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Lei geral de concursos públicos: análise do Projeto de Lei nº 252/2003 e suas implicações nos concursos públicos para o magistério federal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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Academic year: 2021

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(1)0. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES – CCHLA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS – PPGPI MESTRADO PROFSSIONAL EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS. RODRIGO OTÁVIO SOUZA LIMA. LEI GERAL DE CONCURSOS PÚBLICOS: Análise do Projeto de Lei nº 252/2003 e suas implicações nos concursos públicos para o magistério federal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. NATAL/RN 2016.

(2) 1. RODRIGO OTÁVIO SOUZA LIMA. LEI GERAL DE CONCURSOS PÚBLICOS: Análise do Projeto de Lei nº 252/2003 e suas implicações nos concursos públicos para o magistério federal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Projeto de intervenção apresentado ao Programa de Pós- Graduação em Gestão de Processos Institucionais, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre. Área de Concentração: Ética e Gestão dos Processos Institucionais Orientador: Prof. Dr. José Orlando Ribeiro Rosário.. NATAL/RN 2016.

(3) 2. Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.. Catalogação da Publicação Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Lima, Rodrigo Otavio Souza. LEI GERAL DE CONCURSOS PÚBLICOS: Análise do Projeto de Lei nº 252/2003 e suas implicações nos concursos públicos para o magistério federal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte / Rodrigo Otavio Souza Lima. - Natal, 2016. 360f.: il. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - CCHLA, Graduação em Gestão de Processos Institucionais. Orientador: Prof. Dr. José Orlando Ribeiro Rosário. Coorientador: Profª. Drª. Patrícia Borba Vilar Guimarães.. Programa de Pós-. 1. Concurso Público. 2. Magistério Federal. 3. Projeto de Lei nº 252/2003. 4. Jurimetria. I. Rosário, Prof. Dr. José Orlando Ribeiro. II. Guimarães, Profª. Drª. Patrícia Borba Vilar. III. Título. RN/UF/.

(4) 3. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES – CCHLA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS – PPGPI MESTRADO PROFSSIONAL EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS. Defesa do trabalho de conclusão do curso de mestrado do discente RODRIGO OTÁVIO SOUZA LIMA, intitulado: ―LEI GERAL DE CONCURSOS PÚBLICOS: Análise do Projeto de Lei nº 252/2003 e suas implicações nos concursos públicos para o magistério federal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte‖, orientado pelo Prof. Dr. José Orlando Ribeiro Rosário, apresentado à banca examinadora designada pelo Colegiado do Programa de Pós Graduação em Gestão de Processos Institucionais, em 16 de setembro de 2016.. Os membros da Banca Examinadora consideraram o(a) candidato(a): _______________________. Banca Examinadora:. _______________________________________________ Prof. Dr. José Orlando Ribeiro Rosário – UFRN. _______________________________________________ Profª. Drª. Patrícia Borba Vilar Guimarães - UFRN. _______________________________________________ Prof. Dr. Robson Antão de Medeiros – UFPB. _______________________________________________ Prof. Dr. Yanko Marcius de Alencar Xavier.

(5) 4. AGRADECIMENTOS. Ao Prof. Dr. José Orlando Ribeiro Rosário, pela atenção e apoio durante o processo de definição e orientação. À Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da UFRN, Sra. Mirian Dantas dos Santos, que nos anos de convivência, muito me ensinou, contribuindo para meu crescimento profissional. À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela oportunidade de realização do curso de mestrado profissional..

(6) 5. Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia.. William Eduard Denning.

(7) 6. RESUMO. LIMA, Rodrigo Otávio Souza. LEI GERAL DE CONCURSOS PÚBLICOS: Análise do Projeto de Lei nº 252/2003 e suas implicações nos concursos públicos para o magistério federal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2016. 360f. Projeto de Intervenção (Mestrado em Gestão de Processos Institucionais) – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2015.. O presente trabalho analisa o Projeto de Lei nº 252/2003, conforme texto substitutivo apresentado em 09/10/2013 pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, o qual se propõe a regulamentar as normas gerais relativas a concursos públicos de provas ou de provas e títulos no âmbito da Administração Direta e Indireta da União, nos termos do art. 37, inciso II, da Constituição Federal de 1988, e as suas implicações nos certames para o ingresso em cargo efetivo nas carreiras do Magistério Superior e do Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, realizados pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. A ausência de regulamentação específica e detalhada desse instituto gera insegurança jurídica e delega ao Poder Judiciário o papel normativo. Neste sentido, o Projeto de Lei nº 252/2003 visa tornar mais clara as relações jurídicas e os procedimentos de investidura no serviço público por meio do concurso público. Busca-se com este estudo a apresentação de uma proposta de intervenção, tendo como produto uma minuta de nova resolução, tendente a aprimorar e atualizar o normativo interno vigente sobre a matéria, a saber, Resolução nº 108/2013-CONSEPE, de 2 de julho de 2013, deixando-a mais transparente e coesa com os princípios constitucionais e a jurisprudência dominante. Para tanto, a pesquisa vale-se do método dedutivo-indutivo de abordagem, servindo-se dos procedimentos histórico e comparativo para uma análise sistemática e teleológica dos concursos públicos, especificamente àqueles voltados para o provimento em cargo efetivo do Magistério Federal, aplicando a jurimetria como critério de avaliação de adequação da proposta, ante a natureza do objeto em estudo. Palavras-chave: Concurso Público. Magistério Federal. Projeto de Lei nº 252/2003. Jurimetria..

(8) 7. ABSTRACT. The present study analyzes the Bill nº. 252/2003, according to the replacement text presented in 10/9/2013 by the Committee on Constitution and Justice and Citizenship of the Chamber of Deputies, which proposes to regulate the general rules of civil service examinations of tests, or tests and professional qualifications evaluation under the Direct and Indirect Administration of the Union, in accordance with article 37, II, of the 1988 Federal Constitution, and its implications in competitions for entry into effective position in the career of Federal Magisterium (Magisterium Higher and Basic Education, Technical and Technological) conducted by the Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. The lack of specific and detailed regulations of this institute creates legal uncertainty and delegates to the Judiciary the normative role. In this sense, the Bill Project nº. 252/2003 aims to clarify the legal relations and investiture procedures in the public service through public examinations. We seek with this study to present an intervention proposal, having as a product a draft of a new normative, aimed at improving and updating the current internal regulations on the matter, namely, Normative Resolution nº 108/2013-CONSEPE, July 2, 2013, making them more transparent and cohesive with the constitutional principles and the prevailing jurisprudence. Therefore, the research uses the deductive - inductive approach, making use of historical and comparative procedures for systematic and teleological analysis of public examinations, specifically geared to the provision in the effective charge of the federal teaching, applying jurimetrics as criteria for evaluating the adequacy of the proposal, given the nature of the object under study. Keywords: Civil Service Examination. Professor‘s Federal Career. Bill nº 252/2003. Jurimetrics..

(9) 8. LISTA DE QUADROS. Quadro 1 -. Estrutura da Carreira do Magistério Superior................................ Quadro 2 -. Estrutura da Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico. 56. e Tecnológico................................................................................ 58. Quadro 3 -. Previsões Normativas do PL nº 252/2003 x Jurisprudência.......... 82. Quadro 4 -. Empresas Dependentes do Tesouro Nacional............................... 89. Quadro 5 -. Relação de Impedimentos e Suspeições às Comissões Examinadoras nas Universidades Federais das Capitais dos Estados do Nordeste...................................................................... Quadro 6 -. 95. Novos requisitos obrigatórios do edital propostos pelo PL nº 252/2003........................................................................................ 97. Quadro 7 -. Prazos Editalícios e seus Efeitos (PL nº 252/2003)....................... 100. Quadro 8 -. Prazos de Inscrição em Edital nas Universidades Federais das capitais do Nordeste...................................................................... Quadro 9 -. Editais das Universidades Federais das capitais do Nordeste – Referência expressa às tipologias textuais..................................... Quadro 10 -. Quadro 18 -. 123. Universidades Federais das capitais do Nordeste – Critérios de Desempate..................................................................................... Quadro 17 -. 121. Universidades Federais das capitais do Nordeste – Prazos Recursais........................................................................................ Quadro 16 -. 118. Universidades Federais das capitais do Nordeste – Acesso ao local das provas orais pelos demais candidatos............................. Quadro 15 -. 116. Universidades Federais das capitais do Nordeste que elaboram Tábua Objetiva de Correção (Espelho de Provas)......................... Quadro 14 -. 114. Editais das Universidades Federais das capitais do Nordeste – Descrição dos Critérios de Correção das Provas Discursivas....... Quadro 13 -. 113. Universidades Federais das capitais do Nordeste que elaboram Tábua Objetiva de Correção (Espelho de Provas)......................... Quadro 12 -. 112. Editais das Universidades Federais das Capitais do Nordeste – Definição do número de questões discursivas............................... Quadro 11 -. 101. 132. Ilícitos administrativos graves - PL nº 252/2003 x Lei nº 8.112/90......................................................................................... 140. Estrutura da Resolução nº 108/2013-CONSEPE........................... 144.

(10) 9. Quadro 19 -. Atualização Normativa Proposta – Preâmbulo.............................. Quadro 20 -. Atualização. das. competências. da. Coordenadoria. de. Concursos/PROGESP no normativo interno................................ Quadro 21 -. 165. Regramentos relativos a concursos públicos ausentes no PL nº 252/2003........................................................................................ Quadro 27 -. 158. Síntese das principais implicações do PL nº 252/2003 nos certames para o Magistério Federal da UFRN.............................. Quadro 26 -. 156. Contribuições do PL nº 252/2003 para a Prova Escrita no normativo interno.......................................................................... Quadro 25 -. 154. Ajustes nas competências e impedimentos da Comissão Examinadora no normativo interno............................................... Quadro 24 -. 150. Atualização sugerida para o Capítulo II (Da Inscrição) no normativo interno.......................................................................... Quadro 23 -. 149. Atualização sugerida para o Capítulo I (Dos Programas) no normativo interno.......................................................................... Quadro 22 -. 146. 170. Resultados percentuais do estudo comparado nas Universidades Federais das capitais do Nordeste.................................................. 171.

(11) 10. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS. ADI. Ação Direta de Inconstitucionalidade. BPEq. Banco de Professor-Equivalente. CCon. Coordenadoria de Concursos. CE. Comissão Examinadora. CF. Constituição Federal. CCJC CONSEPE. Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. DOU. Diário Oficial da União. EBTT. Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. IFE. Instituição Federal de Ensino. LC. Lei Complementar. LDB. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. MEC. Ministério da Educação. MPAP. Memorial e Projeto de Atuação Profissional. MPOG. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. PCC PL. Plano de Carreiras e Cargos Projeto de Lei. PROGESP. Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas. PUCRCE. Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos. SIGRH STF UFRN. Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos Supremo Tribunal Federal Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

(12) 11. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 14. 1.1. Contextualização e problematização............................................................ 14. 1.2. Justificativa e relevância da pesquisa........................................................... 18. 1.3. Objetivos de pesquisa..................................................................................... 18. 1.3.1. Objetivo geral................................................................................................... 18. 1.3.2. Objetivos específicos........................................................................................ 19. 1.4. Metodologia..................................................................................................... 19. 1.5. Estrutura do trabalho.................................................................................... 20. 2. O CONCURSO PÚBLICO............................................................................ 22. 2.1. Conceito........................................................................................................... 22. 2.2. Natureza jurídica............................................................................................ 24. 2.3. Origens históricas........................................................................................... 26. 2.3.1. Surgimento e desenvolvimento do concurso público no Brasil....................... 32. a). A Constituição do Império de 1824 e a Constituição Republicana de 1891.... 32. b). A Constituição de 1934.................................................................................... 33. c). 34. d). As Constituições de 1937, 1946 e 1967/69..................................................... A Constituição Cidadã de 1988........................................................................ 2.4. Fontes............................................................................................................... 37. 3. PRINCÍPIOS JURÍDICO-CONSTITUCIONAIS...................................... 39. 3.1. Princípio da legalidade................................................................................... 40. 3.2. Princípio da impessoalidade.......................................................................... 41. 3.3. Princípio da moralidade................................................................................. 41. 3.4. Princípio da publicidade................................................................................ 42. 3.5. Princípio da eficiência.................................................................................... 43. 3.6. Princípio da isonomia..................................................................................... 44. 3.7. Princípio da motivação................................................................................... 45. 3.8. Princípio da razoabilidade e da proporcionalidade.................................... 47. 3.9. Princípios da indisponibilidade e o da supremacia do interesse público.. 47. 3.10. Princípios da competitividade e da seletividade.......................................... 48. 3.11. Princípio da vinculação ao edital.................................................................. 49. 3.12. Princípio do duplo grau de jurisdição.......................................................... 50. 4. O CONCURSO PÚBLICO PARA O INGRESSO NAS CARREIRAS. 51. 36.

(13) 12. DO MAGISTÉRIO FEDERAL.................................................................... 4.1. Das carreiras do Magistério Federal............................................................ 52. 4.1.1. Da carreira do Magistério Superior.................................................................. 55. 4.1.2. Da carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico............. 57. 4.1.3. 4.2. Dos cargos isolados de Professor Titular-Livre do Magistério Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico............................................................ 59. A regulamentação do concurso para o Magistério Federal no âmbito da UFRN.......................................................................................................... 59. 4.2.1. Regulamentação do Magistério Superior......................................................... 60. 4.2.2. Regulamentação do Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico.... 64. 4.2.3. Da Resolução nº 108/2013-CONSEPE............................................................ 65. 5 5.1. DA ATUAL REGULAMENTAÇÃO DOS CONCURSOS PÚBLICOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL........................................ Portaria MPOG nº 450, de 6 de novembro de 2002.................................... 5.2. Decreto nº 6.944, de 21 de agosto de 2009.................................................... 71. 6. LEGÍSTICA E JURIMETRIA NO PROCESSO LEGISLATIVO.......... 76. 7. O PROJETO DE LEI Nº 252/2003............................................................... 84. 7.1. Das disposições preliminares (Capítulo I)................................................... 86. 7.2. Das medidas preparatórias (Capítulo II – Seção I).................................... 91. 7.3. Da constituição da banca examinadora (Capítulo II – Seção II)............... 94. 7.4. Dos editais (Capítulo II – Seção III)............................................................. 97. 7.5. Das inscrições (Capítulo II – Seção IV)........................................................ 101. 7.6. Da elaboração das provas (Capítulo II – Seção V)..................................... 104. 7.7. Da aplicação das provas (Capítulo II – Seção VI)...................................... 105. 7.8. 109. 7.10. Da correção das provas (Capítulo II – Seção VII)..................................... Das provas objetivas e das provas discursivas (Capítulo II – Seções VIII e IX)....................................................................................................... Das provas práticas (Capítulo II – Seção X)............................................... 7.11. Das provas orais (Capítulo II – Seção XIII)................................................ 120. 7.12. Dos recursos (Capítulo II – Seção XIV)....................................................... 123. 7.13. Dos títulos (Capítulo II – Seção XV)............................................................ 126. 7.14. Do desempate e da homologação (Capítulo II – Seção XVI)..................... 130. 7.15. Dos candidatos aprovados (Capítulo II – Seção XVII).............................. Dos atos contra o concurso público e das disposições finais (Capítulo II – Seção XIX).................................................................................................. PROPOSTA DE MELHORIAS NA RESOLUÇÃO Nº 108/2013-. 135. 7.9. 7.16 8. 69 69. 112 119. 139 144.

(14) 13. 8.1. CONSEPE...................................................................................................... Da parte preliminar....................................................................................... 146. Da parte normativa....................................................................................... Título I (Do provimento no cargo de professor na carreira do Magistério. 148. Federal)............................................................................................................. 148. 8.2.2. Título II (Da Organização do Concurso)......................................................... 149. 8.2.3. Capítulo I (Dos Programas)............................................................................. 150. 8.2.4. Título III – Capítulo I (Do Edital).................................................................... 152. 8.2.5. Título III – Capítulo II (Da Inscrição)............................................................. 154. 8.2.6. Título IV (Da Comissão Examinadora)........................................................... 155. 8.2.7. Título V – Capítulo II (Da Prova Escrita)........................................................ 157. 8.2.8. Título V – Capítulo III (Da Prova Didática).................................................... 158. 8.2.9. Título V – Capítulo IV (Do Memorial e Projeto de Atuação Profissional)..... 159. 8.2.10. Título V – Capítulo V (Da Prova de Títulos e Produção Intelectual).............. 159. 8.2.11. Título VI – Capítulo I (Da Atribuição de Notas)............................................. 159. 8.2.12. 161. 8.2.14. Título VI – Capítulo II (Da Homologação).................................................... Título VI – Capítulo III (Dos Requerimentos, dos Pedidos de Reconsideração e do Recurso)........................................................................ Título VI – Capítulo IV (Da Validade)............................................................ 8.2.15. Título VII (Das Disposições Gerais e Transitórias)......................................... 163. 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... Recomendações para trabalhos futuros....................................................... 164 173. REFERÊNCIAS............................................................................................. 175. APÊNDICE A – Minuta de nova resolução................................................. 181. APÊNDICE B – Minuta de nova resolução comentada.............................. 248. ANEXO A – Projeto de Lei nº 252/2003....................................................... 306. ANEXO B – Portaria MPOG nº 450, de 6 de novembro de 2002............. 338. ANEXO C – Decreto nº 6.944, de 21 de agosto de 2009........................... 342. ANEXO D – Resolução nº 108/2013-CONSEPE.................................... 349. 8.2 8.2.1. 8.2.13. 9.1. 161 162.

(15) 14. 1.. INTRODUÇÃO. O presente trabalho se propõe a analisar o Projeto de Lei nº 252/2003, de autoria do Senador Jorge Bornhausen - PFL/SC, originário do Projeto de Lei do Senado nº 92/2000, o qual pretende regulamentar as normas gerais relativas a concursos públicos de provas ou de provas e títulos no âmbito da administração direta e indireta da União, nos termos do art. 37, inciso II, da Constituição Federal de 1988, e as suas implicações nos certames para o ingresso na carreira do magistério federal realizados pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, que contempla as carreiras do Magistério Superior, do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e os cargos isolados de Professor Titular-Livre. Busca-se com este estudo a apresentação de uma proposta de intervenção, tendo como produto uma minuta de nova resolução, tendente a aprimorar e atualizar o normativo interno vigente sobre a matéria, a saber, a Resolução nº 108/2013-CONSEPE, de 2 de julho de 2013, deixando-a mais transparente e coesa com os princípios constitucionais e a jurisprudência dominante.. 1.1.. Contextualização e problematização. Atualmente, o referido projeto de lei se encontra tramitando nas Comissões da Câmara dos Deputados (Casa Revisora), mais especificamente na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania – CCJC, tendo a sua última versão de redação sido apresentada em 09 de outubro de 20131, conforme substitutivo apresentado pelo relator do processo, a saber, Deputado Paes Landim (PTB-PI). Dada à característica do objeto em estudo, faz-se necessário o estabelecimento de um recorte temporal que servirá de norteamento para o trabalho, uma vez que o projeto de lei ainda poderá sofrer alterações em seu texto. Assim, o enfoque do presente estudo será na versão substitutiva do PL nº 252/2003, datado de 09/10/2013. A delimitação do tema ao PL nº 252/2003 justifica-se pela existência de outros projetos de lei no Congresso Nacional que tratam acerca do mesmo objeto, qual seja, o estabelecimento de normas gerais para concursos públicos, mas que, por questão de antiguidade, foram apensados ao PL nº 252/2003. A título exemplificativo, temos: 1) PL nº 2945/2004, do Deputado Elimar Máximo Damasceno (PRONA/SP); 2) PL nº 745/2007, do Deputado Pompeo de Mattos (PDT/RS); 3) PL nº 985/2007, do Deputado Augusto Carvalho (PPS/DF); 4) PL nº 1009/2007, do Deputado Leonardo Quintão (PMDB/MG); 5) PL nº 1. BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 252/2003. Dispõe sobre normas gerais relativas a concursos públicos. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=105464>..

(16) 15. 6837/2010, do Deputado José Fernando Aparecido de Oliveira (PV/MG); 6) PL nº 4379/2012, do Deputado Paulo Tadeu (PT/DF); 7) PL nº 5693/2013, da Deputada Erika Kokay (PT/DF); e 8) PL nº 6004/2013, do Senador Marconi Perillo (PSDB/GO). Os concursos públicos para provimento no cargo efetivo do magistério federal na Universidade Federal do Rio Grande do Norte são de provas e títulos, consoante estabelece o art. 206, V, da Constituição Federal de 1988, e são regulamentados internamente pela Resolução nº 108/2013-CONSEPE, de 02 de julho de 20132, publicada no Boletim de Serviço nº 125, de 5 de julho de 2013, bem como pelo Decreto Federal nº 6.944, de 21 de agosto de 20093, o qual dispõe, de forma bastante sucinta, sobre as normas gerais de concursos públicos para a administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e, por fim, pela Portaria nº 450, de 6 de novembro de 20024, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Desta forma, temos que o PL nº 252/2003, caso aprovado, substituirá tanto o Decreto nº 6.944/2009 como a Portaria MPOG nº 450/2002. A organização dos certames para professor efetivo na UFRN fica a encargo da Coordenadoria de Concursos - CCon, unidade integrante da estrutura administrativa da PróReitoria de Gestão de Pessoas, criada com a edição da Resolução nº 014/2011-CONSUNI, de 11 de novembro de 20115 (art. 152), posteriormente revogada e substituída pela Resolução nº 20/2015-CONSUNI, de 4 de novembro de 20156 (art. 181), a qual aprovou o novo Regimento Interno da Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Pelo referido projeto de lei, objeto de estudo, inserem-se novos procedimentos e determinações hoje não adotados em nossos concursos, dos quais destacamos de forma resumida: I.. Concessão de prazo de impugnação a qualquer cidadão contra o edital publicado, antes do início das inscrições;. 2. UFRN. Resolução nº 108/2013-CONSEPE, de 02 de julho de 2013. Aprova as normas para concurso público de provas e títulos para o ingresso na carreira do Magistério Federal. Publicada no Boletim de Serviço nº 125, de 5 de julho de 2013. Disponível em: < http://www.sigrh.ufrn.br/sigrh/public/colegiados/resolucoes.jsf>. Acesso em: 03 fev. 2016. 3 BRASIL. Decreto nº 6.944, de 21 de agosto de 2009. Publicado no DOU de 24/8/2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6944.htm>. Acesso em: 01 nov. 2015. 4 BRASIL. MPOG. Portaria nº 450, de 6 de novembro de 2002. Publicado no DOU de 07/11/2002. Disponível em: < https://conlegis.planejamento.gov.br/conlegis/pesquisaTextual/atoNormativoDetalhesPub.htm?id=385>. Acesso em: 01 nov. 2015. 5 UFRN. Resolução nº 014/2011-CONSUNI, de 11 de novembro de 2011. Aprova Regimento Interno da Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em: < http://www.sigrh.ufrn.br/sigrh/public/colegiados/resolucoes.jsf>. Acesso em: 01 nov. 2015. 6 UFRN. Resolução nº 020/2015-CONSUNI, de 4 de novembro de 2015. Aprova Regimento Interno da Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em: < http://www.sigrh.ufrn.br/sigrh/public/colegiados/resolucoes.jsf>. Acesso em: 01 nov. 2015..

(17) 16. II.. Configuração de ilícito administrativo grave a negativa de prestação de informação ou de fornecimento de certidão e o atendimento incompleto ou intempestivo de requerimento, alterando, assim, as penalidades aplicáveis ao servidor público, nos termos do art. 127 e ss. da Lei nº 8.112/90;. III.. Vedação de qualquer alteração do edital nos 30 (trinta) dias que antecedem a primeira prova;. IV.. O local de realização das provas deverá contar com serviço de atendimento médico de emergência;. V.. Todas as etapas do concurso deverão prever prazos para a interposição de recursos. O prazo proposto no PL nº 252/2003 é de 10 (dez) dias úteis para cada etapa;. VI.. Publicação do edital de abertura no Diário Oficial da União com antecedência mínima de 90 (noventa) dias da realização da primeira prova. Atualmente, esse prazo é de sessenta dias;. VII.. O valor da taxa de inscrição não poderá exceder a 1% (um por cento) da remuneração inicial do cargo;. VIII.. Previsão da isenção da taxa de inscrição a pessoas doadoras de sangue e de medula óssea, pessoas com deficiência e a desempregados;. IX.. A condição de isento deverá ser demonstrada após o término do concurso e não durante o período de inscrições;. X.. Realização das provas preferencialmente aos domingos, sendo vedada a aplicação em dias úteis;. XI.. Passarão a ser critérios vinculantes para a banca examinadora, quando da correção de questão baseada em jurisprudência, sucessivamente: 1) a jurisprudência do STF; 2) a jurisprudência dos Tribunais Superiores; 3) a jurisprudência dos Tribunais de segundo grau; e 4) a posição dominante na doutrina nacional;. XII.. Obrigatoriedade na presença de pelo menos um fiscal por sala para organizar, gerenciar e controlar a execução dos trabalhos e das provas;. XIII.. O responsável pela elaboração das questões ou do gabarito oficial fica impedido de examinar, ainda que assessoriamente, o recurso interposto e as suas razões;. XIV.. Obrigatoriedade de instalação de relógios em local visível durante a aplicação das provas;. XV.. Disponibilização de postos de inscrição em locais de fácil acesso e com equipes de orientação e computadores, quando realizada somente pela internet;.

(18) 17. Com base nesses novos procedimentos surgem alguns questionamentos que buscaremos responder ao longo do trabalho, a exemplo: 1) Quais as principais implicações nos concursos públicos de provas e títulos do magistério federal realizados pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte com o Projeto de Lei nº 252/2003, conhecido como Lei Geral de Concursos Públicos? 2) Todas as alterações propostas no Projeto de Lei nº 252/2003 são viáveis do ponto de vista legal e passíveis de serem executados na instituição de ensino? 3) As alterações estão em consonância com a jurisprudência pátria acerca do assunto? 4) A regulamentação objeto do estudo (projeto de lei) está em consonância com os princípios da Administração Pública? 5) Quais alterações serão necessárias na Resolução nº 108/2013CONSEPE, de 02 de julho de 2013, norma atualmente vigente na UFRN, para contemplar os preceitos legais do projeto? 6) As alterações propostas no PL nº 252/2003 contribuirão de que maneira no processo de trabalho da Coordenadoria de Concursos da UFRN? 7) As mudanças implicarão em gastos adicionais com a realização do concurso e no aumento da eficiência e transparência do serviço prestado? 8) Alguma universidade federal das capitais da região nordeste adota atualmente alguma das alterações propostas pelo Projeto de Lei nº 252/2003? A inexistência de um regramento mais específico e detalhado ocasiona insegurança jurídica nos concursos públicos, obrigando a Administração a se valer, muitas vezes, dos princípios constitucionais ou de entendimentos jurisprudenciais (Ex: súmulas vinculantes), o que induz, nesse último ponto, à composição de breves considerações acerca do instituto da jurimetria nos concursos públicos. Assim, vê-se com bons olhos a iniciativa do Legislativo ao propor, via Projeto de Lei nº 252/2003, a regulamentação dos certames públicos de forma mais exaustiva, facilitando tanto o cumprimento por parte da Administração, uma vez que terá um norteamento a seguir, como para os órgãos de fiscalização e controle (TCU, CGU, Ministério Público) e para o próprio Poder Judiciário no exercício do controle da legalidade. A logística atual dos certames para o ingresso no cargo de professor efetivo na UFRN certamente terá que ser revista com a aprovação do Projeto de Lei nº 252/2003, não estando muito distante a ocorrência dessa realidade imposta. A título exemplificativo, teremos a revisão (aumento) dos prazos recursais e, consequentemente, a aplicação das etapas do concurso em períodos espaçados, tornando a finalização do concurso mais demorada, uma vez que a Comissão Examinadora também é composta obrigatoriamente por um membro externo, o qual encontra dificuldade de afastamento por longos períodos de sua instituição de origem. Pode-se também prever a necessidade de designação de mais de uma banca de concurso para a primeira fase (prova escrita), visto que a análise de recurso não poderia ser realizada por.

(19) 18. quem elaborou as questões de prova. Enfim, os pressupostos aos quesitos acima delineados serão esmiuçados no decorrer do estudo a que se pretende. 1.2.. Justificativa e relevância da pesquisa. A escolha do tema se deu, num primeiro momento, pelo anseio de se pesquisar um assunto com aplicabilidade técnica nas atividades de trabalho desenvolvidas pela Coordenadoria de Concursos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, atrelando não só os aspectos jurídicos e principiológicos envolvidos na matéria, mas também sociológicos. É notório que os concursos públicos são alvos constantes de fiscalização dos órgãos de controle, em grande parte devido a uma ausência de regulamentação específica e detalhada desse instituto, gerando insegurança jurídica e delegando ao Poder Judiciário o papel normativo.. O Projeto de Lei nº 252/2003, em trâmite no Congresso Nacional, busca. contornar essa situação, tornando mais claras as relações jurídicas e os procedimentos de investidura no serviço público por meio de concurso público. Mister se faz salientar que não obstante se tratar de um Projeto de Lei, isto é, ainda não autoaplicável, muitas de suas preconizações já estão sendo utilizadas e exigidas pela Controladoria-Geral da União nos procedimentos de auditoria da UFRN, sendo este, inclusive, o motivo que levou à alterações do normativo interno anterior, revogando-se a Resolução nº 165/2012-CONSEPE e substituindo-a pela Resolução nº 108/2013-CONSEPE. Busca-se, assim, o aprimoramento da norma interna corporis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, deixando-a mais transparente e coerente com os princípios constitucionais, antecipando-se às mudanças que estão por vir, tornando esse processo de transição mais fácil e gradativo.. 1.3.. Objetivos da pesquisa. 1.3.1 Objetivo geral. Apresentar uma proposta de intervenção, tendo como produto uma minuta de nova resolução, tendente a substituir o atual normativo vigente na UFRN, a saber, Resolução nº 108/203-CONSEPE, de 02 de julho de 2013, de modo a deixa-la mais transparente e coesa com os princípios constitucionais e a jurisprudência dominante..

(20) 19. 1.3.2. Objetivos Específicos. a. Identificar o surgimento e a evolução da regulamentação normativa acerca de concursos públicos no Brasil; b. Estabelecer as peculiaridades do concurso público para a carreira do magistério federal (a estrutura dos exames e o perfil esperado dos candidatos) em consonância com o plano de carreira e o normativo interno da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; c. Analisar o Projeto de Lei nº 252/2003, enfocando ao longo do trabalho as implicações práticas e os aperfeiçoamentos necessários nos certames para o ingresso na carreira do magistério federal promovidos pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte; d. Elencar as principais mudanças impostas pelo Projeto de Lei nº 252/2003, correlacionando-as com os princípios aplicáveis.. 1.4.. Metodologia A presente pesquisa utilizará o método dedutivo-indutivo de abordagem, servindo-se. dos procedimentos histórico, estatístico e comparativo para uma análise sistemática, teleológica e sociológica dos concursos públicos, especificamente o voltado para o provimento nos cargos do Magistério Federal. Para tanto, toma-se como referência o Projeto de Lei nº 252/2003, com redação conferida pelo texto substitutivo da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, apresentado em 09/10/2013, confrontando-o com os princípios jurídico-constitucionais, os normativos atualmente existentes na esfera federal e a jurisprudência dominante. Internamente, será apreciada a influência da proposição legislativa na Resolução nº 108/2013CONSEPE, que normatiza as regras de concurso público para as carreiras do Magistério Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Considerando a precariedade do objeto de estudo, uma vez que se trata de um projeto de lei, ou seja, de norma ainda não materializada no mundo jurídico, torna-se premente, de modo a conferir maior cientificidade ao trabalho, fazermos uma análise jurimétrica das proposições de modo a compreender e validar os fatos jurídicos ali almejados por meio da análise do impacto legislativo quanto aos quesitos de eficácia e estabilidade, traduzidas na adequação da norma à realidade social..

(21) 20. A abordagem comparativa dar-se-á também sobre os normativos internos vigentes das Universidades Federais das capitais do Nordeste, quanto à regulamentação do concurso público para o ingresso na carreira do Magistério Federal, confrontando-as com as inovações e regramentos sugeridos no Projeto de Lei nº 252/2003, de modo a verificar o nível de conformidade desses instrumentos com a proposição legislativa. Também serão consideradas as contribuições pessoais do autor do trabalho, na condição de coordenador de concursos da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da UFRN, desde o ano de 2012, acerca dos problemas observados na condução dos certames públicos na UFRN e as possibilidades de solução.. 1.5.. Estrutura do trabalho. Para uma melhor compreensão do tema, o trabalho será estruturado de forma a apresentar, nos dois primeiros capítulos, a conceituação do instituto do concurso público pela doutrina pátria, a definição de sua natureza jurídica, suas origens históricas e o seu desenvolvimento no Brasil por meio da análise das Constituições Federais promulgadas e outorgadas ao longo da história, como também serão exploradas as fontes vinculadas ao instituto. No terceiro capítulo, abordam-se os princípios jurídico-constitucionais atrelados ao concurso público, supedâneo de todo ordenamento jurídico, buscando, na medida do possível, fazer a sua correlação com o estabelecido no Projeto de Lei nº 252/2003. No quarto capítulo, serão descritas as peculiaridades do concurso público para o ingresso no Magistério Federal, compreendendo as carreiras do Magistério Superior, do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e dos Cargos Isolados de Professor Titular-Livre, correlacionando-as ao Plano de Carreira - Lei nº 12.772, de 28 de dezembro de 2012 -, momento em que serão destacados a forma de ingresso (provas e títulos) e os requisitos de acesso. Outro destaque será conferido à regulamentação interna dos concursos públicos no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em especial à Resolução nº 108/2013-CONSEPE, oportunidade em que se fará uma retrospectiva histórica da evolução desses normativos. No capítulo seguinte, comentar-se-ão as regulamentações atualmente existentes acerca do instituto do concurso público no âmbito da Administração Pública Federal, quais sejam, a Portaria MPOG nº 450, de 6 de novembro de 2002 e o Decreto nº 6.944, de 21 de agosto de 2009..

(22) 21. Posteriormente, dadas às características do objeto em estudo, serão abordadas a importância da legística – disciplina atinente à elaboração das leis com o objetivo de aprimorá-las e, assim, conferir maior qualidade e eficácia aos atos normativos –, e da jurimetria, novo ramo do conhecimento jurídico voltado para a aplicação da estatística e da probabilidade no estudo do direito. No sétimo capítulo, buscar-se-á o enfoque no detalhamento do Projeto de Lei nº 252/2003 (vulgo Lei Geral de Concursos Públicos), em tramitação no Congresso Nacional, que visa regulamentar os concursos públicos na Administração Pública Federal, conferindo especial destaque às suas implicações nos certames para a carreira docente. No capítulo subsequente, pretende-se pontuar as sugestões de melhorias nos processos e procedimentos que envolvem o concurso público no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, disciplinados através da Resolução nº 108/2013-CONSEPE, e que levarão à proposta de novo normativo constante no apêndice deste trabalho. No último capítulo, serão expostas as considerações finais da pesquisa, momento em que se responderão as questões formuladas na problematização e a contemplação dos objetivos gerais e específicos traçados para o trabalho, bem como as limitações e recomendações para trabalhos futuros. Desse modo, o presente estudo intenta analisar cada aspecto inovador do Projeto de Lei nº 252/2003, independentemente de os mesmos virem ou não a ser acatados quando da sua transformação em lei ordinária, bem como os seus desmembramentos na realidade vivenciada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte em seus concursos para o ingresso no magistério federal. Contudo, é importante ressaltar que as abordagens aqui traçadas não têm o condão de exaurir as indagações sobre o tema, mas de instigar a reflexão sobre o assunto, que ainda levantam muitos questionamentos..

(23) 22. 2.. O CONCURSO PÚBLICO. O concurso público é, atualmente, o principal meio de seleção para o ingresso no serviço público, visando a escolha, a princípio, dos melhores candidatos ou, melhor dizendo, dos mais preparados para a assunção de cargos e empregos públicos, tornando-se um dos institutos com maior legitimidade por reforçar princípios democráticos, a exemplo da meritocracia e da isonomia, os quais serão detalhados mais adiante. Para uma melhor compreensão acerca do tema, é imprescindível partir-se dos conceitos teóricos a respeito do objeto em estudo, suas origens e fontes, sua natureza jurídica, bem como os princípios constitucionais e infraconstitucionais a ele atrelados, fornecendo uma visão geral desse procedimento administrativo.. 2.1.. Conceito. É consenso entre os pesquisadores do assunto a parca literatura jurídica que esmiúce o instituto do concurso público, não obstante a sua relevância no contexto social. Talvez esse fenômeno deva-se, em parte, a ausência de uma norma que regulamente a matéria com maiores detalhes. Entre os doutrinadores da seara administrativa e constitucional, pode-se atribuir a origem do termo concurso do latim concursus, de concurrere7 (Plácido e Silva, 1999 apud TOURINHO, 2008), significando o ato ou o fato de concorrer, em virtude do que mostra, em geral, a participação de várias pessoas a um ato, ou influência de coisas ou atos para a composição de outra coisa, evidência de um fato, ou constituição de um ato. O vocábulo público opõe-se a ideia de privado, isto é, não integra e não se alude ao particular ou ao individuo. Nos ensinamentos de Éder Sousa8, há um sentido objetivo e outro subjetivo na concepção do termo concurso público. O primeiro, conforme destacado anteriormente, vincula-se ao Poder Público, significando que deve ser promovido por entidades estatais e não por entes privados ou por pessoas físicas; já o sentido subjetivo quer dizer direcionado ao público em geral, isto é, a todos aqueles que preencham os requisitos inerentes aos cargos, empregos ou às funções públicas que visam a preencher. 7. TOURINHO, Rita. Concurso Público no Ordenamento Jurídico Brasileiro. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 7. 8 SOUSA, Éder. Concurso Público: Doutrina & Jurisprudência. Belo Horizonte: Del Rey, 2000, p. 21..

(24) 23. Para o eminente professor Marçal Justen Filho9, o concurso público pode ser conceituado como um procedimento conduzido por uma autoridade específica e imparcial, subordinado a um ato administrativo prévio e orientado pelos princípios da objetividade, da impessoalidade, da isonomia, da legalidade, do controle público e da publicidade, voltando-se à escolha dos indivíduos melhores capacitados para serem providos em cargos ou empregos públicos de provimento efetivo. Na concepção do administrativista Hely Lopes Meirelles 10, o concurso público é o meio técnico posto à disposição da Administração Pública para se alcançar os princípios da eficiência, da moralidade, e aperfeiçoamento do serviço público e, concomitantemente, propiciar igual oportunidade a todos os interessados que atendam aos requisitos da lei, conforme dispõe o art. 37, II, da Constituição Federal. Destaca-se aqui a menção a outros princípios administrativos e constitucionais vinculados ao instituto do concurso público. Esse mesmo pensamento é compartilhado pelo doutrinador José dos Santos Carvalho 11. Filho no sentido de que o concurso público é um procedimento administrativo à disposição da Administração Pública para a seleção do futuro melhor servidor, aferindo-se a capacidade intelectual, física e psíquica de interessados em ocupar funções públicas, obedecida sempre a ordem de classificação. Por fim, na visão de Márcio Barbosa Maia e Ronaldo Pinheiro de Queiroz12, pode-se conceituar o concurso público como sendo: [...] um processo administrativo especial, externo ampliativo e concorrencial, que visa a selecionar e recrutar pessoas, atendidos os requisitos legais, para assumir cargos ou empregos públicos vagos na estrutura administrativa estatal, mediante realização de provas ou provas e títulos, atendida a ordem de classificação final dos candidatos.. A conceituação de concurso público, em si, não leva a maiores indagações. Contudo, vislumbra-se que para alguns autores o concurso público é visto como um procedimento administrativo, enquanto para outros se constitui como processo administrativo. Tal consideração e diferenciação serão tratadas a seguir, uma vez que afeta à natureza jurídica do instituto.. 9. FILHO, Marçal Justen. Curso de Direito Administrativo. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 706. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 35ª edição. São Paulo: Malheiros Editores, 2009, p. 439. 11 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2002, p. 493. 12 MAIA, Márcio Barbosa; QUEIROZ, Ronaldo Pinheiro de. O regime jurídico do concurso público e o seu controle jurisdicional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 15. 10.

(25) 24. 2.2. Da natureza jurídica. É cediço que o concurso público é composto por diversas etapas sucessivas e interligadas entre si até que se atinja a sua finalidade com a homologação do resultado e nomeação dos candidatos aprovados, ou seja, não se aperfeiçoa em um único ato administrativo, motivo pelo qual alguns doutrinadores, anteriormente mencionados na conceituação, conferem a natureza jurídica do concurso público como sendo a de um procedimento administrativo. Nesse sentido, o ilustre professor Celso Antônio Bandeira de Mello13 ao definir o procedimento administrativo nos esclarece: É uma sucessão itinerária e encadeada de atos administrativos tendendo todos a um resultado final e conclusivo. [...] Exemplos de procedimentos administrativos são os concursos para provimento de cargo público ou as licitações para alienação de bens ou aquisição de bens ou serviços. (grifo nosso).. Diógenes Gasparini14, um dos autores expoentes no assunto, partilha do mesmo entendimento, senão vejamos: O concurso não é, pois, um ato, mas um procedimento, ou seja, um conjunto de atos administrativos interligados e realizáveis segunda certa cronologia previamente estabelecida, destinados à obtenção de um só resultado final: a seleção, dentre os vários candidatos, daqueles que melhor possam atender ao interesse público. Os autores, ainda que não se debrucem com afinco sobre o exame da natureza do concurso de ingresso no serviço público, ao defini-lo, tratam-no como procedimento administrativo, regulado, pois, pelo Direito Administrativo.. No entanto, parte da doutrina, perfilhando em sentido oposto, defende que a natureza jurídica do concurso público é de processo. Tal debate é decorrente da distinção conceitual entre processo e procedimento, proveniente do direito processual. Segundo COUTINHO & RODOR15 procedimento, em sentido estrito, seria a exteriorização do processo, ou seja, sua forma de atuação por meio dos atos necessários ao resultado final, de acordo com modelos estabelecidos em lei. Já o processo pode ser entendido como a relação jurídica onde são garantidos às partes direitos e deveres, os quais são exteriorizados em determinado procedimento. Assim, quando o procedimento produzir efeitos à esfera jurídica das pessoas, seja na atividade jurisdicional seja na atividade administrativa, tem-se a configuração do processo. 13. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 25ª edição. 2ª tiragem. São Paulo: Malheiros Editores, 2008, p. 433 e 434. 14 GASPARINI, Diógenes. Concurso Público – Imposição Constitucional e Operacionalização. In: MOTTA, Fabrício (Coord.) Concurso Público e Constituição. 1ª edição. 2ª tiragem. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2007, p. 22 e 23. 15 COUTINHO, Alessandro Dantas; RODOR, Ronald Krüger. Manual de Direito Administrativo. Volume único. São Paulo: Método, 2015, p. 448 e 449..

(26) 25. Para o jurisconsulto Hely Lopes Meirelles16 há a necessidade de se diferenciar os processos administrativos propriamente ditos dos denominados impropriamente ditos. Os primeiros possuem natureza jurisdicional, ou seja, encerram um litígio entre a Administração e o administrado ou o servidor. Já os processos impróprios são meros expedientes que tramitam entre os órgãos administrativos sem qualquer litígio entre os interessados. Nas lições do professor Agapito Machado Júnior17, que se coadunam com os pensamentos de MAIA & QUEIROZ18, o procedimento é um aspecto do processo e com ele não se confunde, ficando o procedimento incumbido de definir os requisitos do ato, o tempo de sua prática, a sequência e os efeitos do ato, dentre outros aspectos. Desta forma, posicionase pela conceituação da natureza jurídica do concurso público como processo administrativo. Rita Tourinho19 também encampa a defesa da natureza jurídica do concurso como sendo a de processo administrativo, conforme transcrição a seguir: [...] o termo processo deve ser utilizado quando há relação jurídico-administrativa, caracterizada pela conexão natural que existe entre dois ou mais sujeitos (públicos e privados). Assim, existindo uma relação jurídica estaremos diante de um processo. [...] Desta forma, consideramos que o concurso público possui natureza jurídica de processo administrativo.. Pode-se constatar a partir das discussões acima que os conceitos de procedimento e de processo, apesar de distintos, estão intrinsecamente interligados, uma vez que não há processo sem procedimento, mas a recíproca não é verdadeira. É o que destaca o professor Bacellar Filho20 ―procedimento é gênero e processo é espécie‖, ou seja, são aspectos de um mesmo fenômeno. A definição da natureza jurídica do concurso público - se processo ou procedimento -, dependerá do alcance terminológico das expressões. Este pesquisador compartilha o posicionamento de que o concurso público possui a natureza jurídica de processo e não de procedimento. A partir-se da premissa de que o processo administrativo envolve necessariamente uma relação jurídico-administrativa, isto é, com efeitos à esfera jurídica das pessoas, gerando o direito ao contraditório e à ampla defesa (conflito de interesses), pode-se entender que o concurso público terá natureza jurídica de processo propriamente dito, a partir do momento em que – em uma de suas fases 16. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 35ª edição. São Paulo: Malheiros Editores, 2009, p. 691. 17 MACHADO JUNIOR, Agapito. Concursos Públicos. São Paulo: Atlas, 2008, p. 11. 18 MAIA, Márcio Barbosa; QUEIROZ, Ronaldo Pinheiro de. O regime jurídico do concurso público e o seu controle jurisdicional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 15 19 TOURINHO, Rita. Concurso Público no Ordenamento Jurídico Brasileiro. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 13. 20 BACELLAR FILHO, Romeu Felipe. O Concurso Público e o Processo Administrativo. In: MOTTA, Fabrício (Coord.) Concurso Público e Constituição. 1ª edição. 2ª tiragem. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2007, p. 79..

(27) 26. procedimentais – seja questionada a sua legalidade (Ex: impugnação ao edital) ou haja discordância, por meio de pedido de reconsideração e/ou recurso, de alguma etapa ou procedimento (Ex: recurso pelo indeferimento da inscrição, pedido de reconsideração da nota atribuída, etc.). Inexistindo conflito de interesses, a exemplo de um concurso deserto, em que sequer ocorreram inscrições de candidatos ou impugnação ao edital, pode-se pressupor que o mesmo passa a se configurar como processo administrativo impropriamente dito, consoante preleciona Hely Lopes Meirelles.. 2.3. Origens históricas. O concurso público como fenômeno jurídico também sofre reflexos das transformações socioculturais e políticas ocorridas ao longo da história, evoluindo, assim como o próprio Direito, de modo a acompanhar as mudanças sofridas, visando à satisfação das demandas sociais. Por isso é importante traçar-se um retrospecto histórico para melhor entendermos o instituto do concurso público, examinando o contexto de sua produção, suas conexões e particularidades. Segundo a doutrina pátria, respaldada, em especial, nos ensinamentos do jurista José Cretella Júnior21, referenciado tanto nas obras de Gasparini como na Machado Junior e de Maia & Queiroz, as origens históricas do instituto do concurso público para o ingresso em cargos do serviço público remontam desde a Antiguidade, onde os entes estatais já se preocupavam em recrutar os cidadãos por diversos meios de seleção, dentre os quais se destacaram o sorteio, a compra e venda, a herança, o arrendamento, a livre nomeação absoluta, a livre nomeação relativa, a eleição e, por fim, o concurso. O sorteio foi bastante utilizado na Antiguidade Clássica, em especial pelos gregos (Atenienses e Espartanos), e utilizava-se de critérios aleatórios como método de escolha do agente público. Tinha um lado positivo por afastar indicações pessoais; todavia, a escolha do indivíduo melhor capacitado ficava relegada à sorte. Ademais, somente participavam desses sorteios uma minoria da população, considerados cidadãos, o que, consequentemente, excluía as mulheres, os comerciantes e os estrangeiros, salvo raras exceções. A compra e venda ocorreu com maior frequência na Idade Média e consistia na alienação a título oneroso de empregos públicos do Estado ao particular. A venalidade dos cargos públicos possuía a vantagem de constituir uma fonte de renda para o Estado. A 21. CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de Direito Administrativo. 18ª ed. Revisada e atualizada. Rio de Janeiro: Forense, 2003, p. 352 a 357..

(28) 27. meritocracia, a exemplo do sorteio, cedia espaço, implicando em uma gestão precária e incapacitada. O arrendamento guardava semelhanças com a compra e venda, residindo o diferencial na transitoriedade de permanência no cargo público. Por meio da herança, comum ao período medieval, os cargos públicos eram transmitidos por critérios de consanguinidade e despertava severas críticas, visto que não garantia que o herdeiro possuísse as mesmas competências de seu antecessor. A sorte, mais uma vez, prevalecia. A livre nomeação absoluta caracteriza-se pela designação a um cargo público, bastando, para tanto, um simples ato emanado por uma única autoridade, sem a interferência de outro poder. A nomeação para cargos em comissão é um exemplo de livre nomeação absoluta existente até os dias atuais. Já a livre nomeação relativa, a exemplo dos atos complexos, depende da aprovação de outro poder para se tornar válida (v.g.: nomeação para o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal). A eleição para cargos administrativos não deve ser confundida com o sufrágio universal de acesso aos cargos políticos. É bastante criticado por Cretella Júnior, considerando-o um dos piores sistemas da atualidade. A escolha para o cargo de reitor das universidades públicas é um exemplo clássico de eleição. O concurso público surge no ordenamento jurídico dos países ocidentais por ocasião da Revolução Francesa, desenvolvendo-se a partir de Napoleão Bonaparte, período em que o Estado clamava por mudanças para a correção de abusos surgidos durante a Idade Média, a exemplo dos já mencionados arrendamento, compra e venda e a herança. Segundo artigo científico de autoria da Procuradora da Universidade de São Paulo, Profª. Christianne de Carvalho Stroppa22, o processo de seleção mediante concurso teve como criador o Rei da Prússia, Frederico Guilherme I (1713–1740), o qual passou a exigir a apresentação de diploma para os postos mais altos, demonstrando conhecimentos de cameralismo, sendo mais tarde convalidado e aperfeiçoado com o Rei Frederico, o Grande (1740–1786). Esse período histórico marca a passagem de um modelo organizacional patrimonialista – afeto ao absolutismo estatal, onde a coisa pública (res publica) se confundia as do próprio soberano (res principis) –, para um modelo burocrático, no intuito de conferir maior legitimidade, imparcialidade e planejamento na administração pública, tendo como seu 22. STROPPA, Christianne de Carvalho. Concurso Público. Universidade de São Paulo. Artigo disponível em: http://www.pgusp.usp.br/arquivos/Concurso_Publico.pdf. Acesso em: 01 jan. 2016..

(29) 28. principal idealizador o sociólogo e economista alemão Max Weber. Segundo a sua teoria23, a dominação patriarcal cedeu espaço ao funcionalismo moderno, caracterizado por alguns requisitos, dentre os quais destacamos: 1) o princípio das competências oficiais fixas, disciplinada por leis e regulamentos administrativos, pressupondo a existência de uma autoridade burocrática; 2) o princípio da hierarquia de cargos e da sequência de instâncias; 3) a atividade oficial que pressupõe uma intensa instrução na matéria, isto é, requer competências e conhecimentos na área; e 4) a moderna noção da gestão do conhecimento, com o apoderamento do conhecimento das regras jurídicas, administrativas e contábeis pelos funcionários. Tais requisitos geraram consequências ao conceito de funcionários, uma vez que o cargo passou a ser visto verdadeiramente como profissão e não mais como uma espécie de cabide de empregos para aqueles que podiam pagar por tais designações – a exemplo da compra e venda e da alienação –, ou simplesmente por possuir vínculos de amizade e influência com o soberano, ensejando o nefasto nepotismo e a corrupção. Segue abaixo alguns trechos da obra de Weber24 na qual esse fato é evidenciado: Isto se manifesta, em primeiro lugar, na exigência de uma formação fixamente prescrita, que na maioria dos casos requer o emprego da plena força de trabalho por um período prolongado, e em exames específicos prescritos, de forma geral, como pressupostos da nomeação. Além disso, manifesta-se no caráter de dever do cargo do funcionário, caráter que determina, da forma seguinte, a estrutura interna de suas relações: a ocupação de um cargo, juridicamente e de fato, não é considerada equivalente à posse de uma fonte de rendas ou emolumentos explorável em troca do cumprimento de determinados deveres - como era o caso, em regra, na Idade Média, e muitas vezes até em tempos mais recentes -, nem uma troca normal, remunerada, de determinados serviços, como ocorre no caso do livre contrato de trabalho. [...] Decisivo para o caráter específico da fidelidade ao cargo moderna é o fato de que ela, em seu tipo puro, não estabelece – como ocorre, por exemplo, na relação de dominação feudal ou patrimonial – uma relação com uma pessoa, à maneira da fidelidade de um vassalo ou discípulo, mas se destina a uma finalidade impessoal, objetiva.[...] A influência dos certificados de formação, a ser examinada noutro lugar, a cuja posse costuma estar vinculada a qualificação para exercer um cargo, aumenta, como é natural, a importância do elemento "estamental" na posição social dos funcionários. [...] O tipo puro do funcionário burocrático é nomeado por uma instância superior. Um funcionário eleito pelos dominados deixa de ser uma figura puramente burocrática. (grifos nossos). Esse processo de transição na administração pública também é ressaltado por Canotilho25, senão vejamos: WEBER, Max. Economia e Sociedade – Fundamentos da sociologia compreensiva. Volume 2. São Paulo: Editora UnB, 2004, p. 198 a 199. Disponível em: https://ayanrafael.files.wordpress.com/2011/08/weber-meconomia-e-sociedade-fundamentos-da-sociologia-compreensiva-volume-2.pdf. Acesso em: 18 fev. 2016. 24 Ibid, p. 200 e 202. 25 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7ª edição. 16ª reimpressão. Coimbra: Edições Almedina, 2015, p. 123. 23.

Referências

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