a data em que a nova estética literária foi lançada na Polônia. Foi nesse ano que Kazimierz Brodziński (1791-1835), o primeiro historiador literário moderno, publi- cou o seu tratado O klasyczności i romantyczności (Sobre o Classicismo e o Romantismo). Nessa obra ele propunha a criação de uma literatura polo- nesa original, que não seguisse os exemplos alemães, franceses ou ingle- ses, mas que assumisse uma tipologia local. Recordando realizações ante- riores e enaltecendo a língua polonesa, ele chamava a atenção dos leitores poloneses para o caráter especial da nação polonesa e para a necessidade de combinar a sua literatura com o seu espírito. Essas propostas eram claramente distintas da teoria clássica, que impunha os mesmos modelos de literatura a todas as nações.

Literatura polonesa e migração

A migração e a mobilidade humana estiveram intimamente rela- cionadas com o desenvolvimento da literatura polonesa. Devido às con- dições políticas da época, uma boa parte dessa literatura desenvolveu-se

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Em anos posteriores, também ganharam o prêmio Nobel de Literatura os se- guintes literatos poloneses: Władysław Stanisław Reymont (1924), Isaac Bashe- vis Singer (1978), Czesław Milosz (1980) e Wisława Szymborska (1996).

no exterior, principalmente em Paris. Naquela época, granjearam fama permanente poetas como Adam Mickiewicz, Juliusz Słowacki, Zygmunt Krasiński e Cyprian Kamil Norwid. Para muitos autores o primeiro vo- lume da obra Poezje (Poesias, 1822), de Adam Mickiewicz (1798-1855), assinala a data inicial do Romantismo polonês. Mickiewicz também pu- blicou em Paris uma brochura política intitulada Księgi narodu i piel- grzymstwa polskiego (Livros da nação e da peregrinação polonesa, 1832), na qual, além de apresentar uma leitura messiânica da história da huma- nidade, o poeta formula as suas visões a respeito das tarefas que caberi- am aos emigrados poloneses. Também Juliusz Słowacki (1809-1849) adota essa linha da poesia patriótica em algumas das suas obras, como: Oda do wolności (Ode à liberdade), Kulig (Viagem de trenó) e Hymn (Hino), que se opõem fortemente à tirania política e exigem o direito à liberdade. A obra de Zygmunt Krasiński (1812-1859) também trata de questões políti- cas, especialmente o seu drama Nie-Boska Komedia (A comédia não divi- na). Posteriormente, também Cyprian Kamil Norwid (1821-1883) é consi- derado um dos grandes criadores e inovadores da literatura polonesa. Ele também se colocava contra a dominação estrangeira de sua pátria, mas fazia uma avaliação crítica das insurreições contra os ocupantes, achando que algumas delas seriam “martírios desnecessários”. Afirmava ainda que o heroísmo deve ser buscado não apenas nos campos de batalha, mas em todos os aspectos da vida.

Nas correntes literárias posteriores, em virtude das suas caracte- rísticas intrínsecas, o drama da migração humana podia encontrar seu espaço, já que na época esse era um tópico da vida diária. Primeiramente no Positivismo, que na filosofia europeia do século XIX excluía as especu- lações metafísicas na ciência e na filosofia e considerava como científicos apenas aqueles resultados que podiam ser alcançados com a ajuda das modernas ciências naturais. Esse movimento desenvolveu-se na Polônia na segunda metade do século XIX.

Entre os positivistas, além da preocupação com a luta pela liber- dade, prevalecia a consciência de que, para garantir o seu lugar entre os modernos países da Europa, a Polônia precisava construir cidades e es- tradas de ferro, desenvolver a indústria, o comércio e a educação. O Posi- tivismo na literatura polonesa coincide com a época que na literatura e nas artes é assinalada pela corrente denominada Realismo. Nele pode ser

incluída a poetisa Maria Konopnicka (1842-1910), autora de Pan Balcer w Brazylii (O Senhor Balcer no Brasil). No final dos século XIX entra em cena o Naturalismo, uma nova corrente literária, que se originou na Fran- ça e cuja criação é atribuída a Emile Zola. Os escritores adotam a temática da luta de classes, da exploração do trabalho humano. Entre os represen- tantes poloneses dessa corrente encontra-se Adolf Dygasiński (1839- 1902), um escritor cuja literatura estará estreitamente ligada com o Brasil. Literatura polonesa e emigração ao Brasil

Quando a emigração dos camponeses da Polônia ao Brasil (e a outros países americanos) intensificou-se e assumiu o formato de um movimento de massa na segunda metade do século XIX, muitas pessoas na Polônia ficaram perturbadas com a ideia de que com isso o país pode- ria ficar despovoado. Essa preocupação originou a necessidade de enca- minhar ao Brasil enviados especiais para verificar in loco a atrações que ali havia para tantos cidadãos que abandonavam a Polônia.

Temos aí a causa de um verdadeiro dilúvio de publicações a res- peito do Brasil que a partir do final do século XIX surgiram na Polônia e que se estendeu com menor ou maior intensidade pelas décadas seguin- tes.

Um dos primeiros escritores e jornalistas na Polônia a investigar as causas da emigração e as atrações do Novo Mundo sobre os emigran- tes foi o já citado Adolf Dygasiński, que em sua época foi um escritor popular e um especialista em problemas sociais. Ele viajou ao Brasil em 1890 e explorou as regiões de grande intensidade migratória, examinan- do os as hospedarias e os abrigos provisórios onde os emigrantes busca- vam refúgio. Estabeleceu relações amistosas com vários intelectuais bra- sileiros, tais como o escritor e político Benjamin Constant, e publicou longos e alarmantes relatórios na imprensa polonesa, descrevendo os infortúnios e a miséria dos emigrantes poloneses. Um fruto dessa sua estada no Brasil foi a publicação de Listy z Brazylii (Cartas do Brasil, 1891) e Na złamanie karku (Aos trancos e barrancos, 1893 e 1952). Dygasiński enfatiza o lado obscuro e trágico da emigração provocada pela “febre brasileira” que agitou a Polônia no final do século XIX e no início do sé- culo XX, mas também não deixa de descrever as belezas naturais do Bra- sil.

Muitos outros seguiram os passos de Dygasiński. Um dos mais notáveis entre eles, em razão da sua sinceridade, franqueza e objetivida- de, foi o dr. Stanisław Kłobukowski (1852-1917), um enviado especial da Sociedade Geográfica e Comercial de Lvov2. Fluente em diversas línguas

europeias, ele não tinha dificuldade para aproximar-se dos brasileiros, incluindo pessoas importantes do mundo político e cultural, com as quais discutia os problemas da emigração, incluindo as vantagens de o estado do Paraná ter sido colonizado por camponeses europeus. As observações cortidas no seu livro Za emigrantami (Seguindo os passos dos emigrantes. 1895) merecem uma atenção especial dos pesquisadores, visto que encon- tramos ali descrições de diversas regiões do Paraná, análises da sua terra e do seu clima, bem como das futuras vantagens da sua exploração eco- nômica.

Surgem a seguir outros nomes como Józef Siemiradzki (1858- 1933), cujo objetivo de viajar ao Brasil foi o mesmo de Kłobukowski e de Dygasiński. Em 1892 ele publicou o livro Za morze. Szkice z wycieczki do Brazylii (Para o além-mar. Ensaio sobre uma viagem ao Brasil). O padre Zygmunt Chełmicki (1851-1922) viaja pelo Sul do Brasil e no mesmo ano de 1892 publica Notatki z podróży (Notas de viagem). Ele foi imitado pos- teriormente por Antoni Hempel (1865-1923), que em 1893 publicou Po- lacy w Brazylii (Os poloneses no Brasil). Witold Łaźniewski (1865-1938) também publicou na imprensa polonesa, em 1892, o seu artigo Kolonie polskie w stanie Parana w Brazylii (As colônias polonesas no estado do Pa- raná, no Brasil). Anos mais tarde, em 1920, Józef Okołowicz (1876-1923) publicou o seu trabalho Wychodźstwo i osadnictwo polskie przed wojną świa- tową (A emigração e a colonização polonesa antes da guerra mundial, 1920). Enquanto alguns desses autores tiveram uma visão apenas passa- geira das colônias polonesas no Sul do Brasil, outros permaneceram por mais tempo ou até sentiram-se fascinados pelo Novo Mundo, como por exemplo Kłobukowski, que voltou da Polônia ao Brasil e viveu alguns anos no Paraná, onde morreu perto de Palmas.

Muitos outros viajaram pelo interior do Brasil, deixando as suas observações em publicações de vários tipos: impressões pessoais, repor-

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Lvov (em ucraniano Lviv) é uma cidade que pertenceu à Polônia (1349-1772 e 1920-1939). Hoje situa-se em território ucraniano.

tagens, memórias, notas, pesquisas e considerações gerais. Houve jorna- listas como Jan Hempel ou Paweł Nikodem; professores como Eugeni- usz Gruda e Jan Gauze; comerciantes como Kazimierz Warchałowski ou Marian Hessel; cientistas como Tadeusz Chrostowski ou Michalina Issakowa, ou mesmo simples aventureiros em busca de impressões e emoções.

O próprio Edmundo Sebastião Woś Saporski, considerado o i- dealizador da migração maciça da Polônia ao Brasil, escreveu em portu- guês o livro Memórias. Não se sabe a data exata da redação dessa obra. De qualquer forma, deve ter sido antes de 19233.

Literatura pragmática

A “febre brasileira”, o nome dado à eclosão da migração maciça ao Brasil no final do século XIX e no início do século XX, levou algumas instituições econômicas e sociais (como por exemplo a Sociedade Geográ- fica e Comercial de Lvov) a dedicar uma atenção especial a esse proble- ma. Isso deu origem ao envio de pesquisadores e exploradores (Kłobu- kowski, Siemiradzki, etc.) que viajaram ao Brasil em nome dessas institu- ições ou grupos financeiros. A emigração polonesa ao Brasil transformou- se em tema de muitas publicações. Tomavam a palavra a esse respeito cientistas como Ludwik Krzywicki ou Florian Znaniecki. Em geral pre- valecia a opinião de que o Brasil não tinha condições de abrigar e forne- cer assistência adequada a milhares de famílias que vendiam as suas posses às pressas, ansiosas por encontrar quanto antes a “Terra Prometi- da”.

Os representantes das instituições polonesas enviavam relatórios detalhados a respeito das condições que os emigrantes encontravam no novo país. Alguns desses relatos eram decididamente pessimistas, como os de Dygasiński. Outros, como os de Kłobukowski, eram mais otimistas na sua avaliação.

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O original dessa obra não foi encontrado até hoje. Com base numa cópia feita em 1923 pelo primeiro cônsul polonês em Curitiba, o texto foi traduzido para o polonês e publicado na Polônia em 1939 e 1974. Esse texto, traduzido novamen- te para o português, pode ser encontrado no volume 6 da publicação Anais da Comunidade Brasileiro-Polonesa, Curitiba, 1972.

Nos anos 1890-1891 Adolf Dygasiński visitou o Rio de Janeiro, Florianópolis, Blumenau, Itajaí e Massaranduba. O fruto dessa viagem foi a publicação de Listy z Brazylii (Cartas do Brasil, 1892). Nessa obra, da mesma forma que em outras publicações, o autor se posiciona contra a emigração dos poloneses ao Brasil.

Tendo viajado ao Brasil com o mesmo objetivo e havendo obser- vado a realidade brasileira, Chełmicki e Siemiradzki destacavam as vantagens e desvantagens que os poloneses encontrariam na colonização da terra brasileira. Também Aleksy Kurcyusz, que por alguns anos foi professor em escolas particulares no interior do Paraná, escreveu um livro em dois volumes intitulado Brazylia (O Brasil, 1911), no qual faz uma descrição do país naquela época.

Merece um destaque especial Mieczysław Bohdan Lepecki (1897-1969) que viveu alguns anos em Belo Horizonte dedicando-se ao comércio de pedras preciosas. De vez em quando ele viajava pelo interior do país, passando meses na selva inóspita. Como um escritor e antigo oficial do exército polonês, ele visitou todos os países da América do Sul antes de estabelecer-se em Minas Gerais. Escreveu vários livros relatando as suas viagens e impressões, dedicando a mesma atenção aos índios brasileiros, às esmeraldas e aos diamantes, mas sem se esquecer de tecer considerações a respeito dos colonos poloneses no Paraná. Eis algumas das suas obras: Od Amazonki do Ziemi Ognistej (Da Amazônia à Terra do Fogo, 1958), Parana i Polacy (O Paraná e os poloneses, 1962), Po bezdrożach Brazylii (Percorrendo do interior do Brasil, 1962).

Um outro tipo de literatura sobre o Brasil foi a criação do jovem e promissor escritor Zbigniew Uniłowski (1909-1937), falecido aos 28 anos de idade, cujo livro Żyto w dżungli (Centeio na selva, 1936) provocou mui- tos comentários e críticas entre os colonos poloneses no Paraná. Como um observador arguto e independente, esse autor não se mostrava entu- siasmado pelas realizações dos seus compatriotas no Paraná. Ele também escreveu um detalhado relatório (270 páginas) de uma viagem a cavalo que fez de Guarapuava a Londrina em 1935.

Em outros autores observa-se uma posição favorável a emigração ao Brasil. Entre eles podemos citar:

Józef Siemiradzki: Já falamos da sua obra Za morze. Szkice z wycieczki do Brazylii (Para o além-mar. Ensaio sobre uma viagem ao Brasil,

1892). Esse autor, que visitou o Brasil várias vezes, pinta um retrato mais objetivo do país. Na sua opinião, o Brasil não era nenhum inferno, mas um país em que era preciso trabalhar para alcançar a independência e o bem-estar.

Partilhavam dessa mesma visão outros autores que já citamos, tais como: Antoni Hempel, Stanisław Kłobukowski, Józef Okołowicz e Witold Łaźniewski.

No período de entre-guerras destacou-se Kazimierz Głuchowski (1885-1941), que foi o primeiro cônsul da Polônia em Curitiba e publicou em 1927 Wsród pionierów polskich na antypodach. Materiały do osadnictwa polskiego w Brazylii4. Nesse mesmo período publicaram suas obras: Bo- lesław Żabko-Potopowicz – Osadnictwo polskie w Brazylii (A colonização polonesa no Brasil, 1936); Arkady Fiedler – Zdobywamy Amazonkę (Con- quistando a Amazônia, 1959) e Kazimierz Stołyhwo – Sprawozdanie z podróży do Brazylii w sprawie badań antropologicznych nad ludnością polską w Paranie (Relatório de uma viagem ao Brasil a respeito de pesquisas antro- pológicas entre a população polonesa no Paraná, 1931) e Wzrost, jego dzi- edziczność i zależność od nowego środowiska u emigrantów polskich w Paranie, Brazylia (A estatura, a sua herança e dependência do novo ambiente entre os emigrantes poloneses no Paraná, Brasil, 1932).

As memórias de Eugeniusz Gruda e Władysław Wójcik são ú- teis para ilustrar o período mais intenso da vida social e cultural dos po- loneses no Brasil, entre 1920 e 1938, quando centenas de sociedades cul- turais, educacionais e esportivas, escolas particulares e semipúblicas, teatros amadores e diversos órgãos de imprensa em polonês floresceram com rara vitalidade nos três estados sulinos, até que essa atividade fosse interrompida pela política nacionalizadora de Getúlio Vargas em 1938. E. Gruda (1907-1971) escreveu: Między Wielką Niedźwiedzicą a Krzyżem Poł- udnia (Entre a Ursa Maior e o Cruzeiro do Sul), em três volumes: I. Sauda- de (título original, 1959); II. Zły bóg Mboi (O deus mau Mboi, 1958); III. Trudny powrót (Difícil regresso, 1958). E ainda: Dziennik niekapitański (Diá-

4 Esse livro foi traduzido para o português e publicado no Brasil com o título Os

poloneses no Brasil: Subsídios para o problema da colonização polonesa no Brasil. Porto Alegre: Rodycz & Ordakowski, 2005.

rio não de bordo, 1969); Gęsi za wodą (Gansos além da água, 1965)5. Por

sua vez W. Wójcik (1901-?) publicou: Moje życie w Brazylii (A minha vida no Brasil, 1961); Lubliniacy w Brazylii (Os lublinenenses no Brasil, 1963); Po obydwu stronach równika (De ambos os lados do equador, 1966).

Dentre as muitas obras que foram publicadas após a II Guerra Mundial, citamos:

Jan Gauze: Brazylia mierzona krokami (O Brasil medido a passos, 1961).

Ryszard Hajduk: Loksodroma. Śląsk – Brazylia (Loksodroma – Silésia-Brasil, 1969).

Bolesław Mrówczyński: Bartochowie. Opowieść brazylijska o rodzie śląskim, który na drugiej połkuli budował nową ojczyznę (A família Bartoch. História brasileira sobre uma família da Silésia que no outro hemisfério construiu uma nova pátria, 1968), em 3 volumes: I. Bitwa o Pilarzinho (Ba- talha por Pilarzinho; II. Osada nad srebrnym potokiem (Sítio nas margens do rio prateado); III. Tętniący step (Galopando pelos campos). Apesar de nunca ter viajado ao Brasil, esse autor relata com detalhes todas as aven- turas das primeiras famílias polonesas que vieram ao Paraná e se estabe- leceram nos arredores de Curitiba, bem como o seu deslocamento para o interior do estado.

Antoni Olcha: Szumią dęby nad Iguassu (Rumor da mata nas mar- gens do Iguaçu, 1959); Brazylijskie profile (Perfis brasileiros, 1971).

Apoloniusz Zarychta: W szkole i w dżungli. Podróż do Brazylii (Na escola e na selva. Viagem ao Brasil, 1966).

Mieczysław Bohdan Lepecki: Od Amazonki do Ziemi Ognistej. Po- dróże po Ameryce Południowej (Da Amazônia à Terra do Fogo. Viagens pela América do Sul, 1958); Z gwiazdy na gwiazdę. Podróż z Brazylii do Polski (De estrela em estrela. Viagem do Brasil à Polônia, 1960); Po bezdrożach Braz- ylii (Percorrendo o interior do Brasil, 1962); Parana i Polacy (O Paraná e os poloneses, 1962).

Władysław Umiński: Znojny chleb (Laborioso pão, 1968).

Eugeniusz Ciuruś: Polacy w Brazylii (Os poloneses no Brasil, 1977).

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Na década de 1950, em colaboração com Małgorzata Hołyńska, Eugeniusz Gruda foi também o tradutor de diversas obras de Jorge Amado para o polonês.

Bolesław Żabko-Potopowicz: Diamentowa rzeka (Rio de diaman- te, 1977).

Dentro dessa corrente literária pragmática, não podemos esque- cer a contribuição de membros do clero polonês, que quase desde o início da imigração esteve presente nessa aventura migratória dos poloneses ao Brasil. Merece destaque o pe. Ignacy Posadzy (1898-1984), que viajou duas vezes à América do Sul, para estudar in loco a situação do imigrante polonês nesse continente. Ele percorreu a América do Sul em 1929 e 1930- 1931, visitando o Brasil, o Uruguai, a Argentina e o Paraguai. A experiên- cia dessas viagens lhe forneceu material para escrever o livro Drogą piel- grzymów – wrażenia z objazdu kolonii polskich w Południowej Ameryce (Na trilha dos peregrinos – Impressões de uma visita às colônias polonesas na América do Sul, 1933).

Na mesma área, merece destaque a obra do pe. Tadeusz Dwo- recki SVD: Zmagania polonijne w Brazylii (Labuta polônica no Brasil, 1980), abordando os cem anos da história da colonização polonesa no Brasil e os oitenta anos da atuação dos padres poloneses da Sociedade do Verbo Divino entre os emigrados poloneses no país.

Os poloneses no Brasil mereceram ainda a atenção de outros dois religiosos que fizeram pesquisas sobre a colonização polonesa no Brasil. O pe. Jan Pitoń CM publicou a esse respeito diversos artigos, entre os quais citamos: Przemiany Polonii brazylijskiej na tle całego kontynentu

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